21 gramas, do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, conta com uma narrativa não linear que, devido a uma montagem original, torna-se um quebra-cabeças onde cada nova cena ressignifica o que foi visto anteriormente. O resultado é uma obra carregada que aborda vários temas e dá subsídios pra discussões diversas. Nesta análise vou focar no tema ‘transplante’, procurando ressaltar os efeitos subjetivos desse procedimento no personagem principal do filme.
No filme, por meio de flashbacks, vemos que Amelia perdeu seu marido num acidente de carro, quando ela estava em trabalho de parto e o marido a levava ao hospital. De alguma forma Amelia associa a morte do marido e todo o seu sofrimento subsequente ao seu filho Samuel, que nascera naquela noite.
Desde o início do filme podemos notar que há uma rejeição ao filho, como sugere a cena onde os dois estão deitados, Samuel dormindo abraça a mãe e ela logo se desvencilha do filho e se afasta. Mas esse sentimento hostil é evidente em vários momentos do filme e se expressa pelo desinteresse e mesmo negligência da mãe, que vê o filho ter problemas na escola e simplesmente deixa de leva-lo a escola, dizendo a todos que o mesmo está doente.
Acredito que o conceito de Freud denominado ‘retorno do recalcado’ pode auxiliar numa interpretação das metáforas do filme. Para o pai da psicanálise, o ‘retorno do recalcado’ representa um mecanismo psíquico através do qual os conteúdos que foram recalcados, ou seja, expulsos da consciência, tendem constantemente a reaparecer de maneira distorcida ou deformada. Os conteúdos expulsos da consciência geralmente consistem em ideias e afetos que são insuportáveis ao sujeito.
No decorrer do filme vemos que a hostilidade da mãe para com o filho é muito maior do que imaginávamos e que Amelia pode possui desejo de matar o filho, para puni-lo pelo mal que ela acha que ele causou à sua vida. Essa ideia é insuportável para uma mãe e Amelia tenta expulsá-la de sua consciência, por meio de uma estratégia mental. Ela então nega toda sua agressividade e sentimentos hostis e os externaliza, projetando-os no Babadook, monstro de um livro infantil possivelmente escrito pela própria personagem, “Eu escrevia alguns artigos para revistas. Coisas de criança”, ela diz em determinada cena.
Quando se aproxima do aniversário de Samuel (a mesma data da morte do marido) esses sentimentos ficam mais aflorados e insistem em retornar, é quando o Babadook começa a aparecer.
O monstro então pode ser entendido como o mal negado e reprimido que retorna de forma destorcida, o conteúdo quer voltar à consciência e isso é mostrado no filme através da metáfora do Babadook (os sentimentos que foram ‘externalizados’) que quer entrar no corpo de Amelia. O que fica claro quando Amelia lê esse trecho do livro: “QUANTO MAIS NEGAR, MAIS FORTE EU FICO. DEIXE-ME ENTRAR. VOCÊ COMEÇA A MUDAR QUANDO EU ENTRO”.
E o trecho do livro que diz que “O BABADOOK CRESCE SOB A SUA PELE” tem o mesmo sentido da cena do buraco sob o papel de parede de onde que emergem baratas. Ambas são metáforas do mal interior que aflora.
Quando o Babadook possui Amelia, ela é tomada por seus sentimentos de ódio ao filho e tenta mata-lo. E é interessante ver que Samuel usa as armas que ele preparou para se defender do monstro contra sua mãe, pois desde o início ela é o Babadook.
No final Amelia ‘doma’ o monstro, mantendo-o porão e o alimentando todo dia, como quem olha de frente e aceita seu lado ruim, mas tem que cuidar diariamente para não deixar que ele tome o controle.
Não se aprofunda nas análises sociológicas, se restringindo às interpretações biológico-evolucionistas. Senti falta da discussão de temas como moral religiosa.
Toda a contextualização dos primeiros 20 minutos é sensacional, nos apresentando os EUA num futuro distópico, onde a criminalidade está praticamente extinta graças à implantação da noite anual do expurgo, na qual todo tipo de atrocidade não é considerada crime. Assim, no início do filme são discutidas algumas implicações sociais desse novo método.
O problema é que quando começa a matança o filme essas questões não são aprofundadas e começa-se um festival de chavões de filmes de terror, assassinos mascarados insanos e mudança improváveis na atitude dos protagonistas,
sem falar do clichê de quando um dos vilões está quase matando um dos mocinhos e surge alguém na última hora e o salva. Algo que se repete não uma, nem duas, ou três vezes , mas quatro. Sim, QUATRO VEZES! Tudo isso num curtíssimo espaço de tempo.
Um aspecto que acho interessante neste filme é que dependendo da sua interpretação da cena final, todo o filme pode adquirir significações bastante diferentes, divergentes até.
Se interpretarmos a cena final foi apenas mais uma alucinação ou pesadelo de Curtis, o filme então seria sobre o processo de encadeamento de um transtorno psicótico do personagem. Interpretação esta que seria amparada por fatores como a pressão no trabalho e a hereditariedade da doença mental.
Mas se na verdade seus delírios fossem premonições, e o desfecho do filme foi algo real, o filme passa a ser sobre as dificuldades de Curtis em lidar com seus dons premonitórios num ambiente cético e opressor. O que também é algo bastante instigante.
Toda esta riqueza nas possibilidades de leitura faz de 'O abrigo' um filme instigante e profundo em suas discussões, lembrando em certos pontos o belíssimo 'Ondas do destino' do Lars von Trier. Além disso, a atuação de Michael Sannon é sensacional, sendo esta o motor deste drama, com toques de terror psicológico.
Um bom road movie com pitadas de drama familiar, pena que para o arco do personagem do Wagner Moura acontecer são precisos tantos clichês e coincidências.
Surge como um drama regular, no final lembra-se que é um terror e a partir daí tudo parece apressado demais, até um pouco forçado, pois essa transição não acontece de forma muito harmônica.
Adoro esses filmes que cada vez que você assiste ele faz mais sentindo e você acaba percebendo um monte de coisas que ainda não havia percebido. Seguem algumas comentários do que consegui interpretar.
Toda a trama é meio que um "delírio/alucinação" de Henry, enquanto este agonizava. Esse "delírio", ao que parece, funciona na lógica de um sonho, misturando aspectos psíquicos com fatores esternos. Assim, o que vemos é uma viagem na mente do personagem, que naquele momento está cheia de dor e remorso. Isso é passado por meio de uma trama que ele cria a partir do que está acontecendo em volta dele nos seus últimos minutos de vida.
Freud postulava que o inconsciente é atemporal. Baseando nisso, podemos entender porque um momento que dura poucos minutos no real, parece dias na trama inconsciente.
Assim, vemos a confusão mental de Henry no estado de quase morte, e também uma série de outras coisas que passam por sua cabeça. Como questões mal resolvidas (como não ter pedido sua namorada em casamento), sentimentos de culpa, etc. Ele se sente culpado pela morte dos seus entes e isso é expressado no "sonho" nos inúmeros "perdoem-me" que escreve, na sua ideação suicida, ou quando apaga cigarros na própria pele, num ato de auto-punição ("estou me preparando para o inferno", diz ele).
As vozes que ouve e as pessoas que ele encontra no decorrer da trama, são as pessoas ao seu redor, no local do acidente; Sam Foster, o médico que tenta desesperadamente ajudá-lo após o acidente, faz exatamente a mesma coisa no "sonho", e reparem que ele usa sempre calças muito curtas. Isso, porque, ele na realidade está agachado ao lado de Henry, que o vê com as calças acima dos tornozelos, devido à posição.
Há outras observações que fiz e também muitas dúvidas que ficaram, por exemplo, porque o pai de Henry surge cego no sonho?... Mas isso só faz o filme ficar mais interessante pra mim, pois sempre dá vontade de vê-lo de novo e notar outras coisas. Isso também ocorre com o filme Cidade dos Sonhos, que tem a premissa um pouco parecida com esse.
Filme arrebatador! Daqueles que te deixam pensando dias após os créditos finais.
A fotografia e narração hipnótica em segunda pessoa proporcionam uma imersão nunca antes por mim experimentada. Lars von Trier praticamente cria um portal para a Alemanha pós guerra e te fez sentir toda opressão vivida pelo personagem. A trama gradualmente tensa culmina num clímax excitante tematicamente e angustiante sensorialmente :) Uma experiência cinematográfica única!
No início parece se tratar de uma drama com críticas à uma sociedade anestesia por drogas legais, mas no meio dá uma virada e o que já estava bom fica sensacional, com clima conspiratório e diálogos incríveis.
Jude Law expressa as nuances do personagem com perfeição, no início mostrando toda preocupação e opressão provinda do processo judicial até o final onde emprega um sorriso cinismo e muito sarcasmo nas falas. Atuação genial.
Filme primoroso, trama instigante e gradualmente tensa e revoltante. Acho que o grande mérito de Vinterberg foi tratar de temáticas delicadas sem nunca cair no maniqueísmo, todos tem suas motivações, mesmo que algumas são menos racionais que outras. Mads Mikkelsen nos brinda com uma atuação sutil e poderosa.
O visual e algumas cenas de ação são incrível, mas os personagens caricatos e o roteiro cheio de clichês e frases de efeito forçadas estragam a experiência.
Débora Falabella e Roberto Bomtempo estão sensacionais, a relação dos personagens é ao mesmo tempo comovente e assustadora. O desfecho é incrível e a música do Arnaldo Antunes são a cereja do bolo.
Dribla as limitações orçamentárias e cria uma ambiente de desolação interessante, mas quase nulo emocionalmente, pouca tensão e o romance não funciona. As críticas social me pareceram difusas.
Esse filme tem praticamente a mesma premissa do espanhol Bullying - Provocações Sem Limites (jovem que perde mãe/pai muda-se para outra cidade e começa a sofrer bullying no novo colégio). No entanto, tal semelhança só evidencia a discrepância técnico/narrativa das duas produções. Enquanto o filme espanhol se entrega ao sensacionalismo e ao didatismo, com diálogos expositivos e visual novelesco, Depois de Lúcia investe numa estética sofisticada, com planos sequência e câmeras estáticas (que chegam a ser sádicos nas cenas de agressão), e em diálogos sutis que revelam gradualmente o drama dos personagens, além de um desfecho bem mais audacioso e impactante.
Um retrato realista e chocante da realidade de muitas meninas brasileiras. Alguns diálogos são meio simplistas, mas há cenas impactantes e com boa carga dramática e boas atuações de Antonio Calloni e Darlene Glória.
21 Gramas
4.0 888 Assista AgoraAnálise psicológica do filme 21 gramas
21 gramas, do diretor mexicano Alejandro González Iñárritu, conta com uma narrativa não linear que, devido a uma montagem original, torna-se um quebra-cabeças onde cada nova cena ressignifica o que foi visto anteriormente. O resultado é uma obra carregada que aborda vários temas e dá subsídios pra discussões diversas. Nesta análise vou focar no tema ‘transplante’, procurando ressaltar os efeitos subjetivos desse procedimento no personagem principal do filme.
Continue lendo em: http://goo.gl/xurHjz
O Babadook
3.5 2,0KCheguei as seguintes conclusões sobre o filme:
A mãe tem desejo de matar o filho e por não conseguir aceitar esse sentimento cria o Babadook.
No filme, por meio de flashbacks, vemos que Amelia perdeu seu marido num acidente de carro, quando ela estava em trabalho de parto e o marido a levava ao hospital. De alguma forma Amelia associa a morte do marido e todo o seu sofrimento subsequente ao seu filho Samuel, que nascera naquela noite.
Desde o início do filme podemos notar que há uma rejeição ao filho, como sugere a cena onde os dois estão deitados, Samuel dormindo abraça a mãe e ela logo se desvencilha do filho e se afasta. Mas esse sentimento hostil é evidente em vários momentos do filme e se expressa pelo desinteresse e mesmo negligência da mãe, que vê o filho ter problemas na escola e simplesmente deixa de leva-lo a escola, dizendo a todos que o mesmo está doente.
Acredito que o conceito de Freud denominado ‘retorno do recalcado’ pode auxiliar numa interpretação das metáforas do filme. Para o pai da psicanálise, o ‘retorno do recalcado’ representa um mecanismo psíquico através do qual os conteúdos que foram recalcados, ou seja, expulsos da consciência, tendem constantemente a reaparecer de maneira distorcida ou deformada. Os conteúdos expulsos da consciência geralmente consistem em ideias e afetos que são insuportáveis ao sujeito.
No decorrer do filme vemos que a hostilidade da mãe para com o filho é muito maior do que imaginávamos e que Amelia pode possui desejo de matar o filho, para puni-lo pelo mal que ela acha que ele causou à sua vida. Essa ideia é insuportável para uma mãe e Amelia tenta expulsá-la de sua consciência, por meio de uma estratégia mental. Ela então nega toda sua agressividade e sentimentos hostis e os externaliza, projetando-os no Babadook, monstro de um livro infantil possivelmente escrito pela própria personagem, “Eu escrevia alguns artigos para revistas. Coisas de criança”, ela diz em determinada cena.
Quando se aproxima do aniversário de Samuel (a mesma data da morte do marido) esses sentimentos ficam mais aflorados e insistem em retornar, é quando o Babadook começa a aparecer.
O monstro então pode ser entendido como o mal negado e reprimido que retorna de forma destorcida, o conteúdo quer voltar à consciência e isso é mostrado no filme através da metáfora do Babadook (os sentimentos que foram ‘externalizados’) que quer entrar no corpo de Amelia. O que fica claro quando Amelia lê esse trecho do livro: “QUANTO MAIS NEGAR, MAIS FORTE EU FICO. DEIXE-ME ENTRAR. VOCÊ COMEÇA A MUDAR QUANDO EU ENTRO”.
E o trecho do livro que diz que “O BABADOOK CRESCE SOB A SUA PELE” tem o mesmo sentido da cena do buraco sob o papel de parede de onde que emergem baratas. Ambas são metáforas do mal interior que aflora.
Quando o Babadook possui Amelia, ela é tomada por seus sentimentos de ódio ao filho e tenta mata-lo. E é interessante ver que Samuel usa as armas que ele preparou para se defender do monstro contra sua mãe, pois desde o início ela é o Babadook.
No final Amelia ‘doma’ o monstro, mantendo-o porão e o alimentando todo dia, como quem olha de frente e aceita seu lado ruim, mas tem que cuidar diariamente para não deixar que ele tome o controle.
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraMistura de 'Sem limites' com 'Transcendence'.
Qual é o Problema com a Nudez?
3.5 4Não se aprofunda nas análises sociológicas, se restringindo às interpretações biológico-evolucionistas. Senti falta da discussão de temas como moral religiosa.
Uma Noite de Crime
3.2 2,2K Assista AgoraToda a contextualização dos primeiros 20 minutos é sensacional, nos apresentando os EUA num futuro distópico, onde a criminalidade está praticamente extinta graças à implantação da noite anual do expurgo, na qual todo tipo de atrocidade não é considerada crime. Assim, no início do filme são discutidas algumas implicações sociais desse novo método.
O problema é que quando começa a matança o filme essas questões não são aprofundadas e começa-se um festival de chavões de filmes de terror, assassinos mascarados insanos e mudança improváveis na atitude dos protagonistas,
sem falar do clichê de quando um dos vilões está quase matando um dos mocinhos e surge alguém na última hora e o salva. Algo que se repete não uma, nem duas, ou três vezes , mas quatro. Sim, QUATRO VEZES! Tudo isso num curtíssimo espaço de tempo.
Os Reis do Verão
3.6 422 Assista AgoraUma mistura de Conta Comigo com Na Natureza Selvagem.
O Abrigo
3.6 720 Assista AgoraUm aspecto que acho interessante neste filme é que dependendo da sua interpretação da cena final, todo o filme pode adquirir significações bastante diferentes, divergentes até.
Se interpretarmos a cena final foi apenas mais uma alucinação ou pesadelo de Curtis, o filme então seria sobre o processo de encadeamento de um transtorno psicótico do personagem. Interpretação esta que seria amparada por fatores como a pressão no trabalho e a hereditariedade da doença mental.
Mas se na verdade seus delírios fossem premonições, e o desfecho do filme foi algo real, o filme passa a ser sobre as dificuldades de Curtis em lidar com seus dons premonitórios num ambiente cético e opressor. O que também é algo bastante instigante.
Toda esta riqueza nas possibilidades de leitura faz de 'O abrigo' um filme instigante e profundo em suas discussões, lembrando em certos pontos o belíssimo 'Ondas do destino' do Lars von Trier. Além disso, a atuação de Michael Sannon é sensacional, sendo esta o motor deste drama, com toques de terror psicológico.
Eva - Um Novo Começo
3.6 151O triangulo amoroso é bem novelesco e o visual dos robôs é pouco imaginativo. Não consegui me envolver com a trama.
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0KAnsiedade ganhou um novo nome.
Juventude em Fúria
3.8 855 Assista AgoraAs metáforas do Hesher são as melhores.
Oblivion
3.2 1,7K Assista AgoraUma coisa é fazer uma homenagem ao Hall 9000 de '2001 - uma odisseia no espaço', com o 'olho' vermelho dos robôs;
outra coisa é chupar a ideia central de 'Lunar' e o final de 'Independence day'.
No fim das contas é um filme redondinho, bem acabado e tal, mas sem originalidade. Uma boa ficção cientifica precisa de ideias novas, criatividade.
A Busca
3.4 714 Assista AgoraUm bom road movie com pitadas de drama familiar, pena que para o arco do personagem do Wagner Moura acontecer são precisos tantos clichês e coincidências.
Água Negra
2.7 407Surge como um drama regular, no final lembra-se que é um terror e a partir daí tudo parece apressado demais, até um pouco forçado, pois essa transição não acontece de forma muito harmônica.
A Passagem
3.5 421 Assista AgoraAdoro esses filmes que cada vez que você assiste ele faz mais sentindo e você acaba percebendo um monte de coisas que ainda não havia percebido. Seguem algumas comentários do que consegui interpretar.
Toda a trama é meio que um "delírio/alucinação" de Henry, enquanto este agonizava. Esse "delírio", ao que parece, funciona na lógica de um sonho, misturando aspectos psíquicos com fatores esternos. Assim, o que vemos é uma viagem na mente do personagem, que naquele momento está cheia de dor e remorso. Isso é passado por meio de uma trama que ele cria a partir do que está acontecendo em volta dele nos seus últimos minutos de vida.
Freud postulava que o inconsciente é atemporal. Baseando nisso, podemos entender porque um momento que dura poucos minutos no real, parece dias na trama inconsciente.
Assim, vemos a confusão mental de Henry no estado de quase morte, e também uma série de outras coisas que passam por sua cabeça. Como questões mal resolvidas (como não ter pedido sua namorada em casamento), sentimentos de culpa, etc. Ele se sente culpado pela morte dos seus entes e isso é expressado no "sonho" nos inúmeros "perdoem-me" que escreve, na sua ideação suicida, ou quando apaga cigarros na própria pele, num ato de auto-punição ("estou me preparando para o inferno", diz ele).
As vozes que ouve e as pessoas que ele encontra no decorrer da trama, são as pessoas ao seu redor, no local do acidente; Sam Foster, o médico que tenta desesperadamente ajudá-lo após o acidente, faz exatamente a mesma coisa no "sonho", e reparem que ele usa sempre calças muito curtas. Isso, porque, ele na realidade está agachado ao lado de Henry, que o vê com as calças acima dos tornozelos, devido à posição.
Há outras observações que fiz e também muitas dúvidas que ficaram, por exemplo, porque o pai de Henry surge cego no sonho?... Mas isso só faz o filme ficar mais interessante pra mim, pois sempre dá vontade de vê-lo de novo e notar outras coisas. Isso também ocorre com o filme Cidade dos Sonhos, que tem a premissa um pouco parecida com esse.
Elena
4.2 1,3K Assista AgoraMuito sensível, profundo e pessoal.
Mais que um filme, um ato humano tocante e belíssimo.
Europa
4.0 117 Assista AgoraFilme arrebatador! Daqueles que te deixam pensando dias após os créditos finais.
A fotografia e narração hipnótica em segunda pessoa proporcionam uma imersão nunca antes por mim experimentada. Lars von Trier praticamente cria um portal para a Alemanha pós guerra e te fez sentir toda opressão vivida pelo personagem. A trama gradualmente tensa culmina num clímax excitante tematicamente e angustiante sensorialmente :)
Uma experiência cinematográfica única!
Além da Escuridão: Star Trek
4.0 1,4K Assista AgoraMantém a tensão durante o filme inteiro, com um ritmo frenético e boa interação entre os personagens Benedict Cumberbatch está sensacional.
Obs: Flares definitivamente não ficam bem em 3D.
Terapia de Risco
3.6 1,0K Assista AgoraNo início parece se tratar de uma drama com críticas à uma sociedade anestesia por drogas legais, mas no meio dá uma virada e o que já estava bom fica sensacional, com clima conspiratório e diálogos incríveis.
Jude Law expressa as nuances do personagem com perfeição, no início mostrando toda preocupação e opressão provinda do processo judicial até o final onde emprega um sorriso cinismo e muito sarcasmo nas falas. Atuação genial.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraFilme primoroso, trama instigante e gradualmente tensa e revoltante. Acho que o grande mérito de Vinterberg foi tratar de temáticas delicadas sem nunca cair no maniqueísmo, todos tem suas motivações, mesmo que algumas são menos racionais que outras. Mads Mikkelsen nos brinda com uma atuação sutil e poderosa.
Caça aos Gângsteres
3.5 889 Assista AgoraO visual e algumas cenas de ação são incrível, mas os personagens caricatos e o roteiro cheio de clichês e frases de efeito forçadas estragam a experiência.
2 Perdidos Numa Noite Suja
3.3 122 Assista AgoraDébora Falabella e Roberto Bomtempo estão sensacionais, a relação dos personagens é ao mesmo tempo comovente e assustadora. O desfecho é incrível e a música do Arnaldo Antunes são a cereja do bolo.
Monstros
3.0 315 Assista AgoraDribla as limitações orçamentárias e cria uma ambiente de desolação interessante, mas quase nulo emocionalmente, pouca tensão e o romance não funciona. As críticas social me pareceram difusas.
Depois de Lúcia
3.8 1,1KEsse filme tem praticamente a mesma premissa do espanhol Bullying - Provocações Sem Limites (jovem que perde mãe/pai muda-se para outra cidade e começa a sofrer bullying no novo colégio). No entanto, tal semelhança só evidencia a discrepância técnico/narrativa das duas produções. Enquanto o filme espanhol se entrega ao sensacionalismo e ao didatismo, com diálogos expositivos e visual novelesco, Depois de Lúcia investe numa estética sofisticada, com planos sequência e câmeras estáticas (que chegam a ser sádicos nas cenas de agressão), e em diálogos sutis que revelam gradualmente o drama dos personagens, além de um desfecho bem mais audacioso e impactante.
Anjos do Sol
4.0 409Um retrato realista e chocante da realidade de muitas meninas brasileiras. Alguns diálogos são meio simplistas, mas há cenas impactantes e com boa carga dramática e boas atuações de Antonio Calloni e Darlene Glória.