Entre doses consideráveis e diárias de vinho e esfregando cada gota de tinta vermelha, Eva relembra um drama recente em uma superprodução que explora intensamente os flashbacks e uma bela fotografia. Com essa técnica adequada, o enredo não ficaria atrás: diálogos simples, que de tão poucos, resultaram na deformação de um indivíduo psicopata. Precisavam não só falar sobre Kevin, e sim, com Kevin. Em tempo, o longa-metragem é uma crônica familiar que tangencia o dilema vivido por uma mãe que não só toma a culpa para si a partir do comportamento egoísta e manipulador de seu filho, mas também aceita ser achincalhada e culpada pelas vítimas e parentes do crime que o mesmo cometeu. Podemos enxergar isso como uma forma de aliviar seu sufoco como mãe por ter renegado esse filho desde a gravidez tão conturbada e o nascimento de Kevin chegando a irritá-la a tal ponto que, ainda bebê, seus choros ensurdecedores eram amenizados ao som de britadeiras. Além disso, esta criança a afastou do mercado de trabalho e enfraqueceu suas relações com as pessoas queridas, principalmente seu marido omisso. Por conta desses fatos, esta mãe que deveria amar incondicionalmente seu filho, não o tolerava como também sentia uma tremenda mágoa de Kevin e transmitia isso sem perceber. Ele absorveu. Ela se sentiu punida. E isso tudo caminhou para desfecho quase inusitado. Atuações corretas, personagens profundos. Enredo instigante.
Impressionante a direção detalhista e simbólica de Robert Zemeckis. Tal como uma pluma, Gump sentia-se leve depois da nuvem negra que aparecera em sua vida. Belíssimo filme!
Não sei se a ideia de fazer um musical com uma história tão rica e original que é por si só a trajetória de Evita foi algo positivo...Tornou tudo muito chato, over.
Revendo este filme eu paro e penso: às vezes menos é mais. Outras, faz falta. É o caso de Frida, cinebiografia fria e superficial, pois faltaram boas cenas de drama, icônicas e simbólicas, doses de romantismo que fazem suspirar, ou até mesmo aquela coisa avassaladora que foi a relação da pintora com Diogo, e explorar o lado profissional da artista de modo que se passeasse pelos reveses de sua vida como artista. Sendo assim, há duas coisas que Salma fez muito bem em sua vida: produzir a dramédia americana Ugly Betty e interpretar Frida, papel difícil e com um texto piegas.
A tensão é explorada até o último segundo da projeção. Charlize Theron foi de uma garra e visceralidade únicas, tal como a menina prodígio Dakota Fenning e o brilhante Kevin Bacon, com um personagem forte, a ponto de estar fora si e perder o controle de tudo e pôr a perder um plano ousado, porém fraco em execução. Boa pedida para uma terça-feira de tédio.
Muito bem dirigido, um bom roteiro, mas apenas correto. Logo, as "cores de Almodóvar" continuem fortes e intensas neste filme, porém esta é uma das obras mais monótonas de sua brilhante carreira, com mais acertos que erros, certamente. Deve-se atentar para a figura fundamental de Ernesto Filho: um papel, digamos, "menor" todavia responsável pela condução da complicação e do clímax da narrativa. Além deste aspecto, destaco como um ponto positivo o fato de o cineasta colocar a figura de uma mulher levando uma vida dupla, tal como os homens que se envolveram com ela. E por conta disso, chego à seguinte conclusão: a marca de Abraços Partidos é certamente a ambivalência: Mateo era, antes do acidente, um cineasta bem sucedido e depois do ocorrido, Henry, um escritor em fim de carreira, com lapsos de memória, devastado pelas lembranças do passado; Magdalena uma mulher do lar, bem casada, decidaca ao marido e ao filho e ao mesmo tempo amante de Mateo/Henry: ora beatificada ora sensual, tal como a figura de Madalena, que padeceu e chorou por Cristo. Em ambos os papéis, sempre uma atriz, protagonista da projeção de sua vida; e, finalmente, Ernesto: um homem de negócios, pai de família, ao passo que se releva alguém controlador, possessivo e ciumento. Sendo assim, ressalvo: a sequência dos fatos é modorrenta, no entanto conduz a reflexões sobre a condição humana dentro de uma sociedade cada vez mais egoísta e com seus dramas familiares que se vêem aqui, neste longa-metragem, espelhados. Para terminar, não deixaria de destacar à menção feita a outro filme do Almodóvar "Mulheres à beira de um ataque de nervos". Uma ótima homenagem, que contempla a gradação: relacionamentos afetivos destruídos, filmes inacabados, fotos rasgadas...abraços partidos.
Uma poesia cinematográfica. Grande acerto da fotografia, figurino e maquiagem. Mas não só a parte técnica teve seu mérito; uma história alegórica muito bonita que passeia por uma temática simplista, com um leve tom de sofisticação à moda de Martin Scorsese.
A espinha dorsal deste filme é simplesmente magnífica. O casting é um dos melhores daquele ano em que fora lançado e o caminhar da narrativa instiga: é revelador. Gosto muito do trabalho de Clint Eastwood e ele sempre se supera e traz coisas boas a cada ano, com gratas surpresas, mas o roteiro é o que há de melhor junto a atuação de, principalmente Penn e Bacon.
As reminiscências e reflexões de uma vida vitoriosa, turbulenta e de uma vencedora. Meryl tirou leite de pedra em um texto fraco, direção medíocre e um saldo final tão mediano quanto quanto a técnica utilizada para fazer uma biografia que poderia ser grandiosa. Ou seja, esperava mais. Ainda assim, valeu muito a pena pelo trabalho de maquiagem e a composição de Margaret Thatcher por Meryl, que é sempre ótima e dessa vez destacou-se e brilhou mais que qualquer outro no elenco.
É um filme longe e um pouco cansativo, mas a história é envolvente e não gira somente em torno de um romance. Na verdade, acho este longa-metragem de uma linhagem que eu chamaria "cinema sociológico", apesar de acreditar que enquadrá-lo em alguma definição não seria a melhor forma de dizer o quanto ele é grandioso. Ainda assim, o fato de ter como pano de fundo uma temática histórica(leia-se a Guerra Civil), podemos enxergar diversos personagens secundários negros que no final da década de 40 ainda sofriam com a segregação no sul dos EUA sendo que o tempo da narrativa data o século XIX. Ou seja, não houve progresso algum em relação ao trato daquela figura na sociedade americana. Além disso, os costumes, os diálogos verossímeis e simplistas, com um sofisticação aliada à belíssima fotografia. Este filme é, sem dúvida, uma obra-prima.
Um documentário extraordinário. Ouso dizer que a feitura dele em si não seria tão estimada se não fosse a genialidade de Vik Muniz e seus artistas anônimos que resultou numa arte que representava todo um Brasil periférico. Mas o filme não só explora o processo criativo dos catadores de material reciclável; houve também uma preocupação em adentrar por aquelas montanhas de lixo e descobrir vidas, resgatando a emoção de um drama e a alegria de uma comédia. Do lixo veio a vida. O lixo devolveu a vida a uma mãe que perdeu um filho aos três anos de idade, a um rapaz que sonhava em ser reconhecido sim por ser catador mas também por tornar-se o presidente de uma associação que elevaria seu ofício a uma profissão reconhecida. Entre outras vidas, outras histórias e experiências também muito bonitas e relevantes para o trabalho de Vik e João Jardim. E o reconhecimento não tardou, mas foi dado a César o que era, de fato,de César. O aterro sanitário de Jardim Gramacho, em Caxias, e seus personagens são, portanto, metonímias de um país ainda miserável mas que faz dessa miséria uma arte de viver e para viver.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2KEntre doses consideráveis e diárias de vinho e esfregando cada gota de tinta vermelha, Eva relembra um drama recente em uma superprodução que explora intensamente os flashbacks e uma bela fotografia.
Com essa técnica adequada, o enredo não ficaria atrás: diálogos simples, que de tão poucos, resultaram na deformação de um indivíduo psicopata. Precisavam não só falar sobre Kevin, e sim, com Kevin.
Em tempo, o longa-metragem é uma crônica familiar que tangencia o dilema vivido por uma mãe que não só toma a culpa para si a partir do comportamento egoísta e manipulador de seu filho, mas também aceita ser achincalhada e culpada pelas vítimas e parentes do crime que o mesmo cometeu.
Podemos enxergar isso como uma forma de aliviar seu sufoco como mãe por ter renegado esse filho desde a gravidez tão conturbada e o nascimento de Kevin chegando a irritá-la a tal ponto que, ainda bebê, seus choros ensurdecedores eram amenizados ao som de britadeiras. Além disso, esta criança a afastou do mercado de trabalho e enfraqueceu suas relações com as pessoas queridas, principalmente seu marido omisso.
Por conta desses fatos, esta mãe que deveria amar incondicionalmente seu filho, não o tolerava como também sentia uma tremenda mágoa de Kevin e transmitia isso sem perceber. Ele absorveu. Ela se sentiu punida. E isso tudo caminhou para desfecho quase inusitado.
Atuações corretas, personagens profundos. Enredo instigante.
A Praia
3.2 694 Assista AgoraDicaprio ainda estava muito cru.
O Vendedor de Passados
2.7 173Aguardo ansiosamente por esta estreia. Agualusa que se prepare, porque pode ser um grandioso desastre ou um espetacular êxito.
Forrest Gump: O Contador de Histórias
4.5 3,8K Assista AgoraImpressionante a direção detalhista e simbólica de Robert Zemeckis.
Tal como uma pluma, Gump sentia-se leve depois da nuvem negra que aparecera em sua vida. Belíssimo filme!
Evita
3.2 250Não sei se a ideia de fazer um musical com uma história tão rica e original que é por si só a trajetória de Evita foi algo positivo...Tornou tudo muito chato, over.
Garçonete
3.5 217Fraco e clichê.
American Pie: O Reencontro
3.4 1,8K Assista AgoraÉ pastelão, é besteirol, mas é bom demais. Gargalhadas garantidas há mais de dez anos...
Frida
4.1 1,2K Assista AgoraRevendo este filme eu paro e penso: às vezes menos é mais. Outras, faz falta. É o caso de Frida, cinebiografia fria e superficial, pois faltaram boas cenas de drama, icônicas e simbólicas, doses de romantismo que fazem suspirar, ou até mesmo aquela coisa avassaladora que foi a relação da pintora com Diogo, e explorar o lado profissional da artista de modo que se passeasse pelos reveses de sua vida como artista.
Sendo assim, há duas coisas que Salma fez muito bem em sua vida: produzir a dramédia americana Ugly Betty e interpretar Frida, papel difícil e com um texto piegas.
Meu Amante é de Outro Mundo
2.7 42Jim Carey e Damon Wayans novinhos e magrelos, mt bom esse filme !
Sonhos no Gelo
3.0 174Comercial e cumpre a sua função de entreter.
Encurralada
3.3 259 Assista AgoraA tensão é explorada até o último segundo da projeção.
Charlize Theron foi de uma garra e visceralidade únicas, tal como a menina prodígio Dakota Fenning e o brilhante Kevin Bacon, com um personagem forte, a ponto de estar fora si e perder o controle de tudo e pôr a perder um plano ousado, porém fraco em execução.
Boa pedida para uma terça-feira de tédio.
Abraços Partidos
3.9 662Muito bem dirigido, um bom roteiro, mas apenas correto. Logo, as "cores de Almodóvar" continuem fortes e intensas neste filme, porém esta é uma das obras mais monótonas de sua brilhante carreira, com mais acertos que erros, certamente.
Deve-se atentar para a figura fundamental de Ernesto Filho: um papel, digamos, "menor" todavia responsável pela condução da complicação e do clímax da narrativa. Além deste aspecto, destaco como um ponto positivo o fato de o cineasta colocar a figura de uma mulher levando uma vida dupla, tal como os homens que se envolveram com ela.
E por conta disso, chego à seguinte conclusão: a marca de Abraços Partidos é certamente a ambivalência: Mateo era, antes do acidente, um cineasta bem sucedido e depois do ocorrido, Henry, um escritor em fim de carreira, com lapsos de memória, devastado pelas lembranças do passado; Magdalena uma mulher do lar, bem casada, decidaca ao marido e ao filho e ao mesmo tempo amante de Mateo/Henry: ora beatificada ora sensual, tal como a figura de Madalena, que padeceu e chorou por Cristo. Em ambos os papéis, sempre uma atriz, protagonista da projeção de sua vida; e, finalmente, Ernesto: um homem de negócios, pai de família, ao passo que se releva alguém controlador, possessivo e ciumento.
Sendo assim, ressalvo: a sequência dos fatos é modorrenta, no entanto conduz a reflexões sobre a condição humana dentro de uma sociedade cada vez mais egoísta e com seus dramas familiares que se vêem aqui, neste longa-metragem, espelhados.
Para terminar, não deixaria de destacar à menção feita a outro filme do Almodóvar "Mulheres à beira de um ataque de nervos". Uma ótima homenagem, que contempla a gradação: relacionamentos afetivos destruídos, filmes inacabados, fotos rasgadas...abraços partidos.
A Invenção de Hugo Cabret
4.0 3,6KUma poesia cinematográfica.
Grande acerto da fotografia, figurino e maquiagem. Mas não só a parte técnica teve seu mérito; uma história alegórica muito bonita que passeia por uma temática simplista, com um leve tom de sofisticação à moda de Martin Scorsese.
Sobre Meninos e Lobos
4.1 1,5KA espinha dorsal deste filme é simplesmente magnífica. O casting é um dos melhores daquele ano em que fora lançado e o caminhar da narrativa instiga: é revelador.
Gosto muito do trabalho de Clint Eastwood e ele sempre se supera e traz coisas boas a cada ano, com gratas surpresas, mas o roteiro é o que há de melhor junto a atuação de, principalmente Penn e Bacon.
A Dama de Ferro
3.6 1,7KAs reminiscências e reflexões de uma vida vitoriosa, turbulenta e de uma vencedora. Meryl tirou leite de pedra em um texto fraco, direção medíocre e um saldo final tão mediano quanto quanto a técnica utilizada para fazer uma biografia que poderia ser grandiosa. Ou seja, esperava mais. Ainda assim, valeu muito a pena pelo trabalho de maquiagem e a composição de Margaret Thatcher por Meryl, que é sempre ótima e dessa vez destacou-se e brilhou mais que qualquer outro no elenco.
Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças
4.3 4,7K Assista AgoraA César o que é de César. Ao Brilho Eterno de uma mente sem lembranças, o Oscar.
...E o Vento Levou
4.3 1,4KÉ um filme longe e um pouco cansativo, mas a história é envolvente e não gira somente em torno de um romance.
Na verdade, acho este longa-metragem de uma linhagem que eu chamaria "cinema sociológico", apesar de acreditar que enquadrá-lo em alguma definição não seria a melhor forma de dizer o quanto ele é grandioso. Ainda assim, o fato de ter como pano de fundo uma temática histórica(leia-se a Guerra Civil), podemos enxergar diversos personagens secundários negros que no final da década de 40 ainda sofriam com a segregação no sul dos EUA sendo que o tempo da narrativa data o século XIX. Ou seja, não houve progresso algum em relação ao trato daquela figura na sociedade americana.
Além disso, os costumes, os diálogos verossímeis e simplistas, com um sofisticação aliada à belíssima fotografia.
Este filme é, sem dúvida, uma obra-prima.
Toda Forma de Amor
4.0 1,0K Assista AgoraLindo e tocante.
Memórias Póstumas
3.5 309 Assista AgoraEsperava mais da produção. Faltou ousadia, uma boa direção... Faltou alma.
O Código Da Vinci
3.4 1,5K Assista AgoraRevelador.
Lixo Extraordinário
4.3 655Um documentário extraordinário. Ouso dizer que a feitura dele em si não seria tão estimada se não fosse a genialidade de Vik Muniz e seus artistas anônimos que resultou numa arte que representava todo um Brasil periférico.
Mas o filme não só explora o processo criativo dos catadores de material reciclável; houve também uma preocupação em adentrar por aquelas montanhas de lixo e descobrir vidas, resgatando a emoção de um drama e a alegria de uma comédia.
Do lixo veio a vida. O lixo devolveu a vida a uma mãe que perdeu um filho aos três anos de idade, a um rapaz que sonhava em ser reconhecido sim por ser catador mas também por tornar-se o presidente de uma associação que elevaria seu ofício a uma profissão reconhecida. Entre outras vidas, outras histórias e experiências também muito bonitas e relevantes para o trabalho de Vik e João Jardim.
E o reconhecimento não tardou, mas foi dado a César o que era, de fato,de César.
O aterro sanitário de Jardim Gramacho, em Caxias, e seus personagens são, portanto, metonímias de um país ainda miserável mas que faz dessa miséria uma arte de viver e para viver.
Onde Andará Dulce Veiga?
2.7 79Enredo ok. Apenas.
Os Produtores
3.3 158Divertido, porém over.
De qualquer forma arranca boas risadas e consegue prender a atenção.
Multishow Ao Vivo: Vanessa da Mata
4.4 2Excelente. Uma pena ela colocar músicas tão boas como Pirraça e Um dia, um adeus nos extras e mais lamentável ainda a demora para lançar um novo dvd.