Belos enquadramentos, trás uma mensagem simples e uma história repleta de simbolismos. Eu diria que é um filme a ser mastigado bem devagar. Mas mesmo com a duração padrão de 1h30, ele poderia ser um média metragem facilmente.
De todos do Aronofsky que assisti me foi o mais angustiante, me remexia diversas vezes assistindo. Personagens cheios de camadas, mas uma trama que periga para o melodrama, embora os dilemas de sua protagonista sejam discutíveis por horas. A volta por cima de Brendan Fraser, sem dúvida. Sadie Sink está odiável e brilhante.
Esquizofrênico e bastante extravagante. Poucos momentos pra respirar, muita música atrás da outra e um Tom Hanks mal escalado e fora do tom. Me incomoda como a cultura negra é retratada no filme em certas cenas, basicamente servem de escada para o branco e é retratada como cultura de bolha, sem reverberação na "sociedade branca". Quando são retratados em estado perpétuo de êxtase, o gospel, blues e o R&B parecem gêneros musicais desconhecidos pelas massas brancas. Uma cena onde Little Richard canta "Tutti Frutti" em um clube em Memphis dá a entender que a música só estoura na voz de Elvis, mas a canção já era um sucesso nacional antes mesmo de Elvis lança-la como single. Muitos americanos, brancos e negros já conheciam e ouviam Little Richard antes de Elvis... Como a academia adora premiar filme biográfico, não me surpreenderia se Butler levasse a estatueta pra casa. E obviamente que toda a representação negra mal trabalhada (bem como indicações negras foram esquecidas no churrasco nessa temporada do Oscar 2023) vai ser jogada para baixo do tapete, de novo. Mesmo com todo o apelo que é o Elvis, acredito que esse filme vá ser esquecido muito rapidamente.
Um dos piores que já vi do gênero. Aquele típico filme que te conta uma piada e repete-a à exaustão em cenas estupidamente longas (a conversa sobre dinheiro, a cena do jantar, os náufragos se ajeitando na ilha). Sei que os europeus são muito sérios em suas comédias e essa aqui trás reflexões sobre a condição humana na vida social (outrora em convívio, logo depois em uma situação de exílio onde cobiça, posse, poder são reavaliadas), mas não precisava se estender tanto. Enfim, um filme que tenta ser o que não é (engraçado) e se torna o que não quer (pretensioso pra caramba), além de não ser envolvente, mas muito arrastado.
"Que dádiva maravilhosa a vida" Vi uma crítica do Omelete sobre o filme dizendo que o mesmo não se aprofunda em seu contexto/ambientação (Itália fascista) e nas relações familiares, luto e outros assuntos. Me pergunto se viram o mesmo filme que eu ou se viram só os primeiros minutos, está tudo lá: desde uma história de luto até o fascismo e suas consequências ("adoro marionetes", diz certa vez Mussolini) entre adultos e crianças, mas sem pesar tanto a mão. O filme trás uma história cativante e com personagens que são a cara do del Toro, além de pisar um pouco mais fundo em temas mais delicados. Só não gosto das músicas, mas é gosto pessoal mesmo.
Me diverti horrores com esse filme, principalmente com os surtos da protagonista. No entanto, mesmo não se levando a sério, o filme arranca uma ótima performance da Mia Goth e certamente tras cenas memoráveis em seu cerne (como a discussão com a mãe, as cenas trash com as mortes, o monólogo lá no 3º ato e aquele sorriso tarja preta no final). O monólogo, inclusive, sintetiza o comportamento da protagonista, tornando uma ponte entre tensão-conclusão bem aplicada, fora o já citado desempenho da protagonista, que consegue sustentar o filme.
Há tempos não sentia essa provocação. A prepotência e o escárnio contra o pensamento atual (o choque de gerações sobre a música clássica), a baixa e a alta cultura no mundo da música estão engalfinhando-se aqui. O início do filme é bom porque por mais que os diálogos possam parecer soltos eles constroem a protagonista sem cair em didatismos (que é algo que gosto) e mostra o quão boa atriz Cate Blanchett é em sustentar todos os maneirismos de sua personagem e de fazer o texto sair de sua boca com muita naturalidade em planos longos e sem corte. Além disso, o filme ganha novos contornos na segunda metade e com mais força ainda lá pro 3º ato. Uma pena que cineastas como Todd Field demorem anos pra lançar um novo trabalho, mas certamente vale a pena a espera.
Quando não tá chorando, tá seminua, isso quando não faz os dois. E pensar que o livro que inspirou o filme nem é confiável como uma biografia... Me faz pensar em como um filme é mais facilmente digerido do que um livro e portanto, tem mais facilidade sobre construir uma memória sobre alguém. Dispensável.
A guinada final me deixou apreensivo. Realmente, não fosse Kate Winslet eu demoraria bem mais ou talvez nem conhecesse esse filme. Vale a pena. Diferentemente de "Her Smell", que também trata sobre uma pessoa autodestrutiva e sua vidas destroçada, esse aqui tem um desenvolvimento e final muito mais cativantes. Não tive como não lembrar desse filme quando terminei "To Leslie".
Realmente muito bom, mas queria que tivesse mais divulgação. É um filme que certamente vai passar batido. Acho que as irmãs poderiam ser mais bem trabalhadas (afinal o filme leva o nome da família no título, né?).
Difícil. Tem um caráter intimista para com seu público de alguma forma, mas se não estiver totalmente relaxado e pronto para 1h30 de silêncios, diálogos banais (que muito ajudam a construir suas personagens) e entrecortes destoantes, que só farão sentido mais pra frente, nem tente. De toda forma não achei o filme tudo isso que dizem, embora reconheça suas qualidades.
Filmão. Apesar do ritmo bom de assistir, a duração é um desafio e tanto, mas compensa pelas performances, roteiro e pela qualidade técnica. Também gosto do destaque crescente do personagem de Michael Clark Duncan, que poderia ser fadado a viver o mesmo papel de brutamontes sem talento e demonstra grande presença. Uma pena ter nos deixado tão cedo.
O tanto que já foi dito sobre esse filme... mas que paulada! Apesar de ser uma ficção, ele tem todos os méritos de uma história boa e humanizada. Fico surpreso em como um filme que sabe pontuar seus silêncios, se inspirou num musical. As performances estão ótimas e que Bette Davis me desculpe por isso.
Um bom romance com uma boa protagonista. Julia Roberts com sua beleza estonteante torna a experiência do filme, que envelheceu bem e não ficou datado, um primor.
Uma bela produção, que apesar do seu caráter duvidoso quanto a romantização das políticas escravagistas do período, consegue se sobrepor com uma protagonista determinada, personagens cativantes e uma trama sustentável a todo momento, o que é difícil para um filme tão longo.
Eu gosto quando o terror é usado como um fio condutor e não como uma base sólida, pois mesmo com todos os clichês esperados por esse filme, o saldo final me soou positivo. O horror surrealista se torna uma ferramenta para uma metáfora mais próxima de nossa realidade.
Tirando a peruca ridícula do Antônio Banderas, esse filme é realmente um primor. Provocante, sinistro, respeitando o vampirismo, suas implicações e dilemas de forma instigante ao telespectador.
Tenebrismo em filmes com cores é realmente fascinante e quando temperado com boas performances, trilha sonora, figurinos e técnicas de direção gostosas de ver e rever, a experiência do cinema é completa.
Muito bom. Sua narrativa é conduzida de forma exemplar e os twists deixam a experiência imperdível ao ponto de radicalizar o produto, sem alterar seu tom. Só faltou resolver um pequeno arco que não teve resolução, mas boa parte se amarra no final.
Gosto da forma como o filme conduz sua narrativa através de correlações. À princípio as cenas parecem partes soltas de um quebra-cabeça, mas depois tudo se encaixa. Essa inversão de papéis entre réu e vítima acaba sendo abordada diversas vezes ao longo do filme, que trás um bom final (achei imprevisível também).
Daria uma boa obra rodrigueana ou uma versão inovadora de Manoel Carlos com uma Helena malvada kkk Contras: a cena explícita é pra gerar hype mesmo e o filme escorrega com alguns exageros. Não sei se é comum na Europa, mas um advogado levar a vítima do crime pra casa não me parece muito natural.
Fora isso, o filme poderia ser um pouco mais curto, o tamanho habitual de 1h40 ficaria melhor.
A Menina Silenciosa
4.0 130 Assista AgoraBelos enquadramentos, trás uma mensagem simples e uma história repleta de simbolismos. Eu diria que é um filme a ser mastigado bem devagar. Mas mesmo com a duração padrão de 1h30, ele poderia ser um média metragem facilmente.
A Baleia
4.0 1,0K Assista AgoraDe todos do Aronofsky que assisti me foi o mais angustiante, me remexia diversas vezes assistindo. Personagens cheios de camadas, mas uma trama que periga para o melodrama, embora os dilemas de sua protagonista sejam discutíveis por horas. A volta por cima de Brendan Fraser, sem dúvida. Sadie Sink está odiável e brilhante.
Elvis
3.8 759Esquizofrênico e bastante extravagante. Poucos momentos pra respirar, muita música atrás da outra e um Tom Hanks mal escalado e fora do tom.
Me incomoda como a cultura negra é retratada no filme em certas cenas, basicamente servem de escada para o branco e é retratada como cultura de bolha, sem reverberação na "sociedade branca". Quando são retratados em estado perpétuo de êxtase, o gospel, blues e o R&B parecem gêneros musicais desconhecidos pelas massas brancas. Uma cena onde Little Richard canta "Tutti Frutti" em um clube em Memphis dá a entender que a música só estoura na voz de Elvis, mas a canção já era um sucesso nacional antes mesmo de Elvis lança-la como single. Muitos americanos, brancos e negros já conheciam e ouviam Little Richard antes de Elvis...
Como a academia adora premiar filme biográfico, não me surpreenderia se Butler levasse a estatueta pra casa. E obviamente que toda a representação negra mal trabalhada (bem como indicações negras foram esquecidas no churrasco nessa temporada do Oscar 2023) vai ser jogada para baixo do tapete, de novo. Mesmo com todo o apelo que é o Elvis, acredito que esse filme vá ser esquecido muito rapidamente.
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista AgoraUm dos piores que já vi do gênero. Aquele típico filme que te conta uma piada e repete-a à exaustão em cenas estupidamente longas (a conversa sobre dinheiro, a cena do jantar, os náufragos se ajeitando na ilha). Sei que os europeus são muito sérios em suas comédias e essa aqui trás reflexões sobre a condição humana na vida social (outrora em convívio, logo depois em uma situação de exílio onde cobiça, posse, poder são reavaliadas), mas não precisava se estender tanto. Enfim, um filme que tenta ser o que não é (engraçado) e se torna o que não quer (pretensioso pra caramba), além de não ser envolvente, mas muito arrastado.
Pinóquio
4.2 542 Assista Agora"Que dádiva maravilhosa a vida"
Vi uma crítica do Omelete sobre o filme dizendo que o mesmo não se aprofunda em seu contexto/ambientação (Itália fascista) e nas relações familiares, luto e outros assuntos. Me pergunto se viram o mesmo filme que eu ou se viram só os primeiros minutos, está tudo lá: desde uma história de luto até o fascismo e suas consequências ("adoro marionetes", diz certa vez Mussolini) entre adultos e crianças, mas sem pesar tanto a mão. O filme trás uma história cativante e com personagens que são a cara do del Toro, além de pisar um pouco mais fundo em temas mais delicados. Só não gosto das músicas, mas é gosto pessoal mesmo.
Pearl
3.9 992Me diverti horrores com esse filme, principalmente com os surtos da protagonista. No entanto, mesmo não se levando a sério, o filme arranca uma ótima performance da Mia Goth e certamente tras cenas memoráveis em seu cerne (como a discussão com a mãe, as cenas trash com as mortes, o monólogo lá no 3º ato e aquele sorriso tarja preta no final). O monólogo, inclusive, sintetiza o comportamento da protagonista, tornando uma ponte entre tensão-conclusão bem aplicada, fora o já citado desempenho da protagonista, que consegue sustentar o filme.
Tár
3.7 395 Assista AgoraHá tempos não sentia essa provocação. A prepotência e o escárnio contra o pensamento atual (o choque de gerações sobre a música clássica), a baixa e a alta cultura no mundo da música estão engalfinhando-se aqui.
O início do filme é bom porque por mais que os diálogos possam parecer soltos eles constroem a protagonista sem cair em didatismos (que é algo que gosto) e mostra o quão boa atriz Cate Blanchett é em sustentar todos os maneirismos de sua personagem e de fazer o texto sair de sua boca com muita naturalidade em planos longos e sem corte. Além disso, o filme ganha novos contornos na segunda metade e com mais força ainda lá pro 3º ato.
Uma pena que cineastas como Todd Field demorem anos pra lançar um novo trabalho, mas certamente vale a pena a espera.
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraO roteiro é bom, mas o desenvolvimento é muito, muito entediante... De fato: não, não olhe...
Blonde
2.6 443 Assista AgoraQuando não tá chorando, tá seminua, isso quando não faz os dois. E pensar que o livro que inspirou o filme nem é confiável como uma biografia... Me faz pensar em como um filme é mais facilmente digerido do que um livro e portanto, tem mais facilidade sobre construir uma memória sobre alguém. Dispensável.
A Sorte Grande
3.4 89 Assista AgoraA guinada final me deixou apreensivo. Realmente, não fosse Kate Winslet eu demoraria bem mais ou talvez nem conhecesse esse filme. Vale a pena. Diferentemente de "Her Smell", que também trata sobre uma pessoa autodestrutiva e sua vidas destroçada, esse aqui tem um desenvolvimento e final muito mais cativantes. Não tive como não lembrar desse filme quando terminei "To Leslie".
Os Fabelmans
4.0 389Realmente muito bom, mas queria que tivesse mais divulgação. É um filme que certamente vai passar batido. Acho que as irmãs poderiam ser mais bem trabalhadas (afinal o filme leva o nome da família no título, né?).
Aftersun
4.1 707Difícil. Tem um caráter intimista para com seu público de alguma forma, mas se não estiver totalmente relaxado e pronto para 1h30 de silêncios, diálogos banais (que muito ajudam a construir suas personagens) e entrecortes destoantes, que só farão sentido mais pra frente, nem tente. De toda forma não achei o filme tudo isso que dizem, embora reconheça suas qualidades.
Sussurros do Coração
4.3 482 Assista AgoraLindo demais e de uma sutileza gostosa de acompanhar. Com boas reflexões quando o assunto é maturidade e arte.
À Espera de Um Milagre
4.4 2,1K Assista AgoraFilmão. Apesar do ritmo bom de assistir, a duração é um desafio e tanto, mas compensa pelas performances, roteiro e pela qualidade técnica. Também gosto do destaque crescente do personagem de Michael Clark Duncan, que poderia ser fadado a viver o mesmo papel de brutamontes sem talento e demonstra grande presença. Uma pena ter nos deixado tão cedo.
O Milagre de Anne Sullivan
4.4 217 Assista AgoraO tanto que já foi dito sobre esse filme... mas que paulada! Apesar de ser uma ficção, ele tem todos os méritos de uma história boa e humanizada. Fico surpreso em como um filme que sabe pontuar seus silêncios, se inspirou num musical. As performances estão ótimas e que Bette Davis me desculpe por isso.
Uma Linda Mulher
3.8 1,6K Assista AgoraUm bom romance com uma boa protagonista. Julia Roberts com sua beleza estonteante torna a experiência do filme, que envelheceu bem e não ficou datado, um primor.
...E o Vento Levou
4.3 1,4K Assista AgoraUma bela produção, que apesar do seu caráter duvidoso quanto a romantização das políticas escravagistas do período, consegue se sobrepor com uma protagonista determinada, personagens cativantes e uma trama sustentável a todo momento, o que é difícil para um filme tão longo.
O Caminho dos Mártires
2.7 26 Assista AgoraEu gosto quando o terror é usado como um fio condutor e não como uma base sólida, pois mesmo com todos os clichês esperados por esse filme, o saldo final me soou positivo. O horror surrealista se torna uma ferramenta para uma metáfora mais próxima de nossa realidade.
Entrevista Com o Vampiro
4.1 2,2K Assista AgoraTirando a peruca ridícula do Antônio Banderas, esse filme é realmente um primor. Provocante, sinistro, respeitando o vampirismo, suas implicações e dilemas de forma instigante ao telespectador.
Drácula de Bram Stoker
4.0 1,4K Assista AgoraTenebrismo em filmes com cores é realmente fascinante e quando temperado com boas performances, trilha sonora, figurinos e técnicas de direção gostosas de ver e rever, a experiência do cinema é completa.
À Espreita do Mal
3.6 898Muito bom. Sua narrativa é conduzida de forma exemplar e os twists deixam a experiência imperdível ao ponto de radicalizar o produto, sem alterar seu tom. Só faltou resolver um pequeno arco que não teve resolução, mas boa parte se amarra no final.
Tá Todo Mundo Louco! Uma Corrida de Milhõe$
3.2 710VOCÊ
DEVERIA
TER
COMPRADO
UM
ESQUILO
As Branquelas
3.7 3,0K Assista AgoraUm ícone, mas só funciona dublado, o que explica porque esse filme é um fenômeno no Brasil e não fez sucesso ou foi esquecido em outros países
Rainha de Copas
3.8 101 Assista AgoraGosto da forma como o filme conduz sua narrativa através de correlações. À princípio as cenas parecem partes soltas de um quebra-cabeça, mas depois tudo se encaixa. Essa inversão de papéis entre réu e vítima acaba sendo abordada diversas vezes ao longo do filme, que trás um bom final (achei imprevisível também).
Daria uma boa obra rodrigueana ou uma versão inovadora de Manoel Carlos com uma Helena malvada kkk
Contras: a cena explícita é pra gerar hype mesmo e o filme escorrega com alguns exageros. Não sei se é comum na Europa, mas um advogado levar a vítima do crime pra casa não me parece muito natural.
Fora isso, o filme poderia ser um pouco mais curto, o tamanho habitual de 1h40 ficaria melhor.