Um filme que tira qualquer idealismo e esperança que possamos ter acerca de viver em uma democracia. Não existe. É tudo um sistema de interesses, poder, dinheiro e de bens intencionados que jogam junto com o sistema para tentar conseguir um mínimo de justiça. Mais devastador ainda é que a corrupção, a podridão e o desinteresse dos políticos da década de 30 é o mesmo de hoje. Simplesmente nada mudou. Qual a diferença de Taylors para Odebrechts? Qual a diferença de um Paine para um Lula, dizendo serem coniventes com a corrupção pois estava jogando o jogo político, para tentar conseguir atingir objetivos nobres? Qual a diferença de Marielle para o pai de Jefferson Smith? Caixa 2, lavagem de dinheiro, forjar provas, tudo ainda é feito ostensivamente no meio político, por mais que se investigue e demonstre, nada parece mudar. Mas, querendo ou não, a democracia ainda parece o melhor caminho. Pelo menos nela ainda dá para ter esperança de que podemos mudar algo (nas ditaduras nem essa ilusão temos). Enfim,no filme, até mesmo a imprensa é mentirosa, sendo manipulada em prol dos mais poderosos. É interessante notar que existem poucos filmes políticos, enquanto existem tantos filmes de tribunais (a condução é praticamente a mesma). 1939 com certeza foi um dos melhores anos da história do cinema. P.S.: Esse título em português é meio zoado. Achei que eu ia assistir a algum filme de romance.
O filme parece que alguém resolveu pegar o atual gênero de casas assombradas e fez uma versão o mais oitentista e spielbergiana possível. De certa forma, não possui vários dos clichês que insistem em permear Invocações do Mal, Sobrenatural e outros. É tão oitentista que na maior parte do tempo não tem o clima de terror, pendendo mais para a aventura do que para a tensão, entretanto é este mesmo clima oitentista, além da boa história, que garantem que seja um bom filme. Nota: 8.9.
Filme mais para a comédia do que para o terror, com mortes sem impacto nenhum (ao melhor estilo slasher oitentista), sendo quase divertidas. A Alyson Hannigan realmente tem um papel importante no filme (achei que ela ia aparecer só em uma cena). É um filme com um tom de paródia e que várias vezes achei que a trama ia "ficar sem saída" ou tomar decisões ruins, mas na maior parte do tempo o filme toma bons caminhos.
Prova de que os X-Men são o melhor grupo, não só pelos bons personagens e poderes, mas também pela tema discutido, que geram várias boas falas. Alguns pontos negativos para mim foi que amainaram o poder da Vampira por conveniência, além do ato do Magneto no Cérebro (não acho que Magneto faria algo do tipo), mas o filme possui uma boa trama, que é bem desenvolvida para praticamente todos os personagens. PS.: A cena que o homem de gelo revela ser mutante para a família e o paralelo que fizeram com os gays foi perfeita.
As reviravoltas são boas e minha expectativa para esse filme estava tão baixa e que só do fato ele ser bonzinho quase me fez dar 4 estrelas, mas a última meia hora estragou o filme um pouco (genérica, longa e repetitiva). No mais é até bom, considerando que Sobrenatural tinha que ter parado no segundo filme
Depois do sofrimento de assistir um filme como O Nevoeiro, nada melhor do que um descompromissado musical de Shirley Temple, em que há a certeza do final feliz. E a regra continua valendo aqui: viu um filme da Shirley Temple, viu todos. O ponto mais negativo para mim foi a quase ausência da fazenda. Pelo título e capa deveria ser o tema do filme. P.S.: Só eu comentei aqui? Achei que esse filme fosse mais conhecido, tem a Shirley Temple no "auge".
O filme mais odioso já produzido. A todo momento o único sentimento que o filme provoca é raiva, possuindo para mim uma das personagens mais odiosas da história (
e a única personagem que eu realmente fiquei feliz ao ver morrer). Tem também o final mais desgraçado da história. Levei semanas para finalmente digerir o final, quando vi o filme pela primeira vez a dez anos atrás. Passei por todos os estágios: negação, barganha, depressão, ódio e aceitação. Pensando sobre ele, me questiono qual seria o ensinamento. Se a ideia foi criticar uma decisão precipitada, é meio estranho, pois outros personagens também tomaram decisões precipitadas e se beneficiaram. Talvez a lição seja mesmo que a religião e as regras sociais que mantém os extintos animais e odiosos sob controle e que numa situação dessa, por mais que você reflita e se sacrifique, o que determina se a decisão foi acertada ou não seja o puro acaso. Ou Frank Darabont estava apenas bancando o sádico novamente para nos fazer passar raiva.
Enfim, o maior ponto negativo é as estranhas decisões do diretor, de manter a câmera sempre em movimento, com zoons e closes estranhos e então abandonar este estilo do meio do filme para frente. E ponto bem positivo para as atuações, que são excelentes. P.S.: Por que tem tanto ator do Walking Dead aqui? Frank Darabont estava usando o filme para fazer um teste de elenco para a série?
Que é isso? Uma prévia de senhor e senhora Smith? Enfim, o filme é até bem feito, mas em vários momentos a trama de espionagem se torna muito confusa, principalmente para quem não tem conhecimentos sobre a primeira guerra, não havendo explicações prévias sobre os lados ou sobre neutralidade. A sequência final também é um pouco confusa.
Melhor do que a maioria das continuações lançadas. Respeita a mitologia em torno das duas figuras que marcaram o terror, possui uma boa dose de violência e se esforça para dar verossimilhança (a mínima exigida por um slasher) ao realmente dar um motivo para a peleja entre Freddy e Jason, além da gastar a primeira uma hora desenvolvendo a história (considerando o nível das continuações, não seria surpresa se a motivação fosse uma aposta entre os dois para ver quem matava mais, mas não, eles realmente tem um motivo, algo até pouco oitentista, eu diria). A briga entre os dois não decepciona e as referências também não. Alguns problemas são o exagero em lançar pessoas pelo ar, algo que deve ter acontecido mais de quinze vezes, e as pessoas caindo no sono convenientemente à toda hora.
Fraco. Qual o sentido de se lançar 30 anos depois uma continuação que não se passa no mesmo lugar e não possui os mesmos personagens do original? Poderia haver referências ao filme de 73, ia se interessante revisitar a vila, o pub, etc. Mas, mesmo tendo este enorme ponto negativo, o filme poderia ter sido bom se realmente tivesse uma trama, como no original, que envolve o desaparecimento de uma garota. Aqui simplesmente não há nada como motor narrativo. É simplesmente duas pessoas que foram para uma vilão pagã pregar e só. Não há elemento de terror, suspense, nada. Não há sequer mistério (todo mundo sabe que convidaram os dois cristãos para servirem de sacrifício). Os últimos 25 minutos até são bons, apesar da conclusão ruim. As músicas são boazinhas (não tanto quanto as do original). Senti falta também dos ritos pagãos, como os mostrados em outros filmes do gênero e que poderiam aumentar o interesse por este filme. Enfim flerta com o gore e com o uso da religião por parte dos poderosos, mas não aprofunda estes temas. No final, discute mais a religião cristã do que a pagã que deveria ser tema do filme e nem a breve aparição de Christopher Lee salva.
Consegue ser melhor que o segundo (o que não é muito difícil). Abandona a sugestão do primeiro filme e se torna mais explícito, o que foi uma decisão até acertada, pois o gênero found footage é hoje visto de forma diferente da forma vista em 1999, quando ainda havia pessoas que acreditavam que era tudo real. Nesse ponto, é até eficiente nos sustos, embora em determinado momento comece a ficar repetitivo (e a criatura que aparece como sendo a bruxa é meio tosca). Enfim, poderia ter construído melhor o medo em torno dos personagens, fazendo eles passarem mais alguns dias perdidos na floresta.
O melhor filme da Disney lançado nos último anos (Zootopia é no mesmo nível, mas Frozen tem como ponto positivo retomar e atualizar os filmes clássicos da Disney). As músicas são as melhores desde O Rei Leão (fazia tempo que a Disney não fazia um musical com músicas boas assim), embora estejam má distribuídas (na primeira meia hora tem umas cinco músicas). Creio que a melhor opinião sobre o filme seja a do crítico Pablo Villaça: "Frozen: Uma Aventura Congelante poderia ter falhado de várias maneiras – e, em diversos momentos da projeção, parece prestes a fazê-lo. Aqui, surge prestes a sucumbir aos mais velhos clichês; ali, sugere flertar com a possibilidade de trair as naturezas de seus personagens; mais tarde, ameaça abandonar a trama principal apenas para introduzir um coadjuvante engraçadinho. Em todos estes instantes, no entanto, a mais nova animação da Disney acaba evitando o tropeço enquanto, piscando para o espectador, parece dizer “Confie em mim” ao mesmo tempo em que usa a sugestão de clichê para subverter as convenções que o próprio estúdio ajudou a estabelecer ao longo das décadas." Enfim, a cena do Let It Go com certeza é uma das melhores da história da animação, pela técnica, utilizando fractais, gelo e neve difíceis de animar.
A estética é perfeita, e a história é um tanto intrigante, principalmente pelo ritmo anti-thriller. É como se o diretor tivesse puxado o freio de mão da história, enveredando por elementos que pouco vão acrescentar à narrativa principal (as duas garotas, o antiquário, etc) e que ao mesmo tempo parecem ter algum significado, alguma função no roteiro. Enfim, eu realmente esperava que
as coisas iam desandar, mas o filme acaba não chegando em lugar nenhum, não possui clímax, nem nada. Talvez os últimos vinte minutos tivessem que ser mais frenéticos, mas creio que isso não seria condizente com o resto do filme.
Antes deste filme ser lançado, tínhamos apenas os filmes do super-homem e do batman lançados para o cinema (a marvel tinha lançado várias porcarias para a televisão desde a década de 70 e, sinceramente, nem sei se o supergirl de 1984 chegou a ser exibido nos cinemas), claro, se desconsiderarmos os seriados cinematográficos da década de 40. Então, este foi o filme que tornou os outros filmes de super-heróis viáveis, e durante o resto da década veríamos as suas continuações, os filmes do homem-aranha, quarteto fantástico e a trilogia do Batman do Nolan. É bem feito, respeita os quadrinhos, Hugh Jackman é um dos atores que mais se encaixou no papel na história dos súperes (apesar de não ser baixinho como o personagem), só perdendo, talvez, pro J.J. Jameson. Creio que algumas coisas acabaram envelhecendo mal (a montagem principalmente). Apesar da maior parte das cenas de ação serem boas, ver membros de alto escalão dos X-Men (Scott, Jean e Ororo) tomarem uma surra colossal pro Groxo doeu os olhos. Mas, no final é um filme que vale a pena ser visto, principalmente por ser sobre o melhor grupo de super-heróis de todos os tempos.
Um ótimo filme que em alguns momentos remete ao expressionismo alemão. A atuação de Louise Brooks e os ângulos de câmera, além do tema sexual, são os grandes destaques do filme. Só achei que a história simplesmente não chegou em lugar nenhum. Afinal, o que o filme quis passar. Qual foi o ponto disso tudo? No final, é um filme que vale muito mais pelo visual.
Um dos primeiros longas de Mike Flanagan, O Espelho parte da mesma trama comum aos filmes de terror atuais (famílias se mudando, objeto amaldiçoado, pai de família se tornando uma pessoa cada vez mais cruel, etc) mas conta com uma boa direção com consegue manter o interesse, além da boa fotografia e da boa escolha dos ângulos de câmera. A ideia de jamais deixar claro se o que os personagens estão vendo é real ou não também é boa. O ponto negativo fica pela ausência de suspensão e tensão. Por mais que os jump scares desse filme sejam bem feitos, o filme é frenético demais. Poderia ter umas cenas com um suspense mais bem construído. O fato de gastar mais tempo nos flashbacks do que no tempo presente também é um problema, mas difícil de ser contornado.
O filme é como um quebra-cabeça: tem que paciência enquanto ele vai sendo montado e as peças vão sendo colocadas no lugar para, no final, podermos admirar o quebra-cabeça montado por completo. Acho que o grande problema foi possuir poucas mortes, afastando o filme dos outros giallos (apesar das cores espalhafatosas) e o aproximando de filmes como Repulsa ao Sexo, O Bebê de Rosemary e Lisa e o Diabo. P.S.: a trilha sonora é muito boa.
A história é bem típica da época, mas o que fez esse filme ser conhecido foi por ser o primeiro longa-metragem falado da história, apesar da maior parte do tempo ser um filme mudo, com letreiros, ou seja, não é um filme inteiramente falado(outros curtas falados ou sonoros existem desde 1896). Sempre tive curiosidade para entender porque imediatamente após o primeiro filme falado, os filmes mudos acabaram, enquanto, apesar de o lançamento de E O Vento Levou em 1939, os filmes coloridos só se tornaram regra na década de 60. Por que será? Aliás, esses filmes pre-code de Hollywood são bem depravados para a época. P.S.: Maldito racismo presente nos filmes mais importantes da história.
A DC virou Marvel. Mas, diferente do mal editado Esquadrão Suicida, aqui temos um filme que realmente consegue ser divertido em sua simplicidade. Filmes de origem de super-heróis (e até de super-heróis no geral) se tornaram extremamente cansativos, mas este aqui até tem alguns diferenciais (focar em crianças por exemplo). Creio que as cenas de ação tenham sido o grande problema, pois são pouco imaginativas; Um ponto positivo foi o vilão que, por ser bem genérico, destoa do tom de paródia do resto do filme. O vilão é um adulto que realmente se leva a sério, enquanto o resto dos personagens, por serem crianças, não veem o mundo com a mesma seriedade. Enfim, ponto positivo pro cameo de Anabelle (por algum motivo, os diretores e produtores dos universos de Invocação do Mal e do Universo DC estão sendo os mesmos. Será que vem crossover por aí? kkkkkk).
Um filme que segue a fórmula dos filmes do gênero de armadilha e confinamento (questões como quem merece mais viver, personagens que se sacrificam ou contam suas histórias, o momento que eles tentam lembrar como vieram para ali, etc), mas que possui o diferencial de possuir uma quantidade enorme de pessoas. Com isso, as questões sociais acabam sendo discutidas muito rapidamente, sem aprofundamento, gerando até alguns estereótipos: o tatuado é um bandido que bate na namorada, o policial é racista, o empresário é um babaca que só se importa com si mesmo e não vê problema em passar por cima dos outros (bom, nesse caso, talvez não seja um estereótipo). Enfim, o filme é eficiente em não se tornar repetitivo e maçante, ainda mais porque as mortes ocorrem em um espaço de tempo curto (acaba, por vezes, sendo um problema, pois fica difícil absorver certos acontecimentos). Sobre o final
a ideia do personagem que fica quieto e não participa é realmente boa. Entretanto, o sujeito que provavelmente era o vilão de tudo ter sobrevivido parece meio contrário à ideia do filme, premiando não o mais esperto, e sim o esperto que não possui escrúpulos. Entretanto, também temos uma visão de outros sobreviventes, como uma grávida. Talvez o final significasse que nem sempre quem realmente merece algo o recebe? Ou que devemos ter cuidado, pois algumas pessoas podem nos enganar, fingindo serem boas, mas com segundas intenções? Enfim, ainda acho que o final ficaria muito melhor se no fim do jogo todos morressem. Seria divertido, poético até, que, depois de diversas artimanhas, brigas e tensão, tudo simplesmente fosse inútil. A mensagem niilista mostraria que julgamos uns aos outros, tentando sobreviver nesse mundo, mas, no final, nada disso realmente importaria, pois, querendo ou não, o destino de todos nós é a morte.
Antes de assistir o filme, li o nome dos atores e pensei se tratar de um filme espanhol. Qual minha surpresa quando comecei a ver o filme e vi que era brasileiro. Não é muito comum o Brasil produzir terror no gênero de assombrações (nossas produções no gênero basicamente se resume a Zé do Caixão e trashs). Apesar de meio óbvio (não sei se para todos, mas eu tive o feeling sobre o que ia acontecer desde o início) o charme de ser uma produção brasileira do gênero acaba fazendo valer dar uma assistida. Por fim, não entendi a
Divertidinho, mas não faz jus à série (que também não é um primor). London, Woody e Bailey sequer tem função no filme (para ser sincero, eu sequer lembrava que eles apareciam); As piadas são ruins mas o filme não chega a ser enfadonho e a dinâmica entre os gêmeos e a produção boa fazem o filme ser assistível, apesar da quantidade enorme de clichês (gêmeo do mal, cientista louco, etc) e de falhas de roteiro
(se o cientista precisava da fusão para controlar os gêmeos, como ele já estava controlando? Por que fundir Zack e Cody era tão importante? O que eles tem demais? Por que eles não estava sendo controlados como os outros? Como a serraria ainda funcionava?).
Se destaca dos outros filmes do gênero por causa do bom roteiro, que é bem construído, incluindo o final. Assistindo de novo, deu pra notar que o filme é bem estruturado e o final não gera falhas de roteiro. Os outros elementos (atuações, produção, etc) também são bons. Destaque para os personagens, que, no geral, tomam decisões bem realistas (nem estúpidas demais, nem inteligentes demais).
"Te toco, te abraço, te prendo Nos raios do sol Misturo o futuro e o presente Agora eu vou lá pro farol" Tensão homoerótica, ambiguidade, confinamento e devaneios (seriam mesmo?) mitológicos. Acho que esse é o melhor resumo que pode ser feito sobre essa obra. Seguindo a tendência de Us e Midsommar, o diretor de O Farol, após realizar um filme que se tornou um sucesso (A Bruxa), fica mais "a vontade", ousando realizar um filme em preto e branco, com um "aspect ratio" fora do padrão, além de ter longos momentos sem fala e falas que duram longos momentos. Felizmente, a obra de Robert Eggers não é tão autoindulgente como os outros filmes acima citados (talvez seja) e, apesar da maior extroversão do diretor, não comete os mesmos erros de Us e Midsommar (duração exagerada, roteiros quase inverossímeis etc). Ainda inferior a A Bruxa (principalmente por causa deste ter mais terror, uma tensão mais bem construída, pois O Farol algumas vezes fica "comédia" demais) mas quase tão bom quanto, o filme possui uma quantidade enorme de simbolismos e ambiguidades.[spoiler] Em vários momentos temos a impressão de estar acompanhando sonhos do personagem de Robert Pattinson, mas o filme deixa diversas pistas que dão a entender que aquilo tudo está realmente acontecendo (o faroleiro realmente se declarava ao farol, por exemplo). A ambiguidade também é notada por termos pistas que dificultam uma avaliação de quem está realmente falando a verdade, de quem realmente está enlouquecendo. No final, creio que o elemento sobrenatural esteja presente (logo após matar a gaivota, o vento mudou, trazendo a tempestade, além da "vingança" das gaivotas no final) mas, diferentemente de A Bruxa, em que muitos criticaram o fato de realmente haver um clã de bruxas, ao invés de ser tudo imaginação da família religiosa, em O Farol isso está bem implícito e é discutível.[spoiler] Enfim, destaque bem positivo para a fotografia (que remete aos filmes de terror em preto e branco) e aos atores, que se saem bem nos longos monólogos. Com certeza existe muito mais sobre esse filme além do que eu comentei e vê-lo mais de uma vez é realmente necessário.
A Mulher Faz o Homem
4.3 172 Assista AgoraUm filme que tira qualquer idealismo e esperança que possamos ter acerca de viver em uma democracia. Não existe. É tudo um sistema de interesses, poder, dinheiro e de bens intencionados que jogam junto com o sistema para tentar conseguir um mínimo de justiça. Mais devastador ainda é que a corrupção, a podridão e o desinteresse dos políticos da década de 30 é o mesmo de hoje. Simplesmente nada mudou. Qual a diferença de Taylors para Odebrechts? Qual a diferença de um Paine para um Lula, dizendo serem coniventes com a corrupção pois estava jogando o jogo político, para tentar conseguir atingir objetivos nobres? Qual a diferença de Marielle para o pai de Jefferson Smith? Caixa 2, lavagem de dinheiro, forjar provas, tudo ainda é feito ostensivamente no meio político, por mais que se investigue e demonstre, nada parece mudar. Mas, querendo ou não, a democracia ainda parece o melhor caminho. Pelo menos nela ainda dá para ter esperança de que podemos mudar algo (nas ditaduras nem essa ilusão temos). Enfim,no filme, até mesmo a imprensa é mentirosa, sendo manipulada em prol dos mais poderosos. É interessante notar que existem poucos filmes políticos, enquanto existem tantos filmes de tribunais (a condução é praticamente a mesma). 1939 com certeza foi um dos melhores anos da história do cinema.
P.S.: Esse título em português é meio zoado. Achei que eu ia assistir a algum filme de romance.
Poltergeist: O Fenômeno
3.5 1,1K Assista AgoraO filme parece que alguém resolveu pegar o atual gênero de casas assombradas e fez uma versão o mais oitentista e spielbergiana possível. De certa forma, não possui vários dos clichês que insistem em permear Invocações do Mal, Sobrenatural e outros. É tão oitentista que na maior parte do tempo não tem o clima de terror, pendendo mais para a aventura do que para a tensão, entretanto é este mesmo clima oitentista, além da boa história, que garantem que seja um bom filme.
Nota: 8.9.
You Might Be the Killer
3.0 19Filme mais para a comédia do que para o terror, com mortes sem impacto nenhum (ao melhor estilo slasher oitentista), sendo quase divertidas. A Alyson Hannigan realmente tem um papel importante no filme (achei que ela ia aparecer só em uma cena). É um filme com um tom de paródia e que várias vezes achei que a trama ia "ficar sem saída" ou tomar decisões ruins, mas na maior parte do tempo o filme toma bons caminhos.
X-Men 2
3.5 784 Assista AgoraProva de que os X-Men são o melhor grupo, não só pelos bons personagens e poderes, mas também pela tema discutido, que geram várias boas falas. Alguns pontos negativos para mim foi que amainaram o poder da Vampira por conveniência, além do ato do Magneto no Cérebro (não acho que Magneto faria algo do tipo), mas o filme possui uma boa trama, que é bem desenvolvida para praticamente todos os personagens.
PS.: A cena que o homem de gelo revela ser mutante para a família e o paralelo que fizeram com os gays foi perfeita.
Sobrenatural: A Última Chave
2.9 478 Assista AgoraAs reviravoltas são boas e minha expectativa para esse filme estava tão baixa e que só do fato ele ser bonzinho quase me fez dar 4 estrelas, mas a última meia hora estragou o filme um pouco (genérica, longa e repetitiva). No mais é até bom, considerando que Sobrenatural tinha que ter parado no segundo filme
Sonho de Moça
3.4 2Depois do sofrimento de assistir um filme como O Nevoeiro, nada melhor do que um descompromissado musical de Shirley Temple, em que há a certeza do final feliz. E a regra continua valendo aqui: viu um filme da Shirley Temple, viu todos. O ponto mais negativo para mim foi a quase ausência da fazenda. Pelo título e capa deveria ser o tema do filme.
P.S.: Só eu comentei aqui? Achei que esse filme fosse mais conhecido, tem a Shirley Temple no "auge".
O Nevoeiro
3.5 2,6K Assista AgoraO filme mais odioso já produzido. A todo momento o único sentimento que o filme provoca é raiva, possuindo para mim uma das personagens mais odiosas da história (
e a única personagem que eu realmente fiquei feliz ao ver morrer). Tem também o final mais desgraçado da história. Levei semanas para finalmente digerir o final, quando vi o filme pela primeira vez a dez anos atrás. Passei por todos os estágios: negação, barganha, depressão, ódio e aceitação. Pensando sobre ele, me questiono qual seria o ensinamento. Se a ideia foi criticar uma decisão precipitada, é meio estranho, pois outros personagens também tomaram decisões precipitadas e se beneficiaram. Talvez a lição seja mesmo que a religião e as regras sociais que mantém os extintos animais e odiosos sob controle e que numa situação dessa, por mais que você reflita e se sacrifique, o que determina se a decisão foi acertada ou não seja o puro acaso. Ou Frank Darabont estava apenas bancando o sádico novamente para nos fazer passar raiva.
P.S.: Por que tem tanto ator do Walking Dead aqui? Frank Darabont estava usando o filme para fazer um teste de elenco para a série?
Jornada Sinistra
3.3 8Que é isso? Uma prévia de senhor e senhora Smith? Enfim, o filme é até bem feito, mas em vários momentos a trama de espionagem se torna muito confusa, principalmente para quem não tem conhecimentos sobre a primeira guerra, não havendo explicações prévias sobre os lados ou sobre neutralidade. A sequência final também é um pouco confusa.
Freddy X Jason
2.7 927 Assista AgoraMelhor do que a maioria das continuações lançadas. Respeita a mitologia em torno das duas figuras que marcaram o terror, possui uma boa dose de violência e se esforça para dar verossimilhança (a mínima exigida por um slasher) ao realmente dar um motivo para a peleja entre Freddy e Jason, além da gastar a primeira uma hora desenvolvendo a história (considerando o nível das continuações, não seria surpresa se a motivação fosse uma aposta entre os dois para ver quem matava mais, mas não, eles realmente tem um motivo, algo até pouco oitentista, eu diria). A briga entre os dois não decepciona e as referências também não. Alguns problemas são o exagero em lançar pessoas pelo ar, algo que deve ter acontecido mais de quinze vezes, e as pessoas caindo no sono convenientemente à toda hora.
A Árvore de Palha
2.0 14Fraco. Qual o sentido de se lançar 30 anos depois uma continuação que não se passa no mesmo lugar e não possui os mesmos personagens do original? Poderia haver referências ao filme de 73, ia se interessante revisitar a vila, o pub, etc. Mas, mesmo tendo este enorme ponto negativo, o filme poderia ter sido bom se realmente tivesse uma trama, como no original, que envolve o desaparecimento de uma garota. Aqui simplesmente não há nada como motor narrativo. É simplesmente duas pessoas que foram para uma vilão pagã pregar e só. Não há elemento de terror, suspense, nada. Não há sequer mistério (todo mundo sabe que convidaram os dois cristãos para servirem de sacrifício). Os últimos 25 minutos até são bons, apesar da conclusão ruim. As músicas são boazinhas (não tanto quanto as do original). Senti falta também dos ritos pagãos, como os mostrados em outros filmes do gênero e que poderiam aumentar o interesse por este filme. Enfim flerta com o gore e com o uso da religião por parte dos poderosos, mas não aprofunda estes temas. No final, discute mais a religião cristã do que a pagã que deveria ser tema do filme e nem a breve aparição de Christopher Lee salva.
Bruxa de Blair
2.4 1,0K Assista AgoraConsegue ser melhor que o segundo (o que não é muito difícil). Abandona a sugestão do primeiro filme e se torna mais explícito, o que foi uma decisão até acertada, pois o gênero found footage é hoje visto de forma diferente da forma vista em 1999, quando ainda havia pessoas que acreditavam que era tudo real. Nesse ponto, é até eficiente nos sustos, embora em determinado momento comece a ficar repetitivo (e a criatura que aparece como sendo a bruxa é meio tosca). Enfim, poderia ter construído melhor o medo em torno dos personagens, fazendo eles passarem mais alguns dias perdidos na floresta.
Frozen: Uma Aventura Congelante
3.9 3,0K Assista AgoraO melhor filme da Disney lançado nos último anos (Zootopia é no mesmo nível, mas Frozen tem como ponto positivo retomar e atualizar os filmes clássicos da Disney). As músicas são as melhores desde O Rei Leão (fazia tempo que a Disney não fazia um musical com músicas boas assim), embora estejam má distribuídas (na primeira meia hora tem umas cinco músicas). Creio que a melhor opinião sobre o filme seja a do crítico Pablo Villaça:
"Frozen: Uma Aventura Congelante poderia ter falhado de várias maneiras – e, em diversos momentos da projeção, parece prestes a fazê-lo. Aqui, surge prestes a sucumbir aos mais velhos clichês; ali, sugere flertar com a possibilidade de trair as naturezas de seus personagens; mais tarde, ameaça abandonar a trama principal apenas para introduzir um coadjuvante engraçadinho. Em todos estes instantes, no entanto, a mais nova animação da Disney acaba evitando o tropeço enquanto, piscando para o espectador, parece dizer “Confie em mim” ao mesmo tempo em que usa a sugestão de clichê para subverter as convenções que o próprio estúdio ajudou a estabelecer ao longo das décadas."
Enfim, a cena do Let It Go com certeza é uma das melhores da história da animação, pela técnica, utilizando fractais, gelo e neve difíceis de animar.
Blow-Up: Depois Daquele Beijo
3.9 370 Assista AgoraA estética é perfeita, e a história é um tanto intrigante, principalmente pelo ritmo anti-thriller. É como se o diretor tivesse puxado o freio de mão da história, enveredando por elementos que pouco vão acrescentar à narrativa principal (as duas garotas, o antiquário, etc) e que ao mesmo tempo parecem ter algum significado, alguma função no roteiro. Enfim, eu realmente esperava que
as coisas iam desandar, mas o filme acaba não chegando em lugar nenhum, não possui clímax, nem nada. Talvez os últimos vinte minutos tivessem que ser mais frenéticos, mas creio que isso não seria condizente com o resto do filme.
X-Men: O Filme
3.5 904 Assista AgoraAntes deste filme ser lançado, tínhamos apenas os filmes do super-homem e do batman lançados para o cinema (a marvel tinha lançado várias porcarias para a televisão desde a década de 70 e, sinceramente, nem sei se o supergirl de 1984 chegou a ser exibido nos cinemas), claro, se desconsiderarmos os seriados cinematográficos da década de 40. Então, este foi o filme que tornou os outros filmes de super-heróis viáveis, e durante o resto da década veríamos as suas continuações, os filmes do homem-aranha, quarteto fantástico e a trilogia do Batman do Nolan. É bem feito, respeita os quadrinhos, Hugh Jackman é um dos atores que mais se encaixou no papel na história dos súperes (apesar de não ser baixinho como o personagem), só perdendo, talvez, pro J.J. Jameson. Creio que algumas coisas acabaram envelhecendo mal (a montagem principalmente). Apesar da maior parte das cenas de ação serem boas, ver membros de alto escalão dos X-Men (Scott, Jean e Ororo) tomarem uma surra colossal pro Groxo doeu os olhos. Mas, no final é um filme que vale a pena ser visto, principalmente por ser sobre o melhor grupo de super-heróis de todos os tempos.
A Caixa de Pandora
4.2 88 Assista AgoraUm ótimo filme que em alguns momentos remete ao expressionismo alemão. A atuação de Louise Brooks e os ângulos de câmera, além do tema sexual, são os grandes destaques do filme. Só achei que a história simplesmente não chegou em lugar nenhum. Afinal, o que o filme quis passar. Qual foi o ponto disso tudo? No final, é um filme que vale muito mais pelo visual.
O Espelho
2.9 933 Assista AgoraUm dos primeiros longas de Mike Flanagan, O Espelho parte da mesma trama comum aos filmes de terror atuais (famílias se mudando, objeto amaldiçoado, pai de família se tornando uma pessoa cada vez mais cruel, etc) mas conta com uma boa direção com consegue manter o interesse, além da boa fotografia e da boa escolha dos ângulos de câmera. A ideia de jamais deixar claro se o que os personagens estão vendo é real ou não também é boa. O ponto negativo fica pela ausência de suspensão e tensão. Por mais que os jump scares desse filme sejam bem feitos, o filme é frenético demais. Poderia ter umas cenas com um suspense mais bem construído. O fato de gastar mais tempo nos flashbacks do que no tempo presente também é um problema, mas difícil de ser contornado.
O Perfume da Senhora de Negro
3.6 37O filme é como um quebra-cabeça: tem que paciência enquanto ele vai sendo montado e as peças vão sendo colocadas no lugar para, no final, podermos admirar o quebra-cabeça montado por completo. Acho que o grande problema foi possuir poucas mortes, afastando o filme dos outros giallos (apesar das cores espalhafatosas) e o aproximando de filmes como Repulsa ao Sexo, O Bebê de Rosemary e Lisa e o Diabo.
P.S.: a trilha sonora é muito boa.
O Cantor de Jazz
3.4 70 Assista AgoraA história é bem típica da época, mas o que fez esse filme ser conhecido foi por ser o primeiro longa-metragem falado da história, apesar da maior parte do tempo ser um filme mudo, com letreiros, ou seja, não é um filme inteiramente falado(outros curtas falados ou sonoros existem desde 1896). Sempre tive curiosidade para entender porque imediatamente após o primeiro filme falado, os filmes mudos acabaram, enquanto, apesar de o lançamento de E O Vento Levou em 1939, os filmes coloridos só se tornaram regra na década de 60. Por que será?
Aliás, esses filmes pre-code de Hollywood são bem depravados para a época.
P.S.: Maldito racismo presente nos filmes mais importantes da história.
Shazam!
3.5 1,2K Assista AgoraA DC virou Marvel. Mas, diferente do mal editado Esquadrão Suicida, aqui temos um filme que realmente consegue ser divertido em sua simplicidade. Filmes de origem de super-heróis (e até de super-heróis no geral) se tornaram extremamente cansativos, mas este aqui até tem alguns diferenciais (focar em crianças por exemplo). Creio que as cenas de ação tenham sido o grande problema, pois são pouco imaginativas; Um ponto positivo foi o vilão que, por ser bem genérico, destoa do tom de paródia do resto do filme. O vilão é um adulto que realmente se leva a sério, enquanto o resto dos personagens, por serem crianças, não veem o mundo com a mesma seriedade. Enfim, ponto positivo pro cameo de Anabelle (por algum motivo, os diretores e produtores dos universos de Invocação do Mal e do Universo DC estão sendo os mesmos. Será que vem crossover por aí? kkkkkk).
Circle
3.0 681 Assista AgoraUm filme que segue a fórmula dos filmes do gênero de armadilha e confinamento (questões como quem merece mais viver, personagens que se sacrificam ou contam suas histórias, o momento que eles tentam lembrar como vieram para ali, etc), mas que possui o diferencial de possuir uma quantidade enorme de pessoas. Com isso, as questões sociais acabam sendo discutidas muito rapidamente, sem aprofundamento, gerando até alguns estereótipos: o tatuado é um bandido que bate na namorada, o policial é racista, o empresário é um babaca que só se importa com si mesmo e não vê problema em passar por cima dos outros (bom, nesse caso, talvez não seja um estereótipo). Enfim, o filme é eficiente em não se tornar repetitivo e maçante, ainda mais porque as mortes ocorrem em um espaço de tempo curto (acaba, por vezes, sendo um problema, pois fica difícil absorver certos acontecimentos). Sobre o final
a ideia do personagem que fica quieto e não participa é realmente boa. Entretanto, o sujeito que provavelmente era o vilão de tudo ter sobrevivido parece meio contrário à ideia do filme, premiando não o mais esperto, e sim o esperto que não possui escrúpulos. Entretanto, também temos uma visão de outros sobreviventes, como uma grávida. Talvez o final significasse que nem sempre quem realmente merece algo o recebe? Ou que devemos ter cuidado, pois algumas pessoas podem nos enganar, fingindo serem boas, mas com segundas intenções? Enfim, ainda acho que o final ficaria muito melhor se no fim do jogo todos morressem. Seria divertido, poético até, que, depois de diversas artimanhas, brigas e tensão, tudo simplesmente fosse inútil. A mensagem niilista mostraria que julgamos uns aos outros, tentando sobreviver nesse mundo, mas, no final, nada disso realmente importaria, pois, querendo ou não, o destino de todos nós é a morte.
O Caseiro
2.9 126Antes de assistir o filme, li o nome dos atores e pensei se tratar de um filme espanhol. Qual minha surpresa quando comecei a ver o filme e vi que era brasileiro. Não é muito comum o Brasil produzir terror no gênero de assombrações (nossas produções no gênero basicamente se resume a Zé do Caixão e trashs). Apesar de meio óbvio (não sei se para todos, mas eu tive o feeling sobre o que ia acontecer desde o início) o charme de ser uma produção brasileira do gênero acaba fazendo valer dar uma assistida. Por fim, não entendi a
morte de Nora. Ela pouco tinha a ver com a história, pois sequer era o caseiro que machucava a Julia. Por que ela morreu?
Zack & Cody: O Filme
2.8 75 Assista AgoraDivertidinho, mas não faz jus à série (que também não é um primor). London, Woody e Bailey sequer tem função no filme (para ser sincero, eu sequer lembrava que eles apareciam); As piadas são ruins mas o filme não chega a ser enfadonho e a dinâmica entre os gêmeos e a produção boa fazem o filme ser assistível, apesar da quantidade enorme de clichês (gêmeo do mal, cientista louco, etc) e de falhas de roteiro
(se o cientista precisava da fusão para controlar os gêmeos, como ele já estava controlando? Por que fundir Zack e Cody era tão importante? O que eles tem demais? Por que eles não estava sendo controlados como os outros? Como a serraria ainda funcionava?).
A Chave Mestra
3.6 1,5K Assista AgoraSe destaca dos outros filmes do gênero por causa do bom roteiro, que é bem construído, incluindo o final. Assistindo de novo, deu pra notar que o filme é bem estruturado e o final não gera falhas de roteiro. Os outros elementos (atuações, produção, etc) também são bons. Destaque para os personagens, que, no geral, tomam decisões bem realistas (nem estúpidas demais, nem inteligentes demais).
O Farol
3.8 1,6K Assista Agora"Te toco, te abraço, te prendo
Nos raios do sol
Misturo o futuro e o presente
Agora eu vou lá pro farol"
Tensão homoerótica, ambiguidade, confinamento e devaneios (seriam mesmo?) mitológicos. Acho que esse é o melhor resumo que pode ser feito sobre essa obra. Seguindo a tendência de Us e Midsommar, o diretor de O Farol, após realizar um filme que se tornou um sucesso (A Bruxa), fica mais "a vontade", ousando realizar um filme em preto e branco, com um "aspect ratio" fora do padrão, além de ter longos momentos sem fala e falas que duram longos momentos. Felizmente, a obra de Robert Eggers não é tão autoindulgente como os outros filmes acima citados (talvez seja) e, apesar da maior extroversão do diretor, não comete os mesmos erros de Us e Midsommar (duração exagerada, roteiros quase inverossímeis etc). Ainda inferior a A Bruxa (principalmente por causa deste ter mais terror, uma tensão mais bem construída, pois O Farol algumas vezes fica "comédia" demais) mas quase tão bom quanto, o filme possui uma quantidade enorme de simbolismos e ambiguidades.[spoiler] Em vários momentos temos a impressão de estar acompanhando sonhos do personagem de Robert Pattinson, mas o filme deixa diversas pistas que dão a entender que aquilo tudo está realmente acontecendo (o faroleiro realmente se declarava ao farol, por exemplo). A ambiguidade também é notada por termos pistas que dificultam uma avaliação de quem está realmente falando a verdade, de quem realmente está enlouquecendo. No final, creio que o elemento sobrenatural esteja presente (logo após matar a gaivota, o vento mudou, trazendo a tempestade, além da "vingança" das gaivotas no final) mas, diferentemente de A Bruxa, em que muitos criticaram o fato de realmente haver um clã de bruxas, ao invés de ser tudo imaginação da família religiosa, em O Farol isso está bem implícito e é discutível.[spoiler] Enfim, destaque bem positivo para a fotografia (que remete aos filmes de terror em preto e branco) e aos atores, que se saem bem nos longos monólogos. Com certeza existe muito mais sobre esse filme além do que eu comentei e vê-lo mais de uma vez é realmente necessário.