Darius Marder estréia com um estrondo (perdoem o trocadilho). Sound of Metal é a grata surpresa de 2020.
Riz Ahmed se mostra como o azarão da temporada e entrega uma performance brilhante. Uma pena (ou não) ser no mesmo ano que Chadwick Boseman em Ma Rainey's Black Bottom.
Além da atuação, o grande destaque também fica para o design de som. Com muita criatividade e excelência, o som aqui funciona como deveria em todos os filmes: um protagonista, funcionando lado a lado com a imagem.
Sound of Metal é um filme que merece ser visto e, como já dito aqui, seria uma experiência grandiosa nas telas do cinema.
Ma Rainey's Black Bottom é o filme "de atores" desse ano.
Focado em atuações e monólogos intensos, o filme funciona como uma espécie de portfólio onde Viola Davis e Chadwick Boseman podem exercitar suas extensas gamas de emoções e seus inquestionáveis talentos. Um Oscar quase garantido para Boseman.
No entanto, como filme, deixa muito a desejar. Ser adaptação teatral não é desculpa para parecer teatro gravado.
Não é necessariamente por um roteiro deficiente em ações, embora seja sim uma falha. Mas vários outros filmes conseguem o feito de adaptar peças muito bem sem deixarem de ser filmes.
No mais, o fim é abrupto e a narrativa um pouco desconexa e até superficial. Uma pena. Teria sido uma ótima história e não só um "demo reel".
A Vida de David Gale é prejudicado por um roteiro mediano que força um plot-twist inverossímil a todo custo e portanto acaba estabelecendo relações pouco construídas, assim como algumas de suas personagens. Bitsey é uma delas; uma personagem forte e implacável, que sem mais nem menos se encontra em slow-motions melodramáticos aos prantos, inclusive nos braços de seu estagiário bobão, que por ser homem é obviamente mais equilibrado e resistente. O filme é envolvente e até suspendemos um pouco a descrença para contornar os furos e exageros, mas no final acaba sendo uma obra datada. Uma pena que tanto do roteiro é sacrificado
Com uma fotografia estupenda e uma premissa muito interessante, Cidade Pássaro é um filme envolvente mesmo nos momentos em que se perde. Provavelmente pelas boas atuações e ótima condução da direção. Mas, infelizmente, o roteiro não dispõe da mesma qualidade. Talvez estivesse esperando outro filme, mas acredito que a história se beneficiaria e muito se o foco estivesse no aspecto humano/social.
Que mimo para os olhos é esse filme. Lindo demais. Esteticamente deslumbrante. Há algo de mágico no ritmo e a história não deixa muito a desejar, ainda que minimalista. Me remeteu a Apichatpong, possivelmente por reviver narrativas tradicionais e pelos momentos de silêncio, mas particularmente, sob o risco de apedrejamento, achei Milko Lazarov um melhor condutor.
Happiest Season consolida a noção de que o cinema perde, e muito, para TV/Streaming quando o assunto é representatividade lésbica.
A promessa é de uma troca dos típicos dramas pesados e trágicos por um filme leve, uma comédia romântica natalina, tão comum entre casais hétero, entretenimento trivial; mas o que nos é entregue é uma não-comédia e possivelmente um não-romance.
Os momentos engraçados são poucos. De maneira oposta, passamos grande parte do filme num misto de angustia e embaraço ao ver Abby embarcar em uma jornada equivalente ao Corra! LGBTQ, mas com um desfecho diferente, em que toda a humilhação e terror psicológico é magicamente esquecido em prol de um final feliz.
Exagero? Altere a trilha natalina por uma de suspense, daquelas minimalistas e perturbadoras.
Como alguém que foi tirada do armário, consigo me identificar com Harper em alguns aspectos: o medo, as incertezas, o preconceito que nos é introjetado, e até mesmo a reação por vezes violenta que acompanha tudo isso. Porém suas atitudes em relação a Abby são problemáticas desde o início, quando ela mente por um ano. Compreensíveis as encenações de heterossexualidade, mas excluir a namorada e não mover um dedo para acolhe-la em um ambiente hostil é uma escolha. Percepções sobre a história a parte: que outro traço de personalidade a personagem possui além do Gaslighting?
Soma-se isso ao fato de a química entre as personagens ser bem fraca. O que é estranho já que a Kristen Stewart tem química com absolutamente toda atriz com quem contracena. Aubrey Plaza está aí para comprovar. Uma escolha muito mais coerente.
Talvez a falta de afinidade entre o casal se deva ao fato de que a relação é mal estabelecida no roteiro. Os momentos juntas em tela são poucos e não otimista o suficiente para vender a ideia de casal feliz prestes a se casar. Por isso também a falta de empatia pelo futuro delas.
Após toda essa lamentação, ainda indico e tenho certeza que pode ser um filme que ressoe positivamente para algumas pessoas. Ainda assim é uma representação, da qual somos tão carentes. E se for necessário destacar uma parte positiva, certamente seria o diálogo do amigo John sobre respeitar a hora de cada um, além das singularidades e dificuldades de cada processo.
Não se levando muito a sério, Doubles Vies tem momentos interessantes. É engraçado e bem atuado, mas está aquém de Olivier Assayas. A verborragia, já sabemos, é marca do autor; contudo creio que quando fica assim tão explícita é porque não está funcionando muito bem. As discussões embora interessantes, soam mais como monólogos que como discussões de fato. Há também um excesso de personagens vazios. Ainda assim, Léonard é bastante cativante e Binoche... Ah, Binoche...
Boyhood é uma experiência interessantíssima sobre maturidade. É uma jornada prazerosa na vida do personagem, mas também no amadurecimento da arte do próprio Linklater. É notável a evolução. O começo morno, "quadrado", mostra um Linklater cru, no seu início. Com uma ideia muito boa, porém um desenvolvimento... Não amador, mas inocente. Para no final revelar um trabalho seguro, melhores enquadramentos e uma notável melhora no texto e na direção dos atores, assim como na montagem. É possível notar esse progresso também do elenco, embora, para mim, Patricia Arquette e Ethan Hawke tenham muito pouco o que melhorar desde o início da carreira. São estupendos. Acredito que, embora Boyhood seja uma história particularmente americana (e branca), há bastante espaço para identificação nos anseios e tribulações da trajetória de Mason e sua família. Um filme bastante especial.
Taron Egerton encarna um Elton com todos os trejeitos possíveis, mas sem uma só vez ser caricato. Estava bastante ressabiada com filmes biográficos musicais depois das ultimas experiências, mas Rocketman foi uma grata surpresa. E que espetáculo! Talvez repensaria algumas escolhas
Nossa, que som mais poluído. Provavelmente essa era a intenção mesmo: caos, nervosismo, tensão e barulho, mas a partir do momento que compromete a compreensão das falas, torna-se um problema. A verborragia, aliás, o roteiro em si, tem um tom exagerado. As falas são tão rebuscadas e longas que soam teatrais demais. Contudo, não são só pontos negativos. Os movimentos de câmera são excelentes, as atuações bastante intensas e muitos dos problemas anteriormente citados melhoram no segundo ato.
Uma das coisas mais originais e bizarras que já vi. Tem algo de muito fascinante nessa insanidade. Um filme totalmente imprevisível, com um visual muito bem elaborado, que esboça diversas críticas ao americano suburbano dos cul-de-sacs sem necessariamente ser condescendente e "militudo". Aliás, Greener Grass é divertidíssimo ainda que você ignore, ou não "pegue" o subtexto.
Fosse um filme da Greta Gerwig, ou do Alex Ross Perry, as vira-lata tava tudo lambendo...
Provocações a parte, para um cinema nacional plural, esse filme é necessário. Por mais "white people's problem", por mais "Éssepê, mêo", etc, etc. Não consigo lembrar na história recente um filme que tenha tentado registrar os problemas do jovem/adulto paulistano, ao menos não de forma crua. Ainda que não seja meu tema favorito, embora paulistana (ou talvez justamente por isso ~porque: galerinha chata dos infernos~), mas acredito que haja espaço pra ele.
Tecnicamente é muito falho, mas acabou crescendo bem. Curiosamente o que mais me agradou foi exatamente o registro do paulistano como ele é: insuportável.
Falha como filme. É um assunto já triste o suficiente, não carecia ser tratado de maneira piegas. Porém, o conteúdo é extremamente importante e urgente.
Até o momento é certamente o filme do ano. Uma montanha-russa de sentimentos. Um filme sensacional que mescla vários gêneros, te deixa completamente absorto, é um humor da melhor qualidade e, sem avisos, te joga num abismo. Assisti pela segunda vez e não saí do abismo até agora. Parasita, pra mim, não tem defeitos. O "Get Out" da burguesia.
Morto Não Fala começa muito bem, estabelece uma boa ambientação e um bom clima. No entanto, logo nos primeiros minutos somos golpeados com um dos CGIs mais fajutos e, PIOR, despropositados da história do cinema. Não havia a menor necessidade do uso de CGI nas cenas dos cadáveres. Se o problema era financeiro (o que provavelmente era), tenho certeza que efeitos práticos bem pensados, aliando uma boa maquiagem ao talento dos atores, sairiam bem mais baratos e mais dignos. O que fica aparente também, é que talvez não tiveram uma concepção muito definida do visual dos mortos, sobretudo de
, mesmo nas partes em que usaram só maquiagem. Talvez tendo uma identidade mais bem formulada, algo mais marcante, ficasse mais interessante. Mas, se você for capaz de ignorar esses pontos, o filme é muito bem conduzido. Excelente atmosfera, boas atuações e uma história muito interessante. Alguns problemas de som, mas nada muito absurdo. E os demais efeitos, mesmo os de computação gráfica, são bem feitos. O roteiro também tem seus furos. Incomodou um pouco o excesso de gírias, na tentativa de tornar atores nitidamente gaúchos em meus conterrâneos da Zona Leste. Daniel Oliveira obtém êxito e naturalidade, já o elenco de apoio acaba meio caricato. Mas talvez essa seja uma picuinha pessoal, que muitos não percebam e não tem grande peso na obra.
O ponto alto pra mim no quesito roteiro é: "Caramba, um espírito puxando a criança pro fogão! E agora?? Já sei! Vamos ir pra outra casa e... DORMIR." Maaaas... Vamos considerar como cena parente do "subir a escada para fugir do monstro" e passar pano pros clichês do terror.
É um filme bom, que poderia ter sido o grande nome do gênero terror nacional. Uma pena mesmo essa escolha do CGI... Não superarei.
A preguiça que esse filme me deu... É um bom filme, bem construído, sequências interessantes, mas não poderia me importar menos com a temática e com os personagens.
O Som do Silêncio
4.1 986 Assista AgoraDarius Marder estréia com um estrondo (perdoem o trocadilho). Sound of Metal é a grata surpresa de 2020.
Riz Ahmed se mostra como o azarão da temporada e entrega uma performance brilhante. Uma pena (ou não) ser no mesmo ano que Chadwick Boseman em Ma Rainey's Black Bottom.
Além da atuação, o grande destaque também fica para o design de som. Com muita criatividade e excelência, o som aqui funciona como deveria em todos os filmes: um protagonista, funcionando lado a lado com a imagem.
Sound of Metal é um filme que merece ser visto e, como já dito aqui, seria uma experiência grandiosa nas telas do cinema.
A Voz Suprema do Blues
3.5 539 Assista AgoraMa Rainey's Black Bottom é o filme "de atores" desse ano.
Focado em atuações e monólogos intensos, o filme funciona como uma espécie de portfólio onde Viola Davis e Chadwick Boseman podem exercitar suas extensas gamas de emoções e seus inquestionáveis talentos. Um Oscar quase garantido para Boseman.
No entanto, como filme, deixa muito a desejar. Ser adaptação teatral não é desculpa para parecer teatro gravado.
Não é necessariamente por um roteiro deficiente em ações, embora seja sim uma falha. Mas vários outros filmes conseguem o feito de adaptar peças muito bem sem deixarem de ser filmes.
No mais, o fim é abrupto e a narrativa um pouco desconexa e até superficial.
Uma pena. Teria sido uma ótima história e não só um "demo reel".
Um adendo: achei a montagem é bastante criativa.
A Vida de David Gale
4.2 947 Assista AgoraA Vida de David Gale é prejudicado por um roteiro mediano que força um plot-twist inverossímil a todo custo e portanto acaba estabelecendo relações pouco construídas, assim como algumas de suas personagens. Bitsey é uma delas; uma personagem forte e implacável, que sem mais nem menos se encontra em slow-motions melodramáticos aos prantos, inclusive nos braços de seu estagiário bobão, que por ser homem é obviamente mais equilibrado e resistente.
O filme é envolvente e até suspendemos um pouco a descrença para contornar os furos e exageros, mas no final acaba sendo uma obra datada.
Uma pena que tanto do roteiro é sacrificado
o caso do cowboy seguindo os mocinhos é um exemplo importante que já foi citado aqui
Cidade Pássaro
3.4 26 Assista AgoraCom uma fotografia estupenda e uma premissa muito interessante, Cidade Pássaro é um filme envolvente mesmo nos momentos em que se perde. Provavelmente pelas boas atuações e ótima condução da direção. Mas, infelizmente, o roteiro não dispõe da mesma qualidade. Talvez estivesse esperando outro filme, mas acredito que a história se beneficiaria e muito se o foco estivesse no aspecto humano/social.
A Despedida
3.4 33 Assista AgoraRecentemente eu vi uma review aqui no filmow e acho que cabe nesse filme:
Chorei mais que filhote de gato sem leite.
Ága
3.7 6Que mimo para os olhos é esse filme. Lindo demais. Esteticamente deslumbrante.
Há algo de mágico no ritmo e a história não deixa muito a desejar, ainda que minimalista.
Me remeteu a Apichatpong, possivelmente por reviver narrativas tradicionais e pelos momentos de silêncio, mas particularmente, sob o risco de apedrejamento, achei Milko Lazarov um melhor condutor.
Alguém Avisa?
3.5 340 Assista AgoraHappiest Season consolida a noção de que o cinema perde, e muito, para TV/Streaming quando o assunto é representatividade lésbica.
A promessa é de uma troca dos típicos dramas pesados e trágicos por um filme leve, uma comédia romântica natalina, tão comum entre casais hétero, entretenimento trivial; mas o que nos é entregue é uma não-comédia e possivelmente um não-romance.
Os momentos engraçados são poucos. De maneira oposta, passamos grande parte do filme num misto de angustia e embaraço ao ver Abby embarcar em uma jornada equivalente ao Corra! LGBTQ, mas com um desfecho diferente, em que toda a humilhação e terror psicológico é magicamente esquecido em prol de um final feliz.
Exagero? Altere a trilha natalina por uma de suspense, daquelas minimalistas e perturbadoras.
Como alguém que foi tirada do armário, consigo me identificar com Harper em alguns aspectos: o medo, as incertezas, o preconceito que nos é introjetado, e até mesmo a reação por vezes violenta que acompanha tudo isso. Porém suas atitudes em relação a Abby são problemáticas desde o início, quando ela mente por um ano. Compreensíveis as encenações de heterossexualidade, mas excluir a namorada e não mover um dedo para acolhe-la em um ambiente hostil é uma escolha. Percepções sobre a história a parte: que outro traço de personalidade a personagem possui além do Gaslighting?
Soma-se isso ao fato de a química entre as personagens ser bem fraca. O que é estranho já que a Kristen Stewart tem química com absolutamente toda atriz com quem contracena. Aubrey Plaza está aí para comprovar. Uma escolha muito mais coerente.
Talvez a falta de afinidade entre o casal se deva ao fato de que a relação é mal estabelecida no roteiro. Os momentos juntas em tela são poucos e não otimista o suficiente para vender a ideia de casal feliz prestes a se casar. Por isso também a falta de empatia pelo futuro delas.
Após toda essa lamentação, ainda indico e tenho certeza que pode ser um filme que ressoe positivamente para algumas pessoas. Ainda assim é uma representação, da qual somos tão carentes. E se for necessário destacar uma parte positiva, certamente seria o diálogo do amigo John sobre respeitar a hora de cada um, além das singularidades e dificuldades de cada processo.
Vampiros x the Bronx
2.9 99Um ótimo filme que traz frescor ao estilo "Sessão da Tarde". Vampiros X the Bronx se beneficiaria de mais pontos de viradas, ainda que fossem clichês
como um embate com Tony, ou o sequestro da mãe.
O conflito se resolve com muita facilidade e rapidez.
Elvis
3.8 758Putz... O Elvis de Taubaté. Escolha duvidosa de elenco.
Vidas Duplas
3.2 37 Assista AgoraNão se levando muito a sério, Doubles Vies tem momentos interessantes.
É engraçado e bem atuado, mas está aquém de Olivier Assayas. A verborragia, já sabemos, é marca do autor; contudo creio que quando fica assim tão explícita é porque não está funcionando muito bem. As discussões embora interessantes, soam mais como monólogos que como discussões de fato. Há também um excesso de personagens vazios. Ainda assim, Léonard é bastante cativante e Binoche... Ah, Binoche...
The Old Guard
3.5 662 Assista AgoraBlablablá o filme é bom, o filme é ruim, mas a pergunta que realmente queremos saber é: tem Charlize sapatona?
Boyhood: Da Infância à Juventude
4.0 3,7K Assista AgoraBoyhood é uma experiência interessantíssima sobre maturidade. É uma jornada prazerosa na vida do personagem, mas também no amadurecimento da arte do próprio Linklater. É notável a evolução. O começo morno, "quadrado", mostra um Linklater cru, no seu início. Com uma ideia muito boa, porém um desenvolvimento... Não amador, mas inocente. Para no final revelar um trabalho seguro, melhores enquadramentos e uma notável melhora no texto e na direção dos atores, assim como na montagem.
É possível notar esse progresso também do elenco, embora, para mim, Patricia Arquette e Ethan Hawke tenham muito pouco o que melhorar desde o início da carreira. São estupendos.
Acredito que, embora Boyhood seja uma história particularmente americana (e branca), há bastante espaço para identificação nos anseios e tribulações da trajetória de Mason e sua família. Um filme bastante especial.
Dor e Glória
4.2 619 Assista AgoraA conversa de Salvador e Federico é uma das cenas mais belas e bem atuadas da história do cinema.
Rocketman
4.0 922 Assista AgoraTaron Egerton encarna um Elton com todos os trejeitos possíveis, mas sem uma só vez ser caricato. Estava bastante ressabiada com filmes biográficos musicais depois das ultimas experiências, mas Rocketman foi uma grata surpresa. E que espetáculo!
Talvez repensaria algumas escolhas
como os flashbacks na cena da orgia.
A cena do confronto final na reabilitação também é de torcer o nariz pros pouco sentimentais, mas confesso que essa me pegou.
Papi Chulo
3.1 7Caramba, eu fui pro buraco bem rápido...
Her Smell
3.3 35Nossa, que som mais poluído. Provavelmente essa era a intenção mesmo: caos, nervosismo, tensão e barulho, mas a partir do momento que compromete a compreensão das falas, torna-se um problema.
A verborragia, aliás, o roteiro em si, tem um tom exagerado. As falas são tão rebuscadas e longas que soam teatrais demais. Contudo, não são só pontos negativos. Os movimentos de câmera são excelentes, as atuações bastante intensas e muitos dos problemas anteriormente citados melhoram no segundo ato.
Greener Grass
3.4 5Uma das coisas mais originais e bizarras que já vi.
Tem algo de muito fascinante nessa insanidade. Um filme totalmente imprevisível, com um visual muito bem elaborado, que esboça diversas críticas ao americano suburbano dos cul-de-sacs sem necessariamente ser condescendente e "militudo". Aliás, Greener Grass é divertidíssimo ainda que você ignore, ou não "pegue" o subtexto.
Presas no Paraíso
2.5 126Nem toda estética do mundo salvaria essa pequena bomba...
Lesbianismo? Provavelmente. Estética? Não.
Inferninho
3.7 81Há algo de muito hipnótico em Inferninho...
Amores Urbanos
3.3 98Fosse um filme da Greta Gerwig, ou do Alex Ross Perry, as vira-lata tava tudo lambendo...
Provocações a parte, para um cinema nacional plural, esse filme é necessário. Por mais "white people's problem", por mais "Éssepê, mêo", etc, etc. Não consigo lembrar na história recente um filme que tenha tentado registrar os problemas do jovem/adulto paulistano, ao menos não de forma crua. Ainda que não seja meu tema favorito, embora paulistana (ou talvez justamente por isso ~porque: galerinha chata dos infernos~), mas acredito que haja espaço pra ele.
Tecnicamente é muito falho, mas acabou crescendo bem. Curiosamente o que mais me agradou foi exatamente o registro do paulistano como ele é: insuportável.
Ser Tão Velho Cerrado
4.3 36Falha como filme. É um assunto já triste o suficiente, não carecia ser tratado de maneira piegas. Porém, o conteúdo é extremamente importante e urgente.
Parasita
4.5 3,6K Assista AgoraAté o momento é certamente o filme do ano. Uma montanha-russa de sentimentos.
Um filme sensacional que mescla vários gêneros, te deixa completamente absorto, é um humor da melhor qualidade e, sem avisos, te joga num abismo. Assisti pela segunda vez e não saí do abismo até agora.
Parasita, pra mim, não tem defeitos. O "Get Out" da burguesia.
Morto Não Fala
3.4 384 Assista AgoraMorto Não Fala começa muito bem, estabelece uma boa ambientação e um bom clima. No entanto, logo nos primeiros minutos somos golpeados com um dos CGIs mais fajutos e, PIOR, despropositados da história do cinema. Não havia a menor necessidade do uso de CGI nas cenas dos cadáveres.
Se o problema era financeiro (o que provavelmente era), tenho certeza que efeitos práticos bem pensados, aliando uma boa maquiagem ao talento dos atores, sairiam bem mais baratos e mais dignos. O que fica aparente também, é que talvez não tiveram uma concepção muito definida do visual dos mortos, sobretudo de
Odete
Talvez tendo uma identidade mais bem formulada, algo mais marcante, ficasse mais interessante.
Mas, se você for capaz de ignorar esses pontos, o filme é muito bem conduzido. Excelente atmosfera, boas atuações e uma história muito interessante. Alguns problemas de som, mas nada muito absurdo. E os demais efeitos, mesmo os de computação gráfica, são bem feitos.
O roteiro também tem seus furos. Incomodou um pouco o excesso de gírias, na tentativa de tornar atores nitidamente gaúchos em meus conterrâneos da Zona Leste. Daniel Oliveira obtém êxito e naturalidade, já o elenco de apoio acaba meio caricato. Mas talvez essa seja uma picuinha pessoal, que muitos não percebam e não tem grande peso na obra.
O ponto alto pra mim no quesito roteiro é: "Caramba, um espírito puxando a criança pro fogão! E agora?? Já sei! Vamos ir pra outra casa e... DORMIR." Maaaas... Vamos considerar como cena parente do "subir a escada para fugir do monstro" e passar pano pros clichês do terror.
É um filme bom, que poderia ter sido o grande nome do gênero terror nacional. Uma pena mesmo essa escolha do CGI... Não superarei.
Tudo Pela Vitória: As Parceiras
3.1 8A preguiça que esse filme me deu...
É um bom filme, bem construído, sequências interessantes, mas não poderia me importar menos com a temática e com os personagens.