Um filme que me parece um ensaio de outros que mais tarde serão os grandes dramas familiares. Achei bom o modo com que a história mostra que algumas escolhas parecem muito acertadas em determinados momentos da vida, mas nem sempre são
Eu gostei muito da crise que se estabelece nos 20 minutos finais desse filme (me lembrou até filmes mais sutis com discussões metafísicas, que mais tarde fazem sucesso como cinema cult), as idas e vindas da Eliza, as crises do Higgins, as discussões entre eles, uma maneira muito obtusa de ambos demonstrarem que se amam. Apesar do ritmo muito rápido e dos estereótipos (talvez esperados para a década de 30? Não sei), esse filme me ganhou pela engenhosidade do tema que propõe e que fica explícito nas cenas finais
Fiquei imaginando a emoção que não deve ter sido assistir isso nos cinemas, colorido, com cenas de ação, animadas e vivas, numa época em que quase todos os filmes eram em preto e branco
Confesso que quando comecei o filme não gostei. As falas são muito rápidas e o ritmo é muito acelerado, o que compromete o entendimento da trama e a deixa superficial. Mas então chega a cena da estreia da peça, e tudo muda. Me tocou muito, principalmente a atuação da Andrea Leeds, que faz uma personagem melancólica e amargurada, mas muito sensível e realista, que nos aproxima dela. No fim, conseguimos sentir profunda empatia por essas garotas que estão buscando (mesmo desajeitadamente) um lugar nos promissores palcos Mas é isso, o filme me ganhou mesmo foi em seu terço final
O mote desse filme me lembra muito Capitães da Areia (livro lançado, inclusive, no mesmo ano, 1937). A ideia da filmagem com uma montagem semelhante a um palco de teatro me agrada muito, é notável o quanto Wyler aproveita o mesmo cenário do começo ao fim do filme e explora todos os espaços, desde as varandas ricas lá no alto (com um simples posicionamento de câmera ele consegue contrastar a riqueza desses apartamentos com a vida marginalizada ao seu redor) até o ancoradouro do rio, onde Tommy se esconde (o que não deixa de ser uma metáfora sobre pertencer a classes baixas também). A dramaticidade fica mais evidente com as molduras que o diretor usa em cada personagem, a cena em que a Claire Trevor conta para Bogart no que sua vida se transformou é muito marcante, a luz que se sobrepõe a ela, oblíqua, forte, enquanto ela revela seu novo caminho de vida deixa a cena mais forte, sem cair em pieguismos. Um filme que dialoga com o teatro e que merecia um belo Oscar, excelente
Não entendo muito bem a ideia de que um filme que se inspira em outro precisa ser idêntico a ele. Fica parecendo que ao pensar em fazer esse filme a Nia DaCosta assinou um contrato lavrado em cartório de que o filme tinha que ser idêntico ao anterior. Enfim, disso vive a literatura e a arte, acho que se levarmos a ferro e fogo nunca mais assistiríamos filmes, leríamos livros ou ouviríamos música nenhuma
À parte isso, essa releitura tem uma narração própria e que se sustenta do começo ao fim da trama, com muito jogo de luz, contrastes incríveis e cores que ambientalizam os sustos que estão por vir e dão base aos momentos tensos da trama. Como alguém disse aí embaixo, o Candyman é praticamente um justiceiro, e essa construção é muito interessante para um terror, acho que ela soube aproveitar muito bem a ideia
Quanto ao desconexo de algumas cenas, acho que é uma característica muito forte em vários filmes de terror, não acham? Para mim é quase uma marca registrada. Não sei se vejo isso exatamente como um grande ponto negativo, não vi a proposta do filme como sendo um Midsommar ou um Hereditário. A inspiração é evidentemente em um filme trash de terror dos anos 90 - e confesso que acho esse traço do nonsense quase saudoso da minha infância
Um filme que está longe de ter se tornado datado. E se você não vê sentido em algumas das discussões e dos dilemas que existem nele, talvez o passar do tempo te apresente a alguns. Acho tocante em diversos momentos, gostei da atuação da dupla central, acho que a história é bem encadeada e faz muito sentido no tempo que o filme transcorre - embora eu tenha achado que o final soou quase como um espirro, de tão rápido. Ainda assim, continua um filme que toca em assuntos muito delicados e que usa muito bem a composição e o jogo de luz para salientar algumas discussões e inquietudes das personagens. William Wyler nunca deixou por menos, afinal. Daqui a alguns anos, espero revê-lo e revê-lo e revê-lo
P.S.: acho que é a primeira vez que me deparo com uma tradução de título tão bem feita
Um filme leve e divertido, no começo pensei que não fosse achar boa, mas a comédia dele me ganhou. Gostei da forma com que contrastam o enrijecimento da sociedade britânica com o lado mais bonachão do interior norte-americano. Além disso o filme mostra como o Charles Laughton pode fazer papéis mais relaxados e sem a pompa de vilão, um excelente ator (amei a cena da fala do Lincoln em Gettysburg)
Esse filme me deixou em crise, principalmente a primeira metade dele, trouxe uma angústia terrível e me fez chorar em alguns momentos. Por outro lado, achei a trama bem estruturada e a dupla Claudette Colbert e Louise Beavers arrebataram tudo ao redor. Fico entre achar ele espetacular e achar muito conveniente com o racismo - teria como ser ambos? Acho impossível. De todo modo, é um retrato e um documento de seu tempo. Obrigada, Louise Beavers e Claudette Colbert
Prefiro o livro da Virgínia Woolf, que leva o nome do cachorrinho - mas continuo amando a Norma Shearer (e esse Sr. Barrett é de revirar o estômago mesmo)
A direção do Frank Borzage é linda, ele tem construções imagéticas incríveis: Frederic entrando em um hospital improvisado dentro de uma igreja e a câmera filma o teto da igreja (como se fosse o próprio Frederic deitado); a alternância entre as mãos de Catherine sofrendo no hospital e as mãos fortes de Frederic remando para encontrá-la; o olhar comovente de Frederic rezando em um bar. Achei realmente linda a narrativa visual desse filme
E aquela cena em que os trabalhadores forçados cantam enquanto fazem a ferrovia? De arrepiar, fico imaginando o quanto isso deve ter acontecido com tantas e tantas pessoas (e ainda acontece)
A sutileza de retratar uma guerra apenas com o trepidar de janelas e vidros, achei lindo. E Norma Shearer está maravilhosa, além de ter uma atuação magnífica
Vou totalmente na contramão dos comentários aqui. Acho que temos aí um filme que parece o primórdio da trilogia da incomunicabilidade (do Antonioni). Um casal com dificuldade de entender as demandas e os sinais um do outro, que acaba por entrar em uma teia de mal-entendido criada por eles mesmos. Borzage novamente põe a temática da dificuldade financeira como o centro da trama (como em O sétimo céu). Pelo visto ele gosta dos conflitos de casais, de fazer analogias com os andares, com os prédios (e a dinâmica da vida dentro deles), além de criar enredos muito dramáticos e familiares (alô Woody Allen!). Acho muito inspirador e até diferente para a época. E eu achei evidentemente machista em alguns momentos, mas confesso que por vezes me pareceu proposital e com contexto dentro da história (por exemplo, a personagem de Eddie Collie parece ter uma espécie de trauma que o faz querer ser o super-homem da família - e esse parece ser seu grande problema, porque acaba comunicando tudo de forma torta e com meias verdades para sua mulher - enquanto isso, ela insiste em trabalhar porque interpreta que, para ele, é importante guardar dinheiro e não gastar com filhos. Enfim, acho que a trama é mais rica do que apenas taxativamente machista)
O único ponto que ainda me questiono é o título do filme, não entendi a conexão com a historia
Jackie Cooper conduz o filme do começo ao fim (estamos falando de uma criança de 9 anos de idade!) e, apesar do drama mais carregado (que aos olhos do século XXI parece até exagerado) conseguiu me tocar profundamente. As duas personagens centrais trabalham com uma cativante naturalidade e o roteiro tem começo, meio e fim, com bom desenvolvimento. Se você mergulhar no filme, ele te leva. Lindo
Esse é a segunda série documental do ano que assisto e tenho a mesma impressão: ouvir os outros nos leva a caminhos muito mais humanos e amplos. Compreender a história de Liz Carmichael não significa concordar com suas fraudes, mas sem dúvida abre nossos olhos sobre as seletividades sociais e judiciais que todos os grupos marginalizados passam até hoje. Fico muito feliz que essas histórias venham a tona, mal vejo a hora de assistir mais uma série documental dessas.
Além disso, a estética dessa série é muito bonita e delicada, encontraram uma solução visual muito interessante para contar as histórias que ficariam muito maçantes de outros modos
Fofo. Além disso o trio principal encontra uma sintonia incrível. P. S.: alem da atuação (que conheci em Aconteceu aquela noite) Claudette Colbert canta muito bem e domina muitas das cenas
Esse filme tinha que ser mais comentado, mais assistido, mais analisado. As camadas e as leituras que ele permite são tantas (alô filosofia!) que reduzi-lo a um curto comentário não faria jus.
Apenas: - Do ponto de vista de atuação esse filme é todo da Joan Crawford, ela traz consigo uma presença que domina todas as cenas das quais participa - e está infinitamente melhor do que (pasme) Greta Garbo; - Quantos Mr. Kringelein conhecemos em nossas vidas? Se você não conhece nenhum, com certeza você é um deles; - O assassinato me pegou de surpresa (não imaginaria um filme do início dos anos 30 com tamanha desenvoltura), mas é de uma dose de realismo de doer - estamos a quase 100 anos de distância desse filme e ele me pareceu absolutamente atual, o que me faz pensar na última fala: muitos passam por aqui, mas nada acontece afinal
Se o divórcio ainda era chocante nos anos 60, imaginem nos anos 30! Posso imaginar o quão escandaloso não foi para a sociedade da época tanto o enredo do filme quanto a cena do suposto sexo. Por mais piegas (e até bobo, ou fraco) que esse filme pareça aos nossos olhos, eu não me surpreenderia se dissessem que ele foi boicotado em muitos cinemas dos EUA no ano do seu lançamento.
Só não me agradou tanto a atuação da Norma Shearer (embora eu ache que ela faça uma Jerry mais "gente como a gente", o que não aconteceria se fosse com a Joan Crawford), mas deve ser porque acabo de assistir aos filmes mudos com a Janet Gaynor, que dá aulas de atuação sem as palavras, sem ser apelativa e sem utilizar a sua beleza para isso. Enfim, vou um pouco na contra mão, talvez, mas achei esse filme e esse tema muito - mas muito mesmo - ousados. Excelente
Quatro Filhas
3.6 2Um filme que me parece um ensaio de outros que mais tarde serão os grandes dramas familiares. Achei bom o modo com que a história mostra que algumas escolhas parecem muito acertadas em determinados momentos da vida, mas nem sempre são
Pigmalião
3.6 17 Assista AgoraEu gostei muito da crise que se estabelece nos 20 minutos finais desse filme (me lembrou até filmes mais sutis com discussões metafísicas, que mais tarde fazem sucesso como cinema cult), as idas e vindas da Eliza, as crises do Higgins, as discussões entre eles, uma maneira muito obtusa de ambos demonstrarem que se amam. Apesar do ritmo muito rápido e dos estereótipos (talvez esperados para a década de 30? Não sei), esse filme me ganhou pela engenhosidade do tema que propõe e que fica explícito nas cenas finais
As Aventuras de Robin Hood
3.7 69 Assista AgoraFiquei imaginando a emoção que não deve ter sido assistir isso nos cinemas, colorido, com cenas de ação, animadas e vivas, numa época em que quase todos os filmes eram em preto e branco
No Teatro da Vida
3.8 13Confesso que quando comecei o filme não gostei. As falas são muito rápidas e o ritmo é muito acelerado, o que compromete o entendimento da trama e a deixa superficial. Mas então chega a cena da estreia da peça, e tudo muda. Me tocou muito, principalmente a atuação da Andrea Leeds, que faz uma personagem melancólica e amargurada, mas muito sensível e realista, que nos aproxima dela. No fim, conseguimos sentir profunda empatia por essas garotas que estão buscando (mesmo desajeitadamente) um lugar nos promissores palcos
Mas é isso, o filme me ganhou mesmo foi em seu terço final
Beco Sem Saída
3.7 12O mote desse filme me lembra muito Capitães da Areia (livro lançado, inclusive, no mesmo ano, 1937). A ideia da filmagem com uma montagem semelhante a um palco de teatro me agrada muito, é notável o quanto Wyler aproveita o mesmo cenário do começo ao fim do filme e explora todos os espaços, desde as varandas ricas lá no alto (com um simples posicionamento de câmera ele consegue contrastar a riqueza desses apartamentos com a vida marginalizada ao seu redor) até o ancoradouro do rio, onde Tommy se esconde (o que não deixa de ser uma metáfora sobre pertencer a classes baixas também). A dramaticidade fica mais evidente com as molduras que o diretor usa em cada personagem, a cena em que a Claire Trevor conta para Bogart no que sua vida se transformou é muito marcante, a luz que se sobrepõe a ela, oblíqua, forte, enquanto ela revela seu novo caminho de vida deixa a cena mais forte, sem cair em pieguismos. Um filme que dialoga com o teatro e que merecia um belo Oscar, excelente
Tempo
3.1 1,1K Assista AgoraO nome do filme faz jus a ele: achei muito apressado em contar tudo, muito assunto ficou mal desenvolvido e mal explorado
A Lenda de Candyman
3.3 509 Assista AgoraNão entendo muito bem a ideia de que um filme que se inspira em outro precisa ser idêntico a ele. Fica parecendo que ao pensar em fazer esse filme a Nia DaCosta assinou um contrato lavrado em cartório de que o filme tinha que ser idêntico ao anterior. Enfim, disso vive a literatura e a arte, acho que se levarmos a ferro e fogo nunca mais assistiríamos filmes, leríamos livros ou ouviríamos música nenhuma
À parte isso, essa releitura tem uma narração própria e que se sustenta do começo ao fim da trama, com muito jogo de luz, contrastes incríveis e cores que ambientalizam os sustos que estão por vir e dão base aos momentos tensos da trama. Como alguém disse aí embaixo, o Candyman é praticamente um justiceiro, e essa construção é muito interessante para um terror, acho que ela soube aproveitar muito bem a ideia
Quanto ao desconexo de algumas cenas, acho que é uma característica muito forte em vários filmes de terror, não acham? Para mim é quase uma marca registrada. Não sei se vejo isso exatamente como um grande ponto negativo, não vi a proposta do filme como sendo um Midsommar ou um Hereditário. A inspiração é evidentemente em um filme trash de terror dos anos 90 - e confesso que acho esse traço do nonsense quase saudoso da minha infância
Excelente filme, que venham mais!
Nada a Esconder
3.6 473 Assista AgoraÉ tipo o jantar de Schrödinger
Fogo de Outono
4.0 27Um filme que está longe de ter se tornado datado. E se você não vê sentido em algumas das discussões e dos dilemas que existem nele, talvez o passar do tempo te apresente a alguns. Acho tocante em diversos momentos, gostei da atuação da dupla central, acho que a história é bem encadeada e faz muito sentido no tempo que o filme transcorre - embora eu tenha achado que o final soou quase como um espirro, de tão rápido. Ainda assim, continua um filme que toca em assuntos muito delicados e que usa muito bem a composição e o jogo de luz para salientar algumas discussões e inquietudes das personagens. William Wyler nunca deixou por menos, afinal. Daqui a alguns anos, espero revê-lo e revê-lo e revê-lo
P.S.: acho que é a primeira vez que me deparo com uma tradução de título tão bem feita
Vamos à América
4.1 3Um filme leve e divertido, no começo pensei que não fosse achar boa, mas a comédia dele me ganhou. Gostei da forma com que contrastam o enrijecimento da sociedade britânica com o lado mais bonachão do interior norte-americano. Além disso o filme mostra como o Charles Laughton pode fazer papéis mais relaxados e sem a pompa de vilão, um excelente ator (amei a cena da fala do Lincoln em Gettysburg)
Imitação da Vida
4.0 39Esse filme me deixou em crise, principalmente a primeira metade dele, trouxe uma angústia terrível e me fez chorar em alguns momentos. Por outro lado, achei a trama bem estruturada e a dupla Claudette Colbert e Louise Beavers arrebataram tudo ao redor. Fico entre achar ele espetacular e achar muito conveniente com o racismo - teria como ser ambos? Acho impossível. De todo modo, é um retrato e um documento de seu tempo. Obrigada, Louise Beavers e Claudette Colbert
A Família Barrett
3.8 3Prefiro o livro da Virgínia Woolf, que leva o nome do cachorrinho - mas continuo amando a Norma Shearer (e esse Sr. Barrett é de revirar o estômago mesmo)
Adeus às Armas
3.5 17 Assista AgoraA direção do Frank Borzage é linda, ele tem construções imagéticas incríveis: Frederic entrando em um hospital improvisado dentro de uma igreja e a câmera filma o teto da igreja (como se fosse o próprio Frederic deitado); a alternância entre as mãos de Catherine sofrendo no hospital e as mãos fortes de Frederic remando para encontrá-la; o olhar comovente de Frederic rezando em um bar. Achei realmente linda a narrativa visual desse filme
As Quatro Irmãs
3.7 22 Assista AgoraMe apaixonei pela Katherine Hepburn! E que atuação!
O Fugitivo
4.2 37E aquela cena em que os trabalhadores forçados cantam enquanto fazem a ferrovia? De arrepiar, fico imaginando o quanto isso deve ter acontecido com tantas e tantas pessoas (e ainda acontece)
O Amor Que Não Morreu
3.6 4A sutileza de retratar uma guerra apenas com o trepidar de janelas e vidros, achei lindo.
E Norma Shearer está maravilhosa, além de ter uma atuação magnífica
Depois do Casamento
3.0 12Vou totalmente na contramão dos comentários aqui. Acho que temos aí um filme que parece o primórdio da trilogia da incomunicabilidade (do Antonioni). Um casal com dificuldade de entender as demandas e os sinais um do outro, que acaba por entrar em uma teia de mal-entendido criada por eles mesmos. Borzage novamente põe a temática da dificuldade financeira como o centro da trama (como em O sétimo céu). Pelo visto ele gosta dos conflitos de casais, de fazer analogias com os andares, com os prédios (e a dinâmica da vida dentro deles), além de criar enredos muito dramáticos e familiares (alô Woody Allen!). Acho muito inspirador e até diferente para a época.
E eu achei evidentemente machista em alguns momentos, mas confesso que por vezes me pareceu proposital e com contexto dentro da história (por exemplo, a personagem de Eddie Collie parece ter uma espécie de trauma que o faz querer ser o super-homem da família - e esse parece ser seu grande problema, porque acaba comunicando tudo de forma torta e com meias verdades para sua mulher - enquanto isso, ela insiste em trabalhar porque interpreta que, para ele, é importante guardar dinheiro e não gastar com filhos. Enfim, acho que a trama é mais rica do que apenas taxativamente machista)
O único ponto que ainda me questiono é o título do filme, não entendi a conexão com a historia
O Campeão
3.9 23Jackie Cooper conduz o filme do começo ao fim (estamos falando de uma criança de 9 anos de idade!) e, apesar do drama mais carregado (que aos olhos do século XXI parece até exagerado) conseguiu me tocar profundamente. As duas personagens centrais trabalham com uma cativante naturalidade e o roteiro tem começo, meio e fim, com bom desenvolvimento. Se você mergulhar no filme, ele te leva. Lindo
The Lady and the Dale
4.2 2 Assista AgoraEsse é a segunda série documental do ano que assisto e tenho a mesma impressão: ouvir os outros nos leva a caminhos muito mais humanos e amplos. Compreender a história de Liz Carmichael não significa concordar com suas fraudes, mas sem dúvida abre nossos olhos sobre as seletividades sociais e judiciais que todos os grupos marginalizados passam até hoje. Fico muito feliz que essas histórias venham a tona, mal vejo a hora de assistir mais uma série documental dessas.
Além disso, a estética dessa série é muito bonita e delicada, encontraram uma solução visual muito interessante para contar as histórias que ficariam muito maçantes de outros modos
O Tenente Sedutor
3.7 7Fofo. Além disso o trio principal encontra uma sintonia incrível.
P. S.: alem da atuação (que conheci em Aconteceu aquela noite) Claudette Colbert canta muito bem e domina muitas das cenas
Grande Hotel
3.8 118 Assista AgoraEsse filme tinha que ser mais comentado, mais assistido, mais analisado. As camadas e as leituras que ele permite são tantas (alô filosofia!) que reduzi-lo a um curto comentário não faria jus.
Apenas:
- Do ponto de vista de atuação esse filme é todo da Joan Crawford, ela traz consigo uma presença que domina todas as cenas das quais participa - e está infinitamente melhor do que (pasme) Greta Garbo;
- Quantos Mr. Kringelein conhecemos em nossas vidas? Se você não conhece nenhum, com certeza você é um deles;
- O assassinato me pegou de surpresa (não imaginaria um filme do início dos anos 30 com tamanha desenvoltura), mas é de uma dose de realismo de doer - estamos a quase 100 anos de distância desse filme e ele me pareceu absolutamente atual, o que me faz pensar na última fala: muitos passam por aqui, mas nada acontece afinal
Melodia da Broadway
2.9 48Bessie Love carregou esse filme sozinha, acho que é a única que está realmente bem, particularmente nas poucas cenas que fez sozinha
A Divorciada
3.6 20Se o divórcio ainda era chocante nos anos 60, imaginem nos anos 30!
Posso imaginar o quão escandaloso não foi para a sociedade da época tanto o enredo do filme quanto a cena do suposto sexo.
Por mais piegas (e até bobo, ou fraco) que esse filme pareça aos nossos olhos, eu não me surpreenderia se dissessem que ele foi boicotado em muitos cinemas dos EUA no ano do seu lançamento.
Só não me agradou tanto a atuação da Norma Shearer (embora eu ache que ela faça uma Jerry mais "gente como a gente", o que não aconteceria se fosse com a Joan Crawford), mas deve ser porque acabo de assistir aos filmes mudos com a Janet Gaynor, que dá aulas de atuação sem as palavras, sem ser apelativa e sem utilizar a sua beleza para isso. Enfim, vou um pouco na contra mão, talvez, mas achei esse filme e esse tema muito - mas muito mesmo - ousados. Excelente
Luca
4.1 770Aquela leve lembrança de Ponyo