Não é um filme ruim de modo algum, ainda q dentro da filmografia do diretor não tenha o peso, a densidade impactante de outros longas conforme disse a crítica por aí. A mim me agradou bastante. Gosto sobretudo do subtexto, do q fica nas fronteiras, nas bordas e q por vezes desaba ao centro literal e metaforicamente falando. O núcleo da ação é uma família burguesa assolada por dramas internos, hipocrisia e coisas do tipo. Realmente interessantes são a jovem adolescente e seu avô que parecem ser os únicos elementos com certa dignidade dentro deste contexto familiar. A humanidade não tem mesmo salvação e eu tenho este diretor em alta conta. Outras questões estão latentes no filme e realmente criam uma expectativa q se não acontece de todo ao menos se apresenta como um potencial.
Uma (im)perfeita coerência entre a forma do filme e o q palpita em seu conteúdo. A forma é fixa, precisa como um soneto, afeita a cenas estáticas e planos longos enquanto dentro de si o filme apresenta seu lado instintivo, sua volúpia abrasadora da descoberta sexual e ao mesmo tempo tbm da morte. Eros e Tânatos parecem assumir uma estranha simbiose complementar amalgamando assim a tensão dissonante entre forma e conteúdo eletrizado pelo pano de fundo da situação grega.
Pra mim é um filme belíssimo que se assenta na beleza das imagens e no modo como a luz é conduzida. Não q não importe a narrativa ou o fiapo q dela temos, mas a estrutura desta obra se resolve liricamente, isto é, sua essência é antes lírica q narrativa. Não q não haja uma história a contar é q esta história a ser contada tende ao lírico na medida em q impregna-se de metáforas e símbolos q fazem desvanecer a narratividade. Entre os símbolos e metáforas destacam-se certamente o sangue e a água perpassadas pelo despertar das memórias q solapadas em ruínas emergem visceralmente no âmago das personagens. Trata-se de uma obra complexa q "cose para dentro" como diria Clarice Lispector. O q fica pra mim é a densidade de certas dicotomias q podem ser apreendidas aqui como a tensão q percorre a película: silêncio/ grito; luz/ trevas; masculino/feminino; narrativade/liricidade .... enfim, não agrada a todos certamente, mas é para mim de um profunda beleza.
Esse filme é uma delícia! Gostoso, engraçado, inteligente e muitas coisas mais. Embarcamos junto aos personagens ( e q personagens! um humanismo bonito de se ver em cada um, o modo como captamos e olhamos pessoas sendo apenas pessoas). Nessas pequenas odisseias urbanas dentro do táxi e por diferentes cidades ao longo do mundo numa única noite vemos a fauna humana, o turbilhão dramático/cômico/cativante nos levar a rir, a pensar, a refletir sobre esta viagem maior chamada vida. Um filme fascinante!
Um homem simples e comum. A estrutura social e midiática. A imensa burocracia do governo e toda sua corrupção. Pensei em Kafka, no mundo absurdo de culpa q é levado o homem comum a sua revelia. O sujeito encontra uma grana e resolve agir honestamente devolvendo aquele dinheiro q não é seu. E o q ocorre? Ele é humilhado, vilipendiado, desprezado pois q seu ato ético é usado tanto pelo governo q lucra politicamente com isso, como tbm pela mídia q faz o mesmo ao buscar o ibope por meio do caso. E o pobre homem é apenas vítima dessa estrutura monstruosa q é arrastado por conta de um ato honesto. A busca de valores autênticos num mundo inautêntico funciona como crítica a esta engrenagem q nos devora.
Em um preto e branco gélido e ameaçador se desenrola uma história que tem por base um jogo cruel, uma roleta russa humana em q o estampido e a tensão das cenas fazem-nos refletir sobre o real sentido e valor da vida humana. Parece acertado dizer q temos aqui um thriller com tintas noir e existencialistas ou niilistas como queiram. Quanto vale uma vida humana? Mil, milhões de euros? Ao mesmo tempo o filme tbm pode ser pensado como uma alegoria dos imigrantes, ou mesmo de todos os desfavorecidos deste mundo q tem seu destino traçado pelos poderosos, por aqueles q lucram com suas vidas através a exploração ( no caso deste filme levada a um ponto extremo).
Ouço os escombros. Merda e breu. Um incomensurável vazio. Um filme poético/experimental com ares propositais de filme caseiro. Distorção do ser: corpo e alma: estilhaços/fragmentos tortuosos de uma ferida aberta e pulsante. “Seque minhas lágrimas quando eu chorar”. A impossibilidade do encontro afetivo com o outro. Estamos apenas perdidos de nós e de todos. O mais completo mal estar advindo de um tempo de repulsa afeito ao sexo/pornô onde impera a perversão e a escatologia q são talvez um espelho da sociedade contemporânea. Uma forma de apocalipse do humano onde as sobras, os dejetos são o q restaram da metafisica atada e fodida em todos os seus vazios
Não sei muito bem o q dizer deste filme, mas sei q gostei bastante. Gostei sobretudo desse contraste entre a calma da paisagem rural, a quietude q cerca e configura o espaço exterior (onde se reúnem as personagens) e a turbulência interna de cada pessoa com seus conflitos pessoais q em última instância acabam por esbarrar no elo familiar q os une. Engraçado e posso estar dizendo bobagens, mas me lembrou sob certos aspectos e guardadas as devidas e necessárias proporções "A culpa é do cordeiro" q reúne tbm uma família num ambiente rural como este, ainda q lá a coisa se dê por reviravoltas e coisas assim. Gosto neste "Férias" dos dramas humanos q ele apresenta e do modo como os desenvolve vivamente dotando-lhes dessa centelha de verdade humana.
Excelente! Nesse mundo pós apocalíptico pós holocausto nuclear e altamente claustrofóbico e sombrio parecemos ver/antever um futuro próximo ( bate na madeira...). O uso das cores, o tom da narrativa como um todo conferem ao filme um tom entre uma crença mitológica de fundo místico/religioso (ou só imaginativa mesmo) e a mais pura descrença niilista e usurpadora de q não tem jeito não vamos mesmo é morrer sem chance e qualquer tipo de salvação. Anoto ainda algumas cenas de intenso caráter poético, dessa mitologia do fim copulando com o inferno do caos e a transformação do humano num zumbi vegetativo onde aqui e ali ainda resistem laivos daquilo q deveria ser chamado de humanidade. Recomendo muito este filme.
Um road movie circular. Uma viagem mais pra dentro, no centro da dor q penetra a paisagem e a fecunda de um tom fantasmal. A compreensão do mundo se dá através da distinção entre sujeito e objeto. Aqui temos q o objeto ( aquilo q pertence ao espaço fora do eu está totalmente tomado pelo eu). Tudo aqui é apenas sujeito, tudo se dá pelo olhar, pelo q relembra/recorda remói o sujeito no caso Vincent Gallo. Por isso tudo q vemos ao longo da viagem ( q importa mais como interioridade rememorativa do q como exterioridade narrativa) adquire esse ar poético pleno de uma angústia q não se resolve pq tal angústia, isto é, a dor do protagonista não pode ser narrada classicamente a partir de um história a ser contada com começo, meio e fim onde tudo ficasse claro. Aqui o q temos é a volta dos pensamentos e emoções do protagonista sobre si mesmo. É um filme essencialmente lírico q se fecha sobre si mesmo e se a gente não embarcar na angústia do cara o filme não funciona. A mim me agradou bastante pelo tom, pela peculiaridade da coisa e tal. E sabe q como rodie movie me lembrou guardando as devidas e necessárias proporções um filme brasileiro chamado: "Viajo porque preciso, volto porque te amo".
Como num quadro: fixidez e (i)mobilidade. Paleta sóbria e serena. Uma pequena obra de arte em silêncio audível. Diálogos poéticos: poucos e precisos. “Um silêncio em que convergem solidão e tristeza…”(Paz Encina). “Um suave vento/muito suave/batendo em nossas costas” A beleza exata das coisas.
Um oásis afetivo no meio da frieza desértica familiar e social. Espaço do encontro do imaginário amoroso em busca de sua possível libertação. Onde os esquecidos se encontram. A deficiência moral do homem “normal”. Dor e redenção pelo encontro do outro. Espinho e coração. Sombra e oásis.
Flor onírica em forma de filme. Vicejar de peles e carícias cálidas. Rútila romã. Cintilações do sonho. Centelhas da descoberta em sutis maçãs delicadas. Verdes líquidos sob subsolos moventes de eros. Pétalas em floração de vívidos vermelhos. Mel do desejo em seios sonâmbulos e cavalos de cristal. Não revele o segredo: sonho
Um universo de puro e cruel pesadelo. Humor negro. O caos instalado dentro do “humano”?. Dá engulhos. Provoca asco. Ojeriza. Somos nós? Tudo é destruição e repugnância. Circularidade sem saída e sem muros. Estamos apenas limpando. Música hipnótica. Não há controle. A razão talvez seja um delírio enegrecido. Beleza tensa e dissonante.
Pequena canção sobre a vida. Fragmentos amorosos e nostálgicos sobre o absurdo cotidiano. Tons existenciais sobre gente como eu e você. Quadro de ricos matizes. Um certo olhar em direção a doce fúria patética que é a vida: Poesia absurda.
A terrível delicadeza da vida. Uma nova vida. Folhas ao vento. Sensível e densa loucura. Uma gaivota sobrevoa um olmo. Movimento e fixidez. Lírica hibridez da vida com a poesia. Sonhos, dores e possibilidades. Estranho corpo. Fêmea em flor no jardim tempestuoso da existência.
Maré do desejo. Gozo profano. Gaivotas concupiscentes. Sedentas marés. Corpo divino repleto de sacro prazer. Devassas carícias em suaves toques. Sinestésica perversão. Teu corpo é minha catedral. Escândalos da alma. Ars erótica afeita a refinados delírios orgiásticos.
Para nós, assassinos esquartejar alguém é o delírio. Comercial imaginado da Yoko. Jogo hipnótico. Avalanches alucinatórias do imaginário. Qual a sua função na vida? Realidade onírica. Aprender a voar. Aprender a sonhar.
Um salto para dentro de si. Para fora. Portas da imaginação. Apartamentos delírio. Seriado americano. Queda livre e vertiginosa. Ascese. Purificação. Para além das fronteiras da percepção. Ácido lisérgico e sociedade. Um gol de placa cinematográfico.
Banquete dionisíaco. Iconoclasta e demolidora festa anarquista. Filme fêmea. Possessão de cores em estado orgiástico. Psicodelia feminista. Subversão luminosa. PARA AQUELES QUE SE INDIGNAM POR UMAS SALADAS PISOTEADAS. Que mundo depravado, hein?
Fúria lírica e estilhaçada. Um sofá. Um forno de microondas. Maria virgem e sexy. Pornstar. Flash e paparazzi. Vômito em meu coração. Escombros. Catástrofe nuclear. Explosão do eu. Fascínio em preto e branco. Cutucar a ferida. Rasgos da alma. Gozo estético e sombrio. Apocalipse Jesus e Brad Pitt. Fragmentos. Cacos. Vertigem.
Aparente circularidade. Rodar pelos mesmos caminhos. Onde nada acontece muita coisa está acontecendo. A rota alterado do poético entranhada no cotidiano. O silêncio e a palavra. O caderno. As possibilidades da escrita. As possibilidades da vida. Pequenas fagulhas do cotidiano e toda sua permanente poesia. Respiração poética. Motorista de ônibus: trajeto/Poesia;
Quem está nos enviando as fitas? Cena fixa. Imagem. Câmera. Há coisas ocultas q esquecemos, q queremos esquecer ou q fingimos não esquecer de todo ou ainda q manipulamos para q assim possamos criar nossa realidade. Onde a verdade da história? Tudo calmo e perfeito. Tudo aparentemente calmo e perfeito. E deste modo silencioso, sub-reptício somos levamos ao seio do drama q pulsa. Ainda q sejam muitos os fios, tudo se coloca sob perspectivas.
“O novíssimo testamento” é uma espécie de comédia filosófica (não sei se se pode dizer assim, mas é o q me pareceu). Comédia pelo lado cômico mesmo, pelo q há de leve e divertido e tbm mordaz ao longo da narrativa. E filosófica pelo conteúdo q se propõe a abordar.Trata de uma possibilidade: E se todos soubessem da hora e do dia exatos de sua morte? Será q as pessoas iriam levar a vida do modo como levam ou a mudariam radicalmente? Deus é um homem estúpido e grosseiro q existe e mora na Bélgica. O teor do filme se dá na revolta da filha de deus (q não consta no comum dos evangelhos) mas, q decide se vingar do pai ( deus) dando a humanidade a consciência de poder decidir o q fazer diante da morte q lhes é sabida. O filme se aproxima e me lembrou “O Fabuloso destino de Amélie Poulain” pelo colorido, pelas cores todas, pela capacidade fabulatória. Enfim, é algo q entretêm e q faz pensar. Talvez, Saramago ( não sei pq mas tbm pensei nele), mas acho q ele poderia ter desenvolvido uma história com estas premissas onde todos sabem o dia de suas mortes e do q fariam com isso. Sem dúvida, o resultado da narrativa seria outro, uma outra abordagem mais inóspita e severa.
Happy End
3.5 93 Assista AgoraNão é um filme ruim de modo algum, ainda q dentro da filmografia do diretor não tenha o peso, a densidade impactante de outros longas conforme disse a crítica por aí. A mim me agradou bastante. Gosto sobretudo do subtexto, do q fica nas fronteiras, nas bordas e q por vezes desaba ao centro literal e metaforicamente falando. O núcleo da ação é uma família burguesa assolada por dramas internos, hipocrisia e coisas do tipo. Realmente interessantes são a jovem adolescente e seu avô que parecem ser os únicos elementos com certa dignidade dentro deste contexto familiar. A humanidade não tem mesmo salvação e eu tenho este diretor em alta conta. Outras questões estão latentes no filme e realmente criam uma expectativa q se não acontece de todo ao menos se apresenta como um potencial.
Attenberg
3.3 74 Assista AgoraUma (im)perfeita coerência entre a forma do filme e o q palpita em seu conteúdo. A forma é fixa, precisa como um soneto, afeita a cenas estáticas e planos longos enquanto dentro de si o filme apresenta seu lado instintivo, sua volúpia abrasadora da descoberta sexual e ao mesmo tempo tbm da morte. Eros e Tânatos parecem assumir uma estranha simbiose complementar amalgamando assim a tensão dissonante entre forma e conteúdo eletrizado pelo pano de fundo da situação grega.
Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois
2.6 42 Assista AgoraPra mim é um filme belíssimo que se assenta na beleza das imagens e no modo como a luz é conduzida. Não q não importe a narrativa ou o fiapo q dela temos, mas a estrutura desta obra se resolve liricamente, isto é, sua essência é antes lírica q narrativa. Não q não haja uma história a contar é q esta história a ser contada tende ao lírico na medida em q impregna-se de metáforas e símbolos q fazem desvanecer a narratividade. Entre os símbolos e metáforas destacam-se certamente o sangue e a água perpassadas pelo despertar das memórias q solapadas em ruínas emergem visceralmente no âmago das personagens. Trata-se de uma obra complexa q "cose para dentro" como diria Clarice Lispector. O q fica pra mim é a densidade de certas dicotomias q podem ser apreendidas aqui como a tensão q percorre a película: silêncio/ grito; luz/ trevas; masculino/feminino; narrativade/liricidade .... enfim, não agrada a todos certamente, mas é para mim de um profunda beleza.
Uma Noite Sobre a Terra
3.8 88 Assista AgoraEsse filme é uma delícia! Gostoso, engraçado, inteligente e muitas coisas mais. Embarcamos junto aos personagens ( e q personagens! um humanismo bonito de se ver em cada um, o modo como captamos e olhamos pessoas sendo apenas pessoas). Nessas pequenas odisseias urbanas dentro do táxi e por diferentes cidades ao longo do mundo numa única noite vemos a fauna humana, o turbilhão dramático/cômico/cativante nos levar a rir, a pensar, a refletir sobre esta viagem maior chamada vida. Um filme fascinante!
Glory
3.9 24Um homem simples e comum. A estrutura social e midiática. A imensa burocracia do governo e toda sua corrupção. Pensei em Kafka, no mundo absurdo de culpa q é levado o homem comum a sua revelia. O sujeito encontra uma grana e resolve agir honestamente devolvendo aquele dinheiro q não é seu. E o q ocorre? Ele é humilhado, vilipendiado, desprezado pois q seu ato ético é usado tanto pelo governo q lucra politicamente com isso, como tbm pela mídia q faz o mesmo ao buscar o ibope por meio do caso. E o pobre homem é apenas vítima dessa estrutura monstruosa q é arrastado por conta de um ato honesto. A busca de valores autênticos num mundo inautêntico funciona como crítica a esta engrenagem q nos devora.
13 Tzameti
3.9 25Em um preto e branco gélido e ameaçador se desenrola uma história que tem por base um jogo cruel, uma roleta russa humana em q o estampido e a tensão das cenas fazem-nos refletir sobre o real sentido e valor da vida humana. Parece acertado dizer q temos aqui um thriller com tintas noir e existencialistas ou niilistas como queiram. Quanto vale uma vida humana? Mil, milhões de euros? Ao mesmo tempo o filme tbm pode ser pensado como uma alegoria dos imigrantes, ou mesmo de todos os desfavorecidos deste mundo q tem seu destino traçado pelos poderosos, por aqueles q lucram com suas vidas através a exploração ( no caso deste filme levada a um ponto extremo).
Um Vazio no Meu Coração
2.8 70Ouço os escombros. Merda e breu. Um incomensurável vazio. Um filme poético/experimental com ares propositais de filme caseiro. Distorção do ser: corpo e alma: estilhaços/fragmentos tortuosos de uma ferida aberta e pulsante. “Seque minhas lágrimas quando eu chorar”. A impossibilidade do encontro afetivo com o outro. Estamos apenas perdidos de nós e de todos. O mais completo mal estar advindo de um tempo de repulsa afeito ao sexo/pornô onde impera a perversão e a escatologia q são talvez um espelho da sociedade contemporânea. Uma forma de apocalipse do humano onde as sobras, os dejetos são o q restaram da metafisica atada e fodida em todos os seus vazios
Férias
3.3 3Não sei muito bem o q dizer deste filme, mas sei q gostei bastante. Gostei sobretudo desse contraste entre a calma da paisagem rural, a quietude q cerca e configura o espaço exterior (onde se reúnem as personagens) e a turbulência interna de cada pessoa com seus conflitos pessoais q em última instância acabam por esbarrar no elo familiar q os une. Engraçado e posso estar dizendo bobagens, mas me lembrou sob certos aspectos e guardadas as devidas e necessárias proporções "A culpa é do cordeiro" q reúne tbm uma família num ambiente rural como este, ainda q lá a coisa se dê por reviravoltas e coisas assim. Gosto neste "Férias" dos dramas humanos q ele apresenta e do modo como os desenvolve vivamente dotando-lhes dessa centelha de verdade humana.
O-Bi, O-Ba: O Fim da Civilização
3.7 18Excelente! Nesse mundo pós apocalíptico pós holocausto nuclear e altamente claustrofóbico e sombrio parecemos ver/antever um futuro próximo ( bate na madeira...). O uso das cores, o tom da narrativa como um todo conferem ao filme um tom entre uma crença mitológica de fundo místico/religioso (ou só imaginativa mesmo) e a mais pura descrença niilista e usurpadora de q não tem jeito não vamos mesmo é morrer sem chance e qualquer tipo de salvação. Anoto ainda algumas cenas de intenso caráter poético, dessa mitologia do fim copulando com o inferno do caos e a transformação do humano num zumbi vegetativo onde aqui e ali ainda resistem laivos daquilo q deveria ser chamado de humanidade. Recomendo muito este filme.
Brown Bunny
3.1 109Um road movie circular. Uma viagem mais pra dentro, no centro da dor q penetra a paisagem e a fecunda de um tom fantasmal. A compreensão do mundo se dá através da distinção entre sujeito e objeto. Aqui temos q o objeto ( aquilo q pertence ao espaço fora do eu está totalmente tomado pelo eu). Tudo aqui é apenas sujeito, tudo se dá pelo olhar, pelo q relembra/recorda remói o sujeito no caso Vincent Gallo. Por isso tudo q vemos ao longo da viagem ( q importa mais como interioridade rememorativa do q como exterioridade narrativa) adquire esse ar poético pleno de uma angústia q não se resolve pq tal angústia, isto é, a dor do protagonista não pode ser narrada classicamente a partir de um história a ser contada com começo, meio e fim onde tudo ficasse claro. Aqui o q temos é a volta dos pensamentos e emoções do protagonista sobre si mesmo. É um filme essencialmente lírico q se fecha sobre si mesmo e se a gente não embarcar na angústia do cara o filme não funciona. A mim me agradou bastante pelo tom, pela peculiaridade da coisa e tal. E sabe q como rodie movie me lembrou guardando as devidas e necessárias proporções um filme brasileiro chamado: "Viajo porque preciso, volto porque te amo".
Hamaca Paraguaya
3.9 14Como num quadro: fixidez e (i)mobilidade. Paleta sóbria e serena. Uma pequena obra de arte em silêncio audível. Diálogos poéticos: poucos e precisos. “Um silêncio em que convergem solidão e tristeza…”(Paz Encina). “Um suave vento/muito suave/batendo em nossas costas” A beleza exata das coisas.
Oasis
4.2 34Um oásis afetivo no meio da frieza desértica familiar e social. Espaço do encontro do imaginário amoroso em busca de sua possível libertação. Onde os esquecidos se encontram. A deficiência moral do homem “normal”. Dor e redenção pelo encontro do outro. Espinho e coração. Sombra e oásis.
Valerie e Sua Semana de Deslumbramentos
3.9 191 Assista AgoraFlor onírica em forma de filme. Vicejar de peles e carícias cálidas. Rútila romã. Cintilações do sonho. Centelhas da descoberta em sutis maçãs delicadas. Verdes líquidos sob subsolos moventes de eros. Pétalas em floração de vívidos vermelhos. Mel do desejo em seios sonâmbulos e cavalos de cristal. Não revele o segredo: sonho
Os Anões Também Começaram Pequenos
3.5 38Um universo de puro e cruel pesadelo. Humor negro. O caos instalado dentro do “humano”?. Dá engulhos. Provoca asco. Ojeriza. Somos nós? Tudo é destruição e repugnância. Circularidade sem saída e sem muros. Estamos apenas limpando. Música hipnótica. Não há controle. A razão talvez seja um delírio enegrecido. Beleza tensa e dissonante.
Vocês, Os Vivos
3.9 74 Assista AgoraPequena canção sobre a vida. Fragmentos amorosos e nostálgicos sobre o absurdo cotidiano. Tons existenciais sobre gente como eu e você. Quadro de ricos matizes. Um certo olhar em direção a doce fúria patética que é a vida: Poesia absurda.
Olmo e a Gaivota
3.9 149A terrível delicadeza da vida. Uma nova vida. Folhas ao vento. Sensível e densa loucura. Uma gaivota sobrevoa um olmo. Movimento e fixidez. Lírica hibridez da vida com a poesia. Sonhos, dores e possibilidades. Estranho corpo. Fêmea em flor no jardim tempestuoso da existência.
Contos Imorais
2.9 43 Assista AgoraMaré do desejo. Gozo profano. Gaivotas concupiscentes. Sedentas marés. Corpo divino repleto de sacro prazer. Devassas carícias em suaves toques. Sinestésica perversão. Teu corpo é minha catedral. Escândalos da alma. Ars erótica afeita a refinados delírios orgiásticos.
Modo de Sobrevivência 5
4.0 43Para nós, assassinos esquartejar alguém é o delírio. Comercial imaginado da Yoko. Jogo hipnótico. Avalanches alucinatórias do imaginário. Qual a sua função na vida? Realidade onírica. Aprender a voar. Aprender a sonhar.
Queda Livre
3.8 20Um salto para dentro de si. Para fora. Portas da imaginação. Apartamentos delírio. Seriado americano. Queda livre e vertiginosa. Ascese. Purificação. Para além das fronteiras da percepção. Ácido lisérgico e sociedade. Um gol de placa cinematográfico.
As Pequenas Margaridas
4.2 267 Assista AgoraBanquete dionisíaco. Iconoclasta e demolidora festa anarquista. Filme fêmea. Possessão de cores em estado orgiástico. Psicodelia feminista. Subversão luminosa. PARA AQUELES QUE SE INDIGNAM POR UMAS SALADAS PISOTEADAS. Que mundo depravado, hein?
Container
3.6 16Fúria lírica e estilhaçada. Um sofá. Um forno de microondas. Maria virgem e sexy. Pornstar. Flash e paparazzi. Vômito em meu coração. Escombros. Catástrofe nuclear. Explosão do eu. Fascínio em preto e branco. Cutucar a ferida. Rasgos da alma. Gozo estético e sombrio. Apocalipse Jesus e Brad Pitt. Fragmentos. Cacos. Vertigem.
Paterson
3.9 353 Assista AgoraAparente circularidade. Rodar pelos mesmos caminhos. Onde nada acontece muita coisa está acontecendo. A rota alterado do poético entranhada no cotidiano. O silêncio e a palavra. O caderno. As possibilidades da escrita. As possibilidades da vida. Pequenas fagulhas do cotidiano e toda sua permanente poesia. Respiração poética. Motorista de ônibus: trajeto/Poesia;
Caché
3.8 384 Assista AgoraQuem está nos enviando as fitas? Cena fixa. Imagem. Câmera. Há coisas ocultas q esquecemos, q queremos esquecer ou q fingimos não esquecer de todo ou ainda q manipulamos para q assim possamos criar nossa realidade. Onde a verdade da história? Tudo calmo e perfeito. Tudo aparentemente calmo e perfeito. E deste modo silencioso, sub-reptício somos levamos ao seio do drama q pulsa. Ainda q sejam muitos os fios, tudo se coloca sob perspectivas.
O Novíssimo Testamento
3.9 168“O novíssimo testamento” é uma espécie de comédia filosófica (não sei se se pode dizer assim, mas é o q me pareceu). Comédia pelo lado cômico mesmo, pelo q há de leve e divertido e tbm mordaz ao longo da narrativa. E filosófica pelo conteúdo q se propõe a abordar.Trata de uma possibilidade: E se todos soubessem da hora e do dia exatos de sua morte? Será q as pessoas iriam levar a vida do modo como levam ou a mudariam radicalmente? Deus é um homem estúpido e grosseiro q existe e mora na Bélgica. O teor do filme se dá na revolta da filha de deus (q não consta no comum dos evangelhos) mas, q decide se vingar do pai ( deus) dando a humanidade a consciência de poder decidir o q fazer diante da morte q lhes é sabida. O filme se aproxima e me lembrou “O Fabuloso destino de Amélie Poulain” pelo colorido, pelas cores todas, pela capacidade fabulatória. Enfim, é algo q entretêm e q faz pensar. Talvez, Saramago ( não sei pq mas tbm pensei nele), mas acho q ele poderia ter desenvolvido uma história com estas premissas onde todos sabem o dia de suas mortes e do q fariam com isso. Sem dúvida, o resultado da narrativa seria outro, uma outra abordagem mais inóspita e severa.