O mais assustador talvez seja saber que nada do que foi mostrado aqui é algo fora da realidade, muito pelo contrário. Estamos a cada dia mais próximos do preconceito, seja ele pela cor da pele ou pela sua nacionalidade, que é incentivado e alavancado pelo ultranacionalismo. Assistimos a crescente de movimentos de extrema direita ao redor do mundo inteiro, a xenofobia cresce e o sentimento de perigo soa sempre iminente.
E o filme destaca bem a sua temática, com rigidez e frieza. Pena que ele seja tão inconsistente na maior parte de sua projeção, acho que apresenta subtramas e trabalha de forma pouco eficiente algumas delas. Parece que tem muita coisa pra falar, tenta atender a tudo e não consegue dar conta do todo. Ainda assim, é um trabalho poderoso.
Filhos da Dinamarca é um filme sobre as consequências da intolerância, do conservadorismo e do ódio na nossa sociedade. Muito, mas muito atual.
A impressão que dá é que apesar do filme ser intrigante e construir uma ambientação dúbia o tempo todo sobre quem é o protagonista e o que aconteceu com ele - aspecto que o deixa bem fluido e que desperta uma certa reflexão sobre a culpa - tudo parece ser muito simplista e padronizado.
Eu acho que o problema maior aqui é muito mais na questão de desenvolvimento dos personagens, suas motivações e na forma como algumas situações são resolvidas do que com o filme em si, que não acho de todo ruim.
Filmado por vezes de forma semi documental por Loznista, o filme carrega uma carga dramática poderosa não só temática, como também narrativa, ao fazer uso de uma câmera que, a todo momento, balança e nos dá a impressão de estarmos vivenciando aquilo pessoalmente, dando um realismo palpável as cenas que se seguem. Outra coisa a se destacar, é que os episódios retratados, apesar de não terem uma ligação direta na história, se complementam como um estudo geral de um país dividido e negligenciado pelos poderosos. Estes que, diga-se de passagem, deveriam agir em prol da reestruturação de seu país e seu povo.
Situado em uma região de constantes conflitos entre separatistas russos e grupos pró Ucrânia, “Donbass” explicita os problemas sociais ocasionados pela falta de estabilidade governamental, onde a fome, a pobreza e a desumanidade devastam a população civil inocente enquanto a tensão da guerra armada nos apresenta a desumanização e a falência moral das pessoas.
Um corajoso trabalho sobre a corrupção, a imoralidade e a precariedade institucional, onde corporações e pessoas usufruem de influências e do poder do dinheiro em uma sociedade completamente apodrecida para subjugar um cidadão devastado pelas dívidas.
E é incrível notar que o protagonista não abre mão de sua integridade perante a tamanha adversidade. Pelo contrário, ele até ultrapassa os limites que a própria natureza humana poderia suportar. Isso ter sido filmado no próprio Irã é algo absurdamente audacioso e importante.
“Um Homem Íntegro” é, acima de tudo, um retrato contundente sobre a realidade da sociedade iraniana.
O que é muito legal aqui, é notar o seu cuidado técnico ao representar muito bem a atmosfera cultural daquele tempo, principalmente pela sua fotografia e toda uma questão nostálgica que permeia o filme. Parece que realmente estamos imersos em alguns trabalhos da década de 80 que tanto fizeram sucesso e são queridos até hoje. Uma pena que o filme seja verborrágico demais em boa parte de sua projeção, isso prejudica o próprio desenvolvimento de tensão que até determinado ponto, funciona muito bem.
No mais, aconchega e nos deixa vidrados o tempo inteiro, em uma aventura que, apesar de incerta, é extremamente intrigante.
A não linearidade de sua narrativa pode parecer, a princípio, um trunfo e uma característica ímpar para a abordagem do longa e do seu roteiro, mas se mostra confusa na maior parte do tempo e periga a se perder na própria complexidade de sua estrutura.
Apesar desse grande problema “La Gomera” é um trabalho que enobrece seu estilo e sua atmosfera, com momentos muito bem dirigidos por um dos diretores mais interessantes da nossa geração.
Envolto de situações corriqueiras na vida de um líder sindical (Vincent Lindon impecável), o filme nos posiciona como observadores onipresentes, os acontecimentos e os dilemas vividos pela classe trabalhadora são palpáveis - pra dizer o mínimo - e ensurdecedores. Aliás, o tom frenético do filme conversa diretamente com o sentimento de estresse e nervosismo que todo aquele reboliço proporciona. No fim das contas, percebemos que a força que habita em cada uma daquelas pessoas faz um barulho tremendo, mas que os poderosos parecem sempre estar um passo á frente.
Devendo em muito a sua abordagem semi documental, que acrescenta uma dinâmica diferente e direta ao filme, “Em Guerra” explora a falência moral e ética das grandes corporações em relação ao que mais deveriam dar valor: seus trabalhadores.
Acho que esse tipo de filme tá começando a cansar, ficar realmente defasado e sem muito apelo de modo geral. Ainda que, de certa forma, eles ousem inserir uma questão social no meio pra criar uma outra espécie de estudo ou de aparato reflexivo, o conjunto funciona pouco. Aliás, narrativamente ele não flui de forma natural, fica sempre a impressão de que nada foi desenvolvido de forma justa, nem estruturalmente, nem na sua temática.
Interessante em determinado ponto do filme, o uso da mesma trilha sonora utilizada na introdução de “O Iluminado” de Stanley Kubrick, que dá um tom aterrorizante e amedrontador à cena representada ali. Complexo e extremamente bem desenvolvido.
A violência na sua mais pura e extrema essência. Uma família exposta ao abuso e a crueldade por quem mais deveria amar e proteger. O terror desenvolvido de forma silenciosa e psicológica da lugar à brutalidade física de um homem completamente desequilibrado. É acima de tudo um drama familiar. E real. Palpável. O ser humano e sua vulnerabilidade. O ser humano e sua maldade. E é triste perceber o quão isso está totalmente inserido na nossa realidade, o quão “normal” algo desse tipo acaba sendo. “Custódia” é um filme necessário, indigesto e duro, que explicita um problema sério de forma contundente em todos os aspectos. Choca, impacta... dói, e muito.
Me peguei pensando muito no que escrever sobre esse filme e conclui que mesmo que eu escreva muito, não vai chegar perto de expressar o sentimento que me causou. É um daqueles casos de um filme que tem como grande ponto positivo justamente a simplicidade do seu roteiro, onde percebemos que a história é comum mas isso faz com que a obra só cresça e cative mais o espectador. O título em português não seria melhor, Fúsi é um desajustado em relação as outras pessoas, é tímido, não mantém relação alguma com as pessoas (e pouco tenta), tem apenas algumas pessoas especiais em sua vida, um amigo com o qual brinca de Segunda Guerra Mundial em uma maquete, sua mãe com a qual vive, e o homem da rádio, com o qual conversa frequentemente e pede músicas. É maltratado no trabalho pelos colegas, sofre bullying por ser um homem bem grande e de poucas palavras... enfim, é um caso que vemos muito hoje em dia acontecendo com várias pessoas, Fúsi representa essa gente oprimida, que sofre simplesmente por ser diferente, por não se adequar aos ''padrões'' estabelecidos por uma sociedade que é extremamente cruel. Mas ele não é apenas o único desajustado, a mulher que ele conhece e que sofre por problemas depressivos é o ponto de partida para Fúsi começar a pensar em um futuro diferente para ele, seja com outra pessoa, ou sozinho. A menina com que ele estabelece uma amizade também é uma desajustada, pois não tem amigos e acaba encontrando nele, um homem muito mais velho, alguém bem parecido com ela na sua essência e a quem admira muito e que não o julga em nenhum momento. Um filme que fala sobre solidariedade, sobre a esperança de haver no mundo pessoas boas e capazes de fazer o bem independente daquilo que sofrem, independente do quão mal algumas pessoas podem acabar fazendo para elas. Mas acima de tudo, é um filme que fala sobre solidão, a solidão que uma pessoa enfrenta quando não se está ''ajustada'' a esse mundo e a essa vida onde para ela nada parece ter um sentido real. Um filme extremamente cruel, real, triste, mas ao mesmo tempo muito tocante, bonito, sincero e necessário. Mexeu absurdamente comigo, e de uma forma quase que inexplicável.
Uma obra totalmente contemplativa, com uma fotografia absurdamente bela, usa de longos planos para mergulhar o espectador no ambiente desesperador em que vive aquela família. Com momentos extremamente tocantes e cenas que emocionam ao ponto do choro, o filme é um retrato cruel de uma família que experimenta a dor física e emocional da pior forma possível. Acima de tudo, um drama sobre a vida de pessoas humildes. Devastador, é a palavra que melhor define esse filme.
Logo de cara vemos o ódio estampado no rosto do sargento pelos soldados alemães, as suas ações conforme o filme passa vão se provando cada vez mais absurdas e chocantes, por um lado entendemos e por outro ficamos perplexos com tamanho rancor. Mas também, quanto mais o filme passa, mais percebemos o ''amadurecimento'' do sargento com relação a tudo aquilo, até quando e até que ponto aqueles meninos tem culpa de tudo que ocorreu? É necessário tamanha violência com todos eles? É como dizem, a guerra corrompe o ser humano, tira todo sentimento de generosidade que podemos ter uns com os outros, nos deixa loucos, nos tira tudo, inclusive a inocência de todos aqueles jovens. O filme mostra acima de tudo a capacidade do ser humano de enxergar a bondade até mesmo em situações extremas, o sargento cria empatia com os soldados e acaba vendo que apesar de tudo, são apenas meninos, são vítimas. Apesar de na guerra não haver inocentes, existe dentro de cada ser humano a bondade, o perdão e a compreensão.
''You say that emotions are overrated. But that's bullshit. Emotions are all we've got.'' E é isso, um filme que exala emoções, que encanta de todas as formas, daqueles que ficam na memória por um bom tempo. Uma ode a arte e a juventude, cada cena é uma pintura e a maneira que Sorrentino trata as questões abordadas no filme são de uma sutileza única. De uma sensibilidade e beleza absurda.
Assustador. É a melhor palavra para definir esse filme. Uma das experiências mais incríveis e chocantes que tive o prazer de assistir, aqui o espectador não é poupado em momento algum, a todo instante o choque, a brutalidade e o terror estão presentes. Estar a todo momento vivenciando o que Saul vive, pela sua perspectiva, torna o filme ainda mais claustrofóbico e real, é evidente a intenção de mergulhar o público na atmosfera caótica de um campo de concentração, de uma certa maneira, estamos ali. A barbárie da guerra ao final da lugar à um resquício de alento, conforto, evidenciado no rosto de Saul, que após vivenciar todo aquele horror, ainda tem em seu coração, mesmo que seja o menor possível, um sentimento de esperança. Ficará eternamente marcado em minha vida.
É triste pensar que atualmente pessoas vivem essa realidade, a guerra destruindo sonhos, destruindo vidas. O filme acaba, mas o choque permanece, não há maneira de ficar indiferente frente à tamanha brutalidade e barbárie. Cru, forte e extremamente realista. Sensacional!
Eu queria poder descrever tudo o que senti ao assistir esse filme, vir aqui e escrever algo que realmente deixasse claro o quanto ele mexeu comigo, mas vai ser bem difícil. Queria de alguma forma, expressar o enorme sentimento de satisfação que preencheu meu coração. É tudo tão lindo, o elenco, a fotografia, a trilha sonora, tudo colocado de maneira perfeita. A história nos envolve de uma forma incrível, é como se estivéssemos ali junto, sofrendo, amando e vivenciando o mundo daquelas pessoas. Sei lá, é de uma beleza tão ímpar, que não consigo prolongar o tanto quanto eu queria esse comentário. Me marcou de uma forma única, uma verdadeira obra de arte do cinema nacional. Um filme que trata de amor e de sonhos, um filme para ser sentido. Maravilhoso!
É incrível como Tom Hardy não deixa transparecer o que ele representa, ou o que ele realmente é em suas atuações. Ele é frio, calculista e brutal algumas vezes, generoso e bondoso em outras, seu olhar nunca passa com certeza o que ele realmente é. Suas atuações são tão seguras que em momento algum temos certeza do que ele poderá fazer, esse filme mostra muito bem isso. Gandolfini tem uma despedida digna, uma atuação segura e convincente, até nos remetendo aos tempos de Tony Soprano, por alguns momentos. É triste saber que esse foi seu ultimo trabalho. O filme é extremamente eficiente, manipula a expectativa do espectador de forma incrível e ao mesmo tempo tem uma uma tensão constante que cresce conforme vai chegando o final, a cada momento o filme se torna mais instigante e sombrio, e o resultado final, é extremamente satisfatório.
O uso do silêncio é um dos grandes pontos positivos do filme, lentamente tudo vai acontecendo ao meu ver em uma velocidade perfeita, se constrói toda uma trama em seu tempo certo, sem pressa e de uma forma que me prendeu totalmente. Não acho que o ritmo do filme atrapalhe em algo, muito pelo contrário, ele contribui para que se construa uma atmosfera angustiante, tensa e que ajuda a compor boa parte do caos que se vê e que ali permeia no pós colapso. Guy Pearce nos entrega uma atuação assustadora e fria, enquanto Pattinson mostra que é um ator promissor e de incrível talento, sua atuação foi extremamente convincente. E o que é o mundo com pessoas que não se tem mais nada a perder, não? Em um lugar onde já não se tem nada, onde não se tem esperança e nada a conquistar, matam-se uns aos outros por motivo algum, e a cena final é irônica,
Eric além de matar o anão tão friamente e outros, ele mata os três que roubaram seu carro, vê Reynolds morrer e simplesmente os jogam em um canto qualquer e coloca fogo nos corpos, para na cena seguinte descobrirmos que toda uma caçada em busca do carro, fosse pelo simples fato de Eric querer enterrar seu cachorro. A razão para tudo, era um cachorro. Ele enterra um cão, que valia muito mais e significava muito mais em sua vida e bota fogo em seres humanos que tanto o decepcionaram.
Então fica a reflexão: em um mundo onde ninguém dá a mínima para você, onde as pessoas o decepcionam, onde não se tem o que fazer e nem aonde chegar, as vezes o que nos resta é apenas dar valor ao que realmente nos faz ou no caso, nos fez bem. Como disse o personagem de Pattinson "Nem tudo que você fala precisa significar algo", e as vezes nem tudo o que você faz também precisa significar algo. Para Eric, fazendo sentido ou não, sendo um bom motivo ou não, aquilo significava algo de verdade para ele.
Pra quem é fã de MMA, assistir a esse filme será um privilégio. Chael Sonnen, Mark Muñoz, Brian Stann, Krzysztof Soszynski, Jason Miller, Joe Rogan... só fera! Sem contar o sempre simpático e engraçado Bas Rutten que nos conquista aonde quer que esteja pela sua naturalidade e humildade. Kevin James também está muito bem. Ótimo filme!
Uma mistura de talento, força, disciplina, vontade e humildade fizeram desses dois os melhores boxeadores dos últimos tempos e sem dúvida os melhores da atualidade. Dificilmente alguém conseguirá chegar aonde eles chegaram e da maneira como chegaram. É de se admirar o quanto os dois são exemplos dentro e fora do ringue, impossível não se tornar fã dos dois depois de conhecer a sua história desde o começo. Um excelente documentário sobre os irmãos Klitschko que mostra que acima de tudo, a força da família, dos treinadores e no caso a união dos irmãos é que fazem de alguém um verdadeiro campeão, não só no boxe, mas também na vida.
Apesar do filme em si não ser excepcional, a animação tem uma beleza estética única, e isso é o verdadeiro ponto positivo do filme. Visualmente belo e extremamente bem feito.
Filhos da Dinamarca
3.7 12 Assista AgoraO mais assustador talvez seja saber que nada do que foi mostrado aqui é algo fora da realidade, muito pelo contrário. Estamos a cada dia mais próximos do preconceito, seja ele pela cor da pele ou pela sua nacionalidade, que é incentivado e alavancado pelo ultranacionalismo. Assistimos a crescente de movimentos de extrema direita ao redor do mundo inteiro, a xenofobia cresce e o sentimento de perigo soa sempre iminente.
E o filme destaca bem a sua temática, com rigidez e frieza. Pena que ele seja tão inconsistente na maior parte de sua projeção, acho que apresenta subtramas e trabalha de forma pouco eficiente algumas delas. Parece que tem muita coisa pra falar, tenta atender a tudo e não consegue dar conta do todo. Ainda assim, é um trabalho poderoso.
Filhos da Dinamarca é um filme sobre as consequências da intolerância, do conservadorismo e do ódio na nossa sociedade. Muito, mas muito atual.
A Pedreira
2.3 33A impressão que dá é que apesar do filme ser intrigante e construir uma ambientação dúbia o tempo todo sobre quem é o protagonista e o que aconteceu com ele - aspecto que o deixa bem fluido e que desperta uma certa reflexão sobre a culpa - tudo parece ser muito simplista e padronizado.
Eu acho que o problema maior aqui é muito mais na questão de desenvolvimento dos personagens, suas motivações e na forma como algumas situações são resolvidas do que com o filme em si, que não acho de todo ruim.
Donbass
3.4 9Filmado por vezes de forma semi documental por Loznista, o filme carrega uma carga dramática poderosa não só temática, como também narrativa, ao fazer uso de uma câmera que, a todo momento, balança e nos dá a impressão de estarmos vivenciando aquilo pessoalmente, dando um realismo palpável as cenas que se seguem. Outra coisa a se destacar, é que os episódios retratados, apesar de não terem uma ligação direta na história, se complementam como um estudo geral de um país dividido e negligenciado pelos poderosos. Estes que, diga-se de passagem, deveriam agir em prol da reestruturação de seu país e seu povo.
Situado em uma região de constantes conflitos entre separatistas russos e grupos pró Ucrânia, “Donbass” explicita os problemas sociais ocasionados pela falta de estabilidade governamental, onde a fome, a pobreza e a desumanidade devastam a população civil inocente enquanto a tensão da guerra armada nos apresenta a desumanização e a falência moral das pessoas.
Um Homem Íntegro
3.7 8Um corajoso trabalho sobre a corrupção, a imoralidade e a precariedade institucional, onde corporações e pessoas usufruem de influências e do poder do dinheiro em uma sociedade completamente apodrecida para subjugar um cidadão devastado pelas dívidas.
E é incrível notar que o protagonista não abre mão de sua integridade perante a tamanha adversidade. Pelo contrário, ele até ultrapassa os limites que a própria natureza humana poderia suportar. Isso ter sido filmado no próprio Irã é algo absurdamente audacioso e importante.
“Um Homem Íntegro” é, acima de tudo, um retrato contundente sobre a realidade da sociedade iraniana.
A Vastidão da Noite
3.5 576 Assista AgoraO que é muito legal aqui, é notar o seu cuidado técnico ao representar muito bem a atmosfera cultural daquele tempo, principalmente pela sua fotografia e toda uma questão nostálgica que permeia o filme. Parece que realmente estamos imersos em alguns trabalhos da década de 80 que tanto fizeram sucesso e são queridos até hoje. Uma pena que o filme seja verborrágico demais em boa parte de sua projeção, isso prejudica o próprio desenvolvimento de tensão que até determinado ponto, funciona muito bem.
No mais, aconchega e nos deixa vidrados o tempo inteiro, em uma aventura que, apesar de incerta, é extremamente intrigante.
La Gomera - A Ilha dos Assobios
3.0 12A não linearidade de sua narrativa pode parecer, a princípio, um trunfo e uma característica ímpar para a abordagem do longa e do seu roteiro, mas se mostra confusa na maior parte do tempo e periga a se perder na própria complexidade de sua estrutura.
Apesar desse grande problema “La Gomera” é um trabalho que enobrece seu estilo e sua atmosfera, com momentos muito bem dirigidos por um dos diretores mais interessantes da nossa geração.
Em Guerra
3.7 14 Assista AgoraEnvolto de situações corriqueiras na vida de um líder sindical (Vincent Lindon impecável), o filme nos posiciona como observadores onipresentes, os acontecimentos e os dilemas vividos pela classe trabalhadora são palpáveis - pra dizer o mínimo - e ensurdecedores. Aliás, o tom frenético do filme conversa diretamente com o sentimento de estresse e nervosismo que todo aquele reboliço proporciona. No fim das contas, percebemos que a força que habita em cada uma daquelas pessoas faz um barulho tremendo, mas que os poderosos parecem sempre estar um passo á frente.
Devendo em muito a sua abordagem semi documental, que acrescenta uma dinâmica diferente e direta ao filme, “Em Guerra” explora a falência moral e ética das grandes corporações em relação ao que mais deveriam dar valor: seus trabalhadores.
O desfecho é de partir o coração.
A Caçada
3.2 642 Assista AgoraAcho que esse tipo de filme tá começando a cansar, ficar realmente defasado e sem muito apelo de modo geral. Ainda que, de certa forma, eles ousem inserir uma questão social no meio pra criar uma outra espécie de estudo ou de aparato reflexivo, o conjunto funciona pouco. Aliás, narrativamente ele não flui de forma natural, fica sempre a impressão de que nada foi desenvolvido de forma justa, nem estruturalmente, nem na sua temática.
The Spy Gone North
4.0 14Interessante em determinado ponto do filme, o uso da mesma trilha sonora utilizada na introdução de “O Iluminado” de Stanley Kubrick, que dá um tom aterrorizante e amedrontador à cena representada ali. Complexo e extremamente bem desenvolvido.
Custódia
4.2 157A violência na sua mais pura e extrema essência. Uma família exposta ao abuso e a crueldade por quem mais deveria amar e proteger. O terror desenvolvido de forma silenciosa e psicológica da lugar à brutalidade física de um homem completamente desequilibrado. É acima de tudo um drama familiar. E real. Palpável. O ser humano e sua vulnerabilidade. O ser humano e sua maldade. E é triste perceber o quão isso está totalmente inserido na nossa realidade, o quão “normal” algo desse tipo acaba sendo. “Custódia” é um filme necessário, indigesto e duro, que explicita um problema sério de forma contundente em todos os aspectos. Choca, impacta... dói, e muito.
Quase 18
3.7 608 Assista AgoraA Nadine usando esse moletom de ''O Grande Lebowski'' no poster do filme me fez amar ainda mais essa garota.
Desajustados
3.9 120 Assista AgoraMe peguei pensando muito no que escrever sobre esse filme e conclui que mesmo que eu escreva muito, não vai chegar perto de expressar o sentimento que me causou. É um daqueles casos de um filme que tem como grande ponto positivo justamente a simplicidade do seu roteiro, onde percebemos que a história é comum mas isso faz com que a obra só cresça e cative mais o espectador. O título em português não seria melhor, Fúsi é um desajustado em relação as outras pessoas, é tímido, não mantém relação alguma com as pessoas (e pouco tenta), tem apenas algumas pessoas especiais em sua vida, um amigo com o qual brinca de Segunda Guerra Mundial em uma maquete, sua mãe com a qual vive, e o homem da rádio, com o qual conversa frequentemente e pede músicas. É maltratado no trabalho pelos colegas, sofre bullying por ser um homem bem grande e de poucas palavras... enfim, é um caso que vemos muito hoje em dia acontecendo com várias pessoas, Fúsi representa essa gente oprimida, que sofre simplesmente por ser diferente, por não se adequar aos ''padrões'' estabelecidos por uma sociedade que é extremamente cruel. Mas ele não é apenas o único desajustado, a mulher que ele conhece e que sofre por problemas depressivos é o ponto de partida para Fúsi começar a pensar em um futuro diferente para ele, seja com outra pessoa, ou sozinho. A menina com que ele estabelece uma amizade também é uma desajustada, pois não tem amigos e acaba encontrando nele, um homem muito mais velho, alguém bem parecido com ela na sua essência e a quem admira muito e que não o julga em nenhum momento. Um filme que fala sobre solidariedade, sobre a esperança de haver no mundo pessoas boas e capazes de fazer o bem independente daquilo que sofrem, independente do quão mal algumas pessoas podem acabar fazendo para elas. Mas acima de tudo, é um filme que fala sobre solidão, a solidão que uma pessoa enfrenta quando não se está ''ajustada'' a esse mundo e a essa vida onde para ela nada parece ter um sentido real. Um filme extremamente cruel, real, triste, mas ao mesmo tempo muito tocante, bonito, sincero e necessário. Mexeu absurdamente comigo, e de uma forma quase que inexplicável.
A Terra e a Sombra
3.8 52 Assista AgoraUma obra totalmente contemplativa, com uma fotografia absurdamente bela, usa de longos planos para mergulhar o espectador no ambiente desesperador em que vive aquela família. Com momentos extremamente tocantes e cenas que emocionam ao ponto do choro, o filme é um retrato cruel de uma família que experimenta a dor física e emocional da pior forma possível. Acima de tudo, um drama sobre a vida de pessoas humildes. Devastador, é a palavra que melhor define esse filme.
Terra de Minas
4.2 260 Assista AgoraLogo de cara vemos o ódio estampado no rosto do sargento pelos soldados alemães, as suas ações conforme o filme passa vão se provando cada vez mais absurdas e chocantes, por um lado entendemos e por outro ficamos perplexos com tamanho rancor. Mas também, quanto mais o filme passa, mais percebemos o ''amadurecimento'' do sargento com relação a tudo aquilo, até quando e até que ponto aqueles meninos tem culpa de tudo que ocorreu? É necessário tamanha violência com todos eles? É como dizem, a guerra corrompe o ser humano, tira todo sentimento de generosidade que podemos ter uns com os outros, nos deixa loucos, nos tira tudo, inclusive a inocência de todos aqueles jovens. O filme mostra acima de tudo a capacidade do ser humano de enxergar a bondade até mesmo em situações extremas, o sargento cria empatia com os soldados e acaba vendo que apesar de tudo, são apenas meninos, são vítimas. Apesar de na guerra não haver inocentes, existe dentro de cada ser humano a bondade, o perdão e a compreensão.
A Juventude
4.0 342''You say that emotions are overrated. But that's bullshit. Emotions are all we've got.'' E é isso, um filme que exala emoções, que encanta de todas as formas, daqueles que ficam na memória por um bom tempo. Uma ode a arte e a juventude, cada cena é uma pintura e a maneira que Sorrentino trata as questões abordadas no filme são de uma sutileza única. De uma sensibilidade e beleza absurda.
O Filho de Saul
3.7 255 Assista AgoraAssustador. É a melhor palavra para definir esse filme. Uma das experiências mais incríveis e chocantes que tive o prazer de assistir, aqui o espectador não é poupado em momento algum, a todo instante o choque, a brutalidade e o terror estão presentes. Estar a todo momento vivenciando o que Saul vive, pela sua perspectiva, torna o filme ainda mais claustrofóbico e real, é evidente a intenção de mergulhar o público na atmosfera caótica de um campo de concentração, de uma certa maneira, estamos ali. A barbárie da guerra ao final da lugar à um resquício de alento, conforto, evidenciado no rosto de Saul, que após vivenciar todo aquele horror, ainda tem em seu coração, mesmo que seja o menor possível, um sentimento de esperança. Ficará eternamente marcado em minha vida.
Beasts of No Nation
4.3 829 Assista AgoraÉ triste pensar que atualmente pessoas vivem essa realidade, a guerra destruindo sonhos, destruindo vidas. O filme acaba, mas o choque permanece, não há maneira de ficar indiferente frente à tamanha brutalidade e barbárie. Cru, forte e extremamente realista. Sensacional!
Homens e Deuses
3.8 124''O amor é eterna esperança, o amor suporta tudo.''
A História da Eternidade
4.3 448Eu queria poder descrever tudo o que senti ao assistir esse filme, vir aqui e escrever algo que realmente deixasse claro o quanto ele mexeu comigo, mas vai ser bem difícil. Queria de alguma forma, expressar o enorme sentimento de satisfação que preencheu meu coração. É tudo tão lindo, o elenco, a fotografia, a trilha sonora, tudo colocado de maneira perfeita. A história nos envolve de uma forma incrível, é como se estivéssemos ali junto, sofrendo, amando e vivenciando o mundo daquelas pessoas. Sei lá, é de uma beleza tão ímpar, que não consigo prolongar o tanto quanto eu queria esse comentário. Me marcou de uma forma única, uma verdadeira obra de arte do cinema nacional. Um filme que trata de amor e de sonhos, um filme para ser sentido. Maravilhoso!
A Entrega
3.4 228 Assista AgoraÉ incrível como Tom Hardy não deixa transparecer o que ele representa, ou o que ele realmente é em suas atuações. Ele é frio, calculista e brutal algumas vezes, generoso e bondoso em outras, seu olhar nunca passa com certeza o que ele realmente é. Suas atuações são tão seguras que em momento algum temos certeza do que ele poderá fazer, esse filme mostra muito bem isso. Gandolfini tem uma despedida digna, uma atuação segura e convincente, até nos remetendo aos tempos de Tony Soprano, por alguns momentos. É triste saber que esse foi seu ultimo trabalho. O filme é extremamente eficiente, manipula a expectativa do espectador de forma incrível e ao mesmo tempo tem uma uma tensão constante que cresce conforme vai chegando o final, a cada momento o filme se torna mais instigante e sombrio, e o resultado final, é extremamente satisfatório.
The Rover: A Caçada
3.3 355 Assista AgoraO uso do silêncio é um dos grandes pontos positivos do filme, lentamente tudo vai acontecendo ao meu ver em uma velocidade perfeita, se constrói toda uma trama em seu tempo certo, sem pressa e de uma forma que me prendeu totalmente. Não acho que o ritmo do filme atrapalhe em algo, muito pelo contrário, ele contribui para que se construa uma atmosfera angustiante, tensa e que ajuda a compor boa parte do caos que se vê e que ali permeia no pós colapso. Guy Pearce nos entrega uma atuação assustadora e fria, enquanto Pattinson mostra que é um ator promissor e de incrível talento, sua atuação foi extremamente convincente. E o que é o mundo com pessoas que não se tem mais nada a perder, não? Em um lugar onde já não se tem nada, onde não se tem esperança e nada a conquistar, matam-se uns aos outros por motivo algum, e a cena final é irônica,
Eric além de matar o anão tão friamente e outros, ele mata os três que roubaram seu carro, vê Reynolds morrer e simplesmente os jogam em um canto qualquer e coloca fogo nos corpos, para na cena seguinte descobrirmos que toda uma caçada em busca do carro, fosse pelo simples fato de Eric querer enterrar seu cachorro. A razão para tudo, era um cachorro. Ele enterra um cão, que valia muito mais e significava muito mais em sua vida e bota fogo em seres humanos que tanto o decepcionaram.
Então fica a reflexão: em um mundo onde ninguém dá a mínima para você, onde as pessoas o decepcionam, onde não se tem o que fazer e nem aonde chegar, as vezes o que nos resta é apenas dar valor ao que realmente nos faz ou no caso, nos fez bem. Como disse o personagem de Pattinson "Nem tudo que você fala precisa significar algo", e as vezes nem tudo o que você faz também precisa significar algo. Para Eric, fazendo sentido ou não, sendo um bom motivo ou não, aquilo significava algo de verdade para ele.
Professor Peso Pesado
3.3 281 Assista AgoraPra quem é fã de MMA, assistir a esse filme será um privilégio. Chael Sonnen, Mark Muñoz, Brian Stann, Krzysztof Soszynski, Jason Miller, Joe Rogan... só fera! Sem contar o sempre simpático e engraçado Bas Rutten que nos conquista aonde quer que esteja pela sua naturalidade e humildade. Kevin James também está muito bem. Ótimo filme!
Irmãos Klitschko – As Lendas do Boxe
4.1 5Uma mistura de talento, força, disciplina, vontade e humildade fizeram desses dois os melhores boxeadores dos últimos tempos e sem dúvida os melhores da atualidade. Dificilmente alguém conseguirá chegar aonde eles chegaram e da maneira como chegaram. É de se admirar o quanto os dois são exemplos dentro e fora do ringue, impossível não se tornar fã dos dois depois de conhecer a sua história desde o começo. Um excelente documentário sobre os irmãos Klitschko que mostra que acima de tudo, a força da família, dos treinadores e no caso a união dos irmãos é que fazem de alguém um verdadeiro campeão, não só no boxe, mas também na vida.
As Aventuras de Tintim
3.7 1,8K Assista AgoraApesar do filme em si não ser excepcional, a animação tem uma beleza estética única, e isso é o verdadeiro ponto positivo do filme. Visualmente belo e extremamente bem feito.