Ah sim, uma diretora mulher. Que bom. Não teremos piadas machistas e... e o filme já começa com uma piada bizarra entre a filha e o apresentador de TV. Enfim, o primeiro é bem superior, tem mais consistência e piadas melhores. Esse daqui me deixou meio frustrado (perdão pelo trocadilho). Tinha uma imensa possibilidade de piadas com outros países (possivelmente estereotipadas) e mesmo assim, na maior parte do tempo, não consegue criatividade suficiente para pensar em boas tiradas com esse tema. Além disso, a trama é muito episódica. Não tenho, em princípio, problema com isso, afinal, é um road movie, mas nesse filme daquele ficou muito excessivo, quase como se fosses sketchs atrás de sketchs, a ponto de terem que incluir apressadamente um antagonista para gerar o clímax. A única coisa que fica frequente durante o filme é a obsessão da filha com o garoto, algo insuportável. Nota: 6.7.
Considero quase no mesmo nível do primeiro, mas o motivo é mais pelo fato de eu não gostar tanto assim do primeiro do que por esse daqui ser um bom filme. O roteiro é um caos em seu início, com o tratamento da persongem Sarah sendo tenebroso. Toda a situação em relação à entrada dela na caverna, dos outros personagens e como a coisa desandou é forçada ao extremo. Até entrega uma boa tensão e claustrofobia em alguns momentos, além de trazer continuidade com o primeiro filme, nos trazendo de volta a algumas localidades (como o despenhadeiro), apesar de que o retorno de determinado personagem foi bem forçado, como quase tudo nesse filme. Mas, ainda assim, consigo achar a experiência de assisti-lo minimamente divertida. Nota: 6.7.
O primeiro ato é a melhor parte do filme. A forma como Kubrick conduz o filme de uma forma fora do padrão nesse trecho inicial é curiosíssima. As cenas resumidas em treinamento e humilhação vão sendo construídas quase se diálogo ou interação entre os recrutas, sendo resumida com os xingamentos do sargento e treino físico e, migalha através de migalha, a história vai sendo construída e desenvolvida. O personagem de Vincent D’Onofrio e a atuação dele são excelentes, culminando numa conclusão muito bem dirigida por Kubrick. E, talvez, esse seja o maior problema do filme. Confesso que evitei qualquer informação sobre a produção, mas, enquanto assistia, acreditei que ficaríamos apenas nas cenas de recrutamento, ainda mais considerando que elas tomam um grande tempo da projeção e são a melhor parte do filme, como fica evidenciado aqui nos comentários do Filmow, em que quase todo mundo falou isso. E aí vem meu problema com esse filme. Se o foco não são as cenas iniciais, se vão haver também cenas de guerra no Vietnã, por qual motivo focar tanto da projeção no recrutamento¿ Acaba criando uma obra pouco coesa, como se tivéssemos dois trechos muito bons, mas curtos, e os costurássemos para gerar um filme, mesmo que esses dois trechos não possuam muita relação entre si. E essa ausência de reflexos, de consequências entre os dois trechos do filme acaba enfraquecendo um pouco a narrativa. Tanto é que a conclusão do filme me pareceu solta, desconexa, quase como se precisássemos de algum discurso para dar azo ao final, abrindo um encerramento de um filme que não sabia como se fechar, tanto é que me surpreendi com o fato de se a conclusão. Achei que teria mais filme depois. Sim, a cena de guerra no final é boa e bem montada. De primeira, achei a revelação um pouco inútil, como se para causar um impacto de clímax, mas, repensando, ela existe para refletir sobre como o poderio militar, o treinamento cruel, a lógica não estão intimamente ligados aos louros da guerra, tanto é que o próprio EUA não conseguiu vencer o Vietnã. Outra “decepção”, bem entre aspas mesmo, foi a figura do sargento. Sempre aparece em memes, ou em exemplos de personagens intragáveis, mas, tenho que confessar, em nenhum momento senti realmente raiva da figura dele. Certo, ele é abusivo, xinga, rebaixa, mas, além do exagero nos xingamentos quase gerar um efeito de humor pelo absurdo, vamos analisar bem. Em nenhum momento ele cometeu injustiças, e personagens injustos realmente são os que dão raiva. Comparem com uma Umbridge, um Snape, os militares de Dia dos Mortos, com seus tratamentos diferenciados e vão entender o que eu estou falando. Ou mesmo as figuras de Glória Feita de Sangue, filme que te faz passar muito mais raiva. O Sgt. Hartman em nenhum momento agiu fora das diretrizes militares à época, pelo menos do que me lembro. Nota: 8.3.
Esse é o segundo filme da Deanna com maior nota no IMDB. Achei justo (considero melhor que Raio de Sol, aliás), pois realmente é um filme leve e divertido (apesar de se uma das raríssimas vezes que chorei assistindo um filme), com situações bem engraçadas. Claro, durante grande parte do filme você se questiona o motivo de torcer pela protagonista, afinal ela é uma mentirosa compulsiva e o artifício do roteiro para que não a julguemos é que, vejam só, ela cruza os dedos quando mente. Bom, as músicas são ótimas, Deanna carrega bem o protagonismo, o personagem do "pai" dela é um personagem ótimo também. Só achei que faltou amarrar melhor as duas tramas, sendo a trama da mãe atriz e a trama do falso pai. No último ato o filme parece que "mata" a questão do falso pai e foca só na mãe, sem entrelaçar bem as duas situações e terminando meio abruptamente. Aliás, é bem bizarro esse conceito de que a mãe da protagonista não podia revelar a filha para evitar julgamentos. De certo modo, não é o agente o vilão do filme, e sim a sociedade que, ora vejam, julgaria e "cancelaria" a mãe da protagonista (sim, cancelamento está longe de ser algo de nossos dias). Nota: 9.6.
A prova de que o cinema NÃO É matemática. Ficou demonstrado que a arte não pode ser executada de modo estritamente racional, do contrário, pois aqui temos uma obra-prima do apuro técnico, mas que é ineficaz em despertar emoções, entretenimento, etc. O que Fincher faz em O Assassino é um absurdo em matéria de direção. Cada cena, cada condução, tudo é milimetricamente posto no seu lugar, calculado para servirem e executarem os propósitos narrativos. E, mesmo sendo provavelmente o melhor trabalho de direção de Fincher, considero como um de seus piores filmes (o que não significa que seja ruim). Apesar de ser muito bem dirigido, não empolga como outros filmes do diretor. A trama é um tanto óbvia, seguindo o mesmo mote dos filmes de vingança, como Kill Bill, em praticamente todos os seus pormenores. Outro problema é no fato de acompanharmos apenas o protagonista, um personagem que é meio que um vilão. Durante toda a narrativa acompanhamos o assassino de aluguel solitário, o que acaba por transformar o filme em uma obra repleta de narração interminável e, na maior parte do tempo, vazia. Bom, se essa narração ainda tivesse coisas interessantes para dizer... mas, na maior parte do tempo, os dizeres da narração do protagonista se esvaem de nossa mente em segundos e já nem somos capazes de lembrar o que foi dito (ou vai me dizer que você lembra qual foi o conteúdo ou ensinamento da fala final do filme?). E, para um filme extremamente focado na narração, isso é um tremendo problema. Curiosamente, achei que o filme de Fincher que mais se assemelha a este é A Rede Social. O filme focado no Facebook tem uma edição impecável, fluida, numa constância de ritmo quase monocórdica, sem grandes altos e baixos na trama. Aqui temos algo muito semelhante, inclusive na ausência de clímax, ausência esta que já seria estranha, mas fica mais estranha ainda quando, mesmo ausente esse elemento primordial da narrativa convencional, sequer sentimos falta dele, o que também acontece em A Rede Social. Além do ritmo narrativo parecido, também temos o conjunto de protagonistas com moral duvidosa. A diferença maior é que O Assassino é focado unicamente no personagem que é assassino de aluguel, enquanto A Rede Social fluía entre alguns outros personagens. No fim, o filme acerta muito bem em quase tudo, exceto em sua narrativa óbvia e pouco emotiva. Talvez a melhor parte em relação à narrativa seja mesmo o contraste dentro da mente do protagonista. O mesmo clama o tempo todo suas regras. Afirma estar focado na perfeição milimétrica e lógica... ao mesmo tempo se embrenha em uma empreitada de vingança irracional. Nota: 7.9.
Não há como negar, Lych sabe criar atmosfera e é um pecado imenso que ele não tenha dirigido algum filme essencialmente de terror, apesar desse gênero estar constante em alguns elementos de seus filme. A atmosfera da primeira metade é sufocante. A narrativa banal do casal com problemas de traição é contada de tal forma que o clichê acaba por ser suprimido pela condução de Lynch. E, quando a trama dá sua primeira guinada rumo à estranheza típica do diretor e passamos a acompanhar outro personagem, fica parecendo que estamos montando um quebra-cabeça sem saber qual vai ser a figura que vamos formar. Bom, eu achei que, depois que resolvemos sobre o que o filme se trata, ele perde um pouco de seu encanto. Quando sabemos a resposta fica uma sensação de "era só isso então?".
Os dois personagens são a mesma pessoa, sendo que o Pete foi uma criação do protagonista para suportar o tempo que passou no corredor da morte. Pete tem uma vida boa em que os pecados do protagonista são explorados, embora em alguns momentos a realidade aparece para deiaxr tudo turbulento. Por fim, o último ato aconteceu cronologicamente antes da prisão do protagonista, quando ele assassinou aqueles que estavam envolvidos com sua esposa e com a gravação de filmes eróticos envolvendo ela. As duas versões dela na foto, acredito, é uma representação da versão casada dela e a outra da versão que traía (ou seja "duas caras"). Só não sei o que o "homem misterioso" simboliza. O ciúme, talvez? Ele fala que estava na casa do protagonista, era a desconfiança que abraçava o casal. Além dele ser o responsável por guiar o protagonista enquanto ele mata os envolvidos no affair de sua esposa
Em meu comentário no V/H/S 1 falei que o principal problema era a falta de propostas interessantes para a maioria dos curtas da antalogia e a ausência do estilo V/H/S nas gravações. Bom, nesse segundo a questão das premissas é corrigida, buscando curtas em que a proposta é inovar na questão das gravações, assim, temos um com múltiplas câmeras, outro de câmera no olho, câmera no zumbi, câmera no cachorro, etc.
1º Curta: Phase I Clinical Trials. O do olho. A premissa é boa, incluindo a questão das falhas no olho como fantasmas, ou o fato de ter que evitar dar atenção aos espíritos como forma de evitar ataques. Entretanto, é nessa última questão que o curta falha, pois insere essa proposta e em nenhum momento ela é usada. A mulher surda, por exemplo, é atacada sem mais nem menos e o protagonista em nenhum momento tenta fingir que os fantasmas não estão lá. Nota: 7.
2º Curta: A Ride In The Park. A premissa é interessante e com certeza agrada aos fãs de zumbis, ainda mais que found footage de zumbis não é algo muito usado (ninguém vai ficar filmando durante um apocalipse zumbi). Zero roteiro, sendo mais uma experiência de imersão mesmo, mas com bom gore. Ligeiramente melhor que o primeiro curta. Nota: 7.
3º Curta: Safe Haven. Consensualmente o melhor curta do segundo filme. Várias câmeras dão um tom mais cinematográfico, com ações paralelas. A situação que vai ficando gradualmente pior, a ambientação, o gore e o tema da seita são ótimos e intrigantes. Só não entendi o final.
O demônio foi gerado, então agora estamos no apocalipse. Como então a moça do curta que liga as histórias assistiu a fita se o mundo vai acabar? O mesmo vale para o curta dos zumbis
. Nota: 9.
4º Curta: Slumber Party Alien Abduction. É o segundo melhor desse segundo filme. Apesar da gravação caótica, chacoalhante, quase impossível de se acompanhar em alguns momentos, esse caos parece ser pelo propósito de soar condizente com a situação retratada. Entretanto, achei que faltou alguma surpresa ou reviravolta que compensasse a falta de trama. Nota: 7.
Curta de ligação: O curta que liga as tramas é o segundo pior do filme, quase no mesmo nível do curta do olho. É um grande nada com uma conclusão boazinha, servindo apenas para ligar as fitas. Nota: 7.
No final, acaba sendo ligeiramente melhor que o primeiro filme, por possuir histórias com premissas mais interessantes, embora a maioria delas peque na condução ou conclusão. Nota: 7.4.
Apesar das atuações meio travadas do casal principal, eles até funcionam pois o roteiro consegue colocar química entre os dois (nunca eu ia lembrar que o Ryan Reynolds já foi galã de comédia romântica). As piadas são divertidas, a trama não é nenhum primor mas possui originalidade suficiente para funcionar, bem como a maioria do filme funciona bem em suas propostas. Achei só que deslizou um pouco no último ato, na forma pastelão de resolver as coisas, de gerar os acontecimentos, e os demais clichês, mas não é um escorregão suficiente para estragar o filme. Os diálogos que constroem o romance entre os protagonistas são bons, sem apelarem, e os coadjuvantes são divertidos o suficiente. A comédia acaba sendo a melhor parte no fim. Nota: 8.3.
Chinatown tem um roteiro tão bom que foi premiado com o Oscar. Geralmente a Academia erra, mas aqui era impossível cometer algum deslize, pois o roteiro do filme é bem construído, parecendo até uma adaptação ao invés de um roteiro original. Consegue amarram bem as duas tramas de mistério paralelas, embora, para mim, falte aqui um fator instigador. Quando estou diante de uma trama de mistério, quero ser instigado para a resolução do mesmo, mas aqui na maior parte do tempo o filme não empolga nessa questão, não atiça a curiosidade. Tudo está no lugar, roteiro perfeitinho e redondo mas sem esse fator, sendo a direçao também responsável por essa questão. Acho que apenas a personagem da Faye Dunaway que me intrigava no filme, ela fica a trama toda passando uma sensação de estar escondendo algo. Sobre o final,
ainda não consegui, digamos, entrar em um consenso comigo mesmo sobre qual seria melhor. O roteiro original propunha um final feliz, e tem muito mais sentido em relação a toda a luta do protagonista em resolver o mistério. Por outro lado, o final que foi gravado marca muito mais, mexe muito mais com nossas sensações
. Também achei um pecado retirarem a narração, que contribuiria muito para o ar neo-noir. Nota: 8.5.
Acho que o principal problema do filme é se levar MUITO a sério. Não estou pedindo que todo filme de baixo orçamento abrace o humor (in)voluntário como válvula de escape para tornar o baixo orçamento mais palatável. O problema é que esse filme aqui se leva a sério até demais, aponto de parecer que os diretores estão realmente achando que a produção é o supra sumo do cinema. O filme até tenta, tem boas ideias e a diração e demais meios da produção até são acertados considerando o orçamento (com a ressalva de se levar a sério demais). Acho que o problema maior foi a sequência final, que abraçou um festim de violência que fugiu do tom e proposta incial. Nota: 6.4.
. O jogo elaborado pelo telefone, a forma como as coisas gradativamente vão ficando mais tensas a pergunta clássica (sobre o filme de terror favorito) iniciariam a tendência que se manteria nos filmes posteriores da franquia, em que, quase sempre, a melhor cena é a cena inicial mesmo. Wes Craven já tinha sido responsável por renovar o slasher em A Hora do Pesadelo, mas, aqui, ele foi além e foi responsável por ressuscitar o sub-gênero em uma nova roupagem, fazendo de Pânico o primeiro filme de um sub-sub-gênero, os new slashers, uma categoria dentro dos slashers. E, por isso, Pânico foi polêmico desde seu lançamento, sendo aplaudido pelo público mais jovem e rechaçado por vários dos públicos mais velhos e saudosistas com os slashers oitentistas. Atualmente, essa polêmica ficou no passado, ainda mais que a geração noventista cresceu apreciando os new slashers, que, sinceramente, não devem em nada aos slashers oitentistas ou aos proto-slashers. A maioria dos motivos da reclamação dos saudosistas não tem muito lastro de sentido. A reclamação em torno dos assassinos humanos, mascarados, e do longo discurso de revelação do assassino no trecho final parece esquecer que o primeiro Sexta-Feira 13 não é sobre Jason, e sim sobre Pamela. Os slashers ointentistas de primeira geração (seria um sub-sub-sub-gênero?), excetuando Halloween, possuem humanos como assassinos e foi apenas com A Hora do Pesadelo (do próprio Wes Craven) que os assassinos sobrenaturais passaram a ser padrão, no que iniciou os slashers oitentistas de segunda geração. Então, essa reclamação não parece ter muito sentido. Outra reclamação comum era sobre as final girls. Diziam serem sem sal, esquecíveis, de pouco personalidade. Pois bem, alguém lembra o nome de uma mísera final girl da franquia Sexta-feira 13? Ou de Trem do Terror? Certo, temos Nancy, Laurie (e qualquer outra que Jamie Lee Curtis interpretou) e são usualmente citadas (ou eram) pelos saudosistas, mas desafie a citarem alguma além dessas 2. Pois é. Os personagens dos slashers, não importa a época, são adolescentes em sua maioria vazios, cuja morte não podemos nos importar (exceto da final girl). E temos Sidney Prescott no mesmo patamar das final girls clássicas, doa a quem doer. Outra reclamação usual é o fato de que o gore nos new slashers é zero. Aqui a reclamação procede em partes. Sim, os filmes são menos violentos para evitar a classificação indicativa, que era mais pesada na época dos new slashers. Entretanto, grande parte dos slashers oitentistas também sofriam pesados cortes nas versões que saiam em VHS e muitas vezes o gore mais pesado se perdia ou era diminuído. Mas, reconheço que a maioria dos new slashers e bem pobre nas mortes, seja na criatividade, seja no gore. Entretanto, Pânico se sai até bem nessa questão, pois tem bastante sangue e as mortes da cena inicial são bem gráficas. Aliás, se Pânico, então, realmente possuía as características dos slashers clássicos, o que fez dele o percursor de um sub-sub-gênero diferente? Pois bem, a principal questão aqui foi a metalinguagem. Pânico é um new slasher que conversa sobre os new slashers, numa genial tentativa de explorar um sub-gênero que é pautado exatamente no mais do mesmo e no clichê, no óbvio, na expectativa de que aquilo que você espera que vá acontecer realmente acontece no momento que você espera que vai acontecer. Talvez por isso os saudosistas não gostaram tanto assim, pois viram escancarado que os filmes que idolatraram em sua infância ou adolescência não eram tão geniais assim. A metalinguagem, aliás, seria a base de vários dos new slashers, embora nunca da forma explicita que Pânico fez. E Pânico vai se conduzindo muito bem nessa brincadeira de expectativa,
com ótimos diálogos e condução de alguém que sabe o que o público vai pensar de cada cena e quebra a expectativa do público EXATAMENTE por não quebrar com a expectativa do público. Detalhe para o assassino. Embora haja a quebra de expectativa por serem dois (algo que acho que foi a primeira vez que aconteceu em um filme do sub-gênero), desde o início parece ser claro que o namorado da protagonista é o culpado, algo apontado inclusive pelo especialista em terror e, exatamente por isso, duvidamos que ele realmente o seja, o que torna mais interessante ainda quando é revelado que ele, de fato, é o assassino
. Os personagens adolescentes são aquelas conchas vazias e clichês do gênero, mas temos aqui a adição de dois personagens adultos, o que torna mais interessante e ajuda a fugir um pouco do padrão de perseguição a apenas adolescentes. O primeiro e segundo ato são mais divertidos e com algumas perseguições, mas são apenas uma construção para o longo terceiro ato, talvez um dos maiores do sub-gênero, em que temos a cena em que os personagens morrem um a um. Talvez Pânico tenha o melhor terceiro ato dos slashers, bem conduzido e a todo momento instigando que será o culpado, além das várias reviravoltas. Eu sempre esqueço também de toda a trama envolvendo a mãe de Sidney, que não é ruim e é necessária ao roteiro, mas acaba não sendo o principal chamariz do filme. No final, Pânico prevalece como o melhor new slasher e um dos melhores slashers de forma geral, tendo na ótima condução de Wes Craven e no ótimo roteiro de Kevin Williamson um dos pilares do terror do final dos anos 1990 e início dos anos 2000, abrindo espaço para várias outras produções protagonizadas por adolescentes, e conseguindo ser engraçado em sua metalinguagem, sem deixar de se levar suficientemente a sério, um equilíbrio difícil de atingir e que, por sorte, tem sido mantido ao longo dos demais filmes da franquia. Por fim, curiosíssimo esse conceito iniciado por Pânico, em que passamos a perdoar os clichês no momento em que o roteiro os aponta. Não é como os clichês não estivessem lá, estão, e, apenas apontar a existência deles nos faz perdoar que lá estejam. É engraçado como isso funciona. Nota: 9.8.
Embora não seja um conhecedor da discografia da banda, dos grupos de K-pop BTS sempre foi o que eu mais simpatizei, incluindo também grupos de boys band. E nesse documentário consigo ver um dos motivos. Vejo no grupo um conjunto de membros que realmente se entrega e se indentifica com a profissão que escolheram. Enquanto muitos músicos parecem sucumbir ao sucesso e se tornam pestes insuportáveis ("cof" "cof" Justin Bieber "cof" "cof") o BTS veste os louvores de sua profissão. E, é legal ver como Beatles (minha banda preferida) parece ter influência no modo como bandas se comportam (produção de documentário, shows em estágios fãs enlouquecidas, humor de backstage, etc) até nos dias atuais e do outro lado do mundo. Está faltando avaliarmos o nível de atuação do BTS, que tal um filme no estilo Help? kkkkkk. Enfim, em matéria de produção, edição e demais quesitos técnicos do gênero documentário, o filme não entrega nada inovador ou diferente, fazendo o básico e cumprindo seu propósito de documentário de backstage. O monólogo no fim foi realmente bom, aliás. Nota: 7.3.
Dia dos Mortos mantêm o tom do George Romero de usar o artifício do mundo apocalíptico para expôr seus pensamentos políticos. Se A Noite dos Mortos-Vivos já possuia pesadas críticas (incluindo um, acredito que inédito, protagonista negro em um filme de terror) e o segundo filme, Despertar dos Mortos, abordava a questão do consumismo, este terceiro filme escancara mais ainda as questões políticas. Acho que considero inferior aos dois primeiros por soar mais comedido que o segundo. Começamos com A Noite dos Mortos-Vivos como um filme mais simples (por questões orçamentárias), e então tivemos em Despertar dos Mortos um filme bem mais megalomaníaco para, então, termos um terceiro filme de ambiente limitado e com poucos personagens, ao in´ves de um encerramento de trilogia mais grandioso. De toda forma, a crítica aqui é bem interessante. Parece um degladiação entre a forma de se conduzir a sociedade, de um lado militares, brutos, diretos, preto no branco, impetuosos e imediatistas. Do outro temos os cientistas que também são de certa forma criticados, embora possuam nuances por serem o lado, digamos, "do bem". Embora com boas intenções, se perdem na ausência de pragmatismo, de uma visão efetiva da condução científica, perdidos em um mundo de fórmulas que os afasta da realidade e até da sensibilidade (o uso dos corpos dos soldados para experimentos). Temos também o piloto e seu parceiro, que soam como os isentões, que não assume os lados. Temos também um militar mais bonzinho, latino, que tenta espantar um pouco essa ideia de todos os militares serem maus. Assim, quem seriam Bub e os demais zumbis? A população? A população que é aos poucos acordada pela ciência, que esclareceria a posição dos zumbis, ou população, os fazendo perceber a força que possuem, os fazendo sair desse lado zumbístico e coordenarem uma revolução que depõe os dois poderes, ciência e militar, dos quais nenhum parece realmente se importar com a população, presos em seu próprio ego? Estou viajando demais ou George Romero realmente extrapola sua visão política nesse filme? Enfim, os efeitos continuam ótimos, as cenas de zumbis também são excelentes, como no filme anterior, com boa maquiagem, demonstrando que apesar do forte apelo político, esse filme tem tudo aquilo que um filme de zumbi precisa e, no momento que temos ataques dessas criaturas, o filme, que já valia a pena, engrena ainda mais. Nota: 8.3.
Sou fã dos livros de Agatha Christie, mas acompanhei bem pouco dos filmes de Hercule Poirot. Inclusive, não estava nem sabendo do lançamento deste, "caí de para-quedas" no cinema e do nada assisti, sem sequer ter visto os dois filmes anteriores, então não tenho muita base de comparação. Também não tinha lido o livro no qual se baseou. Pois bem, gostei da forma como o filme se conduziu, se difarçando de filme de terror e pegando totalmente o tom dos filmes desse gênero, numa (curiosamente) rara mistura entre filme de mistério/detive e filme de terror. A condução é legal, o suspense é bom, as reviravoltas são boas, as atuações também. Enfim, é um ótimo filme. Manteve minha sina de sacar quem é o culpado uns 5 a 10 minutos antes da revelação. Sempre passo perto de descobrir com mais antecedência. Nota: 8.3.
Bem superior ao segundo filme, e ligeiramente inferior ao primeiro na minha opinião. Aqui, pela primeira vez, chamaram um diretor de cinema de verdade, algo que já se nota logo nos takes inciais, onde se busca uma construção da cena, escolha de ângulos, posicionamento dos atores, etc. Claro, não é um primor de direção, mas já é uma melhora significativa nesse aspecto, mesmo que sejam algumas decisões óbvias (como o take óbvio em que Jacob fica entre Bella e Edward). Decidiram por chamar um diretor com experiência no terror, para tentar uma pegada fugindo do romance dramático dos anteriores, tentando deixar o filme menos moroso e com mais ação entre as criaturas do terror. Bom, Eclipse para mim é um filme que se delonga demais em um tema inútil e poderia ser suprimido. A questão do triângulo amoroso já está resolvida. Bella quer ficar com Edward e ponto. Claro, até tem uma discussão interessante que Jacob seria muito mais benéfico para Bella, que Edward, se amasse ela, deveria deixar ela ir pois não pode dar uma vida normal para ela, etc. Mas a garota está resoluta, decidida que ama mais Edward, qual o sentido desse plot de triângulo? Faz apenas com que Jacob soe como um babaca insistente. Aliás, por essa razão, Jacob está totalmente descaracterizado em relação ao filme anterior aqui. Se antes ele era um cara legal, meio impulsivo, claro, mas legal, aqui ele cede a provocações para com o Edward, toma decisões abusivas para com Bella (como o beijo) e age como um babaca o filme todo. Edward, pelo contrário, age de modo mais calmo. Ao contrário do drama queen chato e indeciso dos filmes anteriores, aqui ele está mais confiante de que está no caminho certo e deve terminar com Bella. Temos, assim, um dos poucos desenvolvimento de personagem na franquia, pois Edward afirma que assim age devido aos eventos do filme anterior e sua quase morte. Desse modo, percebeu que ele e Bella devem ficar juntos, e que a moça está disposta a fazer tudo por ele. As atuações continuam medianas, embora não tão péssimas quanto se pinta. Talvez a exceção seja para a Kristen, mas a personagem dela realmente é calada e passiva, uma das protagonistas mais sem sal da história, então realmente é difícil para atriz trabalhar com um material tão pobre, o problema é que ela nem se esforça. A trama continua fraca e cheia de conveniências (as malditas visões da Alice, que só percebem o que é conveniente para a trama). Alguns pontos ainda são interessantes, como a questão da transformação de Bella, as histórias de background dos Cullen e dos Lobos (alguém deve ter dado um toque na escritora que já tinha passado da hora de backstories para os secundários) e o fato de que Jacob claramente é uma melhor opção. A famosa cena da barraca, onde isso é explicitado, também não é de toda ruim. Claro, é expositiva e óbvia, mas mesmo assim esclarece esse dilema interessante, enquanto expõe fisicamente tal dilema, pois Edward, como vampiro, era incapaz de dar suporte para a Bella não morrer de frio, algo que Jacob pode fazer, num paralelo demonstrando que ela ficaria melhor com ele. Maaaaaaaas, são coisas pontuais. Crepúsculo e Eclipse possuem acertos pontuais (Lua Nova não, Lua Nova só erra) que logo descambam para cenas de má qualidade. Aqui temos a famigerada questão de esperar o casamento. É complicado avaliar se isso é um ponto de vista puritano e conservador da autora, que tentou transmitir isso para as adolescentes que são seu público alvo, ou se era a autora tentando ser condizente com a idade de Edward, que viveu em uma época conservadora em relação ao sexo e que isso seria demonstrando em seu comportamento mais galante, em contraponto com Bella, garota moderna e que não tem esses pudores, implorando pelo sexo. Bom, acredito que o fato de Bella não ser puritana como Edward demonstra que talvez não seja a visão de autora defendendo sexo pós-casamento, e sim uma tentativa da mesma de deixar o Edward mais condizente com a época em que ele era vivo. Mas esse troço e tão mal escrito que não dá para ter certeza. A aceitação de Bella por todo ser movente continua forçada. Se no primeiro os Cullen estavam dispostos a morrer pela garota que conheciam a semanas e já tratavam a namoradinha como dá família, aqui temos nova repetição disso. Os lobos convidam Bella para participar de uma cerimônia e ouvir uma história que ninguém de fora da tribo tinha ouvido antes. O que torna Bella tão especial para ser aceita por uma tribo fechada dessa forma¿ Não sabemos. Aí os lobos e vampiros resolvem entrar em trégua depois de uma eternidade de conflito para proteger a Bella. É completamente estranha a boa vontade desse povo para com a protagonista mais sem sal da história. Agora, a pior parte (sim, ela ainda não veio). Se eu reclamei das lições sem sentido de Lua Nova no meu comentário anterior (a ideia de ensinar as garotas a buscarem um príncipe encantado inatingível ao invés de abraçarem a realidade de um pretendente mais realista), aqui temos um lição mais bisonha ainda. Temos finalmente revelada a motivação de Bella querer tanto ser uma vampira e de ser tão apática com sua popularidade e amigos da escola e com seu pai. Mesmo tendo uma vidinha média e sem grande complicações, a garota está sempre com cara de nada. O motivo disto, exposto pela própria Bella, é que ele não consegue se sentir bem, não consegue encaixar entre seus amigos, entre Forks, entre seus pais. Ele não se sente parte deste mundo, ele não a afeta, ela está apática para com ele. BELLA CLARAMENTE ESTÁ COM DEPRESSÃO. Caramba. Aí a solução da garota, ao invés de procurar ajuda psicológica, é ser morta e virar vampira, pois ali ela se sente encaixada. A insistência dela em virar vampira vem do fato que ela não se identifica com a sociedade em que vive, por isso prefere Edward, que pode entregar para ela o escapismo. Mapelamordedeus. Esse filme é quase um incentivo ao suicídio, como assim. Que lição é essa? Não me encaixo na sociedade, vou buscar fugir de tudo, encontrando a morte e um “renascimento” como um ser das trevas que vai me causar sofrimento devido a sede de sangue pelo resto da eternidade? Enfim, mesmo assim, ainda é um filme melhor que Lua Nova. E, sinceramente, seria muito melhor se o triângulo fosse apimentado por um interesse romântico de Edward para com Jacob. Ou se os três abraçassem o poliamor. Um trisal ia caber bem aqui, afinal Bella gosta dos dois. Às segundas, terças e quartas ela fica com Edward. Quinta, sexta e sábado com Jacob. E domingo fica com a família e amigos. Pronto, resolvido. Edward não parece tão abalado quando Bella sobe na garupa do Jacob, em nenhum momento ele enfrenta o lobo (exceto no momento do beijo forçado), ou seja, talvez o vampiro até esteja aberto a essa ideia. Ah, se não fosse uma saga tão entregue aos conservadorismos, poderíamos ter uma trama de romance que foge à regra. A batalha final é tosca,
ninguém dos mocinhos morre, ninguém é ferido, apesar de toda a sensação de urgência que o filme passa anteriormente. Bom, apenas Jacob é ferido, e de forma bem estúpida, com a batalha ganha.
Falando em Jacob, qual a explicação para a pele de mármore dele? Ele também tem o poder de ter a pele dura? Bella meteu o soco em outro lobo no segundo filme e não se machucou... Enfim, mediano, mas assistível. O primeiro era mais coerente, apesar de mais mal dirigido. Este terceiro é até bem conduzido, mas a trama é bem fraca. Nota: 6.8.
HEX GIRLS! Esse e Ilha dos Zumbis são os melhores longa-metragem do Scooby. A animação é impecável, e transmite uma vibe puxada para o terror, sem, entretanto, abandonar o tom de comédia típico do desenho. A trama foge em alguns pontos do convencional em relação ao padrão Scooby-doo, sendo
revelado quem eram os culpados mais cedo que o normal. E, aliás, não me lembro de nenhuma outra vez haverem tantos culpados ao mesmo tempo em nenhuma história do Scooby-doo. E o prefeito talvez seja um dos personagens mais cara-de-pau dos desenhos, incorporando totalmente uma pose repleta de meias-verdade ou mentiras descaradas mesmo.
Aliás, a cena de perseguição ao prefeito ainda retoma aquele estilo de desenhos antigos, com situações irrealistas e cartunescas, ao mesmo tempo que temos uma animação incrível do cenário e da cidade. A reviravolta é boa também, embora aqui acabe seguindo um pouco os passos de
Quando vi a capa do DVD tive que comprar imediatamente. Parecia ser um filme podre e até que não foi tão podere assim como eu pensei. É ruinzinho, mas garante diversão pelas besteiras, pela atuação e por se levar demasiadamente a sério, ao contrário de outros filme da Asylum, o que acaba gerando uma canastrice maravilhosa. O maior problema do filme não é nem o baixo orçamento ou as atuações ruins. O grande problema é que o roteirista acha que isso daqui é um livro. Juro, noventa por cento da trama são backstories. E não, não são backstories mostrados visualmente, são cenas e mais cenas dos personagens narrando eventos do passado, conversando sobre esses eventos, etc, sem mostrar os eventos visualmente. Em matéria de trama de livro até poderia passar, mas como filme fica repetitivo e completamente diferente do que se espera da liguagem cinematográfica. E qual o motivo da fotografia estranha? Filme super roxo. Nota: 6.5.
Filme injustiçado que merecia maior adoração. Está certo que a dosagem de terror pecou um pouco e o filme não é muito para crianças. Mas essa questão é mais pelavibe que o filme passa do que pelo roteiro propriamente dito. A movimentação do stop-motion, a escolha de cores e a ausência de algo exageradamente estilizado que foge do realismo (como em Tim Burton) acabam sendo os motivos disso, muito mais que a história. Inclusive, os personagens que
morrem durante o filme aparecem de volta no final, mostrando que sobreviveram e nenhuma morte de fato ocorreu. Algo que para mim é um dos pouccos pecados do filme. Outro ponto bem positivo é a trama, que possui uma excelente reviravolta ao trazer de volta Epaminondas e mostrar que na verdade não era ele quem estava possuindo a casa, um dos melhores pontos do filme. Possui um humor adulto também (personal trainer)
e uma ótima vibe oitentista, transmitada também pelos personagens figurantes que também são interessantes. A vibe de Halloween também é ótima. No final, o maior problema é que os pontos mais positivos do filme são pontos adultos demais, tornando este um filme pouco atrativo para o público infantil. Palmas também para a dublagem fantástica, incluindo a tradução do nome para EPAMINONDAS. Nota: 9.4.
Ainda bem que não fui assistir esse TROÇO NO CINEMA. O roteiro até poderia gerar um bom filme, uma parte 4 ou 5 da franquia, mas não tem o menor sentido colocar esse roteiro NO ÚLTIMO FILME da franquia. Halloween Ends é o Star Wars IX do terror. Parece ignorar grande parte das questões de sua segunda parte (como a questão da Laurie não ser significativa para o Michael, ou o objetivo dele, de retornar para casa), além de possuir diversas falhas em sua condução. A diferença é que Star Wars IX força fan service do início ao fim, o que aqui só acontece no último ato. De primeira não gostei do Halloween 2018. Quando revi fui mais complacente com as falhas daquele filme, pois percebi que tentaram entregar um filme respeitoso à franquia, embora não tenham sido eficientes em recriar os elementos da franquia original ou mesmo seu clima. O mesmo acontecia no Halloween Kills, que mesmo repleto de fan service e referências (SILVER SHAMROCK) acava por naufragar pelo estilo incondizente do diretor para com o ritmo da franquia. Entretanto, esses dois filmes tinha boas ideias e se esforçavam (e falhavam parcialmente) para entregar um material condizente com as expectativas dos fãs da franquia. Já aqui temos uma atrocidade sem sentido. É dito como o filme que fecharia por vez a trilogia/quadrilogia, e como tal se espera um foco nisso. Pelo contrário, o foco é em um personagem inserido no último filme, fugindo de tudo que a franquia vinha entregando, mesmo nos filmes antigos (exceto, claro, o famigerado terceiro filme). Queremos ver um slasher a moda antiga, não um pseudo estudo psicólogico, bem fajuto, de um personagem que ninguém dá a mínima. Maaaaaaas, apesar disso, apesar dessa ideia incondizente com um filme de encerramento, eu ainda tentei comprar esse conceito absurdo quando percebi que era esse o caminho que o filme tomava. Mas não deu. Muitas cenas inúteis, um foco enorme é dado no Corey e no romance dele. E no bullying que ele sofre. E na Laurie sendo injustiçada pela cidade. Muito plot, e um plot sem graça, repleto de situações forçadas e de enchimento. E quando o Michael finalmente aparece, não engrena. Pelo contrário, temos um Michael descaracterizado, que só vai ser o Michael que conhecemos no finalzinho do filme, em seu terceiro ato.
Quando ele aparece no segundo ato e se torna parça do Corey, foi ali que perdi a boa vontade com o filme. E aqui que vem o maior problema do filme. Tínhamos um Michael até condizente com as expectativas nos outros filmes, aí na conclusão da saga temos como principal assassino do filme o Corey. WHAAAAT?
Até fucionaria num filme da frnaquia de enchimento, mas num encerramento é bizarro. Sério, quem aprova esses roteiros? Quem achou que isso era uma boa ideia? Qualquer ser pensante ia perceber que não tinha o menor sentido levar o roteiro para esse lado. Aí, no terceiro ato, é lembrado que esse é o último filme e temos fan service colocado em enxurradas, tornando todo o primeiro e segundo ato inúteis, já que o filme "termina" para poder concluir sua trama focada no Michael como prometido. É tal qual Star Wars IX, que são dois filmes em um, porque ignora a parte VIII e com isso tem que reconstruir várias coisas. Daria mais certo se a trama desse filmes fosse a parte 3 e o encerramento fosse num próximo filme. Do jeito que fizeram geraram um roteiro bizarro e pouco coeso. E, mesmo o fan service no final é bem forçado,
difícil acreditar que a senhora Strode aguenta sair na porrada com o Michael. Aí do nada um solilóquio dramático, uma procissão bizarra e fim.
Para piorar ainda mais, não tem clima de Halloween. Guardei o Halloween para finalmente assistir esse treco e quase não temos os elementos do Halloween que dão título ao filme. Acho que é o filme da franquia que menos tem o clima da festa das bruxa. E sabe o que é pior? Ainda é um filme infinitamente melhor que as duas bombas do Rob Zombie. De memória só é superior aos filmes do Zombie e ao Ressurection. É salvo pela Jamie Lee Curtis e pelo ato final, que, apesar do fan service e das forçações, na deixa de ser interessante por encerrar tudo (mais uma vez, semelhante com Star Wars IX). Nota: 6.2.
Um dos primeiros filmes de terror oitentista que eu assisti e um clássico do gênero. Beira o terrir em vários momentos, brincando com a mitologia dos vampiros e com a ideia de ter como vizinho uma dessas criaturas das trevas. Os efeitos são bons para a época, a trilha também é boa. Acho que o problema foram as atuações, em sua maioria bem canastronas (embora Sarandon convence como vilão, empregando aquela charme típico dos vampiros). O protagonista também não é nada excepcional e apenas cumpre seu papel, sendo o personagem de Peter Vicent bem mais memorável. No final, é uma tentativa de homenagear e resgatar um tema de terror que tinha simplesmente desaparecido nos primeiros anos da década de oitenta, que são os filmes de monstros, como lobisomem, vampiro, múmia, etc. E aqui é até comentado, na figura do decadente Peter Vicent como ese subgênero do terror tinha cedido para os slashers, atual moda na época. Nota: 8.7.
Depois de rever o filme da Deanna com maior nota no IMDB (Raio de Sol), parti para assistir o com a menor nota. E achei extremamente injusto. Este filme está longe de ser ruim. Então, qual seria o motivo de tão baixa nota? Bom, diferente de Raio de Sol, que tem um humor ótimo, Um Sonho Desfeito é um filme destoante da carreira da atriz. Embora tenha o clichê da personagem tentando fazer sucesso como cantora (plot de 90 por cento dos filmes dela), esta é uma produção mais séria (como Christmas Holiday, único outro filme puxado muito para o drama da atriz). Não só mais séria, mas extremamente política. E ver política, corrupção e injustiças revoltantes discutidas na velha Hollywood é algo raro e aqui é feito de forma bem feita, com discursos éticos embora, claro, possua o
típico final feliz, quase inverossímel, dos filmes da época.
Talvez também não tenha uma nota tão alta por conter uma Deanna quase antagonista, ao contrário das personagens de bom coração que a atriz sempre interpreta, quase tirando o foco dela como protagonista usual. Entretanto, não vejo nenhum desses motivos como negativos, e ainda acho imcompreensível ser o filme de pior nota da atriz. No fim, as discussões são boas, as músicas são ótimas (sempre são nos filmes da Deanna) e ver a atriz como quase par romântico de Vicent Price (que ainda não era "o" Vicent Price) e por demais divertido. E, apesar de não ser uma comédia musical como os demais filmes da atriz, ainda assim possui um humor pontual e eficiente. Nota: 8.8.
John Carpenter entrega mais um ótimo filme de terror, mas que, diferente de outras obras do diretor, não atingiu o status de clássico. Repleto de metalinguagem e com uma conclusão
caótica e ousada, que escancara o status de filme dos acontecimentos que estamos vendo. Só não entendi porque o nome da equipe cinematográfica no filme dentro do filme é o mesmo da do filme que estamos vendo, exceto os atores principais (está John Trent no lugam de Sam Neill).
Sutter Cane é uma clara mistura de dois autores. Stephen King (a sonoridade dos nomes é parecida, a capa dos livros é semelhante e posui as histórias em cidades interioranas) e Lovecraft (os mosntrengos). Várias ideias curiosas, misturando realidade e ficção, embaladas por criaturas com bons efeitos (algo que John Carpenter já tinha acertado bem em The Thing). Por fim, a cena do ataque com o machado no restaurante é genial. Fiquei só com a sensação de que faltou algo para se tornar um clássico. Talvez maior personalidade para a dupla de protagonistas, mas não tenho certeza se foi exatamente isso. Nota: 8.5.
O FEMINISMO FOI BOICOTADO!!!!!!!! Assisti Amanhecer Parte 1 e 2 na época do lançamento, mas, revendo agora, acho que Lua Nova é facilmente o pior da franquia. Nossa heroína e protagonista Bella, aqui, está mais dependente de macho do que nunca. Esse filme é uma afronta aos ideários de empoderamento, da ideia de que mulheres (e personagens femininas, filmes, etc) não devem girar apenas em torno de homens. E, curiosamente, fez um sucesso danado entre o público feminino (de adolescentes, é verdade), o que demonstra que ou estamos criando errado nossas meninas, ou realmente o movimento feminista está em uma luta vã e os assuntos femininos serão sempre predominantemente relacionamentos e um “príncipe encantado”. Mas, divagações políticas a parte, falemos de Lua Nova. Primeiro, é um filme morto, chato. Arruma um pretexto bizarro para o Edward sair de cena, assim podemos ter de novo a mesma trama do primeiro, só que agora não é um vampiro, e sim uma espécie de lobisomem. E digo que esse pretexto não tem sentido pois eles voltam a morar na cidade de qualquer jeito nos próximos filmes. Claro, provavelmente era uma desculpa do Edward para se afastar, mas ele poderia ter feito isso sozinho sem levar a família toda. Aqui temos a pior direção e atuação entre os três primeiros filmes (que revi recentemente). Não só isso, como em todos os aspectos cinematográficos. A maquiagem mal feita, os efeitos tenebrosos, a Mise-en-scène ruim. Bella se corta com um PAPEL DE PRESENTE e um milissegundo depois já está com sangue cobrindo todo o dedo. A cena de ação que a vilã ataca ao som de Muse, se não me engano, é completamente mal montada. A música não condiz em nada com o conteúdo da ação. A trama é horrenda. Bella fica meses em casa, não interage com mais ninguém, nem com seus amigos, entra em sofrimento profundo por meses após levar um fora do Edward. Sim, todos já tivemos um fora, sabemos que dói, mas o filme retrata de forma exagerada. “Ah, o motivo é que a Bella está em depressão”. Pois é, talvez hoje em dia, com discussões maiores sobre saúde mental e afins, não julguemos tanto assim a questão. O problema é que não é exatamente a depressão retratada aqui, mas uma dependência afetiva que não é bem trabalhada pelo roteiro, ademais, é até defendida por ele (e a situação só piora ainda mais, como comentarei em Eclipse). Tanto é que Bella, que nutre um amor fraternal por Jacob, se aproveita do amor romântico dele para com ela para usa-lo como muleta afetiva de forma a suportar mais sua dor pela perda de Edward. Seria uma ideia até interessante, trazendo um pouco de tridimensionalidade para a protagonista, demonstrando facetas negativas dela, como o egoísmo. Bom, esse egoísmo de Bella vai de encontro à sua (pálida, é verdade) personalidade do primeiro filme (“morrer por quem você ama blá blá blá”). Não só isso, Bella já era uma protagonista fraca, aqui então, ela está horrível. Se no primeiro ela era uma concha vazia, aqui essa concha é preenchida com características e ações negativas (o egoísmo) ou estúpidas. Como a recorrente ideia de colocar a si mesma em perigo para ver a cabeça flutuante do Edward, ou tentar fazer com que ele apareça para salvá-la, uma ideia do roteiro-livro horrenda não importe em qual ângulo se olhe. Sério, a trama desse filme faz a do primeiro parecer uma obra de Machado de Assis, de tão ruim que é esse segundo filme. E piora. Agora o vampiro que tinha mudado de lado do nada no primeiro filme volta a mudar de lado do nada aqui, sem mais nem menos. Um dos lobisomens quase tenta estraçalhar Bella num momento de fúria e trata como se fosse nada. Temos horas gastas na melação Bella e Jacob, sendo que estas cenas não vão acrescentar em nada para a trama. A verdade é que esse segundo filme podia muito bem ser condensado no terceiro e ter sido feito uma trilogia. Tirando o abandono e retorno do Edward e a apresentação dos Vulture, todo o resto podia ter sido condensado em 10 minutos. As atuações também estão ligeiramente piores do que no primeiro. Bella é abandonada por seu amado e Kristen não consegue derramar uma lágrima. A batalha final não consegue transmitir uma gota de tensão ou ação pela direção, coreografia trilha (e olha que é do Alexandre Desplat) e atuações ruins. De positivo temos Jacob, único personagem da saga que vale a pena (embora seria totalmente desconfigurado na terceira parte). Ao contrário do príncipe encantado frio e idealizadamente perfeitinho que é o Edward, Jacob é calor, humanidade. Apesar do físico, Jacob possui falhas (claro, algumas de natureza sobrenatural, como a raiva por ser lobisomem), personalidade, trata a Bella bem melhor do que o dramalhão “te quero – não te quero” do Edward o fazia. Na época eu não era team Jacob, pois Edward era quem Bella amava, quem ela se apaixonou antes também. Mas, Jacob não deixa de ser alguém (pelo menos nesse filme) por quem teria muito mais sentido Bella se relacionar. No final, ele agiu com muito mais zelo que o príncipe encantado sem sal do Edward. E Bella tê-lo abandonado prontamente para ir de encontro ao vampirinho fajuto é uma lição perigosa para as adolescentizinhas que acompanharam essa saga. É dizer, como bem apontou Amer no Blog do Hammer, que está tudo certo em dar o fora em quem realmente se importa com você em prol de correr atrás do frio e distante príncipe idealizado que te abandonou na primeira oportunidade. E, acreditem, a lição de Eclipse é ainda pior. Bom, Alice também é uma personagem interessante além do Jacob, então ele não é o único personagem que vale a pena. Mas, sério, o poder dela é horroroso, toda hora age nas conveniências do roteiro. O pai da Bella também tinha um potencial de bom personagem no primeiro filme, mas chega uma hora que a passividade dele para com Bella beira o absurdo. Aliás, sobre as visões da Alice. Se os poderes dos outros vampiros não afetam Bella, por qual motivo as visões convenientes de Alice não são interferidas por esses poderes? Também não entendi a trama do Edward no terceiro ato. Meu intelecto deve ser abaixo da média mesmo... Certo, é uma ideia
pegada de Romeu e Julieta, a trama de romance que atualmente é uma das mais batidas da história. Enquanto o primeiro tinha modos de A Bela e a Fera, este segundo escancara em seu início, de forma envergonhada, que irá pegar a ideia de Romeu e Julieta. Claro, o engano que fez Edward acreditar que Bella tinha morrido é estúpido. É de se esperar que um ser centenário vá confirmar COM TODAS AS LETRAS que sua amada teria morrido antes de recorrer ao suicídio. E também não entendi a trama do suicídio. Ele não podia simplesmente se guilhotinar? Tinha que necessariamente ser morto pelos Vulture naquele drama todo? Imagina só, alguém quer tirar a própria vida, aí comete crimes hediondos para poder ser punido com a pena de morte. Enfim, o roteiro desse filme é tenebroso.
Sobre a constante reclamação do Jacob estar sempre descamisado, talvez seja uma das maiores hipocrisias de todas. A história do cinema foi pautada sempre em exploração, grande parte das vezes forçada, dos corpos femininos, com insinuações e nudez feminina gratuita. Claro, não deixa de ser forçada a exploração dos corpos masculinos nesse filme, mas reclamar disso sem reclamar da questão de exploração feminina não tem o menor sentido, sendo que a exploração dos corpos masculinos é uma gota em comparação, então aqui dá para dar uma perdoada. No final, o filme é vergonhoso (cringe talvez seja um termo mais atual) não só no seu roteiro péssimo, sem construção de personagens e repleto de conveniências, mas em todos os demais aspectos cinematográficos. E a cena final, com a atuação horrenda da Krsiten no último take é um ótimo exemplo. Nota: 6.3.
Começa interessante. As sequências que envolvem a tentativa de chegada na Zona compõe boa ação. As tramas que envolvem a natureza do Stalker e da Zona também despertam o interesse pela sua originalidade (trama esta baseada no livro). Mas, depois da cena do sono (a que os personagens se deitam e começam a divagar) o filme entre numa espiral de lentidão. Essa cena, em específico, parece ter sido planejada para fazer dormir, não tem condições. Essa ausência de ritmo é perdoável pois é o que se espera de um filme do diretor, compromissado com a arte e não com a opinião do público médio. Mesmo assim, em alguns momentos, pode até agradar esse público, pela fotografia interessante nos vários cenários curiosos da Zona. Até gosto da sequência final, apesar de toda a situação ali (envolvendo bombas, etc) soar bem artificial, incluindo o diálogo e interação entre os personagens nesse último trecho. Ou, talvez, eu não tenha a sensibilidade para perceber qual o significado por trás do Quarto. Nota: 7.8.
Férias Frustradas II
3.2 111 Assista AgoraAh sim, uma diretora mulher. Que bom. Não teremos piadas machistas e... e o filme já começa com uma piada bizarra entre a filha e o apresentador de TV.
Enfim, o primeiro é bem superior, tem mais consistência e piadas melhores. Esse daqui me deixou meio frustrado (perdão pelo trocadilho). Tinha uma imensa possibilidade de piadas com outros países (possivelmente estereotipadas) e mesmo assim, na maior parte do tempo, não consegue criatividade suficiente para pensar em boas tiradas com esse tema.
Além disso, a trama é muito episódica. Não tenho, em princípio, problema com isso, afinal, é um road movie, mas nesse filme daquele ficou muito excessivo, quase como se fosses sketchs atrás de sketchs, a ponto de terem que incluir apressadamente um antagonista para gerar o clímax. A única coisa que fica frequente durante o filme é a obsessão da filha com o garoto, algo insuportável.
Nota: 6.7.
Abismo do Medo 2
2.9 546 Assista AgoraConsidero quase no mesmo nível do primeiro, mas o motivo é mais pelo fato de eu não gostar tanto assim do primeiro do que por esse daqui ser um bom filme.
O roteiro é um caos em seu início, com o tratamento da persongem Sarah sendo tenebroso. Toda a situação em relação à entrada dela na caverna, dos outros personagens e como a coisa desandou é forçada ao extremo. Até entrega uma boa tensão e claustrofobia em alguns momentos, além de trazer continuidade com o primeiro filme, nos trazendo de volta a algumas localidades (como o despenhadeiro), apesar de que o retorno de determinado personagem foi bem forçado, como quase tudo nesse filme. Mas, ainda assim, consigo achar a experiência de assisti-lo minimamente divertida.
Nota: 6.7.
Nascido Para Matar
4.3 1,1K Assista AgoraO primeiro ato é a melhor parte do filme. A forma como Kubrick conduz o filme de uma forma fora do padrão nesse trecho inicial é curiosíssima. As cenas resumidas em treinamento e humilhação vão sendo construídas quase se diálogo ou interação entre os recrutas, sendo resumida com os xingamentos do sargento e treino físico e, migalha através de migalha, a história vai sendo construída e desenvolvida.
O personagem de Vincent D’Onofrio e a atuação dele são excelentes, culminando numa conclusão muito bem dirigida por Kubrick. E, talvez, esse seja o maior problema do filme. Confesso que evitei qualquer informação sobre a produção, mas, enquanto assistia, acreditei que ficaríamos apenas nas cenas de recrutamento, ainda mais considerando que elas tomam um grande tempo da projeção e são a melhor parte do filme, como fica evidenciado aqui nos comentários do Filmow, em que quase todo mundo falou isso.
E aí vem meu problema com esse filme. Se o foco não são as cenas iniciais, se vão haver também cenas de guerra no Vietnã, por qual motivo focar tanto da projeção no recrutamento¿ Acaba criando uma obra pouco coesa, como se tivéssemos dois trechos muito bons, mas curtos, e os costurássemos para gerar um filme, mesmo que esses dois trechos não possuam muita relação entre si. E essa ausência de reflexos, de consequências entre os dois trechos do filme acaba enfraquecendo um pouco a narrativa. Tanto é que a conclusão do filme me pareceu solta, desconexa, quase como se precisássemos de algum discurso para dar azo ao final, abrindo um encerramento de um filme que não sabia como se fechar, tanto é que me surpreendi com o fato de se a conclusão. Achei que teria mais filme depois.
Sim, a cena de guerra no final é boa e bem montada. De primeira, achei a revelação um pouco inútil, como se para causar um impacto de clímax, mas, repensando, ela existe para refletir sobre como o poderio militar, o treinamento cruel, a lógica não estão intimamente ligados aos louros da guerra, tanto é que o próprio EUA não conseguiu vencer o Vietnã.
Outra “decepção”, bem entre aspas mesmo, foi a figura do sargento. Sempre aparece em memes, ou em exemplos de personagens intragáveis, mas, tenho que confessar, em nenhum momento senti realmente raiva da figura dele. Certo, ele é abusivo, xinga, rebaixa, mas, além do exagero nos xingamentos quase gerar um efeito de humor pelo absurdo, vamos analisar bem. Em nenhum momento ele cometeu injustiças, e personagens injustos realmente são os que dão raiva. Comparem com uma Umbridge, um Snape, os militares de Dia dos Mortos, com seus tratamentos diferenciados e vão entender o que eu estou falando. Ou mesmo as figuras de Glória Feita de Sangue, filme que te faz passar muito mais raiva. O Sgt. Hartman em nenhum momento agiu fora das diretrizes militares à época, pelo menos do que me lembro.
Nota: 8.3.
Louca por Música
4.0 1Esse é o segundo filme da Deanna com maior nota no IMDB. Achei justo (considero melhor que Raio de Sol, aliás), pois realmente é um filme leve e divertido (apesar de se uma das raríssimas vezes que chorei assistindo um filme), com situações bem engraçadas. Claro, durante grande parte do filme você se questiona o motivo de torcer pela protagonista, afinal ela é uma mentirosa compulsiva e o artifício do roteiro para que não a julguemos é que, vejam só, ela cruza os dedos quando mente.
Bom, as músicas são ótimas, Deanna carrega bem o protagonismo, o personagem do "pai" dela é um personagem ótimo também. Só achei que faltou amarrar melhor as duas tramas, sendo a trama da mãe atriz e a trama do falso pai. No último ato o filme parece que "mata" a questão do falso pai e foca só na mãe, sem entrelaçar bem as duas situações e terminando meio abruptamente. Aliás, é bem bizarro esse conceito de que a mãe da protagonista não podia revelar a filha para evitar julgamentos. De certo modo, não é o agente o vilão do filme, e sim a sociedade que, ora vejam, julgaria e "cancelaria" a mãe da protagonista (sim, cancelamento está longe de ser algo de nossos dias).
Nota: 9.6.
O Assassino
3.3 515A prova de que o cinema NÃO É matemática. Ficou demonstrado que a arte não pode ser executada de modo estritamente racional, do contrário, pois aqui temos uma obra-prima do apuro técnico, mas que é ineficaz em despertar emoções, entretenimento, etc.
O que Fincher faz em O Assassino é um absurdo em matéria de direção. Cada cena, cada condução, tudo é milimetricamente posto no seu lugar, calculado para servirem e executarem os propósitos narrativos. E, mesmo sendo provavelmente o melhor trabalho de direção de Fincher, considero como um de seus piores filmes (o que não significa que seja ruim). Apesar de ser muito bem dirigido, não empolga como outros filmes do diretor. A trama é um tanto óbvia, seguindo o mesmo mote dos filmes de vingança, como Kill Bill, em praticamente todos os seus pormenores. Outro problema é no fato de acompanharmos apenas o protagonista, um personagem que é meio que um vilão. Durante toda a narrativa acompanhamos o assassino de aluguel solitário, o que acaba por transformar o filme em uma obra repleta de narração interminável e, na maior parte do tempo, vazia.
Bom, se essa narração ainda tivesse coisas interessantes para dizer... mas, na maior parte do tempo, os dizeres da narração do protagonista se esvaem de nossa mente em segundos e já nem somos capazes de lembrar o que foi dito (ou vai me dizer que você lembra qual foi o conteúdo ou ensinamento da fala final do filme?). E, para um filme extremamente focado na narração, isso é um tremendo problema.
Curiosamente, achei que o filme de Fincher que mais se assemelha a este é A Rede Social. O filme focado no Facebook tem uma edição impecável, fluida, numa constância de ritmo quase monocórdica, sem grandes altos e baixos na trama. Aqui temos algo muito semelhante, inclusive na ausência de clímax, ausência esta que já seria estranha, mas fica mais estranha ainda quando, mesmo ausente esse elemento primordial da narrativa convencional, sequer sentimos falta dele, o que também acontece em A Rede Social. Além do ritmo narrativo parecido, também temos o conjunto de protagonistas com moral duvidosa. A diferença maior é que O Assassino é focado unicamente no personagem que é assassino de aluguel, enquanto A Rede Social fluía entre alguns outros personagens.
No fim, o filme acerta muito bem em quase tudo, exceto em sua narrativa óbvia e pouco emotiva. Talvez a melhor parte em relação à narrativa seja mesmo o contraste dentro da mente do protagonista. O mesmo clama o tempo todo suas regras. Afirma estar focado na perfeição milimétrica e lógica... ao mesmo tempo se embrenha em uma empreitada de vingança irracional.
Nota: 7.9.
Estrada Perdida
4.1 469 Assista AgoraNão há como negar, Lych sabe criar atmosfera e é um pecado imenso que ele não tenha dirigido algum filme essencialmente de terror, apesar desse gênero estar constante em alguns elementos de seus filme.
A atmosfera da primeira metade é sufocante. A narrativa banal do casal com problemas de traição é contada de tal forma que o clichê acaba por ser suprimido pela condução de Lynch. E, quando a trama dá sua primeira guinada rumo à estranheza típica do diretor e passamos a acompanhar outro personagem, fica parecendo que estamos montando um quebra-cabeça sem saber qual vai ser a figura que vamos formar.
Bom, eu achei que, depois que resolvemos sobre o que o filme se trata, ele perde um pouco de seu encanto. Quando sabemos a resposta fica uma sensação de "era só isso então?".
Os dois personagens são a mesma pessoa, sendo que o Pete foi uma criação do protagonista para suportar o tempo que passou no corredor da morte. Pete tem uma vida boa em que os pecados do protagonista são explorados, embora em alguns momentos a realidade aparece para deiaxr tudo turbulento. Por fim, o último ato aconteceu cronologicamente antes da prisão do protagonista, quando ele assassinou aqueles que estavam envolvidos com sua esposa e com a gravação de filmes eróticos envolvendo ela. As duas versões dela na foto, acredito, é uma representação da versão casada dela e a outra da versão que traía (ou seja "duas caras"). Só não sei o que o "homem misterioso" simboliza. O ciúme, talvez? Ele fala que estava na casa do protagonista, era a desconfiança que abraçava o casal. Além dele ser o responsável por guiar o protagonista enquanto ele mata os envolvidos no affair de sua esposa
Enfim, essência de Lynch.
Nota: 8.6.
V/H/S/2
3.1 443Em meu comentário no V/H/S 1 falei que o principal problema era a falta de propostas interessantes para a maioria dos curtas da antalogia e a ausência do estilo V/H/S nas gravações. Bom, nesse segundo a questão das premissas é corrigida, buscando curtas em que a proposta é inovar na questão das gravações, assim, temos um com múltiplas câmeras, outro de câmera no olho, câmera no zumbi, câmera no cachorro, etc.
1º Curta: Phase I Clinical Trials.
O do olho. A premissa é boa, incluindo a questão das falhas no olho como fantasmas, ou o fato de ter que evitar dar atenção aos espíritos como forma de evitar ataques. Entretanto, é nessa última questão que o curta falha, pois insere essa proposta e em nenhum momento ela é usada. A mulher surda, por exemplo, é atacada sem mais nem menos e o protagonista em nenhum momento tenta fingir que os fantasmas não estão lá. Nota: 7.
2º Curta: A Ride In The Park.
A premissa é interessante e com certeza agrada aos fãs de zumbis, ainda mais que found footage de zumbis não é algo muito usado (ninguém vai ficar filmando durante um apocalipse zumbi). Zero roteiro, sendo mais uma experiência de imersão mesmo, mas com bom gore. Ligeiramente melhor que o primeiro curta. Nota: 7.
3º Curta: Safe Haven.
Consensualmente o melhor curta do segundo filme. Várias câmeras dão um tom mais cinematográfico, com ações paralelas. A situação que vai ficando gradualmente pior, a ambientação, o gore e o tema da seita são ótimos e intrigantes. Só não entendi o final.
O demônio foi gerado, então agora estamos no apocalipse. Como então a moça do curta que liga as histórias assistiu a fita se o mundo vai acabar? O mesmo vale para o curta dos zumbis
4º Curta: Slumber Party Alien Abduction.
É o segundo melhor desse segundo filme. Apesar da gravação caótica, chacoalhante, quase impossível de se acompanhar em alguns momentos, esse caos parece ser pelo propósito de soar condizente com a situação retratada. Entretanto, achei que faltou alguma surpresa ou reviravolta que compensasse a falta de trama. Nota: 7.
Curta de ligação:
O curta que liga as tramas é o segundo pior do filme, quase no mesmo nível do curta do olho. É um grande nada com uma conclusão boazinha, servindo apenas para ligar as fitas. Nota: 7.
No final, acaba sendo ligeiramente melhor que o primeiro filme, por possuir histórias com premissas mais interessantes, embora a maioria delas peque na condução ou conclusão.
Nota: 7.4.
A Proposta
3.5 2,1K Assista AgoraApesar das atuações meio travadas do casal principal, eles até funcionam pois o roteiro consegue colocar química entre os dois (nunca eu ia lembrar que o Ryan Reynolds já foi galã de comédia romântica). As piadas são divertidas, a trama não é nenhum primor mas possui originalidade suficiente para funcionar, bem como a maioria do filme funciona bem em suas propostas. Achei só que deslizou um pouco no último ato, na forma pastelão de resolver as coisas, de gerar os acontecimentos, e os demais clichês, mas não é um escorregão suficiente para estragar o filme. Os diálogos que constroem o romance entre os protagonistas são bons, sem apelarem, e os coadjuvantes são divertidos o suficiente. A comédia acaba sendo a melhor parte no fim.
Nota: 8.3.
Chinatown
4.1 635 Assista AgoraChinatown tem um roteiro tão bom que foi premiado com o Oscar. Geralmente a Academia erra, mas aqui era impossível cometer algum deslize, pois o roteiro do filme é bem construído, parecendo até uma adaptação ao invés de um roteiro original. Consegue amarram bem as duas tramas de mistério paralelas, embora, para mim, falte aqui um fator instigador. Quando estou diante de uma trama de mistério, quero ser instigado para a resolução do mesmo, mas aqui na maior parte do tempo o filme não empolga nessa questão, não atiça a curiosidade. Tudo está no lugar, roteiro perfeitinho e redondo mas sem esse fator, sendo a direçao também responsável por essa questão.
Acho que apenas a personagem da Faye Dunaway que me intrigava no filme, ela fica a trama toda passando uma sensação de estar escondendo algo. Sobre o final,
ainda não consegui, digamos, entrar em um consenso comigo mesmo sobre qual seria melhor. O roteiro original propunha um final feliz, e tem muito mais sentido em relação a toda a luta do protagonista em resolver o mistério. Por outro lado, o final que foi gravado marca muito mais, mexe muito mais com nossas sensações
Nota: 8.5.
Halloween: A Lenda de Jack
1.2 32 Assista AgoraAcho que o principal problema do filme é se levar MUITO a sério. Não estou pedindo que todo filme de baixo orçamento abrace o humor (in)voluntário como válvula de escape para tornar o baixo orçamento mais palatável. O problema é que esse filme aqui se leva a sério até demais, aponto de parecer que os diretores estão realmente achando que a produção é o supra sumo do cinema. O filme até tenta, tem boas ideias e a diração e demais meios da produção até são acertados considerando o orçamento (com a ressalva de se levar a sério demais). Acho que o problema maior foi a sequência final, que abraçou um festim de violência que fugiu do tom e proposta incial.
Nota: 6.4.
Pânico
3.6 1,6K Assista AgoraPânico é genial já em sua cena de abertura. Drew Barrymore, potencial protagonista (atriz de nome e estava na capa do filme)
é brutalmente morta já na cena inicial
Wes Craven já tinha sido responsável por renovar o slasher em A Hora do Pesadelo, mas, aqui, ele foi além e foi responsável por ressuscitar o sub-gênero em uma nova roupagem, fazendo de Pânico o primeiro filme de um sub-sub-gênero, os new slashers, uma categoria dentro dos slashers. E, por isso, Pânico foi polêmico desde seu lançamento, sendo aplaudido pelo público mais jovem e rechaçado por vários dos públicos mais velhos e saudosistas com os slashers oitentistas. Atualmente, essa polêmica ficou no passado, ainda mais que a geração noventista cresceu apreciando os new slashers, que, sinceramente, não devem em nada aos slashers oitentistas ou aos proto-slashers.
A maioria dos motivos da reclamação dos saudosistas não tem muito lastro de sentido. A reclamação em torno dos assassinos humanos, mascarados, e do longo discurso de revelação do assassino no trecho final parece esquecer que o primeiro Sexta-Feira 13 não é sobre Jason, e sim sobre Pamela. Os slashers ointentistas de primeira geração (seria um sub-sub-sub-gênero?), excetuando Halloween, possuem humanos como assassinos e foi apenas com A Hora do Pesadelo (do próprio Wes Craven) que os assassinos sobrenaturais passaram a ser padrão, no que iniciou os slashers oitentistas de segunda geração. Então, essa reclamação não parece ter muito sentido.
Outra reclamação comum era sobre as final girls. Diziam serem sem sal, esquecíveis, de pouco personalidade. Pois bem, alguém lembra o nome de uma mísera final girl da franquia Sexta-feira 13? Ou de Trem do Terror? Certo, temos Nancy, Laurie (e qualquer outra que Jamie Lee Curtis interpretou) e são usualmente citadas (ou eram) pelos saudosistas, mas desafie a citarem alguma além dessas 2. Pois é. Os personagens dos slashers, não importa a época, são adolescentes em sua maioria vazios, cuja morte não podemos nos importar (exceto da final girl). E temos Sidney Prescott no mesmo patamar das final girls clássicas, doa a quem doer.
Outra reclamação usual é o fato de que o gore nos new slashers é zero. Aqui a reclamação procede em partes. Sim, os filmes são menos violentos para evitar a classificação indicativa, que era mais pesada na época dos new slashers. Entretanto, grande parte dos slashers oitentistas também sofriam pesados cortes nas versões que saiam em VHS e muitas vezes o gore mais pesado se perdia ou era diminuído. Mas, reconheço que a maioria dos new slashers e bem pobre nas mortes, seja na criatividade, seja no gore. Entretanto, Pânico se sai até bem nessa questão, pois tem bastante sangue e as mortes da cena inicial são bem gráficas.
Aliás, se Pânico, então, realmente possuía as características dos slashers clássicos, o que fez dele o percursor de um sub-sub-gênero diferente? Pois bem, a principal questão aqui foi a metalinguagem. Pânico é um new slasher que conversa sobre os new slashers, numa genial tentativa de explorar um sub-gênero que é pautado exatamente no mais do mesmo e no clichê, no óbvio, na expectativa de que aquilo que você espera que vá acontecer realmente acontece no momento que você espera que vai acontecer. Talvez por isso os saudosistas não gostaram tanto assim, pois viram escancarado que os filmes que idolatraram em sua infância ou adolescência não eram tão geniais assim. A metalinguagem, aliás, seria a base de vários dos new slashers, embora nunca da forma explicita que Pânico fez.
E Pânico vai se conduzindo muito bem nessa brincadeira de expectativa,
com ótimos diálogos e condução de alguém que sabe o que o público vai pensar de cada cena e quebra a expectativa do público EXATAMENTE por não quebrar com a expectativa do público. Detalhe para o assassino. Embora haja a quebra de expectativa por serem dois (algo que acho que foi a primeira vez que aconteceu em um filme do sub-gênero), desde o início parece ser claro que o namorado da protagonista é o culpado, algo apontado inclusive pelo especialista em terror e, exatamente por isso, duvidamos que ele realmente o seja, o que torna mais interessante ainda quando é revelado que ele, de fato, é o assassino
Os personagens adolescentes são aquelas conchas vazias e clichês do gênero, mas temos aqui a adição de dois personagens adultos, o que torna mais interessante e ajuda a fugir um pouco do padrão de perseguição a apenas adolescentes. O primeiro e segundo ato são mais divertidos e com algumas perseguições, mas são apenas uma construção para o longo terceiro ato, talvez um dos maiores do sub-gênero, em que temos a cena em que os personagens morrem um a um. Talvez Pânico tenha o melhor terceiro ato dos slashers, bem conduzido e a todo momento instigando que será o culpado, além das várias reviravoltas. Eu sempre esqueço também de toda a trama envolvendo a mãe de Sidney, que não é ruim e é necessária ao roteiro, mas acaba não sendo o principal chamariz do filme.
No final, Pânico prevalece como o melhor new slasher e um dos melhores slashers de forma geral, tendo na ótima condução de Wes Craven e no ótimo roteiro de Kevin Williamson um dos pilares do terror do final dos anos 1990 e início dos anos 2000, abrindo espaço para várias outras produções protagonizadas por adolescentes, e conseguindo ser engraçado em sua metalinguagem, sem deixar de se levar suficientemente a sério, um equilíbrio difícil de atingir e que, por sorte, tem sido mantido ao longo dos demais filmes da franquia.
Por fim, curiosíssimo esse conceito iniciado por Pânico, em que passamos a perdoar os clichês no momento em que o roteiro os aponta. Não é como os clichês não estivessem lá, estão, e, apenas apontar a existência deles nos faz perdoar que lá estejam. É engraçado como isso funciona.
Nota: 9.8.
Bring the Soul: The Movie
4.4 11 Assista AgoraEmbora não seja um conhecedor da discografia da banda, dos grupos de K-pop BTS sempre foi o que eu mais simpatizei, incluindo também grupos de boys band. E nesse documentário consigo ver um dos motivos. Vejo no grupo um conjunto de membros que realmente se entrega e se indentifica com a profissão que escolheram. Enquanto muitos músicos parecem sucumbir ao sucesso e se tornam pestes insuportáveis ("cof" "cof" Justin Bieber "cof" "cof") o BTS veste os louvores de sua profissão. E, é legal ver como Beatles (minha banda preferida) parece ter influência no modo como bandas se comportam (produção de documentário, shows em estágios fãs enlouquecidas, humor de backstage, etc) até nos dias atuais e do outro lado do mundo. Está faltando avaliarmos o nível de atuação do BTS, que tal um filme no estilo Help? kkkkkk.
Enfim, em matéria de produção, edição e demais quesitos técnicos do gênero documentário, o filme não entrega nada inovador ou diferente, fazendo o básico e cumprindo seu propósito de documentário de backstage. O monólogo no fim foi realmente bom, aliás.
Nota: 7.3.
Dia dos Mortos
3.7 304 Assista AgoraDia dos Mortos mantêm o tom do George Romero de usar o artifício do mundo apocalíptico para expôr seus pensamentos políticos. Se A Noite dos Mortos-Vivos já possuia pesadas críticas (incluindo um, acredito que inédito, protagonista negro em um filme de terror) e o segundo filme, Despertar dos Mortos, abordava a questão do consumismo, este terceiro filme escancara mais ainda as questões políticas.
Acho que considero inferior aos dois primeiros por soar mais comedido que o segundo. Começamos com A Noite dos Mortos-Vivos como um filme mais simples (por questões orçamentárias), e então tivemos em Despertar dos Mortos um filme bem mais megalomaníaco para, então, termos um terceiro filme de ambiente limitado e com poucos personagens, ao in´ves de um encerramento de trilogia mais grandioso.
De toda forma, a crítica aqui é bem interessante. Parece um degladiação entre a forma de se conduzir a sociedade, de um lado militares, brutos, diretos, preto no branco, impetuosos e imediatistas. Do outro temos os cientistas que também são de certa forma criticados, embora possuam nuances por serem o lado, digamos, "do bem". Embora com boas intenções, se perdem na ausência de pragmatismo, de uma visão efetiva da condução científica, perdidos em um mundo de fórmulas que os afasta da realidade e até da sensibilidade (o uso dos corpos dos soldados para experimentos). Temos também o piloto e seu parceiro, que soam como os isentões, que não assume os lados. Temos também um militar mais bonzinho, latino, que tenta espantar um pouco essa ideia de todos os militares serem maus.
Assim, quem seriam Bub e os demais zumbis? A população? A população que é aos poucos acordada pela ciência, que esclareceria a posição dos zumbis, ou população, os fazendo perceber a força que possuem, os fazendo sair desse lado zumbístico e coordenarem uma revolução que depõe os dois poderes, ciência e militar, dos quais nenhum parece realmente se importar com a população, presos em seu próprio ego? Estou viajando demais ou George Romero realmente extrapola sua visão política nesse filme?
Enfim, os efeitos continuam ótimos, as cenas de zumbis também são excelentes, como no filme anterior, com boa maquiagem, demonstrando que apesar do forte apelo político, esse filme tem tudo aquilo que um filme de zumbi precisa e, no momento que temos ataques dessas criaturas, o filme, que já valia a pena, engrena ainda mais.
Nota: 8.3.
A Noite das Bruxas
3.3 186Sou fã dos livros de Agatha Christie, mas acompanhei bem pouco dos filmes de Hercule Poirot. Inclusive, não estava nem sabendo do lançamento deste, "caí de para-quedas" no cinema e do nada assisti, sem sequer ter visto os dois filmes anteriores, então não tenho muita base de comparação. Também não tinha lido o livro no qual se baseou.
Pois bem, gostei da forma como o filme se conduziu, se difarçando de filme de terror e pegando totalmente o tom dos filmes desse gênero, numa (curiosamente) rara mistura entre filme de mistério/detive e filme de terror. A condução é legal, o suspense é bom, as reviravoltas são boas, as atuações também. Enfim, é um ótimo filme. Manteve minha sina de sacar quem é o culpado uns 5 a 10 minutos antes da revelação. Sempre passo perto de descobrir com mais antecedência.
Nota: 8.3.
A Saga Crepúsculo: Eclipse
2.7 2,5K Assista AgoraBem superior ao segundo filme, e ligeiramente inferior ao primeiro na minha opinião. Aqui, pela primeira vez, chamaram um diretor de cinema de verdade, algo que já se nota logo nos takes inciais, onde se busca uma construção da cena, escolha de ângulos, posicionamento dos atores, etc. Claro, não é um primor de direção, mas já é uma melhora significativa nesse aspecto, mesmo que sejam algumas decisões óbvias (como o take óbvio em que Jacob fica entre Bella e Edward). Decidiram por chamar um diretor com experiência no terror, para tentar uma pegada fugindo do romance dramático dos anteriores, tentando deixar o filme menos moroso e com mais ação entre as criaturas do terror.
Bom, Eclipse para mim é um filme que se delonga demais em um tema inútil e poderia ser suprimido. A questão do triângulo amoroso já está resolvida. Bella quer ficar com Edward e ponto. Claro, até tem uma discussão interessante que Jacob seria muito mais benéfico para Bella, que Edward, se amasse ela, deveria deixar ela ir pois não pode dar uma vida normal para ela, etc. Mas a garota está resoluta, decidida que ama mais Edward, qual o sentido desse plot de triângulo? Faz apenas com que Jacob soe como um babaca insistente.
Aliás, por essa razão, Jacob está totalmente descaracterizado em relação ao filme anterior aqui. Se antes ele era um cara legal, meio impulsivo, claro, mas legal, aqui ele cede a provocações para com o Edward, toma decisões abusivas para com Bella (como o beijo) e age como um babaca o filme todo.
Edward, pelo contrário, age de modo mais calmo. Ao contrário do drama queen chato e indeciso dos filmes anteriores, aqui ele está mais confiante de que está no caminho certo e deve terminar com Bella. Temos, assim, um dos poucos desenvolvimento de personagem na franquia, pois Edward afirma que assim age devido aos eventos do filme anterior e sua quase morte. Desse modo, percebeu que ele e Bella devem ficar juntos, e que a moça está disposta a fazer tudo por ele.
As atuações continuam medianas, embora não tão péssimas quanto se pinta. Talvez a exceção seja para a Kristen, mas a personagem dela realmente é calada e passiva, uma das protagonistas mais sem sal da história, então realmente é difícil para atriz trabalhar com um material tão pobre, o problema é que ela nem se esforça.
A trama continua fraca e cheia de conveniências (as malditas visões da Alice, que só percebem o que é conveniente para a trama). Alguns pontos ainda são interessantes, como a questão da transformação de Bella, as histórias de background dos Cullen e dos Lobos (alguém deve ter dado um toque na escritora que já tinha passado da hora de backstories para os secundários) e o fato de que Jacob claramente é uma melhor opção. A famosa cena da barraca, onde isso é explicitado, também não é de toda ruim. Claro, é expositiva e óbvia, mas mesmo assim esclarece esse dilema interessante, enquanto expõe fisicamente tal dilema, pois Edward, como vampiro, era incapaz de dar suporte para a Bella não morrer de frio, algo que Jacob pode fazer, num paralelo demonstrando que ela ficaria melhor com ele.
Maaaaaaaas, são coisas pontuais. Crepúsculo e Eclipse possuem acertos pontuais (Lua Nova não, Lua Nova só erra) que logo descambam para cenas de má qualidade. Aqui temos a famigerada questão de esperar o casamento. É complicado avaliar se isso é um ponto de vista puritano e conservador da autora, que tentou transmitir isso para as adolescentes que são seu público alvo, ou se era a autora tentando ser condizente com a idade de Edward, que viveu em uma época conservadora em relação ao sexo e que isso seria demonstrando em seu comportamento mais galante, em contraponto com Bella, garota moderna e que não tem esses pudores, implorando pelo sexo. Bom, acredito que o fato de Bella não ser puritana como Edward demonstra que talvez não seja a visão de autora defendendo sexo pós-casamento, e sim uma tentativa da mesma de deixar o Edward mais condizente com a época em que ele era vivo. Mas esse troço e tão mal escrito que não dá para ter certeza.
A aceitação de Bella por todo ser movente continua forçada. Se no primeiro os Cullen estavam dispostos a morrer pela garota que conheciam a semanas e já tratavam a namoradinha como dá família, aqui temos nova repetição disso. Os lobos convidam Bella para participar de uma cerimônia e ouvir uma história que ninguém de fora da tribo tinha ouvido antes. O que torna Bella tão especial para ser aceita por uma tribo fechada dessa forma¿ Não sabemos. Aí os lobos e vampiros resolvem entrar em trégua depois de uma eternidade de conflito para proteger a Bella. É completamente estranha a boa vontade desse povo para com a protagonista mais sem sal da história.
Agora, a pior parte (sim, ela ainda não veio). Se eu reclamei das lições sem sentido de Lua Nova no meu comentário anterior (a ideia de ensinar as garotas a buscarem um príncipe encantado inatingível ao invés de abraçarem a realidade de um pretendente mais realista), aqui temos um lição mais bisonha ainda.
Temos finalmente revelada a motivação de Bella querer tanto ser uma vampira e de ser tão apática com sua popularidade e amigos da escola e com seu pai. Mesmo tendo uma vidinha média e sem grande complicações, a garota está sempre com cara de nada. O motivo disto, exposto pela própria Bella, é que ele não consegue se sentir bem, não consegue encaixar entre seus amigos, entre Forks, entre seus pais. Ele não se sente parte deste mundo, ele não a afeta, ela está apática para com ele. BELLA CLARAMENTE ESTÁ COM DEPRESSÃO. Caramba. Aí a solução da garota, ao invés de procurar ajuda psicológica, é ser morta e virar vampira, pois ali ela se sente encaixada. A insistência dela em virar vampira vem do fato que ela não se identifica com a sociedade em que vive, por isso prefere Edward, que pode entregar para ela o escapismo. Mapelamordedeus. Esse filme é quase um incentivo ao suicídio, como assim. Que lição é essa? Não me encaixo na sociedade, vou buscar fugir de tudo, encontrando a morte e um “renascimento” como um ser das trevas que vai me causar sofrimento devido a sede de sangue pelo resto da eternidade?
Enfim, mesmo assim, ainda é um filme melhor que Lua Nova. E, sinceramente, seria muito melhor se o triângulo fosse apimentado por um interesse romântico de Edward para com Jacob. Ou se os três abraçassem o poliamor. Um trisal ia caber bem aqui, afinal Bella gosta dos dois. Às segundas, terças e quartas ela fica com Edward. Quinta, sexta e sábado com Jacob. E domingo fica com a família e amigos. Pronto, resolvido. Edward não parece tão abalado quando Bella sobe na garupa do Jacob, em nenhum momento ele enfrenta o lobo (exceto no momento do beijo forçado), ou seja, talvez o vampiro até esteja aberto a essa ideia. Ah, se não fosse uma saga tão entregue aos conservadorismos, poderíamos ter uma trama de romance que foge à regra.
A batalha final é tosca,
ninguém dos mocinhos morre, ninguém é ferido, apesar de toda a sensação de urgência que o filme passa anteriormente. Bom, apenas Jacob é ferido, e de forma bem estúpida, com a batalha ganha.
Enfim, mediano, mas assistível. O primeiro era mais coerente, apesar de mais mal dirigido. Este terceiro é até bem conduzido, mas a trama é bem fraca.
Nota: 6.8.
Scooby-Doo e o Fantasma da Bruxa
3.6 85 Assista AgoraHEX GIRLS! Esse e Ilha dos Zumbis são os melhores longa-metragem do Scooby. A animação é impecável, e transmite uma vibe puxada para o terror, sem, entretanto, abandonar o tom de comédia típico do desenho.
A trama foge em alguns pontos do convencional em relação ao padrão Scooby-doo, sendo
revelado quem eram os culpados mais cedo que o normal. E, aliás, não me lembro de nenhuma outra vez haverem tantos culpados ao mesmo tempo em nenhuma história do Scooby-doo. E o prefeito talvez seja um dos personagens mais cara-de-pau dos desenhos, incorporando totalmente uma pose repleta de meias-verdade ou mentiras descaradas mesmo.
Ilha dos Zumbis
No fim ainda conta com a ótima adição das Hex Girls e suas músicas, ajudando a popularizar o conceito de Wicca.
Nota: 9.4.
Anjos Malditos
1.1 11Quando vi a capa do DVD tive que comprar imediatamente. Parecia ser um filme podre e até que não foi tão podere assim como eu pensei. É ruinzinho, mas garante diversão pelas besteiras, pela atuação e por se levar demasiadamente a sério, ao contrário de outros filme da Asylum, o que acaba gerando uma canastrice maravilhosa.
O maior problema do filme não é nem o baixo orçamento ou as atuações ruins. O grande problema é que o roteirista acha que isso daqui é um livro. Juro, noventa por cento da trama são backstories. E não, não são backstories mostrados visualmente, são cenas e mais cenas dos personagens narrando eventos do passado, conversando sobre esses eventos, etc, sem mostrar os eventos visualmente. Em matéria de trama de livro até poderia passar, mas como filme fica repetitivo e completamente diferente do que se espera da liguagem cinematográfica. E qual o motivo da fotografia estranha? Filme super roxo.
Nota: 6.5.
A Casa Monstro
3.4 600 Assista AgoraFilme injustiçado que merecia maior adoração. Está certo que a dosagem de terror pecou um pouco e o filme não é muito para crianças. Mas essa questão é mais pelavibe que o filme passa do que pelo roteiro propriamente dito. A movimentação do stop-motion, a escolha de cores e a ausência de algo exageradamente estilizado que foge do realismo (como em Tim Burton) acabam sendo os motivos disso, muito mais que a história. Inclusive, os personagens que
morrem durante o filme aparecem de volta no final, mostrando que sobreviveram e nenhuma morte de fato ocorreu. Algo que para mim é um dos pouccos pecados do filme. Outro ponto bem positivo é a trama, que possui uma excelente reviravolta ao trazer de volta Epaminondas e mostrar que na verdade não era ele quem estava possuindo a casa, um dos melhores pontos do filme. Possui um humor adulto também (personal trainer)
No final, o maior problema é que os pontos mais positivos do filme são pontos adultos demais, tornando este um filme pouco atrativo para o público infantil. Palmas também para a dublagem fantástica, incluindo a tradução do nome para EPAMINONDAS.
Nota: 9.4.
Halloween Ends
2.3 537 Assista AgoraAinda bem que não fui assistir esse TROÇO NO CINEMA. O roteiro até poderia gerar um bom filme, uma parte 4 ou 5 da franquia, mas não tem o menor sentido colocar esse roteiro NO ÚLTIMO FILME da franquia.
Halloween Ends é o Star Wars IX do terror. Parece ignorar grande parte das questões de sua segunda parte (como a questão da Laurie não ser significativa para o Michael, ou o objetivo dele, de retornar para casa), além de possuir diversas falhas em sua condução. A diferença é que Star Wars IX força fan service do início ao fim, o que aqui só acontece no último ato.
De primeira não gostei do Halloween 2018. Quando revi fui mais complacente com as falhas daquele filme, pois percebi que tentaram entregar um filme respeitoso à franquia, embora não tenham sido eficientes em recriar os elementos da franquia original ou mesmo seu clima. O mesmo acontecia no Halloween Kills, que mesmo repleto de fan service e referências (SILVER SHAMROCK) acava por naufragar pelo estilo incondizente do diretor para com o ritmo da franquia. Entretanto, esses dois filmes tinha boas ideias e se esforçavam (e falhavam parcialmente) para entregar um material condizente com as expectativas dos fãs da franquia.
Já aqui temos uma atrocidade sem sentido. É dito como o filme que fecharia por vez a trilogia/quadrilogia, e como tal se espera um foco nisso. Pelo contrário, o foco é em um personagem inserido no último filme, fugindo de tudo que a franquia vinha entregando, mesmo nos filmes antigos (exceto, claro, o famigerado terceiro filme). Queremos ver um slasher a moda antiga, não um pseudo estudo psicólogico, bem fajuto, de um personagem que ninguém dá a mínima. Maaaaaaas, apesar disso, apesar dessa ideia incondizente com um filme de encerramento, eu ainda tentei comprar esse conceito absurdo quando percebi que era esse o caminho que o filme tomava. Mas não deu. Muitas cenas inúteis, um foco enorme é dado no Corey e no romance dele. E no bullying que ele sofre. E na Laurie sendo injustiçada pela cidade. Muito plot, e um plot sem graça, repleto de situações forçadas e de enchimento. E quando o Michael finalmente aparece, não engrena. Pelo contrário, temos um Michael descaracterizado, que só vai ser o Michael que conhecemos no finalzinho do filme, em seu terceiro ato.
Quando ele aparece no segundo ato e se torna parça do Corey, foi ali que perdi a boa vontade com o filme. E aqui que vem o maior problema do filme. Tínhamos um Michael até condizente com as expectativas nos outros filmes, aí na conclusão da saga temos como principal assassino do filme o Corey. WHAAAAT?
Aí, no terceiro ato, é lembrado que esse é o último filme e temos fan service colocado em enxurradas, tornando todo o primeiro e segundo ato inúteis, já que o filme "termina" para poder concluir sua trama focada no Michael como prometido. É tal qual Star Wars IX, que são dois filmes em um, porque ignora a parte VIII e com isso tem que reconstruir várias coisas. Daria mais certo se a trama desse filmes fosse a parte 3 e o encerramento fosse num próximo filme. Do jeito que fizeram geraram um roteiro bizarro e pouco coeso. E, mesmo o fan service no final é bem forçado,
difícil acreditar que a senhora Strode aguenta sair na porrada com o Michael. Aí do nada um solilóquio dramático, uma procissão bizarra e fim.
E sabe o que é pior? Ainda é um filme infinitamente melhor que as duas bombas do Rob Zombie. De memória só é superior aos filmes do Zombie e ao Ressurection. É salvo pela Jamie Lee Curtis e pelo ato final, que, apesar do fan service e das forçações, na deixa de ser interessante por encerrar tudo (mais uma vez, semelhante com Star Wars IX).
Nota: 6.2.
A Hora do Espanto
3.6 588 Assista AgoraUm dos primeiros filmes de terror oitentista que eu assisti e um clássico do gênero. Beira o terrir em vários momentos, brincando com a mitologia dos vampiros e com a ideia de ter como vizinho uma dessas criaturas das trevas.
Os efeitos são bons para a época, a trilha também é boa. Acho que o problema foram as atuações, em sua maioria bem canastronas (embora Sarandon convence como vilão, empregando aquela charme típico dos vampiros). O protagonista também não é nada excepcional e apenas cumpre seu papel, sendo o personagem de Peter Vicent bem mais memorável.
No final, é uma tentativa de homenagear e resgatar um tema de terror que tinha simplesmente desaparecido nos primeiros anos da década de oitenta, que são os filmes de monstros, como lobisomem, vampiro, múmia, etc. E aqui é até comentado, na figura do decadente Peter Vicent como ese subgênero do terror tinha cedido para os slashers, atual moda na época.
Nota: 8.7.
Um Sonho Desfeito
3.8 1Depois de rever o filme da Deanna com maior nota no IMDB (Raio de Sol), parti para assistir o com a menor nota. E achei extremamente injusto. Este filme está longe de ser ruim. Então, qual seria o motivo de tão baixa nota? Bom, diferente de Raio de Sol, que tem um humor ótimo, Um Sonho Desfeito é um filme destoante da carreira da atriz. Embora tenha o clichê da personagem tentando fazer sucesso como cantora (plot de 90 por cento dos filmes dela), esta é uma produção mais séria (como Christmas Holiday, único outro filme puxado muito para o drama da atriz). Não só mais séria, mas extremamente política. E ver política, corrupção e injustiças revoltantes discutidas na velha Hollywood é algo raro e aqui é feito de forma bem feita, com discursos éticos embora, claro, possua o
típico final feliz, quase inverossímel, dos filmes da época.
No fim, as discussões são boas, as músicas são ótimas (sempre são nos filmes da Deanna) e ver a atriz como quase par romântico de Vicent Price (que ainda não era "o" Vicent Price) e por demais divertido. E, apesar de não ser uma comédia musical como os demais filmes da atriz, ainda assim possui um humor pontual e eficiente.
Nota: 8.8.
À Beira da Loucura
3.6 403 Assista AgoraJohn Carpenter entrega mais um ótimo filme de terror, mas que, diferente de outras obras do diretor, não atingiu o status de clássico. Repleto de metalinguagem e com uma conclusão
caótica e ousada, que escancara o status de filme dos acontecimentos que estamos vendo. Só não entendi porque o nome da equipe cinematográfica no filme dentro do filme é o mesmo da do filme que estamos vendo, exceto os atores principais (está John Trent no lugam de Sam Neill).
Nota: 8.5.
A Saga Crepúsculo: Lua Nova
2.6 2,6K Assista AgoraO FEMINISMO FOI BOICOTADO!!!!!!!!
Assisti Amanhecer Parte 1 e 2 na época do lançamento, mas, revendo agora, acho que Lua Nova é facilmente o pior da franquia. Nossa heroína e protagonista Bella, aqui, está mais dependente de macho do que nunca. Esse filme é uma afronta aos ideários de empoderamento, da ideia de que mulheres (e personagens femininas, filmes, etc) não devem girar apenas em torno de homens. E, curiosamente, fez um sucesso danado entre o público feminino (de adolescentes, é verdade), o que demonstra que ou estamos criando errado nossas meninas, ou realmente o movimento feminista está em uma luta vã e os assuntos femininos serão sempre predominantemente relacionamentos e um “príncipe encantado”.
Mas, divagações políticas a parte, falemos de Lua Nova. Primeiro, é um filme morto, chato. Arruma um pretexto bizarro para o Edward sair de cena, assim podemos ter de novo a mesma trama do primeiro, só que agora não é um vampiro, e sim uma espécie de lobisomem. E digo que esse pretexto não tem sentido pois eles voltam a morar na cidade de qualquer jeito nos próximos filmes. Claro, provavelmente era uma desculpa do Edward para se afastar, mas ele poderia ter feito isso sozinho sem levar a família toda.
Aqui temos a pior direção e atuação entre os três primeiros filmes (que revi recentemente). Não só isso, como em todos os aspectos cinematográficos. A maquiagem mal feita, os efeitos tenebrosos, a Mise-en-scène ruim. Bella se corta com um PAPEL DE PRESENTE e um milissegundo depois já está com sangue cobrindo todo o dedo. A cena de ação que a vilã ataca ao som de Muse, se não me engano, é completamente mal montada. A música não condiz em nada com o conteúdo da ação.
A trama é horrenda. Bella fica meses em casa, não interage com mais ninguém, nem com seus amigos, entra em sofrimento profundo por meses após levar um fora do Edward. Sim, todos já tivemos um fora, sabemos que dói, mas o filme retrata de forma exagerada. “Ah, o motivo é que a Bella está em depressão”. Pois é, talvez hoje em dia, com discussões maiores sobre saúde mental e afins, não julguemos tanto assim a questão. O problema é que não é exatamente a depressão retratada aqui, mas uma dependência afetiva que não é bem trabalhada pelo roteiro, ademais, é até defendida por ele (e a situação só piora ainda mais, como comentarei em Eclipse).
Tanto é que Bella, que nutre um amor fraternal por Jacob, se aproveita do amor romântico dele para com ela para usa-lo como muleta afetiva de forma a suportar mais sua dor pela perda de Edward. Seria uma ideia até interessante, trazendo um pouco de tridimensionalidade para a protagonista, demonstrando facetas negativas dela, como o egoísmo. Bom, esse egoísmo de Bella vai de encontro à sua (pálida, é verdade) personalidade do primeiro filme (“morrer por quem você ama blá blá blá”). Não só isso, Bella já era uma protagonista fraca, aqui então, ela está horrível. Se no primeiro ela era uma concha vazia, aqui essa concha é preenchida com características e ações negativas (o egoísmo) ou estúpidas.
Como a recorrente ideia de colocar a si mesma em perigo para ver a cabeça flutuante do Edward, ou tentar fazer com que ele apareça para salvá-la, uma ideia do roteiro-livro horrenda não importe em qual ângulo se olhe. Sério, a trama desse filme faz a do primeiro parecer uma obra de Machado de Assis, de tão ruim que é esse segundo filme. E piora. Agora o vampiro que tinha mudado de lado do nada no primeiro filme volta a mudar de lado do nada aqui, sem mais nem menos. Um dos lobisomens quase tenta estraçalhar Bella num momento de fúria e trata como se fosse nada. Temos horas gastas na melação Bella e Jacob, sendo que estas cenas não vão acrescentar em nada para a trama. A verdade é que esse segundo filme podia muito bem ser condensado no terceiro e ter sido feito uma trilogia. Tirando o abandono e retorno do Edward e a apresentação dos Vulture, todo o resto podia ter sido condensado em 10 minutos.
As atuações também estão ligeiramente piores do que no primeiro. Bella é abandonada por seu amado e Kristen não consegue derramar uma lágrima. A batalha final não consegue transmitir uma gota de tensão ou ação pela direção, coreografia trilha (e olha que é do Alexandre Desplat) e atuações ruins.
De positivo temos Jacob, único personagem da saga que vale a pena (embora seria totalmente desconfigurado na terceira parte). Ao contrário do príncipe encantado frio e idealizadamente perfeitinho que é o Edward, Jacob é calor, humanidade. Apesar do físico, Jacob possui falhas (claro, algumas de natureza sobrenatural, como a raiva por ser lobisomem), personalidade, trata a Bella bem melhor do que o dramalhão “te quero – não te quero” do Edward o fazia.
Na época eu não era team Jacob, pois Edward era quem Bella amava, quem ela se apaixonou antes também. Mas, Jacob não deixa de ser alguém (pelo menos nesse filme) por quem teria muito mais sentido Bella se relacionar. No final, ele agiu com muito mais zelo que o príncipe encantado sem sal do Edward. E Bella tê-lo abandonado prontamente para ir de encontro ao vampirinho fajuto é uma lição perigosa para as adolescentizinhas que acompanharam essa saga. É dizer, como bem apontou Amer no Blog do Hammer, que está tudo certo em dar o fora em quem realmente se importa com você em prol de correr atrás do frio e distante príncipe idealizado que te abandonou na primeira oportunidade. E, acreditem, a lição de Eclipse é ainda pior.
Bom, Alice também é uma personagem interessante além do Jacob, então ele não é o único personagem que vale a pena. Mas, sério, o poder dela é horroroso, toda hora age nas conveniências do roteiro. O pai da Bella também tinha um potencial de bom personagem no primeiro filme, mas chega uma hora que a passividade dele para com Bella beira o absurdo. Aliás, sobre as visões da Alice. Se os poderes dos outros vampiros não afetam Bella, por qual motivo as visões convenientes de Alice não são interferidas por esses poderes?
Também não entendi a trama do Edward no terceiro ato. Meu intelecto deve ser abaixo da média mesmo... Certo, é uma ideia
pegada de Romeu e Julieta, a trama de romance que atualmente é uma das mais batidas da história. Enquanto o primeiro tinha modos de A Bela e a Fera, este segundo escancara em seu início, de forma envergonhada, que irá pegar a ideia de Romeu e Julieta. Claro, o engano que fez Edward acreditar que Bella tinha morrido é estúpido. É de se esperar que um ser centenário vá confirmar COM TODAS AS LETRAS que sua amada teria morrido antes de recorrer ao suicídio. E também não entendi a trama do suicídio. Ele não podia simplesmente se guilhotinar? Tinha que necessariamente ser morto pelos Vulture naquele drama todo? Imagina só, alguém quer tirar a própria vida, aí comete crimes hediondos para poder ser punido com a pena de morte. Enfim, o roteiro desse filme é tenebroso.
Sobre a constante reclamação do Jacob estar sempre descamisado, talvez seja uma das maiores hipocrisias de todas. A história do cinema foi pautada sempre em exploração, grande parte das vezes forçada, dos corpos femininos, com insinuações e nudez feminina gratuita. Claro, não deixa de ser forçada a exploração dos corpos masculinos nesse filme, mas reclamar disso sem reclamar da questão de exploração feminina não tem o menor sentido, sendo que a exploração dos corpos masculinos é uma gota em comparação, então aqui dá para dar uma perdoada.
No final, o filme é vergonhoso (cringe talvez seja um termo mais atual) não só no seu roteiro péssimo, sem construção de personagens e repleto de conveniências, mas em todos os demais aspectos cinematográficos. E a cena final, com a atuação horrenda da Krsiten no último take é um ótimo exemplo.
Nota: 6.3.
Stalker
4.3 503 Assista AgoraComeça interessante. As sequências que envolvem a tentativa de chegada na Zona compõe boa ação. As tramas que envolvem a natureza do Stalker e da Zona também despertam o interesse pela sua originalidade (trama esta baseada no livro). Mas, depois da cena do sono (a que os personagens se deitam e começam a divagar) o filme entre numa espiral de lentidão. Essa cena, em específico, parece ter sido planejada para fazer dormir, não tem condições. Essa ausência de ritmo é perdoável pois é o que se espera de um filme do diretor, compromissado com a arte e não com a opinião do público médio. Mesmo assim, em alguns momentos, pode até agradar esse público, pela fotografia interessante nos vários cenários curiosos da Zona. Até gosto da sequência final, apesar de toda a situação ali (envolvendo bombas, etc) soar bem artificial, incluindo o diálogo e interação entre os personagens nesse último trecho. Ou, talvez, eu não tenha a sensibilidade para perceber qual o significado por trás do Quarto.
Nota: 7.8.