A enrolação no início é típica dos filmes do Luccas. Também típica é usar outra trama como "inspiração". Já tivemos Esqueceram de Mim, High School Musical, Pequenos Espiões e, agora, Jumanji. Outro padrão aqui é que o roteiro parece improvisado, escrito enquanto se explora determinada locação. Foi assim no de Natal, Netoland, Mapa do Tesouro. Luccas Neto entrou no Zoológico e foi improvisando o roteiro com elementos do cenário, o que é problemático por si só. Foge do clichê da dupla de vilões Líder e capanga burro mas, em contrário, nos entrega um quarteto com um
O filme de Deanna Durbin com a quarta pior nota no IMDB, e realmente está (pelo menos de memória), para mim, entre os quatro piores protagonizados pela atriz (é ligeiramente melhor que Vivo Para Cantar). Embora Christmas Holiday, lançado um anos depois, seja comumente citado como o primeiro filme sério da atriz (e o foi), aqui temos uma produção que preliminarmente possuiria essa caráter mais sério, algo que, se não me engano, era o próprio desejo da atriz, inclusive sob a batuta de Jean Renoir. Entretanto, após a saida do diretor e inúmeras mudanças de roteiro, foram adicionados números musicais e, acredito, mais humor. O humor funciona, como na maioria dos filmes da atriz, mesmo que descaracterize a proposta original. Já os números musicais realmente destoam. Acho que esse é um dos que menos gosto das músicas, e elas soam como se estivessem ali apenas por ter Deanna Durbin no filme, sendo obrigatório que devamos ouvi-la cantar. Pelo menos acaba fugindo da trama padrão em que ela tenta ganhar algo na vida através da música, sendo a música subjugada para segundo plano... hum, talvez não tenha sido tão má ideia assim. E, para completar minhas recorrentes contradições no presente comentário,
a decisão de trazer o bebê e o capitão de volta enfraquece o impacto narrativo que a morte de um dos bebês teria, escancara que é realmente um filme da Deanna, sem a seriedade e o drama, e, mesmo assim, acho que a volta do capitão do absoluto nada o melhor momento do filme, pelo humor utilizado, pela reviravolta inesperada.
"This is the end My only friend, the end..." O filme tem uma energia caótica, distópica, quase surreal, que vai ficando a cada momento mais insana, ainda mais se considerarmos que se trata de uma guerra que realmente aconteceu. E, nesse ponto, o filme é interessante por mostrar os possíveis motivos que levaram à derrota estadounidense naquela guerra, entre eles a pouca seriedade no conflito, quase como se entrassem de "salto alto", enquanto isso acabaca por gerar desorganização, brutalidade e decisões questionáveis dos membros do escopo militar americano. E, ao longo do trajeto do protagonista pelas selvas vietnamitas, somos bombardeados (com o perdão do trocadilho) por todas essas insanidades e desorganização, imperdoáveis e que cobraram seu preço na derrota dos Estados Unidos. Já em relação às cenas de guerra em si, como motor de ação narrativa, elas não decepcionam no geral, embora não tenha nenhuma batalha realmente marcante. Temos a presença obrigatória de uma trilha sonora muito boa, como é padrão em todo santo filme que retrata a guerra do Vietnã (impressionante como sempre toca pelo menos uma música do Creedence Clearwater Revival nesses filmes). Tenho algumas ressalvas com o protagonista (na maior parte do tempo ele é uma concha vazia, mero espectador, para nos mostrar, como espectadores também, a loucura daquela guerra), mas o maior problema para mim é mesmo o terceiro ato.
Muita expectativa é criada em torno do personagem do Marlon Brando, inclusive por ser interpretado pelo Marlon Brando, mas o terceiro ato é, não tem outra palavra, broxante. Um clichê de vez em quando cai bem, é talvez um final mais catártico ou épico poderia ser bem melhor, ainda mais se considerarmos o tom mais louco que o filme vinha propondo, para, então, em seu terceiro ato, ser mais intimista, mais "cabeça" (no sentido de focar na narrativa e não na ação)
. Mas, essa é a minha visão, e não foi suficiente para estragar o filme, embora tire alguns pontos de sua nota. Nota: 8.9.
Da série "se eu não tivesse o VHS jamais saberia da existência". É um filme bem final dos anos 1980, quando os slashers vinham perdendo força e as poduções de terror tentavam emplacar a inserção de outros elementos para fugir da mesmice dos adolescentes sendo fatiados. Aqui são acrescidos elementos paranormais, o problema é o ritmo enfadonho do filme nos seus primeiros atos. Além disso, é esquecível, a ponto de eu não lembrar de vir aqui comentar, só lembrando de fazer o comentário sete meses depois (geralmente tento comentar no mesmo mês que vi o filme, de preferência na mesma semana). Nota: 6.7.
Para aquele que é considerado o primeiro filme da história a mostrar nudez de uma atriz "mainstream", é bem desconhecido. Poucos votos aqui e no IMDB. Enfim, achei suficientemente divertido. A pegada de comédia de erros já estava batida nos anos 1960, mas os atores até conseguem ter o timming certo na maior parte do tempo para fazer a produção funcionar, mesmo com o orçamento baixíssimo (evidenciado já nos pobres créditos iniciais). Nota: 7.3.
De princípio, eu tinha gostado bastante de Alien Covenant. Levei anos, mas finalmente assisti e de pronto dei 8 de 10, falando que talvez fosse melhor do que Prometheus. Entretanto, bastou um dia pensando melhor sobre o filme para perceber que ele não é tão bom assim, é repleto de falhas estruturais e pouca inventividade. De princípio gostei bastante do clima do filme, da violência, da tensão leve, da premissa inicial, inclusive a ideia do personagem que assume o peso de novo comandante, ou do drama da perda da protagonista. No geral os protagonistas desses filmes tem um trauma passado, uma perda, um acidente acontecido muitos anos atrás. Entretanto, aí reside o problema do filme. Suas boas ideias iniciais são apenas isso, ideias. A execução logo se perde durante o segundo ato. A perda recente da protagonista ou o peso do novo posto de comandante são logo esquecidos e não mais explorados. Isso se dá, também, pelo motivo de que Alien Covenant é confuso em sua premissa, sofrendo com o peso de ser uma continuação que não ser uma continuação, tentando, ao mesmo tempo, entregar o que o público quer. Pois o principal problema de Prometheus (além das falhas de roteiro) foi não entregar o Alien que o público queria, sem aparecer a criatura. Assim, era maravilhosa a ideia de que agora teríamos finalmente a volta do Alien, que não aparecia na franquia principal (desconsiderando Alien vs. Predador) desde 1997. Entretanto, como disse, o filme se perde, o Alien leva novamente uma eternidade para aparecer, embora até renda boas cenas com sua presença (a cena que os protagonistas são resgatados de volta para a nave é a melhor cena de ação do filme). Claro, o filme entrega algum fan service conectando Prometheus com Alien e justificando seu status de prequel. Só que, como disse, tudo ficou confuso. Fica clara a falta de planejamento e que esse filme foi um reboco não pensado nesse link entre os dois filmes. Tanto é que eu nem sabia disso, na minha cabeça Covenant nem tinha ligação com Pormetheus (como dá para perceber no meu comentário no filme de 2012). Inclusive, naquele comentário eu lamento o fato de que Prometheus não teve uma continuação para concluir a lacuna enorme de seu final. Bom, acontece que ele teve, só que, bizarramente, Covenant não se dá ao trabalho de responder as questões de Prometheus e, como eu disse, abandona essa ideia e foca em ser a prequel de Alien. De toda forma, ignorando esse erro bizarro de continuar sem continuar, eu gostei do clima do filme, dos cenários. Não tem um design de produção magnífico como Prometheus, mas dá para o gasto. Também gostei da forma como se liga à franquia Alien, embora isso “descanonize” Alien vs. Predador, no qual os Aliens já existem faz muito tempo. Mas a melhor parte para mim são as interações que envolvem os robôs, interpretados por Michael Fassbender. Os diálogos, questionamentos e desenvolvimentos deles são disparado a parte mais bem feita e trabalhada do filme, uma pena que se encontrem isolados em um roteiro completamente perdido. Tão perdido que comete o mesmo “erro” (entre aspas pois não considero uma ideia tão ruim, apesar da maioria das pessoas odiarem)
tão criticado pelos fãs em Alien 3, que mata os personagens do 2 sem pudores, off screen, sendo que o mesmo acontece aqui com a protagonista de Prometheus. Não sei onde os roteiristas acharam que isso seria um boa ideia. Era mais fácil fazer um recast da Naomi.
No final, acaba sendo o pior filme da franquia Alien na minha opinião (desconsiderando AVP). Nota: 7.3.
É aquela tentativa sempre frustrada de trazer o descompromisso e suspensão típicos dos anos 1980 para uma era de cinema mais realista. Acaba falhando nessa empreitada. As tomadas exageradas de ação e aventura, creio, funcionam melhor no 3D, mas acaba que não foram pensadas para quem, como é o caso da maioria aqui, assistiu o filme sem a tecnologia 3D e com isso o filme perde grande parte da graça. Repleto de conveniências (o personagem do Brendan Fraser parece sempre saber tudo, inclusive com cálculos miraculosos sobre o aumento da temperatura, etc, como se já tivesse vivido aventuras antes ao invés de ser um simples professor), o roteiro só surpreende mesmo quando
mostra que o pai do Sean morreu. Seria bem típico e clichê que ele aparecesse vivo e se jutasse à aventura
. Trás também uma coisa típica dos filmes da época, de retratarem a visão que os adultos tinham dos adolescentes, visto como chatos que não largam os celulares e videogames, sendo curioso que essa visão é abandonada em 5 minutos e o Sean logo deixa de ser um adolescente chato típico dos filmes dessa época. Achei os efeitos fracos. Talvez funcionassem na época, mas mesmo assim são aquém em relação a outras produções, inclusive de anos anteriores. Talvez o deslumbramento com o 3D disfarcesse esses efeitos. Lembro também que vi na época, no início da minha adolescência. Tinha expectativas, mas achei o filme sem graça, se bem me lembro, nem cheguei a rever na época. Nota: 6.9.
Shippo a Deanna com o Popoff, fo**-se. Casal muito melhor que com o mala do Gerard. Caramba, ela cantou em russo (num dos melhores números da Deanna), o Popoff deve ter surtado kkkkkk. Aliás, este é o quarto melhor rankeado filme da Deanna no IMDB e realmente é um dos melhores filmes protagonizados pela atriz, embora seja curioso que os filmes dela piores rankeados são os que o par romântico dela era um mala, entretanto aqui isso acontece e o filme é bem avaliado. Mas, acho que a nota alta são porque as as situações do filme, o humor e as músicas são boas, e Deanna está no auge aqui, beira o absurdo. O diretor, o filme, todos os envolvidos, todo o universo parece estar em torno da figura dela que, repito, atinge seu auge nesse filme. O uso do screen glow para fazer a atriz brilhar, bem comum na época, é bem empregado aqui. Gosto também que o filme se mantêm firme em sua proposta na mais intensa rigidez, sem ceder e sem com isso soar irreal também.
Vamos ser francos, o filme acabaria assim que Gerard escutasse Deanna cantando, algo que não era tão difícil assim de acontecer, mas só ocorre de fato na última cena do filme, extrapolando a premissa sem soar irreal ou absurdo que tal levasse tantos dias para ocorrer já que, se ocorresse, o filme acabaria. No fim, acho que o grande problema da produção foi mesmo nos útlimos dez minutos, quando desanda completamente. O comportamento do mordomo após saber do romance entre o compositor e Deanna é sem sentido, indo e voltando, e só acontece para a trama ter um clímax que, claro, como todo filme da época vai ser resolvida num passe de mágica.
O que, claro, não prejudica o filme, afinal, a experiência de assistir os filmes dessa época são, em si, mágicas. Nota: 9.2.
Uai, esse trem tava marcado como "quero ver"? Nem lembro de ter feito isso, vim aqui comentar porque comprei o DVD, assisti e aí vejo que eu tinha marcado que queria ver. Kkkkkk. Sim, coloquei seis estrelas. Isso daqui é puro suco de ruindade num nível acima do normal, trash do mais fino gosto cinematográfico, repleto de surpresas, uma imprevisibilidade caótica e de pouco sentido. Por exemplo, o filme se parece passar na Idade Média ou algo do tipo, e do absoluto nada aparece uma mulher dos tempos modernos. Qual o sentido? O castelo não é afetado pelo tempo e pessoas de diversas eras caem ali? Não sabemos, o filme não explica, simplesmente tasca uma mulher moderna no meio do caos. Ou seja, por mais que seja ruin, achei a experiência de assistir suficientemente divertida. A ideia era ser uma versão de terror de Chapeuzinho Vermelho, mas logo abandona a temática da Chapeuzinho, tomando rumos completamente avessos ao da história original. Sim, a ideia é adaptar a trama a um novo contexto e gênero, mas o faz de forma escabrosa, pouco lembrando as tramas e ideias que envolvem Chapeuzinho. Além disso, o terror é fraco. O filme é bonito visualmente, mas essa beleza afasta o clima de tensão, que não existe. Já a maquiagem é ótima para os padrões de orçamento do filme, parecendo que foi todo direcionado para isso, criando o visual interessante dos vilões. Entretanto, as atuações, trilha, direção, etc, são bem ruinzinhas (sendo bonzinho), apesar de a fotografia e as locações serem até interessantes. A verdade é que não havia trama para um longa-metragem, e o filme preenche esses espaços com cenas “vazias” e longas. Reparem como há pouco fala. Acredito que se tivessem feito um média-metragem, com 30 a 40 minutos, teria sido bem melhor. Nota: 6.1.
Instinto Selvagem é bem melhor do que eu esperava, possuindo, na minha opinião, um dos melhores roteiros originais da história do cinema. A forma como a trama de investigação é conduzida foge do óbvio na maior parte do tempo, possuindo ótima construção de clima, investigação, personagens, reviravoltas, etc, além da premissa interessante (investigador se apaixona por principal suspeita). No final, o roteiro só não é perfeito por duas falhas razoavelmente preocupantes.
Uma delas é que a Catherine Tramell deixou seu DNA espalhado por toda a cena do crime e seria facilmente enquadrada como culpada. O outro problema é a cena final. Já não gosto muito como o filme se conclui, meio abrupto, me fazendo diminuir um pouco a nota, mas, aém disso, o final ainda possui uma falha. Se era o objetivo da Catherine que outra pessoa ficasse como culpada pelo assassinato, qual o sentido dela matar o detetive Curran com o picador de gelo? Aí ficaria claro que ela era a culpada. O certo seria ela usar uma arma, alguma outra coisa, forjar um suicídio do detetive, etc. Enfim, apesar disso gosto da forma como o roteiro é encaixadinho em todos os outros aspectos, e como parece prever que vamos prever suas reviravoltas, como quando comecei a desconfiar da psicóloga, achando que a reviravolta seria que ela era a culpada, e logo então o filme já a institui como suspeita e na verdade a reviravolta acaba sendo que não temos reviravolta, é Catherine desde sempre a culpada.
A mescla de violência e sexo, dois temas tipicamente polêmicos, é feito com extrema ousadia pelo diretor, fazendo o filme marcar época e, mesmo polêmico, ser um estrondoso sucesso. O diretor é bem hábil na construção das cenas, no clima erótico, inclusive na famos cena do interrogatório, que é toda construída com zelo para ser a cena mais marcante do filme. Nota:9.4.
Esse é facilmente o mais fraquinho de uma franquia que já era fraca. E é incrível como eu vi os três filmes uns dez anos atrás e revendo agora eu não lembrei de absolutamente NADA de nenhum dos três filmes. Mesmo filmes que vi uns 15, 20 anos atrás eu sempre acabo me lembrando de um ou outro detalhe, mas nessa franquia eu não lembrei de uma mísera cena, conseguiram fazer três filmes são incrivelmente esquecíveis. Primeiro que já desanda ao não ter nada a ver com os outros dois filmes, que não tinham temática sobrenatural (a mesma coisa acontece no terceiro filme da franquia Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado). Nos comentários do primeiro e segundo filme falei que o primeiro copiava Pânico 1 e o segundo Lenda Urbana copiava Pânico 2 e 3, e questionei, então, qual filme Lenda Urbana 3 copiaria já que o material de “inspiração” (ou seja, Pânico, a fonte de onde a franquia Lenda Urbana copia) não tinha (na época) outros filmes. E, claro, eles buscaram outro lugar para copiar, pegando grande parte da trama de Prom Night 2. O filme já começa com a velha cena do evento traumático do passado, um clichê nos slashers, mas até que funciona. Entretanto, a partir daí somos bombardeados com toda a sorte de furos de roteiro. O corpo da moça, que está há quase 40 anos em um baú na escola e nunca descobriram (mesmo que uma personagem até fale que procuraram o corpo). Ou qual seria o motivo para o fantasma matar os filhos dos estupradores (ao invés dos estupradores, diga-se de passagem) nos moldes de lendas urbanas. Ou por qual motivo Mary resolveu atacar só agora, tanto tempo depois. Curioso também como, mesmo sendo dirigido por uma mulher (diretora dos Cemitérios Malditos 1 e 2, que são, conforme minha memória, ótimos filmes) temos a exploração de corpos femininos, na figura da gostosa burrinha. Aliás as duas amigas da protagonista simplesmente somem o resto do filme. Uma pena, se a Olesya Rulin aparecesse mais talvez salvasse o filme, ela tá um pitelzinho aqui. Enfim, ainda conclui com um velho clichê de outro sub-gênero do terror,
com a trama do “achar o corpo e enterrar para acalmar o espírito”, apesar de que aqui, contrariando o padrão, enterrar o corpo realmente funciona, embora, sejamos francos, seria melhor deixar o espírito cometer sua vingança contra os estupradores... apesar de que a vingança consta em matar os filhos e não os estupradores, inexplicável, como eu disse. E, no final, depois de 3 filmes longos e sofríveis, finalmente a trilogia chega à sua derradeira conclusão, afirmando que a protagonista é a Lenda Urbana, seja lá o que isso quer dizer.
É até melhor do que eu esperava, considerando ser continuação de um clássico. O primeiro e metade do segundo ato são promissores, mesclando bem humor e terror, além de conseguir instigar sobre quais serão os passos que o filme vai tomar. Os efeitos especiais tentam ser tão marcantes quanto o de 1981, aproveitando a revolução dos efeitos digitais que tomou o final da década de 1990. E, sinceramente, não são efeitos ruins para a época e devem ter funcionado bem naquele contexto. Entretanto, diferente dos efeitos práticos do filme de 1981, os desse continuação não envelheceram bem. Segue o legado da primeira parte de mesclar humor com terror, entretanto a sgunda metade de Um Lobisomem Americano em Paris desando ao apelar dmais paa o humor, exagerando no pastelão. Além disso, não gostei dos rumos que a trama tomou depois
que o protagonista se transforma em lobisomem. Na verdade, nem era tão necessário que isso ocorresse, sendo quase inútil para o segundo e terceiro atos do filme
Revi mais uma vez o filme e tenho dois adendos ao meu comentário de 3 anos atrás. Um é que o trecho envolvendo o Jabba realmente deveria ser mais enxugado. O outro é que esse filme é subvalorizado, muita gente, inclusive a crítica, não gosta, mas para mim, mesmo sendo o mais fraco da trilogia original, ele completa essa trilogia de forma excelente. Arrisco dizer que tirando a cena do "eu sou seu pai", o duelo final de Luke com Darth Vader/Imperador é o melhor momento da franquia. O plano do Imperador é quase perfeito até em seus pormenores.
Ele planejou a melhor forma de Luke ser convertido ao lado sombrio. Se pararmos para pensar, se Luke mata Palpatine ou Vader durante uma batalha, isso não seria garantia para convertê-lo ao lado sombrio. Era necessário que isso decorrese de sentimentos como raiva e frustração. Assim, se Luke mata Palpatine durante sua frustração por perder a batalha e seus amigos, durante a ira de ter caído em uma armadilha, Luke seria convertido ao lado sombrio e governaria a galáxia ao lado do seu pai. Caso Luke matasse seu pai nessas mesmas condições, sucumbiria ao lado negro e substituiria Vader como aprendiz do Imperido. Luke morrendo, as coisas continuam como estão, com o bônus de que agora sabem que Léia é uma potencial para ser convertida ao lado sombrio. Entretanto, o Imperador não contou que alguma humanidade restasse em Vader. Essa humanidade é evidente quando Luke, num assomo de fúria, tenta decapitar Palpatine, sendo que Vader usa seu sabre e bloqueia o ataque. Esse gesto de Vader é genial no subtexto da cena, pois ele o fez não para salvar o Imperador de ser decapitado, e sim para SALVAR LUKE de realizar um ato que o levaria ao lado sombrio
. Só uma mostra do quanto esse filme tem muita coisa boa, mas acaba sendo subvalorizado por conta de alguns escorregões que não aconteceram nas partes anteriores.
Obs.: O meu comentário contêm spoilers do filme Mãe!. Obs. 2: Retrato temas aqui no meu longo comentário propostos pelo filme, temas políticos e por vezes bem críticos à religião. Apenas os expus, não significa que concorde com os ideários do filme. É hilário como Pobres Criaturas é o filme mais politicamente tendencioso que já vi na minha vida e ninguém parece se dar muito conta disso. Sério, é o filme mais feminista já lançado na história e qual filme pega a fama de “lacrou”? Barbie, que é um filme que quase beira a isenção e está longe de ser uma produção feminista se comparado com Pobres Criaturas, que exala libertação feminina em TODOS os seus elementos, do micro ao macro. Isso já é notório no título. Creio que “Poor Things” se refere às mulheres, no sentido de que elas são vistas como “coisas”. E no pôster, em que o corpo da Emma Stone é bem maior, afinal, a cabeça, o cérebro da mulher “pouco importa” na visão machista que é predominante. Arrisco dizer, até, que Pobres Criaturas é como o filme Mãe!,
que adapta a Bíblia sem dizer diretamente que está adaptando a Bíblia.
A diferença é que Pobres Criaturas realiza uma adaptação distorcida de modo a evidenciar e defender o feminismo. E lá vem o comentário longo... A analogia fica óbvia quando o criador de Bella se auto-apelida de “God”. Só que, ao invés de criar Bella da costela de Adão, ele a cria a partir do corpo de outra mulher. Então temos a figura da serpente no personagem de Mark Ruffalo. Entretanto, e aqui temos outro twist com a história bíblica, ao sair do “paraíso” (a mansão de God), o filme passa a ficar colorido, abandonando o preto e branco, quase como se expusesse a ideia de que o Éden era mais uma prisão, e a libertação originada pelo fruto proibido que colorisse o mundo. Uma visão de que os prazeres, vistos como pecados nos ditames da religião, são aqui retratados positivamente. Aliás, no início eu achei que a descoberta da sexualidade de Bella no início do filme seria apenas uma breve piada, mas, na verdade, a questão sexual é um dos principais temas do filme. Liberta dos pudores impostos pelo mundo exterior, principalmente contra a sexualidade da mulher, Bella é livre para o prazer, demonstrando mais uma vez a inversão proposta pelo filme em face das idéias religiosas. Aliás, o tal do Duncan, interpretado por Mark Ruffalo, é um típico esquerdomacho, representando um dos aspectos masculinos do filme. A princípio libertário, se declarando livre dos dogmas e preconceitos sociais, logo se revela como conservador quando esses preceitos são aplicados à outras “criaturas” que não sejam os homens, exigindo que Bella se atenha às etiquetas exigidas às mulheres. Assim God é o pai, o sentimento paternalista, Duncan o esquerdomacho, Max um homem que respeita e apoia os ideários feministas, enquanto Alfie é o típico machista. E a alegoria feminista e a crítica ao machismo e ao conservadorismo fica evidente na figura de Alfie, abusivo e, ora vejam, membro do exército. Temos ainda algumas discussões sobre pobreza e cinismo no trecho que envolve Alexandria. Acho esse trecho um pouco complicado. Bella inicialmente é retratada como alguém com indícios de que psicopatia, que não se importava muito com outras vidas, que tinha a morte e o sofrimento banalizados ante ter crescido na mansão de God, então é estranho vê-la demonstrar simpatia tão repentinamente. Mas, o trecho mais complicado realmente é aquele que trata da prostituição como forma de liberdade feminina. Sim, isso dá pano para manga e geraria um comentário imenso discutindo essa questão, sobre como explorar o corpo feminino, mesmo com a autorização da mulher, não seria um comportamento baseado na própria sociedade machista e como isso não representaria liberdade feminina apenas desespero em dispo do seu corpo em troca de dinheiro e blá blá blá, então melhor não entrar muito nesse mérito não. Acho que vou apenas comentar sobre a cafetina, em que poderia ser problemático, afinal, trata-se de uma mulher explorando o corpo de outras em troca de dinheiro, aí arrumam claramente um pretexto para não “ficar feio” e colocam que a cafetina faz aquilo para poder criar aquele bebê (não lembro se era neto dela ou parente ou algo assim). A estética surrealista é interessante, no estilo de Desventuras em Série, em que parece difícil identificar em que época estamos, pois alguns objetos e elementos dos cenários (como o barco que eles viajam) não existem ou existiram na vida real, talvez a forma como Bella via o mundo, sei lá. Mas, de todo o jeito, o filme possui em sua maioria elementos do final do século XIX, condizente, inclusive, com o contexto de discussão feminista. Entretanto, minha maior decepção fica mesmo com o diretor. Vi dois filmes dele (Sacrifício do Cervo Sagrado e Dente Canino) e os dois tinham como principal característica uma atmosfera incrivelmente sufocante, com a estranheza quase palpável, uma estranheza não apelativa, não bizarra, apenas estranha, mas sólida. Os dois filmes do diretor que já vi são desconfortabilíssimos e quando fui ver Pobres Criaturas eu estava já aguardando receber essa sensação (aliada com a fotografia dessaturada dos outros filmes do diretor), então foi um pouco decepcionante não ver a marca de Yorgos na produção. Seria como ir assistir um filme do Shyamalan e não ter uma reviravolta no final, ou um filme de Tarantino sem grandes diálogos. Por mais que a direção seja boa, esteja acertada, a ausência da marca do diretor acaba pesando. Também achei a atuação de Willem Dafoe mais marcante que a do Mark Ruffalo ou da do Robert Downey Junior, na minha opinião ele merecia mais uma indicação. Apesar de,
no final, seu personagem seguir o velho (e estranhamente pouco comentado) clichê e morrer de câncer, embora fuja um pouco do clichê ao não se usar essa morte como motor do clímax
. Enfim, isso está sendo estranhamente pouco comentado, mas, como disse, esse é, provavelmente, mesmo tendo sido dirigido por um homem, o filme mais feminista, em matéria de conteúdo, da história. Nota: 9.0.
A premissa aqui é tentar focar mais nos EVPs, mas acaba sendo um filme de espíritos padrão mesmo. Constrói bem algumas cenas de tensão, mas é bem previsível. A cena incial, por exemplo, é óbvia. Até tenta ter um tom mais artístico, mais intimista, mas é um filme padrãozão mesmo em sua essência. Ainda tem um gancho para possível continuação que achei meio ridículo e desnecessário. Nota: 6.7.
Comentário no Filmow é surto mesmo kkkkkkk. Tem uns filmes horrendos de chatos que a galera gosta, aí no Oppenheimer tá atolado de comentário taxando o filme de chato. Acho que ele acabou se direcionando a um público que não era o dele. Mas, sinceramente, para o padrão de “cinebiografia Oscar”, Oppenheimer está longe de ser chato, tem bastante ritmo, boas falas, etc, para um filme de cinebiografia sobre algo quase puramente científico, digo quase porque também envolveu questões políticas em face da Segunda Guerra. E, sinceramente, sempre acho que o Oscar premia como melhor filme filmes medianos ou bons e dificilmente um filme realmente ótimo (na minha opinião) ganha. Oppenheimer foi o primeiro filme desde Onde Os Fracos Não Têm Vez que eu concordei razoavelmente com a premiação, embora eu tenha gostado mais de Pobres Criaturas rs. Sinceramente, se for olhar todos os prêmios de 2000 para cá o Oscar só premiou como “melhor filme” filmes que eu considero ótimos 3 vezes (Oppenheimer, Senhor dos Anéis 3 e Onde Os Fracos Não Têm Vez). Deve ser por isso que metade dos meus comentários é reclamando do prêmio kkkkkkkk. E até as duas horas de produção estava achando o filme excelente mas, após isso, ele deu uma queda na minha análise. A parte do processo contra o Oppenheimer achei excessiva, poderia ter sido enxugada. Não que tenha ficado chato, em nenhum momento achei chato, apenas expositiva e repetitiva. Também achei péssima a ideia de concentrar essa parte na última hora de produção e as partes sobre a bomba nos dois primeiros atos. Teria sido muito mais interessante e passível de ser condensado se as cenas do “tribunal” fossem inseridas durante os eventos sobre a construção da bomba. E o Oscar vai lá e premia esse treco com a estatueta de “melhor edição”. Aaaaaargh. Também achei esquisito o prêmio de melhor fotografia. É bonita, é verdade, mas a insistência em mudar o aspect ratio a todo momento me incomodou. Bizarro (mas previsível) também foi o Oscar para melhor ator para Robert Downey Junior para a performance apagada e sem graça dele. Não sei que surto coletivo foi esse, mas não vi (e ninguém aqui em casa também viu) nada de demais na atuação dele. Não que seja ruim, apenas que o personagem dele não inferi a necessidade de uma atuação marcante, é um personagem que fica basicamente no mesmo ambiente sem nenhum arco dramático ou cena fantástica que justifique a babação que foi em cima da atuação de um personagem sem grandes exigências. Lado outro, a atuação de Cillian Murphy é histórica, arrisco dizer, uma das melhores de todos os tempos, entregando e deixando mais interessante um personagem que, nas mãos de outro ator, talvez não ficasse tão marcante assim. Compondo Oppenheimer como uma pessoa inteligente, mas sem soar nerd ou esquisito. Uma pessoa que constrói uma bomba e tem uma amante e mesmo assim tem princípios. As escolhas de expressões, o modo de andar e se portar nas cenas, tudo gera uma composição que faz jus ao status de protagonista e ao recebimento da estatueta. Responsável, também, ele é por compor o sublime take final, um dos melhores do cinema. Inclusive estava escrevendo este comentário antes da premiação e ele começaria com a frase “TRAGAM UM OSCAR PARA CILLIAN MURPHY”, mas como a cerimônica já passou. Aliás, Nolan está se especializando em entregar takes finais maravilhosos. Cavaleiro das Trevas, Cavaleiro das Trevas Ressurge, A Origem, Amnésia... Aliás, não vou dizer que este daqui foi o melhor trabalho do diretor (Acho A Origem, Cavaleiro das Trevas, Amnésia e Tenet melhores), mas é ótimo que finalmente ele tenha recebido, FINALMENTE, sua primeira estatueta. Já sobre a trilha, achei ela intrusiva em alguns momentos, não sei se realmente merecia ganhar nessa categoria também. A história é suficientemente interessante se levarmos em conta que se tratou de eventos reais, embora, na verdade, eu não cheguei a pesquisar a fundo o que é fictício e o que não é. Enfim, ótimo filme do Christopher Nolan, que finalmente o permitiu receber sua estatueta, embora para mim o grande nome dessa produção seja mesmo o Cillian Murphy. Nota: 9.1.
A produção é bonita e os shows musicais também são bons. Lá para o meio do filme percebi que estava assistindo um remake de Rival Sublime, lançado dez anos antes. Sim, Hollywood fazia muitos remakes nessa época, isso não é uma coisa atual. Inclusive Musetta's Waltz como música do clímax também é usada aqui. Gosto da Jane Powell, embora esse daqui seja um dos que vi com ela que menos gostei. Aliás, é o segundo filme que vejo com a atriz que tem um "par romântico" dela com um cara adulto enquanto ela é menor de idade, mas nesse filme daqui pelo menos o romance não é levado a sério. Enfim, gosto mais da versão com a Deanna. Era mais "enxugada", esse segunda versão fica meio repetitiva, apesar de ter a atualização com os temas latinos, como a presença de Carmen Miranda, algo bem típico dos musicais do final dos anos 1940. Nota: 7.7.
O filme de Deanna Durbin com a terceira pior nota no IMDB. E, de memória, realmente é um dos mais fraquinhos protagonizados por ela. Creio que a nota mais baixa seja pelo mesmo motivo da nota de Laços Eternos e de Um Sonho Desfeito. O par romântico de Deanna nesses filmes é bem ruinzinho, e o mesmo acontece aqui. Se em Sonho Desfeito o par romântico é um político corrupto, o de Laços Eternos é um libriano mais indeciso que o normal, aqui o par romântico é simplesmente um grosso, e a paixão entre os dois surge meio do nada. Além disso, este daqui é o filme de Deanna que eu menos gostei das músicas. Só Can't Help Singing é boa. Por outro lado o humor funciona. Também é ótimo ver Deanna a cores finalmente (a única vez que isso aconteceria, infelizmente), em um filme que realmente é beneficiado pelas cores. Querendo ou não os filmes posteriores com Deanna eram mais focados no romance ou na comédia e não faria muita diferença seerm coloridos, sendo que esse daqui é o mais justificável dos filmes protagonizados por ela. Talvez Um Sonho Desfeito também fosse interessante ser colorido. Enfim, o final é meio abrupto. Tá certo que o padrão em Hollywood nessa época era terminar os filmes no clímax, sem uma cena de conclusão, mas aqui as coisas se resolvem num nível abrupto até demais. Nota: 7.7.
Mano, que delírio coletivo BIZARROOOOO é esse do pessoal reclamando que o filme é em inglês????????? Kkkkkk, surto total. Queriam o que? Gladiador falado em latim (ou sei lá que língua falavam naquela época)? 300 e Tróia em grego antigo? Ligações Perigosas em francês? A Vida de Galileo em italiano? Star Wars, Senhor dos Anéis, todo mundo fala em inglês. E a lista vai ad eternum. Sério, é quase impossível pensar o contrário, em um filme feito nos EUA que eles fizeram na linguagem originária. A regra é os filmes, independente de onde se passam, serem falados em inglês, oras. É assim durante os mais de 100 anos de cinema e só agora o povo percebeu e começou a reclamar, delírio coletivo total kkkkkkkkkkkkk. Enfim, Ferrari é aquele típico filme feito para “papar” Oscar, lançado às vésperas da premiação. Como costumo falar, são vários os exemplos desses filmes bons e medianos mas que são de gêneros que estão no estilo Oscar e que por isso concorrem todos os anos, enquanto filmes de gêneros como ação, terror, aventura tem que ser ABSOLUTAMENTE EXCELENTES para, se der sorte, concorrem aos prêmios. Assim, Ferrari é aquele filme que foi injustiçado pelo Oscar, deveria ter concorrido em minha opinião pois preenche os critérios que não concordo, mas, se tivesse concorrido, eu apareceria aqui reclamando por ele estar concorrendo. Contraditório? Sim. E não vai ser a única vez que vou soar contraditório nesse comentário. A produção é impecável, as atuações também, assim como os demais quesitos. Não ter concorrido à fotografia foi um pecado em minha opinião. A reconstrução da época e dos carros é perfeita. Só não entendi o motivo de terem chamado o Adam Driver para atuar como Ferrari mais velho, sendo obrigados a maquiá-lo durante todo o filme. Quando o vi no início da produção, com a maquiagem de mais velho, achei que o filme se passaria com flashbacks e o Adam Driver interpretando o Ferrari mais moço, mas não, o filme se passa em um período de tempo curto (um ano ou dois, creio) com um Ferrari na casa dos 50 anos, ou seja, Adam Driver passa o filme todo maquiado, ao invés de contratarem um ator mais velho. Pelo menos ele entrega uma boa atuação.
Agora, a cena da corrida da mille miglia é ótima, retratando o quão insana era uma ideia de uma corrida gigantesca, durando um dia inteiro, percorrendo estradas sem a menor infraestrutura para suportar as potentes máquinas automobilísticas. O resultado foi o acidente que matou várias pessoas e deu causa ao fim da mille miglia. E nesse acidente que reside minha segunda contradição. A cena em questão é a melhor e com certeza a mais marcante do filme, pela forma como foi filmada, pelo contexto, pela brutalidade. Entretanto, ela possui um tom completamente destoante do resto da produção, exatamente pela brutalidade, pelo gore, lançando morte de crianças e partes de corpos espalhados pela via, matando também nosso simpático personagem coadjuvante. E é esse tom destoante que faz a cena soar apelativa e fora do padrão do resto do filme, quase como se fosse incluída apenas pelo choque mesmo. E, vejam bem, nunca fui uma pessoa anti gore e anti filmes apelativos, exploitations e etc. Se o diretor quiser apelar para subterfúgios chocantes, tem todo meu apoio. Mas, Herschell Gordon Lewis, Joe D’Amato, Ruggero Deodato, Loyd Kaufman, os filmes de canibais, etc, soam muito mais honestos quando colocam apelação para nudez e violência do que este filme Ferrari quando faz a mesma coisa. Dito isso, ao mesmo tempo que digo que foi uma cena com o intuito de apelar e fica fora do tom do resto da produção, tenho que também concordar que eu jamais a retiraria do filme, pois, como disse é a melhor cena da projeção. Cabe também ressaltar que a brutalidade ali vista foi condizente com o acontecido na realidade, portanto dá até para passar pano para ter, do nada, uma pessoa partida ao meio na tela (embora eu pesquisei e não sei exatamente se foi o piloto ou co-piloto que deve este malfadado destino), embora, claro, discutível se necessário mostrar ou não isso on screen. Ademais, algumas situações não foram exatamente a que aconteceu na realidade. A questão do bastardo, por exemplo. Ferrari não poderia assumi-lo de nenhuma forma, visto que o divórcio era proibido na Itália até a década de 1970, se não me engano.
Aliás, qual é o problema dessa pessoal que inspiram cinebiografias? TODOS são adúlteros, não tem um que salva. Parece que é só o sujeito ser famoso que ele já se sente seguro suficiente para arrumar um trilhão de amantes. É por isso que, por mais que eu seja monogâmico, eu defendo o poliamor, parece ser da natureza de grande parte da humanidade. Cabe comentar também que o Adam Driver foi subestimado pelas premiações, pois a atuação dele aqui é impecável. Outro ponto interessante também eram de baixissíma segurança essas corridas. Fui pesquisar alguns dos pilotos e quase todos morreram em acidentes, ser piloto era para loucos. Enfim, é um filme que entrega aquilo que promete, e de grande destaque para mim ficou o visual estonteante do filme e a cena da mille miglia. Achei a direção bem acertada também, se fossem mais candidatos talvez o Michael Mann merecesse uma indicação. Nota: 7.7
Cubo popularizou (não sei se foi o primeiro) o gênero de filmes de armadilha, em que personagens acordam em um lugar e tem que lidar com arapucas mortais. Aqui temos um filme de orçamento bem baixo, mas que disfarça isso dando a impressão que estamos vendo várias salas diferentes quando provavelmente foi todo gravado em uma sala só. Curioso também como os personagens fogem do clichê dos filmes desse sub gênero, pois, afinal, esse é um dos primeiros exemplares dos filmes de armadilha, então não precisa fugir de clichês que ainda não tinham sido criados, a todo momento quebrando expectativas, como o personagem especialista que já morre no começo, ou o policial que parecia que seria protagonista e logo se converte em vilão. Temos também boas ideias nas armadilhas, com a matématica e a permutação, além de algumas boas mortes, mesmo que poucas. O maior problema é mesmo o final, pois não tinha como o policial alcançá-los, além do momento ridículo em que os personagens param na porta de saída e ficam batendo papo ao invés de saírem o mais rápido possível do cubo, sendo que sabiam que o cubo se move, não deveriam arriscar ficar enrolando para sair do lugar. Nota: 8.1.
Achei semelhante em matéria de estilo e tema ao outro filme que vi do diretor (O Sacrifício do Cervo Sagrado), em que são mostradas situações angustiantes e não convencionais em uma família aparentemente normal à primeira vista, tudo permeado por uma fotografia marcantemente dessaturada. Essa fotografia é algo bem marcante desse diretor, pelo menos nos filmes que eu vi. Também marcante é a forma como o diretor consegue carregar seus filmes com uma sensação incômoda de angústia durante grande parte da projeção, fazendo com que assistir a seus filmes seja extremamente desconfortável. Cabe comentar também o quanto eu considero sinopses prejudiciais no geral. Assisti ao filme sem saber nada, e é uma experiência bem diferente se eu tivesse lido a sinopse. Foi curioso como dava para perceber que havia alguma coisa errada, mas só lá pelos 20 minutos (se bem me lembro) que deu para finalmente começar a entender qual era essa coisa. Se eu tivesse lido a sinopse já saberia. O roteiro é muito bom na construção dos três filhos, em suas falas e interações, buscando sempre ser condizente com as ações com uma pessoa, infantilizada pelo contexto, teria naquela situação. O filme também conta com improváveis e divertidas referências cinematográficas (Flashdance do nada). Sobre a mãe, cabe comentar o quanto ela é submissa e controlada pelo poder do pai, a ponto de praticamente não ter o que comentar ante a sua ausência de personalidade originada do controle de seu marido. Minha única ressalva é que em um certo ponto fica meio repetitivo e cansativo, e acaba se encerrando quando começaria a melhor parte. Seria interessante ver como os filhos reagiriam ao descobrir o mundo lá fora, podendo ser o foco de um terceiro ato. E alguém aí tem alguma pista do que raios a capa significa? Parece um comprimento de onda desenhado de modo a parecer dois dentes caninos, mas por qual motivo? Nota 8.9.
“Malditos wokes deturpando nossos gêneros favoritos do cinema”, algum conservador diria, se este filme fosse lançado hoje em dia. Sério, todos os homens desse filme são toupeiras lerdas que só pensam em abusar e encaixar com as moças, não tem um que foge disso. Se fosse lançado hoje em dia... Enfim, é um new slasher divertidinho e só. Não está entre os melhores do subgênero, mas cumpre seu papel. Sim, os saudosistas dos slashers oitentistas proferiram aquelas mesmas reclamações, falta de gore, vilão que só se revela no fim, etc, mas, como já disse em outro comentário (creio que tenha sido em Cherry Falls ou Lenda Urbana), essas reclamações não procedem, pois os primeiros slashers tinham vilões que não sabíamos a identidade e também tinham grande parte do gore cortado. Aqui, não temos um gore muito explícito, mas as mortes são inventivas para serem chocantes sem mostrarem diretamente sangue e vísceras. Destaque para a morte na piscina, que entrou para as memoráveis dos new slashers. Acredito que o maior problema do filme seja mesmo ser muito mecânico, pasteurizado. Não tem nada de destaque nas atuações, na condução, não tem fotografia, trilha, não tenta construir tensão. As tramas são repletas de situações inúteis, personagens sem propósito, etc. Toda a trama do Campbell, por exemplo, não tem muito encaixe com o resto da narrativa. De positivo mesmo foi a utilização do velho clichê (falar velho clichê é redundante?) dos slashers começarem sua narrativa com um evento traumático do passado. Só que aqui esse clichê é reinventado
para ditar como todo o filme se desenrola, inclusive a ORDEM das mortes, e aqui mora o ponto genial de “Dia do Terror” (péssima tradução de título, por sinal). Vejamos... Jeremy Melton, primeiramente, tenta dançar com Shelley, que responde “nos seus sonhos”. E ela morre deitada. Depois, ele tenta dançar com Lily, que nega com cara de nojo. Ela morre caindo dentro de uma caçamba de lixo. Aí ele tenta dançar com a Paige, que fala que prefere ser cozinhada viva, e ela morre eletrocutada na piscina. Aí ele tenta dançar com a protagonista, que nega mas é gentil com ele, e por isso escapa da morte. Por fim, Dorothy o acusa falsamente de estar beijando ela à força para, no final do filme, Jeremy fazer parecer, falsamente, que Dorothy era a assassina.
É uma ótima ideia, que parece passar despercebida para quem assiste o filme (passou despercebida para mim também). Nota: 7.4.
Conhecem aquela brincadeira em que alguém começa a contar uma história por um período de tempo determinado (tipo, 2 minutos), aí depois desse tempo troca e uma próxima pessoa continua contando a história, e depois outra, e outra e outra até que volta para a primeira pessoa e ela tenta encerrar a colcha de retalhos que se originou disso tudo? Então, foi essa a impressão que tive assistindo esse filme. A todo momento ele parece que muda de diretor e roteirista, ora parecendo filme de assombração, ora de monstro, ora de assassinos, etc. E, se bem administrado, isso poderia render algo ótimo, mas aqui soa como uma salada maluca mesma, em que o filme a todo momento troca o que vinha propondo e abraça alguma outra coisa alheia à trama. Bom,
Revendo agora, 3 anos depois do meu comentário, tenho apenas um adendo a fazer. Comentei que "a captura de Luke no início e as batalhas nesse planeta Hoth não parecem ter muitas consequências narrativas ou se esforçam para ter". Bom, depois fiquei sabendo que Mark Hamill se acidentou entre Uma Nova Esperança e este filme, e ficou com cicatrizes no rosto, por isso o ataque do monstro no início do filme, para justificarem as novas cicatrizes.
Luccas Neto em: Uma Aventura no Zoológico
1.2 1A enrolação no início é típica dos filmes do Luccas. Também típica é usar outra trama como "inspiração". Já tivemos Esqueceram de Mim, High School Musical, Pequenos Espiões e, agora, Jumanji. Outro padrão aqui é que o roteiro parece improvisado, escrito enquanto se explora determinada locação. Foi assim no de Natal, Netoland, Mapa do Tesouro. Luccas Neto entrou no Zoológico e foi improvisando o roteiro com elementos do cenário, o que é problemático por si só. Foge do clichê da dupla de vilões Líder e capanga burro mas, em contrário, nos entrega um quarteto com um
arco de redenção pavoroso, sem sentido e que termina por esburacar por completo o já fraco roteiro
Nota: 4.6.
The Amazing Mrs. Holliday
3.8 1O filme de Deanna Durbin com a quarta pior nota no IMDB, e realmente está (pelo menos de memória), para mim, entre os quatro piores protagonizados pela atriz (é ligeiramente melhor que Vivo Para Cantar). Embora Christmas Holiday, lançado um anos depois, seja comumente citado como o primeiro filme sério da atriz (e o foi), aqui temos uma produção que preliminarmente possuiria essa caráter mais sério, algo que, se não me engano, era o próprio desejo da atriz, inclusive sob a batuta de Jean Renoir. Entretanto, após a saida do diretor e inúmeras mudanças de roteiro, foram adicionados números musicais e, acredito, mais humor.
O humor funciona, como na maioria dos filmes da atriz, mesmo que descaracterize a proposta original. Já os números musicais realmente destoam. Acho que esse é um dos que menos gosto das músicas, e elas soam como se estivessem ali apenas por ter Deanna Durbin no filme, sendo obrigatório que devamos ouvi-la cantar. Pelo menos acaba fugindo da trama padrão em que ela tenta ganhar algo na vida através da música, sendo a música subjugada para segundo plano... hum, talvez não tenha sido tão má ideia assim.
E, para completar minhas recorrentes contradições no presente comentário,
a decisão de trazer o bebê e o capitão de volta enfraquece o impacto narrativo que a morte de um dos bebês teria, escancara que é realmente um filme da Deanna, sem a seriedade e o drama, e, mesmo assim, acho que a volta do capitão do absoluto nada o melhor momento do filme, pelo humor utilizado, pela reviravolta inesperada.
Nota: 7.7.
Apocalypse Now
4.3 1,2K Assista Agora"This is the end
My only friend, the end..."
O filme tem uma energia caótica, distópica, quase surreal, que vai ficando a cada momento mais insana, ainda mais se considerarmos que se trata de uma guerra que realmente aconteceu.
E, nesse ponto, o filme é interessante por mostrar os possíveis motivos que levaram à derrota estadounidense naquela guerra, entre eles a pouca seriedade no conflito, quase como se entrassem de "salto alto", enquanto isso acabaca por gerar desorganização, brutalidade e decisões questionáveis dos membros do escopo militar americano. E, ao longo do trajeto do protagonista pelas selvas vietnamitas, somos bombardeados (com o perdão do trocadilho) por todas essas insanidades e desorganização, imperdoáveis e que cobraram seu preço na derrota dos Estados Unidos.
Já em relação às cenas de guerra em si, como motor de ação narrativa, elas não decepcionam no geral, embora não tenha nenhuma batalha realmente marcante. Temos a presença obrigatória de uma trilha sonora muito boa, como é padrão em todo santo filme que retrata a guerra do Vietnã (impressionante como sempre toca pelo menos uma música do Creedence Clearwater Revival nesses filmes).
Tenho algumas ressalvas com o protagonista (na maior parte do tempo ele é uma concha vazia, mero espectador, para nos mostrar, como espectadores também, a loucura daquela guerra), mas o maior problema para mim é mesmo o terceiro ato.
Muita expectativa é criada em torno do personagem do Marlon Brando, inclusive por ser interpretado pelo Marlon Brando, mas o terceiro ato é, não tem outra palavra, broxante. Um clichê de vez em quando cai bem, é talvez um final mais catártico ou épico poderia ser bem melhor, ainda mais se considerarmos o tom mais louco que o filme vinha propondo, para, então, em seu terceiro ato, ser mais intimista, mais "cabeça" (no sentido de focar na narrativa e não na ação)
Nota: 8.9.
Cassandra
3.0 3Da série "se eu não tivesse o VHS jamais saberia da existência". É um filme bem final dos anos 1980, quando os slashers vinham perdendo força e as poduções de terror tentavam emplacar a inserção de outros elementos para fugir da mesmice dos adolescentes sendo fatiados. Aqui são acrescidos elementos paranormais, o problema é o ritmo enfadonho do filme nos seus primeiros atos. Além disso, é esquecível, a ponto de eu não lembrar de vir aqui comentar, só lembrando de fazer o comentário sete meses depois (geralmente tento comentar no mesmo mês que vi o filme, de preferência na mesma semana).
Nota: 6.7.
Promessas! Promessas!
2.8 2Para aquele que é considerado o primeiro filme da história a mostrar nudez de uma atriz "mainstream", é bem desconhecido. Poucos votos aqui e no IMDB. Enfim, achei suficientemente divertido. A pegada de comédia de erros já estava batida nos anos 1960, mas os atores até conseguem ter o timming certo na maior parte do tempo para fazer a produção funcionar, mesmo com o orçamento baixíssimo (evidenciado já nos pobres créditos iniciais).
Nota: 7.3.
Alien: Covenant
3.0 1,2K Assista AgoraDe princípio, eu tinha gostado bastante de Alien Covenant. Levei anos, mas finalmente assisti e de pronto dei 8 de 10, falando que talvez fosse melhor do que Prometheus. Entretanto, bastou um dia pensando melhor sobre o filme para perceber que ele não é tão bom assim, é repleto de falhas estruturais e pouca inventividade.
De princípio gostei bastante do clima do filme, da violência, da tensão leve, da premissa inicial, inclusive a ideia do personagem que assume o peso de novo comandante, ou do drama da perda da protagonista. No geral os protagonistas desses filmes tem um trauma passado, uma perda, um acidente acontecido muitos anos atrás. Entretanto, aí reside o problema do filme. Suas boas ideias iniciais são apenas isso, ideias. A execução logo se perde durante o segundo ato. A perda recente da protagonista ou o peso do novo posto de comandante são logo esquecidos e não mais explorados. Isso se dá, também, pelo motivo de que Alien Covenant é confuso em sua premissa, sofrendo com o peso de ser uma continuação que não ser uma continuação, tentando, ao mesmo tempo, entregar o que o público quer.
Pois o principal problema de Prometheus (além das falhas de roteiro) foi não entregar o Alien que o público queria, sem aparecer a criatura. Assim, era maravilhosa a ideia de que agora teríamos finalmente a volta do Alien, que não aparecia na franquia principal (desconsiderando Alien vs. Predador) desde 1997. Entretanto, como disse, o filme se perde, o Alien leva novamente uma eternidade para aparecer, embora até renda boas cenas com sua presença (a cena que os protagonistas são resgatados de volta para a nave é a melhor cena de ação do filme). Claro, o filme entrega algum fan service conectando Prometheus com Alien e justificando seu status de prequel.
Só que, como disse, tudo ficou confuso. Fica clara a falta de planejamento e que esse filme foi um reboco não pensado nesse link entre os dois filmes. Tanto é que eu nem sabia disso, na minha cabeça Covenant nem tinha ligação com Pormetheus (como dá para perceber no meu comentário no filme de 2012).
Inclusive, naquele comentário eu lamento o fato de que Prometheus não teve uma continuação para concluir a lacuna enorme de seu final. Bom, acontece que ele teve, só que, bizarramente, Covenant não se dá ao trabalho de responder as questões de Prometheus e, como eu disse, abandona essa ideia e foca em ser a prequel de Alien.
De toda forma, ignorando esse erro bizarro de continuar sem continuar, eu gostei do clima do filme, dos cenários. Não tem um design de produção magnífico como Prometheus, mas dá para o gasto. Também gostei da forma como se liga à franquia Alien, embora isso “descanonize” Alien vs. Predador, no qual os Aliens já existem faz muito tempo.
Mas a melhor parte para mim são as interações que envolvem os robôs, interpretados por Michael Fassbender. Os diálogos, questionamentos e desenvolvimentos deles são disparado a parte mais bem feita e trabalhada do filme, uma pena que se encontrem isolados em um roteiro completamente perdido.
Tão perdido que comete o mesmo “erro” (entre aspas pois não considero uma ideia tão ruim, apesar da maioria das pessoas odiarem)
tão criticado pelos fãs em Alien 3, que mata os personagens do 2 sem pudores, off screen, sendo que o mesmo acontece aqui com a protagonista de Prometheus. Não sei onde os roteiristas acharam que isso seria um boa ideia. Era mais fácil fazer um recast da Naomi.
No final, acaba sendo o pior filme da franquia Alien na minha opinião (desconsiderando AVP).
Nota: 7.3.
Viagem ao Centro da Terra: O Filme
3.0 564 Assista AgoraÉ aquela tentativa sempre frustrada de trazer o descompromisso e suspensão típicos dos anos 1980 para uma era de cinema mais realista. Acaba falhando nessa empreitada. As tomadas exageradas de ação e aventura, creio, funcionam melhor no 3D, mas acaba que não foram pensadas para quem, como é o caso da maioria aqui, assistiu o filme sem a tecnologia 3D e com isso o filme perde grande parte da graça.
Repleto de conveniências (o personagem do Brendan Fraser parece sempre saber tudo, inclusive com cálculos miraculosos sobre o aumento da temperatura, etc, como se já tivesse vivido aventuras antes ao invés de ser um simples professor), o roteiro só surpreende mesmo quando
mostra que o pai do Sean morreu. Seria bem típico e clichê que ele aparecesse vivo e se jutasse à aventura
Achei os efeitos fracos. Talvez funcionassem na época, mas mesmo assim são aquém em relação a outras produções, inclusive de anos anteriores. Talvez o deslumbramento com o 3D disfarcesse esses efeitos. Lembro também que vi na época, no início da minha adolescência. Tinha expectativas, mas achei o filme sem graça, se bem me lembro, nem cheguei a rever na época.
Nota: 6.9.
A Irmã do Mordomo
3.9 1 Assista AgoraShippo a Deanna com o Popoff, fo**-se. Casal muito melhor que com o mala do Gerard. Caramba, ela cantou em russo (num dos melhores números da Deanna), o Popoff deve ter surtado kkkkkk.
Aliás, este é o quarto melhor rankeado filme da Deanna no IMDB e realmente é um dos melhores filmes protagonizados pela atriz, embora seja curioso que os filmes dela piores rankeados são os que o par romântico dela era um mala, entretanto aqui isso acontece e o filme é bem avaliado. Mas, acho que a nota alta são porque as as situações do filme, o humor e as músicas são boas, e Deanna está no auge aqui, beira o absurdo. O diretor, o filme, todos os envolvidos, todo o universo parece estar em torno da figura dela que, repito, atinge seu auge nesse filme. O uso do screen glow para fazer a atriz brilhar, bem comum na época, é bem empregado aqui.
Gosto também que o filme se mantêm firme em sua proposta na mais intensa rigidez, sem ceder e sem com isso soar irreal também.
Vamos ser francos, o filme acabaria assim que Gerard escutasse Deanna cantando, algo que não era tão difícil assim de acontecer, mas só ocorre de fato na última cena do filme, extrapolando a premissa sem soar irreal ou absurdo que tal levasse tantos dias para ocorrer já que, se ocorresse, o filme acabaria. No fim, acho que o grande problema da produção foi mesmo nos útlimos dez minutos, quando desanda completamente. O comportamento do mordomo após saber do romance entre o compositor e Deanna é sem sentido, indo e voltando, e só acontece para a trama ter um clímax que, claro, como todo filme da época vai ser resolvida num passe de mágica.
O que, claro, não prejudica o filme, afinal, a experiência de assistir os filmes dessa época são, em si, mágicas.
Nota: 9.2.
Chapeuzinho Vermelho no Castelo das Trevas
1.1 22 Assista AgoraUai, esse trem tava marcado como "quero ver"? Nem lembro de ter feito isso, vim aqui comentar porque comprei o DVD, assisti e aí vejo que eu tinha marcado que queria ver. Kkkkkk.
Sim, coloquei seis estrelas. Isso daqui é puro suco de ruindade num nível acima do normal, trash do mais fino gosto cinematográfico, repleto de surpresas, uma imprevisibilidade caótica e de pouco sentido. Por exemplo, o filme se parece passar na Idade Média ou algo do tipo, e do absoluto nada aparece uma mulher dos tempos modernos. Qual o sentido? O castelo não é afetado pelo tempo e pessoas de diversas eras caem ali? Não sabemos, o filme não explica, simplesmente tasca uma mulher moderna no meio do caos. Ou seja, por mais que seja ruin, achei a experiência de assistir suficientemente divertida.
A ideia era ser uma versão de terror de Chapeuzinho Vermelho, mas logo abandona a temática da Chapeuzinho, tomando rumos completamente avessos ao da história original. Sim, a ideia é adaptar a trama a um novo contexto e gênero, mas o faz de forma escabrosa, pouco lembrando as tramas e ideias que envolvem Chapeuzinho. Além disso, o terror é fraco. O filme é bonito visualmente, mas essa beleza afasta o clima de tensão, que não existe.
Já a maquiagem é ótima para os padrões de orçamento do filme, parecendo que foi todo direcionado para isso, criando o visual interessante dos vilões. Entretanto, as atuações, trilha, direção, etc, são bem ruinzinhas (sendo bonzinho), apesar de a fotografia e as locações serem até interessantes.
A verdade é que não havia trama para um longa-metragem, e o filme preenche esses espaços com cenas “vazias” e longas. Reparem como há pouco fala. Acredito que se tivessem feito um média-metragem, com 30 a 40 minutos, teria sido bem melhor.
Nota: 6.1.
Instinto Selvagem
3.6 555 Assista AgoraInstinto Selvagem é bem melhor do que eu esperava, possuindo, na minha opinião, um dos melhores roteiros originais da história do cinema. A forma como a trama de investigação é conduzida foge do óbvio na maior parte do tempo, possuindo ótima construção de clima, investigação, personagens, reviravoltas, etc, além da premissa interessante (investigador se apaixona por principal suspeita). No final, o roteiro só não é perfeito por duas falhas razoavelmente preocupantes.
Uma delas é que a Catherine Tramell deixou seu DNA espalhado por toda a cena do crime e seria facilmente enquadrada como culpada. O outro problema é a cena final. Já não gosto muito como o filme se conclui, meio abrupto, me fazendo diminuir um pouco a nota, mas, aém disso, o final ainda possui uma falha. Se era o objetivo da Catherine que outra pessoa ficasse como culpada pelo assassinato, qual o sentido dela matar o detetive Curran com o picador de gelo? Aí ficaria claro que ela era a culpada. O certo seria ela usar uma arma, alguma outra coisa, forjar um suicídio do detetive, etc. Enfim, apesar disso gosto da forma como o roteiro é encaixadinho em todos os outros aspectos, e como parece prever que vamos prever suas reviravoltas, como quando comecei a desconfiar da psicóloga, achando que a reviravolta seria que ela era a culpada, e logo então o filme já a institui como suspeita e na verdade a reviravolta acaba sendo que não temos reviravolta, é Catherine desde sempre a culpada.
A mescla de violência e sexo, dois temas tipicamente polêmicos, é feito com extrema ousadia pelo diretor, fazendo o filme marcar época e, mesmo polêmico, ser um estrondoso sucesso. O diretor é bem hábil na construção das cenas, no clima erótico, inclusive na famos cena do interrogatório, que é toda construída com zelo para ser a cena mais marcante do filme.
Nota:9.4.
Lenda Urbana 3: A Vingança de Mary
2.1 260 Assista AgoraEsse é facilmente o mais fraquinho de uma franquia que já era fraca. E é incrível como eu vi os três filmes uns dez anos atrás e revendo agora eu não lembrei de absolutamente NADA de nenhum dos três filmes. Mesmo filmes que vi uns 15, 20 anos atrás eu sempre acabo me lembrando de um ou outro detalhe, mas nessa franquia eu não lembrei de uma mísera cena, conseguiram fazer três filmes são incrivelmente esquecíveis.
Primeiro que já desanda ao não ter nada a ver com os outros dois filmes, que não tinham temática sobrenatural (a mesma coisa acontece no terceiro filme da franquia Eu Sei O Que Vocês Fizeram No Verão Passado). Nos comentários do primeiro e segundo filme falei que o primeiro copiava Pânico 1 e o segundo Lenda Urbana copiava Pânico 2 e 3, e questionei, então, qual filme Lenda Urbana 3 copiaria já que o material de “inspiração” (ou seja, Pânico, a fonte de onde a franquia Lenda Urbana copia) não tinha (na época) outros filmes. E, claro, eles buscaram outro lugar para copiar, pegando grande parte da trama de Prom Night 2.
O filme já começa com a velha cena do evento traumático do passado, um clichê nos slashers, mas até que funciona. Entretanto, a partir daí somos bombardeados com toda a sorte de furos de roteiro. O corpo da moça, que está há quase 40 anos em um baú na escola e nunca descobriram (mesmo que uma personagem até fale que procuraram o corpo). Ou qual seria o motivo para o fantasma matar os filhos dos estupradores (ao invés dos estupradores, diga-se de passagem) nos moldes de lendas urbanas. Ou por qual motivo Mary resolveu atacar só agora, tanto tempo depois.
Curioso também como, mesmo sendo dirigido por uma mulher (diretora dos Cemitérios Malditos 1 e 2, que são, conforme minha memória, ótimos filmes) temos a exploração de corpos femininos, na figura da gostosa burrinha. Aliás as duas amigas da protagonista simplesmente somem o resto do filme. Uma pena, se a Olesya Rulin aparecesse mais talvez salvasse o filme, ela tá um pitelzinho aqui.
Enfim, ainda conclui com um velho clichê de outro sub-gênero do terror,
com a trama do “achar o corpo e enterrar para acalmar o espírito”, apesar de que aqui, contrariando o padrão, enterrar o corpo realmente funciona, embora, sejamos francos, seria melhor deixar o espírito cometer sua vingança contra os estupradores... apesar de que a vingança consta em matar os filhos e não os estupradores, inexplicável, como eu disse.
E, no final, depois de 3 filmes longos e sofríveis, finalmente a trilogia chega à sua derradeira conclusão, afirmando que a protagonista é a Lenda Urbana, seja lá o que isso quer dizer.
Nota 6.4.
Um Lobisomem Americano em Paris
3.0 275 Assista AgoraÉ até melhor do que eu esperava, considerando ser continuação de um clássico. O primeiro e metade do segundo ato são promissores, mesclando bem humor e terror, além de conseguir instigar sobre quais serão os passos que o filme vai tomar. Os efeitos especiais tentam ser tão marcantes quanto o de 1981, aproveitando a revolução dos efeitos digitais que tomou o final da década de 1990. E, sinceramente, não são efeitos ruins para a época e devem ter funcionado bem naquele contexto. Entretanto, diferente dos efeitos práticos do filme de 1981, os desse continuação não envelheceram bem. Segue o legado da primeira parte de mesclar humor com terror, entretanto a sgunda metade de Um Lobisomem Americano em Paris desando ao apelar dmais paa o humor, exagerando no pastelão. Além disso, não gostei dos rumos que a trama tomou depois
que o protagonista se transforma em lobisomem. Na verdade, nem era tão necessário que isso ocorresse, sendo quase inútil para o segundo e terceiro atos do filme
Nota 7.4.
Star Wars, Episódio VI: O Retorno do Jedi
4.3 915 Assista AgoraRevi mais uma vez o filme e tenho dois adendos ao meu comentário de 3 anos atrás. Um é que o trecho envolvendo o Jabba realmente deveria ser mais enxugado. O outro é que esse filme é subvalorizado, muita gente, inclusive a crítica, não gosta, mas para mim, mesmo sendo o mais fraco da trilogia original, ele completa essa trilogia de forma excelente. Arrisco dizer que tirando a cena do "eu sou seu pai", o duelo final de Luke com Darth Vader/Imperador é o melhor momento da franquia. O plano do Imperador é quase perfeito até em seus pormenores.
Ele planejou a melhor forma de Luke ser convertido ao lado sombrio. Se pararmos para pensar, se Luke mata Palpatine ou Vader durante uma batalha, isso não seria garantia para convertê-lo ao lado sombrio. Era necessário que isso decorrese de sentimentos como raiva e frustração. Assim, se Luke mata Palpatine durante sua frustração por perder a batalha e seus amigos, durante a ira de ter caído em uma armadilha, Luke seria convertido ao lado sombrio e governaria a galáxia ao lado do seu pai. Caso Luke matasse seu pai nessas mesmas condições, sucumbiria ao lado negro e substituiria Vader como aprendiz do Imperido. Luke morrendo, as coisas continuam como estão, com o bônus de que agora sabem que Léia é uma potencial para ser convertida ao lado sombrio. Entretanto, o Imperador não contou que alguma humanidade restasse em Vader. Essa humanidade é evidente quando Luke, num assomo de fúria, tenta decapitar Palpatine, sendo que Vader usa seu sabre e bloqueia o ataque. Esse gesto de Vader é genial no subtexto da cena, pois ele o fez não para salvar o Imperador de ser decapitado, e sim para SALVAR LUKE de realizar um ato que o levaria ao lado sombrio
Pobres Criaturas
4.1 1,2K Assista AgoraObs.: O meu comentário contêm spoilers do filme Mãe!.
Obs. 2: Retrato temas aqui no meu longo comentário propostos pelo filme, temas políticos e por vezes bem críticos à religião. Apenas os expus, não significa que concorde com os ideários do filme.
É hilário como Pobres Criaturas é o filme mais politicamente tendencioso que já vi na minha vida e ninguém parece se dar muito conta disso. Sério, é o filme mais feminista já lançado na história e qual filme pega a fama de “lacrou”? Barbie, que é um filme que quase beira a isenção e está longe de ser uma produção feminista se comparado com Pobres Criaturas, que exala libertação feminina em TODOS os seus elementos, do micro ao macro.
Isso já é notório no título. Creio que “Poor Things” se refere às mulheres, no sentido de que elas são vistas como “coisas”. E no pôster, em que o corpo da Emma Stone é bem maior, afinal, a cabeça, o cérebro da mulher “pouco importa” na visão machista que é predominante.
Arrisco dizer, até, que Pobres Criaturas é como o filme Mãe!,
que adapta a Bíblia sem dizer diretamente que está adaptando a Bíblia.
A analogia fica óbvia quando o criador de Bella se auto-apelida de “God”. Só que, ao invés de criar Bella da costela de Adão, ele a cria a partir do corpo de outra mulher. Então temos a figura da serpente no personagem de Mark Ruffalo. Entretanto, e aqui temos outro twist com a história bíblica, ao sair do “paraíso” (a mansão de God), o filme passa a ficar colorido, abandonando o preto e branco, quase como se expusesse a ideia de que o Éden era mais uma prisão, e a libertação originada pelo fruto proibido que colorisse o mundo. Uma visão de que os prazeres, vistos como pecados nos ditames da religião, são aqui retratados positivamente.
Aliás, no início eu achei que a descoberta da sexualidade de Bella no início do filme seria apenas uma breve piada, mas, na verdade, a questão sexual é um dos principais temas do filme. Liberta dos pudores impostos pelo mundo exterior, principalmente contra a sexualidade da mulher, Bella é livre para o prazer, demonstrando mais uma vez a inversão proposta pelo filme em face das idéias religiosas.
Aliás, o tal do Duncan, interpretado por Mark Ruffalo, é um típico esquerdomacho, representando um dos aspectos masculinos do filme. A princípio libertário, se declarando livre dos dogmas e preconceitos sociais, logo se revela como conservador quando esses preceitos são aplicados à outras “criaturas” que não sejam os homens, exigindo que Bella se atenha às etiquetas exigidas às mulheres.
Assim God é o pai, o sentimento paternalista, Duncan o esquerdomacho, Max um homem que respeita e apoia os ideários feministas, enquanto Alfie é o típico machista. E a alegoria feminista e a crítica ao machismo e ao conservadorismo fica evidente na figura de Alfie, abusivo e, ora vejam, membro do exército.
Temos ainda algumas discussões sobre pobreza e cinismo no trecho que envolve Alexandria. Acho esse trecho um pouco complicado. Bella inicialmente é retratada como alguém com indícios de que psicopatia, que não se importava muito com outras vidas, que tinha a morte e o sofrimento banalizados ante ter crescido na mansão de God, então é estranho vê-la demonstrar simpatia tão repentinamente.
Mas, o trecho mais complicado realmente é aquele que trata da prostituição como forma de liberdade feminina. Sim, isso dá pano para manga e geraria um comentário imenso discutindo essa questão, sobre como explorar o corpo feminino, mesmo com a autorização da mulher, não seria um comportamento baseado na própria sociedade machista e como isso não representaria liberdade feminina apenas desespero em dispo do seu corpo em troca de dinheiro e blá blá blá, então melhor não entrar muito nesse mérito não.
Acho que vou apenas comentar sobre a cafetina, em que poderia ser problemático, afinal, trata-se de uma mulher explorando o corpo de outras em troca de dinheiro, aí arrumam claramente um pretexto para não “ficar feio” e colocam que a cafetina faz aquilo para poder criar aquele bebê (não lembro se era neto dela ou parente ou algo assim).
A estética surrealista é interessante, no estilo de Desventuras em Série, em que parece difícil identificar em que época estamos, pois alguns objetos e elementos dos cenários (como o barco que eles viajam) não existem ou existiram na vida real, talvez a forma como Bella via o mundo, sei lá. Mas, de todo o jeito, o filme possui em sua maioria elementos do final do século XIX, condizente, inclusive, com o contexto de discussão feminista.
Entretanto, minha maior decepção fica mesmo com o diretor. Vi dois filmes dele (Sacrifício do Cervo Sagrado e Dente Canino) e os dois tinham como principal característica uma atmosfera incrivelmente sufocante, com a estranheza quase palpável, uma estranheza não apelativa, não bizarra, apenas estranha, mas sólida. Os dois filmes do diretor que já vi são desconfortabilíssimos e quando fui ver Pobres Criaturas eu estava já aguardando receber essa sensação (aliada com a fotografia dessaturada dos outros filmes do diretor), então foi um pouco decepcionante não ver a marca de Yorgos na produção. Seria como ir assistir um filme do Shyamalan e não ter uma reviravolta no final, ou um filme de Tarantino sem grandes diálogos. Por mais que a direção seja boa, esteja acertada, a ausência da marca do diretor acaba pesando.
Também achei a atuação de Willem Dafoe mais marcante que a do Mark Ruffalo ou da do Robert Downey Junior, na minha opinião ele merecia mais uma indicação. Apesar de,
no final, seu personagem seguir o velho (e estranhamente pouco comentado) clichê e morrer de câncer, embora fuja um pouco do clichê ao não se usar essa morte como motor do clímax
Enfim, isso está sendo estranhamente pouco comentado, mas, como disse, esse é, provavelmente, mesmo tendo sido dirigido por um homem, o filme mais feminista, em matéria de conteúdo, da história.
Nota: 9.0.
Vozes
2.9 305A premissa aqui é tentar focar mais nos EVPs, mas acaba sendo um filme de espíritos padrão mesmo. Constrói bem algumas cenas de tensão, mas é bem previsível. A cena incial, por exemplo, é óbvia. Até tenta ter um tom mais artístico, mais intimista, mas é um filme padrãozão mesmo em sua essência. Ainda tem um gancho para possível continuação que achei meio ridículo e desnecessário.
Nota: 6.7.
Oppenheimer
4.0 1,1KComentário no Filmow é surto mesmo kkkkkkk. Tem uns filmes horrendos de chatos que a galera gosta, aí no Oppenheimer tá atolado de comentário taxando o filme de chato. Acho que ele acabou se direcionando a um público que não era o dele. Mas, sinceramente, para o padrão de “cinebiografia Oscar”, Oppenheimer está longe de ser chato, tem bastante ritmo, boas falas, etc, para um filme de cinebiografia sobre algo quase puramente científico, digo quase porque também envolveu questões políticas em face da Segunda Guerra.
E, sinceramente, sempre acho que o Oscar premia como melhor filme filmes medianos ou bons e dificilmente um filme realmente ótimo (na minha opinião) ganha. Oppenheimer foi o primeiro filme desde Onde Os Fracos Não Têm Vez que eu concordei razoavelmente com a premiação, embora eu tenha gostado mais de Pobres Criaturas rs. Sinceramente, se for olhar todos os prêmios de 2000 para cá o Oscar só premiou como “melhor filme” filmes que eu considero ótimos 3 vezes (Oppenheimer, Senhor dos Anéis 3 e Onde Os Fracos Não Têm Vez). Deve ser por isso que metade dos meus comentários é reclamando do prêmio kkkkkkkk.
E até as duas horas de produção estava achando o filme excelente mas, após isso, ele deu uma queda na minha análise. A parte do processo contra o Oppenheimer achei excessiva, poderia ter sido enxugada. Não que tenha ficado chato, em nenhum momento achei chato, apenas expositiva e repetitiva. Também achei péssima a ideia de concentrar essa parte na última hora de produção e as partes sobre a bomba nos dois primeiros atos. Teria sido muito mais interessante e passível de ser condensado se as cenas do “tribunal” fossem inseridas durante os eventos sobre a construção da bomba.
E o Oscar vai lá e premia esse treco com a estatueta de “melhor edição”. Aaaaaargh.
Também achei esquisito o prêmio de melhor fotografia. É bonita, é verdade, mas a insistência em mudar o aspect ratio a todo momento me incomodou.
Bizarro (mas previsível) também foi o Oscar para melhor ator para Robert Downey Junior para a performance apagada e sem graça dele. Não sei que surto coletivo foi esse, mas não vi (e ninguém aqui em casa também viu) nada de demais na atuação dele. Não que seja ruim, apenas que o personagem dele não inferi a necessidade de uma atuação marcante, é um personagem que fica basicamente no mesmo ambiente sem nenhum arco dramático ou cena fantástica que justifique a babação que foi em cima da atuação de um personagem sem grandes exigências.
Lado outro, a atuação de Cillian Murphy é histórica, arrisco dizer, uma das melhores de todos os tempos, entregando e deixando mais interessante um personagem que, nas mãos de outro ator, talvez não ficasse tão marcante assim. Compondo Oppenheimer como uma pessoa inteligente, mas sem soar nerd ou esquisito. Uma pessoa que constrói uma bomba e tem uma amante e mesmo assim tem princípios. As escolhas de expressões, o modo de andar e se portar nas cenas, tudo gera uma composição que faz jus ao status de protagonista e ao recebimento da estatueta.
Responsável, também, ele é por compor o sublime take final, um dos melhores do cinema. Inclusive estava escrevendo este comentário antes da premiação e ele começaria com a frase “TRAGAM UM OSCAR PARA CILLIAN MURPHY”, mas como a cerimônica já passou. Aliás, Nolan está se especializando em entregar takes finais maravilhosos. Cavaleiro das Trevas, Cavaleiro das Trevas Ressurge, A Origem, Amnésia...
Aliás, não vou dizer que este daqui foi o melhor trabalho do diretor (Acho A Origem, Cavaleiro das Trevas, Amnésia e Tenet melhores), mas é ótimo que finalmente ele tenha recebido, FINALMENTE, sua primeira estatueta. Já sobre a trilha, achei ela intrusiva em alguns momentos, não sei se realmente merecia ganhar nessa categoria também.
A história é suficientemente interessante se levarmos em conta que se tratou de eventos reais, embora, na verdade, eu não cheguei a pesquisar a fundo o que é fictício e o que não é.
Enfim, ótimo filme do Christopher Nolan, que finalmente o permitiu receber sua estatueta, embora para mim o grande nome dessa produção seja mesmo o Cillian Murphy.
Nota: 9.1.
Romance carioca
3.4 3A produção é bonita e os shows musicais também são bons. Lá para o meio do filme percebi que estava assistindo um remake de Rival Sublime, lançado dez anos antes. Sim, Hollywood fazia muitos remakes nessa época, isso não é uma coisa atual. Inclusive Musetta's Waltz como música do clímax também é usada aqui.
Gosto da Jane Powell, embora esse daqui seja um dos que vi com ela que menos gostei. Aliás, é o segundo filme que vejo com a atriz que tem um "par romântico" dela com um cara adulto enquanto ela é menor de idade, mas nesse filme daqui pelo menos o romance não é levado a sério.
Enfim, gosto mais da versão com a Deanna. Era mais "enxugada", esse segunda versão fica meio repetitiva, apesar de ter a atualização com os temas latinos, como a presença de Carmen Miranda, algo bem típico dos musicais do final dos anos 1940.
Nota: 7.7.
Vivo para Cantar
3.8 2O filme de Deanna Durbin com a terceira pior nota no IMDB. E, de memória, realmente é um dos mais fraquinhos protagonizados por ela. Creio que a nota mais baixa seja pelo mesmo motivo da nota de Laços Eternos e de Um Sonho Desfeito. O par romântico de Deanna nesses filmes é bem ruinzinho, e o mesmo acontece aqui. Se em Sonho Desfeito o par romântico é um político corrupto, o de Laços Eternos é um libriano mais indeciso que o normal, aqui o par romântico é simplesmente um grosso, e a paixão entre os dois surge meio do nada.
Além disso, este daqui é o filme de Deanna que eu menos gostei das músicas. Só Can't Help Singing é boa. Por outro lado o humor funciona. Também é ótimo ver Deanna a cores finalmente (a única vez que isso aconteceria, infelizmente), em um filme que realmente é beneficiado pelas cores. Querendo ou não os filmes posteriores com Deanna eram mais focados no romance ou na comédia e não faria muita diferença seerm coloridos, sendo que esse daqui é o mais justificável dos filmes protagonizados por ela. Talvez Um Sonho Desfeito também fosse interessante ser colorido.
Enfim, o final é meio abrupto. Tá certo que o padrão em Hollywood nessa época era terminar os filmes no clímax, sem uma cena de conclusão, mas aqui as coisas se resolvem num nível abrupto até demais.
Nota: 7.7.
Ferrari
3.3 94 Assista AgoraMano, que delírio coletivo BIZARROOOOO é esse do pessoal reclamando que o filme é em inglês????????? Kkkkkk, surto total. Queriam o que? Gladiador falado em latim (ou sei lá que língua falavam naquela época)? 300 e Tróia em grego antigo? Ligações Perigosas em francês? A Vida de Galileo em italiano? Star Wars, Senhor dos Anéis, todo mundo fala em inglês. E a lista vai ad eternum. Sério, é quase impossível pensar o contrário, em um filme feito nos EUA que eles fizeram na linguagem originária. A regra é os filmes, independente de onde se passam, serem falados em inglês, oras. É assim durante os mais de 100 anos de cinema e só agora o povo percebeu e começou a reclamar, delírio coletivo total kkkkkkkkkkkkk.
Enfim, Ferrari é aquele típico filme feito para “papar” Oscar, lançado às vésperas da premiação. Como costumo falar, são vários os exemplos desses filmes bons e medianos mas que são de gêneros que estão no estilo Oscar e que por isso concorrem todos os anos, enquanto filmes de gêneros como ação, terror, aventura tem que ser ABSOLUTAMENTE EXCELENTES para, se der sorte, concorrem aos prêmios. Assim, Ferrari é aquele filme que foi injustiçado pelo Oscar, deveria ter concorrido em minha opinião pois preenche os critérios que não concordo, mas, se tivesse concorrido, eu apareceria aqui reclamando por ele estar concorrendo. Contraditório? Sim. E não vai ser a única vez que vou soar contraditório nesse comentário.
A produção é impecável, as atuações também, assim como os demais quesitos. Não ter concorrido à fotografia foi um pecado em minha opinião. A reconstrução da época e dos carros é perfeita. Só não entendi o motivo de terem chamado o Adam Driver para atuar como Ferrari mais velho, sendo obrigados a maquiá-lo durante todo o filme. Quando o vi no início da produção, com a maquiagem de mais velho, achei que o filme se passaria com flashbacks e o Adam Driver interpretando o Ferrari mais moço, mas não, o filme se passa em um período de tempo curto (um ano ou dois, creio) com um Ferrari na casa dos 50 anos, ou seja, Adam Driver passa o filme todo maquiado, ao invés de contratarem um ator mais velho. Pelo menos ele entrega uma boa atuação.
Agora, a cena da corrida da mille miglia é ótima, retratando o quão insana era uma ideia de uma corrida gigantesca, durando um dia inteiro, percorrendo estradas sem a menor infraestrutura para suportar as potentes máquinas automobilísticas. O resultado foi o acidente que matou várias pessoas e deu causa ao fim da mille miglia. E nesse acidente que reside minha segunda contradição.
A cena em questão é a melhor e com certeza a mais marcante do filme, pela forma como foi filmada, pelo contexto, pela brutalidade. Entretanto, ela possui um tom completamente destoante do resto da produção, exatamente pela brutalidade, pelo gore, lançando morte de crianças e partes de corpos espalhados pela via, matando também nosso simpático personagem coadjuvante. E é esse tom destoante que faz a cena soar apelativa e fora do padrão do resto do filme, quase como se fosse incluída apenas pelo choque mesmo. E, vejam bem, nunca fui uma pessoa anti gore e anti filmes apelativos, exploitations e etc. Se o diretor quiser apelar para subterfúgios chocantes, tem todo meu apoio. Mas, Herschell Gordon Lewis, Joe D’Amato, Ruggero Deodato, Loyd Kaufman, os filmes de canibais, etc, soam muito mais honestos quando colocam apelação para nudez e violência do que este filme Ferrari quando faz a mesma coisa.
Dito isso, ao mesmo tempo que digo que foi uma cena com o intuito de apelar e fica fora do tom do resto da produção, tenho que também concordar que eu jamais a retiraria do filme, pois, como disse é a melhor cena da projeção. Cabe também ressaltar que a brutalidade ali vista foi condizente com o acontecido na realidade, portanto dá até para passar pano para ter, do nada, uma pessoa partida ao meio na tela (embora eu pesquisei e não sei exatamente se foi o piloto ou co-piloto que deve este malfadado destino), embora, claro, discutível se necessário mostrar ou não isso on screen. Ademais, algumas situações não foram exatamente a que aconteceu na realidade. A questão do bastardo, por exemplo. Ferrari não poderia assumi-lo de nenhuma forma, visto que o divórcio era proibido na Itália até a década de 1970, se não me engano.
Aliás, qual é o problema dessa pessoal que inspiram cinebiografias? TODOS são adúlteros, não tem um que salva. Parece que é só o sujeito ser famoso que ele já se sente seguro suficiente para arrumar um trilhão de amantes. É por isso que, por mais que eu seja monogâmico, eu defendo o poliamor, parece ser da natureza de grande parte da humanidade.
Cabe comentar também que o Adam Driver foi subestimado pelas premiações, pois a atuação dele aqui é impecável. Outro ponto interessante também eram de baixissíma segurança essas corridas. Fui pesquisar alguns dos pilotos e quase todos morreram em acidentes, ser piloto era para loucos.
Enfim, é um filme que entrega aquilo que promete, e de grande destaque para mim ficou o visual estonteante do filme e a cena da mille miglia. Achei a direção bem acertada também, se fossem mais candidatos talvez o Michael Mann merecesse uma indicação.
Nota: 7.7
Cubo
3.3 879 Assista AgoraCubo popularizou (não sei se foi o primeiro) o gênero de filmes de armadilha, em que personagens acordam em um lugar e tem que lidar com arapucas mortais. Aqui temos um filme de orçamento bem baixo, mas que disfarça isso dando a impressão que estamos vendo várias salas diferentes quando provavelmente foi todo gravado em uma sala só.
Curioso também como os personagens fogem do clichê dos filmes desse sub gênero, pois, afinal, esse é um dos primeiros exemplares dos filmes de armadilha, então não precisa fugir de clichês que ainda não tinham sido criados, a todo momento quebrando expectativas, como o personagem especialista que já morre no começo, ou o policial que parecia que seria protagonista e logo se converte em vilão.
Temos também boas ideias nas armadilhas, com a matématica e a permutação, além de algumas boas mortes, mesmo que poucas. O maior problema é mesmo o final, pois não tinha como o policial alcançá-los, além do momento ridículo em que os personagens param na porta de saída e ficam batendo papo ao invés de saírem o mais rápido possível do cubo, sendo que sabiam que o cubo se move, não deveriam arriscar ficar enrolando para sair do lugar.
Nota: 8.1.
Dente Canino
3.8 1,2K Assista AgoraAchei semelhante em matéria de estilo e tema ao outro filme que vi do diretor (O Sacrifício do Cervo Sagrado), em que são mostradas situações angustiantes e não convencionais em uma família aparentemente normal à primeira vista, tudo permeado por uma fotografia marcantemente dessaturada. Essa fotografia é algo bem marcante desse diretor, pelo menos nos filmes que eu vi. Também marcante é a forma como o diretor consegue carregar seus filmes com uma sensação incômoda de angústia durante grande parte da projeção, fazendo com que assistir a seus filmes seja extremamente desconfortável.
Cabe comentar também o quanto eu considero sinopses prejudiciais no geral. Assisti ao filme sem saber nada, e é uma experiência bem diferente se eu tivesse lido a sinopse. Foi curioso como dava para perceber que havia alguma coisa errada, mas só lá pelos 20 minutos (se bem me lembro) que deu para finalmente começar a entender qual era essa coisa. Se eu tivesse lido a sinopse já saberia.
O roteiro é muito bom na construção dos três filhos, em suas falas e interações, buscando sempre ser condizente com as ações com uma pessoa, infantilizada pelo contexto, teria naquela situação. O filme também conta com improváveis e divertidas referências cinematográficas (Flashdance do nada). Sobre a mãe, cabe comentar o quanto ela é submissa e controlada pelo poder do pai, a ponto de praticamente não ter o que comentar ante a sua ausência de personalidade originada do controle de seu marido.
Minha única ressalva é que em um certo ponto fica meio repetitivo e cansativo, e acaba se encerrando quando começaria a melhor parte. Seria interessante ver como os filhos reagiriam ao descobrir o mundo lá fora, podendo ser o foco de um terceiro ato.
E alguém aí tem alguma pista do que raios a capa significa? Parece um comprimento de onda desenhado de modo a parecer dois dentes caninos, mas por qual motivo?
Nota 8.9.
O Dia do Terror
2.6 406 Assista Agora“Malditos wokes deturpando nossos gêneros favoritos do cinema”, algum conservador diria, se este filme fosse lançado hoje em dia. Sério, todos os homens desse filme são toupeiras lerdas que só pensam em abusar e encaixar com as moças, não tem um que foge disso. Se fosse lançado hoje em dia...
Enfim, é um new slasher divertidinho e só. Não está entre os melhores do subgênero, mas cumpre seu papel. Sim, os saudosistas dos slashers oitentistas proferiram aquelas mesmas reclamações, falta de gore, vilão que só se revela no fim, etc, mas, como já disse em outro comentário (creio que tenha sido em Cherry Falls ou Lenda Urbana), essas reclamações não procedem, pois os primeiros slashers tinham vilões que não sabíamos a identidade e também tinham grande parte do gore cortado.
Aqui, não temos um gore muito explícito, mas as mortes são inventivas para serem chocantes sem mostrarem diretamente sangue e vísceras. Destaque para a morte na piscina, que entrou para as memoráveis dos new slashers.
Acredito que o maior problema do filme seja mesmo ser muito mecânico, pasteurizado. Não tem nada de destaque nas atuações, na condução, não tem fotografia, trilha, não tenta construir tensão. As tramas são repletas de situações inúteis, personagens sem propósito, etc. Toda a trama do Campbell, por exemplo, não tem muito encaixe com o resto da narrativa.
De positivo mesmo foi a utilização do velho clichê (falar velho clichê é redundante?) dos slashers começarem sua narrativa com um evento traumático do passado. Só que aqui esse clichê é reinventado
para ditar como todo o filme se desenrola, inclusive a ORDEM das mortes, e aqui mora o ponto genial de “Dia do Terror” (péssima tradução de título, por sinal). Vejamos...
Jeremy Melton, primeiramente, tenta dançar com Shelley, que responde “nos seus sonhos”. E ela morre deitada. Depois, ele tenta dançar com Lily, que nega com cara de nojo. Ela morre caindo dentro de uma caçamba de lixo. Aí ele tenta dançar com a Paige, que fala que prefere ser cozinhada viva, e ela morre eletrocutada na piscina. Aí ele tenta dançar com a protagonista, que nega mas é gentil com ele, e por isso escapa da morte. Por fim, Dorothy o acusa falsamente de estar beijando ela à força para, no final do filme, Jeremy fazer parecer, falsamente, que Dorothy era a assassina.
É uma ótima ideia, que parece passar despercebida para quem assiste o filme (passou despercebida para mim também).
Nota: 7.4.
Ninguém Sai Vivo
2.4 201Conhecem aquela brincadeira em que alguém começa a contar uma história por um período de tempo determinado (tipo, 2 minutos), aí depois desse tempo troca e uma próxima pessoa continua contando a história, e depois outra, e outra e outra até que volta para a primeira pessoa e ela tenta encerrar a colcha de retalhos que se originou disso tudo? Então, foi essa a impressão que tive assistindo esse filme. A todo momento ele parece que muda de diretor e roteirista, ora parecendo filme de assombração, ora de monstro, ora de assassinos, etc. E, se bem administrado, isso poderia render algo ótimo, mas aqui soa como uma salada maluca mesma, em que o filme a todo momento troca o que vinha propondo e abraça alguma outra coisa alheia à trama. Bom,
pelo menos tenta ter alguns subtextos políticos, além de eu ter gostado da criatura no final
Nota: 7.1.
Star Wars, Episódio V: O Império Contra-Ataca
4.4 1,0K Assista AgoraRevendo agora, 3 anos depois do meu comentário, tenho apenas um adendo a fazer. Comentei que "a captura de Luke no início e as batalhas nesse planeta Hoth não parecem ter muitas consequências narrativas ou se esforçam para ter". Bom, depois fiquei sabendo que Mark Hamill se acidentou entre Uma Nova Esperança e este filme, e ficou com cicatrizes no rosto, por isso o ataque do monstro no início do filme, para justificarem as novas cicatrizes.