Baseado no livro de Dulce Chacón, o filme mergulhou nas trevas do período pós a Guerra Civil Espanhola, em um inferno dantesco que unia Exército, Igreja e latifundiários contra a Frente Popular. A densidade marcante faz dele um ótimo filme, conseguindo transmitir o terror enfrentado naquela época às novas gerações. Na medida em que a História parece se tornar uma disciplina dispensável no currículo escolar – vide o caso do Brasil -, talvez seja papel do cinema, mais do que nunca, mantê-la viva.
Um filme genial, a interpretação de Denis Lavant faz-nos pensar no início do filme tratar-se de um documentário de tão realista, e Juliet Binoche não fica aquém de Lavant com uma atuação memorável. Um filme que mantém um excelente ritmo e tensão em função de um ótimo roteiro e uma direção precisa.
Caverna dos Sonhos esquecidos é um documentário que nos apresenta a um mundo passado, dentro da nossa história mas fora do nosso tempo. Mesmo assim, esse mundo foi preservado por um desabamento de rochas e hoje é visto em sua plenitude e beleza. Para qualquer cinéfilo ou entusiasta da arte, trata-se de um encontro com uma parte de si, aquela de mostra a manifestação artística de cada um em um tempo que nem a palavra e nem o conceito de arte existiam. E por isso mesmo é tocante, porque mostra que o homem traz consigo, desde que se tornou sapiens, o gérmen da cultura, da criação e da arte.
Remake de 1916 da série de ação do pioneiro cineasta Louis Feuillade. Judex acrescenta um capítulo sutil, sofisticado e agradável. Em homenagem ao francês Louis Feuillade Pioneer filme, diretor Georges Franju ternamente ressuscita Judex, um herói que floresceu aventuras nas telas silenciosas de França entre 1916 e 1918, décadas antes de Superman. Saiu do papel como uma força para o bem. Felizmente, Franju nunca cede à tentação de jogar um clássico velho encharcado para risos fáceis como uma paródia inteligentey. Ao contrário, ele celebra com som, como uma canção nostálgica de inocência, uma ode a uma era em que todas as batalhas que travaram contra Virtue vice foram ganhos sem compromisso complicado.
Renoir é um filme que merece ser visto pelas boas interpretações, reconstituição de época impecável e fotografia feérica. Tem-se a impressão ao longo da projeção de se estar inserido numa pintura. Aquela sensação nada tangível de contemplar a arte e tirar dela impressões próprias, assim como fez Renoir, assim como faz o bom cinema.
Após perder sua esposa, o sr. Chu, um grande cozinheiro de Taipei, tenta aprender a lidar com suas três filhas já crescidas. Alem de bom, o filme da show em mostrar um pouco da gastronomia chinesa
Marco Bellocchio chocou e encantou os críticos do mundo inteiro com seu primeiro longa-metragem, este De Punhos Cerrados/I Pugni in Tasca, de 1965. É um filme que demonstra talento em cada detalhe – uma extraordinária fotografia em preto-e-branco, uma montagem estudadamente provocante, deixando hiatos, lacunas na história, uma alternância permanente entre planos gerais e close-ups, e uma vigorosa, excepcional direção de atores. Um filme com a coragem, a audácia, a capacidade de provocar, inquietar, assombrar, típicas de um jovem cheio de talento – Bellocchio tinha apenas 26 anos, e toda a raiva que é possível alguém acumular.
Vidas Amargas é um filme sobre conflito de gerações, mas que vai muito além disso. É uma obra densa com personagens complexos e outros temas estão lá: o impacto da tecnologia; a transformação que a guerra traz à vida de uma pequena comunidade; a solidão; a perda da inocência; o conflito entre alinhados e desajustados; entre formais e viscerais; entre certinhos e malandros; e por que não dizer: entre o bem e o mal.
O Samurai é entretenimento que não perde o valor artístico, nem peca ao valorizar mais o estilo sobre o conteúdo. É equilibrado, bem feito e suficientemente interessante. Meio que uma aula de cinema para o mundo moderno, que tem milhões para gastar em efeitos, mas esquecem o quanto pode ser feito com menos, sem contar, o belo Alain Delon.
Ganhador de vários prêmios incluindo o Oscar de 1980 de melhor filme estrangeiro e o Festival de Cannes de 1979 como melhor filme.
O filme é baseado num romance de Günter Grass,que narra a ascensão do nazismo. Internado num manicómio, Oskar relembra a sua vida desde os três anos, quando decidiu parar de crescer por ódio aos pais e ao mundo adulto. Este romance teve um impacto, que ultrapassou as fronteiras do espaço da língua alemã e representa um marco significativo da literatura mundial. Suscitou muitas más críticas e protestos contra as cenas «libertinas», considerando-o mesmo pornográfico. Grass incorporou o demoníaco no seu romance, sobre a época do nazismo e dissecou os pequenos-burgueses, pretensamente indefesos, mas coniventes com o regime, traçando seus destinos com a história mundial em diversos pequenos episódios. Do ponto de vista da história da literatura, o estilo expressionista experimental de O Tambor, «o desfile de carnaval narrativo», influenciou gerações de autores.
O melhor trabalho dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani em décadas mostra a encenação da tragédia Júlio César, de Shakespeare, por prisioneiros do cárcere de segurança máxima de Rebibbia, em Roma. Misturando documentário e ficção, neorrealismo e teatro elisabetano, dialetos regionais e dicção shakespeariana, essa obra-prima confere grandeza épica a pobres diabos condenados por assassinato e tráfico, e ao mesmo tempo infunde uma pulsante humanidade nos personagens históricos.
Graças ao roteiro firme, que guarda surpresas arrojadas para o terceiro ato, e às atuações brilhantes e despojadas do elenco semi-desconhecido, “O Ódio” oferece um dos panoramas mais abrangentes, complexos, inteligentes e apocalípticos da vida da juventude contemporânea européia. É, também, o tipo de filme que dá margem para uma reflexão importante sobre a decadência do nível de vida nas cidades, neste século XXI. Basta comparar com “Juventude Transviada” (1955) ou “Sem Destino” (1969), clássicos que radiografaram com precisão os dilemas jovens de gerações anteriores, para ver o quanto a civilização se deteriorou. Não é uma obra perfeita, mas tem enorme relevância cultural – e não são muitos os filmes que alcançam tal status
Clássico alemão mostra Fassbinder em sua melhor forma. é uma de suas obras-primas que inclui várias metáforas cinematográficas sobre a questão da identidade e as experiências do pós-guerra alemão.
Nas mãos precisas de Akira Kurosawa, uma obra literária menor de Ed McBain acabou se transformando em um dos mais respeitados filmes policiais de todos os tempos que merece ser saboreado minuciosamente por todo cinéfilo que assim se considere.
Neste filme “noir” Kurosowa analisa o mundo capitalista japonês e as diferenças sociais, mostrando os contrastes entre a burguesia (céu) e a miséria (inferno).
Uma experiência inesquecível para os amantes do bom cinema de horror: a atmosfera de medo é construída de maneira gradativa, de modo que nada seja gratuito ou forçado. Detalhe: o excelente roteiro é assinado por William Archibald e (!) Truman Capote.
é tanto um filme de Tarantino como é de Tony Scott e o conjunto da obra, apesar de inevitavelmente violento, é muito agradável, com uma narrativa fluida o suficiente, apesar de já percebermos seu final logo no início.
Ganhou o Festival de San Sebastian e ainda levou 6 indicações ao César. Nesse filme Ozon brinca com a metalinguagem, com alguma dose de suspense aonde aborda a temática da invasão da intimidade e do voyeurismo, aonde faz uma pequena reverência a Hitchcock(“Janela Indiscreta”), utilizando-se em determinados momentos um estilo que lembra um dos mais igualmente prolíficos diretores franceses de todos os tempos, Claude Chabrol.
Ainda que transformado em morte da arte ou preponderância da política sobre a estética, a narrativa é soberba. O final, com um sol voltando sobre a praia veneziana enquanto os turistas vão-se embora, é o máximo da poesia cinematográfica
O filme dirigido por Thierry Binisti filosofa sobre o valor do ser humano e apresenta um diálogo sensível, apoiado no processo de amadurecimento e descobertas de dois jovens separados mais pelo medo do que pela distância. A produção foi destaque no Festival Varilux de Cinema Francês.
A Voz Adormecida
4.1 22Baseado no livro de Dulce Chacón, o filme mergulhou nas trevas do período pós a Guerra Civil Espanhola, em um inferno dantesco que unia Exército, Igreja e latifundiários contra a Frente Popular.
A densidade marcante faz dele um ótimo filme, conseguindo transmitir o terror enfrentado naquela época às novas gerações. Na medida em que a História parece se tornar uma disciplina dispensável no currículo escolar – vide o caso do Brasil -, talvez seja papel do cinema, mais do que nunca, mantê-la viva.
Os Amantes de Pont Neuf
4.2 129 Assista AgoraUm filme genial, a interpretação de Denis Lavant faz-nos pensar no início do filme tratar-se de um documentário de tão realista, e Juliet Binoche não fica aquém de Lavant com uma atuação memorável.
Um filme que mantém um excelente ritmo e tensão em função de um ótimo roteiro e uma direção precisa.
A Caverna dos Sonhos Esquecidos
4.2 142 Assista AgoraCaverna dos Sonhos esquecidos é um documentário que nos apresenta a um mundo passado, dentro da nossa história mas fora do nosso tempo. Mesmo assim, esse mundo foi preservado por um desabamento de rochas e hoje é visto em sua plenitude e beleza. Para qualquer cinéfilo ou entusiasta da arte, trata-se de um encontro com uma parte de si, aquela de mostra a manifestação artística de cada um em um tempo que nem a palavra e nem o conceito de arte existiam. E por isso mesmo é tocante, porque mostra que o homem traz consigo, desde que se tornou sapiens, o gérmen da cultura, da criação e da arte.
Judex
3.8 11Remake de 1916 da série de ação do pioneiro cineasta Louis Feuillade.
Judex acrescenta um capítulo sutil, sofisticado e agradável. Em homenagem ao francês Louis Feuillade Pioneer filme, diretor Georges Franju ternamente ressuscita Judex, um herói que floresceu aventuras nas telas silenciosas de França entre 1916 e 1918, décadas antes de Superman. Saiu do papel como uma força para o bem. Felizmente, Franju nunca cede à tentação de jogar um clássico velho encharcado para risos fáceis como uma paródia inteligentey. Ao contrário, ele celebra com som, como uma canção nostálgica de inocência, uma ode a uma era em que todas as batalhas que travaram contra Virtue vice foram ganhos sem compromisso complicado.
Renoir
3.5 208 Assista AgoraRenoir é um filme que merece ser visto pelas boas interpretações, reconstituição de época impecável e fotografia feérica. Tem-se a impressão ao longo da projeção de se estar inserido numa pintura. Aquela sensação nada tangível de contemplar a arte e tirar dela impressões próprias, assim como fez Renoir, assim como faz o bom cinema.
Comer Beber Viver
3.9 35 Assista AgoraApós perder sua esposa, o sr. Chu, um grande cozinheiro de Taipei, tenta aprender a lidar com suas três filhas já crescidas.
Alem de bom, o filme da show em mostrar um pouco da gastronomia chinesa
De Punhos Cerrados
4.1 33 Assista AgoraMarco Bellocchio chocou e encantou os críticos do mundo inteiro com seu primeiro longa-metragem, este De Punhos Cerrados/I Pugni in Tasca, de 1965. É um filme que demonstra talento em cada detalhe – uma extraordinária fotografia em preto-e-branco, uma montagem estudadamente provocante, deixando hiatos, lacunas na história, uma alternância permanente entre planos gerais e close-ups, e uma vigorosa, excepcional direção de atores. Um filme com a coragem, a audácia, a capacidade de provocar, inquietar, assombrar, típicas de um jovem cheio de talento – Bellocchio tinha apenas 26 anos, e toda a raiva que é possível alguém acumular.
Vidas Amargas
4.2 176 Assista AgoraVidas Amargas é um filme sobre conflito de gerações, mas que vai muito além disso. É uma obra densa com personagens complexos e outros temas estão lá: o impacto da tecnologia; a transformação que a guerra traz à vida de uma pequena comunidade; a solidão; a perda da inocência; o conflito entre alinhados e desajustados; entre formais e viscerais; entre certinhos e malandros; e por que não dizer: entre o bem e o mal.
O Samurai
4.2 145O Samurai é entretenimento que não perde o valor artístico, nem peca ao valorizar mais o estilo sobre o conteúdo. É equilibrado, bem feito e suficientemente interessante. Meio que uma aula de cinema para o mundo moderno, que tem milhões para gastar em efeitos, mas esquecem o quanto pode ser feito com menos, sem contar, o belo Alain Delon.
Questão de Tempo
4.3 4,0K Assista AgoraApesar de muito elogiado pela crítica e não ser ruim, achei um pouco cansativo, poderia ser mais curto.
O Tambor
3.9 92 Assista AgoraGanhador de vários prêmios incluindo o Oscar de 1980 de melhor filme estrangeiro e o Festival de Cannes de 1979 como melhor filme.
O filme é baseado num romance de Günter Grass,que narra a ascensão do nazismo. Internado num manicómio, Oskar relembra a sua vida desde os três anos, quando decidiu parar de crescer por ódio aos pais e ao mundo adulto. Este romance teve um impacto, que ultrapassou as fronteiras do espaço da língua alemã e representa um marco significativo da literatura mundial. Suscitou muitas más críticas e protestos contra as cenas «libertinas», considerando-o mesmo pornográfico. Grass incorporou o demoníaco no seu romance, sobre a época do nazismo e dissecou os pequenos-burgueses, pretensamente indefesos, mas coniventes com o regime, traçando seus destinos com a história mundial em diversos pequenos episódios. Do ponto de vista da história da literatura, o estilo expressionista experimental de O Tambor, «o desfile de carnaval narrativo», influenciou gerações de autores.
César Deve Morrer
4.0 82 Assista AgoraO melhor trabalho dos irmãos Paolo e Vittorio Taviani em décadas mostra a encenação da tragédia Júlio César, de Shakespeare, por prisioneiros do cárcere de segurança máxima de Rebibbia, em Roma. Misturando documentário e ficção, neorrealismo e teatro elisabetano, dialetos regionais e dicção shakespeariana, essa obra-prima confere grandeza épica a pobres diabos condenados por assassinato e tráfico, e ao mesmo tempo infunde uma pulsante humanidade nos personagens históricos.
O Ódio
4.2 316 Assista AgoraGraças ao roteiro firme, que guarda surpresas arrojadas para o terceiro ato, e às atuações brilhantes e despojadas do elenco semi-desconhecido, “O Ódio” oferece um dos panoramas mais abrangentes, complexos, inteligentes e apocalípticos da vida da juventude contemporânea européia. É, também, o tipo de filme que dá margem para uma reflexão importante sobre a decadência do nível de vida nas cidades, neste século XXI. Basta comparar com “Juventude Transviada” (1955) ou “Sem Destino” (1969), clássicos que radiografaram com precisão os dilemas jovens de gerações anteriores, para ver o quanto a civilização se deteriorou. Não é uma obra perfeita, mas tem enorme relevância cultural – e não são muitos os filmes que alcançam tal status
O Casamento de Maria Braun
4.1 58Clássico alemão mostra Fassbinder em sua melhor forma. é uma de suas obras-primas que inclui várias metáforas cinematográficas sobre a questão da identidade e as experiências do pós-guerra alemão.
Céu e Inferno
4.4 60Nas mãos precisas de Akira Kurosawa, uma obra literária menor de Ed McBain acabou se transformando em um dos mais respeitados filmes policiais de todos os tempos que merece ser saboreado minuciosamente por todo cinéfilo que assim se considere.
Neste filme “noir” Kurosowa analisa o mundo capitalista japonês e as diferenças sociais, mostrando os contrastes entre a burguesia (céu) e a miséria (inferno).
Os Inocentes
4.1 396Uma experiência inesquecível para os amantes do bom cinema de horror: a atmosfera de medo é construída de maneira gradativa, de modo que nada seja gratuito ou forçado. Detalhe: o excelente roteiro é assinado por William Archibald e (!) Truman Capote.
Amor à Queima-Roupa
3.9 361 Assista Agoraé tanto um filme de Tarantino como é de Tony Scott e o conjunto da obra, apesar de inevitavelmente violento, é muito agradável, com uma narrativa fluida o suficiente, apesar de já percebermos seu final logo no início.
Hannah Arendt - Ideias Que Chocaram o Mundo
4.0 196Vai além de uma simples biografia, o filme nos leva a grandes questionamentos sobre as leis e justiça.
Geração Prozac
3.6 465Fraco e previsível.
Dentro da Casa
4.1 553 Assista AgoraGanhou o Festival de San Sebastian e ainda levou 6 indicações ao César. Nesse filme Ozon brinca com a metalinguagem, com alguma dose de suspense aonde aborda a temática da invasão da intimidade e do voyeurismo, aonde faz uma pequena reverência a Hitchcock(“Janela Indiscreta”), utilizando-se em determinados momentos um estilo que lembra um dos mais igualmente prolíficos diretores franceses de todos os tempos, Claude Chabrol.
Morte em Veneza
4.0 210 Assista AgoraAinda que transformado em morte da arte ou preponderância da política sobre a estética, a narrativa é soberba. O final, com um sol voltando sobre a praia veneziana enquanto os turistas vão-se embora, é o máximo da poesia cinematográfica
Augustine
3.3 63 Assista AgoraBelo e intrigante, “Augustine” relata com beleza o estudo da Histeria. Foi nomeado a dois César: Figurinos e Melhor Filme de Estreante.
Uma Garrafa no Mar de Gaza
4.1 136O filme dirigido por Thierry Binisti filosofa sobre o valor do ser humano e apresenta um diálogo sensível, apoiado no processo de amadurecimento e descobertas de dois jovens separados mais pelo medo do que pela distância. A produção foi destaque no Festival Varilux de Cinema Francês.
O Homem Que Não Estava Lá
4.0 229 Assista AgoraDe forma inteligente, o filme foca a condição existencialista na sociedade moderna, a insatisfação no trabalho e a procura de uma identidade.