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Marcello Mastroianni

Nomes Alternativos: Marcello Vincenzo Domenico Mastrojanni

839Número de Fãs

Nascimento: 28 de Setembro de 1924 (72 years)

Falecimento: 19 de Dezembro de 1996

Fontana Liri, Itália - Itália

Marcello Vincenzo Domenico Mastrojanni, foi um ator de cinema italiano.

É considerado o maior ator da Itália e um dos melhores atores de todos os tempos.

Nasceu na pequena Fontana Liri, em Ciociaria, filho de Ottone e Ida Irolle. Era sobrinho do célebre escultor Umberto Mastroianni, irmão de Ottone. A família era originaria de Arpino. Mastroianni passou a infância na cidade natal, e depois seguiu com a família para Turim e Roma.

Em 1943, começou a trabalhar para uma empresa de cinema, como figurante em ''Marionetes/Marionette'' de Carmine Gallone, e em A Culpa dos Pais/I bambini ci guardano'' (1944), do futuro amigo Vittorio De Sica;

Em 1945 começou a ter as primeiras aulas de teatro e, novamente, bateu nas portas do cinema. Nessa época, partilhou as suas aspirações como ator com uma jovem então desconhecida, Silvana Mangano, e os dois viveram um breve romance.

Foi notado por Luchino Visconti, que lhe ofereceu o seu primeiro personagem como ator profissional no teatro, em ''As You Like It'', de William Shakespeare (1948, Teatro Eliseo - Roma) e, depois, em ''Um Bonde Chamado Desejo'', de Tennessee Williams (1949, Teatro Eliseo - Roma), onde interpreta Mitch. Nesta ocasião conheceu Flora Carabella, sua futura esposa, que interpreta um papel menor. Os dois se casaram em 1950 e tiveram uma filha, Barbara.

Depois de ter interpretado sob a direção de Luciano Emmer, diversos papéis em comédias neorrealistas, seus primeiros sucessos vem ao lado de sua maior parceira e amiga Sophia Loren em ''Nossos Tempos/Tempi nostri - Zibaldone n. 2 ''; ''Bela e Canalha/Peccato che sia una canaglia'' ambos de (1954), dirigidos por Alessandro Blasetti; ''A Bela Moleira/La bella mugnaia'' (1955), de Mario Camerini; e ''A Sorte de Ser Mulher/La fortuna di essere donna'' (1956), de Alessandro Blasetti.

A afirmação definitiva chegou em 1958, com ''Um Rosto na Noite/Le notti bianche, de Luchino Visconti, baseado num conto de Fiódor Dostoiévski, ele se consagra como ator sério, e ganha o prêmio de melhor ator pelo Italian National Syndicate of Film Journalists.

Os sucessos começam aparecer um atrás do outro em filmes como ''Os Eternos Desconhecidos/I soliti ignoti'', de Mario Monicelli, com Renato Salvatori, Vittorio Gassman, Totò e Claudia Cardinale; ''O Belo Antônio/Il bell'Antonio'', de Mauro Bolognini, também com Claudia Cardinale; ''A Noite/La notte'', de Michelangelo Antonioni, com Jeanne Moreau e Monica Vitti; ''Vida Privada/Vie privée'', de Louis Malle, com Brigitte Bardot; e principalmente ''A Doce Vida/,La Dolce vita'' de Federico Fellini, com Anita Ekberg e Anouk Aimée....

Com ''Divórcio à Italiana/Divorzio all'italiana'' (1961) ganhou o Nastro d'Argento; o Italian National Syndicate of Film Journalists; o prêmio BAFTA; o Golden Globes, USA; e sua primeira indicação ao Oscar de melhor ator.

Mas são as duas obras-primas de Federico Fellini, ''A Doce Vida'' (1960) e ''8½'' (1963), que lhe proporcionaram o sucesso internacional e a fama de latin lover, da qual iria defender-se, mais ou menos inutilmente, quando tornou-se mais velho. Esta foi a razão pela qual, logo após o sucesso de A Doce Vida e para se afastar do mito de sex symbol, ter aceitado interpretar o papel de um impotente no filme ''Il bell'Antonio'', adaptação cinematográfica do livro homônimo de Vitaliano Brancati.

Em 1962, a revista norte-americana TIME lhe dedicou uma matéria, designando-o o ator estrangeiro mais admirado nos Estados Unidos.

O seu fascínio como ator não vinha apenas da sua beleza e de sua interpretação sempre de altíssimo nível, e sim também de um certo descaso, às vezes escondido, em que parecia revelar uma melancolia e, por vezes, mesmo uma certa timidez.

Em 1963 interpretou em ''Os Companheiros/I compagni'', de Mario Monicelli, o personagem de um intelectual comunista que fomenta a revolta de uma fábrica.

Sob a direção de Vittorio De Sica, com Sophia Loren como protagonista feminina, atuou em ''Ontem, Hoje e Amanhã/Ieri, oggi, domani'' (1963), e ''Matrimonio all'italiana'' (1964). Ambos indicados ao Oscar de melhor filme estrangeiro, sendo que o primeiro levou o tão cobiçado prêmio. O casal que formou com Sophia Loren foi uma das parcerias artísticas mais bem sucedidas do cinema italiano, que se desdobrou, com episódios memoráveis ao longo da carreira de ambos.

Em 1966, estreou na comédia musical, interpretando por cerca de três meses o papel de Rodolfo Valentino em Ciao Rudy de Garinei e Giovannini, cantando e dançando todas as noites e tentando desbancar outra reputação que tinha sido criada, da preguiça eterna. A crítica não foi terna com ele, e mesmo com os ingressos constantemente esgotados, Mastroianni saiu de cena e pagou uma multa de 100 milhões de liras para filmar Il viaggio di G. Mastorna, detto Fernet de Federico Fellini, projeto que o diretor nunca conseguiu realizar porque não conseguiu levantar dinheiro suficiente.

Em 1968, filmou ''Um Lugar para os Amantes/Amanti'', sob a direção de Vittorio De Sica. A protagonista feminina era Faye Dunaway, com quem teve um breve, mas muito comentado, romance. Neste mesma época fez alguns filmes em língua inglesa, mas diferente de Sophia Loren, que fala um inglês perfeito, ele tinha dificuldades com a língua.

Ele já começa os anos 70, com dois enorme sucessos de bilheteria ''Os Girassóis da Rússia/I girasoli'', de Vittorio De Sica, com a eterna parceira Sophia Loren, e ''Ciúme à Italiana/Dramma della gelosia (tutti i particolari in cronaca)'', de Ettore Scola, que lhe vale a Palma de Ouro em Cannes de Melhor Ator.

Em 1971, trabalhou com Marco Ferreri em ''Liza'', e no set conheceu Catherine Deneuve, com qual teve um longo relacionamento, e do qual nasceu a futura atriz Chiara Mastroianni. No ano seguinte se transferiu para Paris e teve a oportunidade, entre 1972 e 1974, de trabalhar em muitos filmes franceses.

Retornando à Itália, voltou a interpretar papéis em comédias leves como ''A Mulher do Padre/La moglie del prete'', de Dino Risi, novamente com Sophia Loren; ''Scipião, O Africano... General de César/Scipione detto anche l'africano'', com Silvana Mangano; ''A Comilança/La grande bouffe'', de Marco Ferreri...

Em 1974, ele faz o denso ''Allonsanfàn'', um filme político, em que ele faz um aristocrata do seculo XIX com pretensas convicções revolucionárias que o levam a sérias contradições existenciais. Apesar dessa extensa galeria de gêneros e tipos artísticos, Mastroianni sempre volta à comédia, uma forma de expressão teatral que ele cultiva desde a juventude. E são muitas às vezes em que reparte com Sophia Loren, sua imensa capacidade de fazer rir, é o que se verifica em ''A Garota do Gangster/La pupa del gangster'' (1975). A sátira de costumes, que pontilha sua vida artística, pode ser apreciada também em ''Divina Criatura/Divina creatura'' (1975). Agora ele parodia de maneira inigualável, um aristocrata, tendo como cúmplice Laura Antonelli, a mais festejada estrela do novo cinema italiano dos anos 70.

''Um Dia Muito Especial''
Em 1977, ao lado da companheira Sophia Loren, dirigidos por Ettore Scola; o filme gira em torno de dois personagens, que se encontram em 8 de maio de 1938, dia da visita de Hitler à Itália fascista de Mussolini. Antonieta e Gabrielle são vizinhos de prédio. Antonieta é dona de casa (cujo marido é fascista e machista) e Gabrielle, homossexual e radialista recém demitido. Os dois se descobrem em uma relação intensa enquanto o entorno comemora o evento fascista. Esse filme é o mais festejado filme da dupla, os dois grandes atores dão um verdadeiro show de interpretações. Esse filme lhe valeu sua segunda indicação ao Oscar de melhor ator.

Em 1978, fez um filme de drama para a televisão: ''Le mani sporche'', de Elio Petri, baseado em Jean Paul Sartre. Antes disso, Mastroianni nunca havia trabalhado na televisão, com exceção de algumas aparições como anfitrião em Studio Uno, ao lado de Mina Mazzini e de Sandra Milo. Nesse mesmo ano fez os filmes ''Ciao Maschio'' de Marco Ferreri; e novamente com Sophia Loren, dirigido pela primeira mulher a ser indicada ao Oscar de direção a italiana Lina Wertmüller, em ''Amor e Ciúme/Fatto di sangue fra due uomini per causa di una vedova, si sospettano moventi politici/Shimmy, lugano, belle tarantelle e tarallucci e vino''; ''Tentação Proibida/Così come sei'', de Alberto Lattuada, com Nastassja Kinski, esse filme causou controvérsia pelas muitas cenas de nudez da estrela, então com 17 anos na época.

Em 1980, foi chamado por Federico Fellini, que dezoito anos após ''8½'', o trouxe novamente como protagonista em ''Cidade das Mulheres/''La città delle donne''. Trabalhou de novo com ele em 1985, em ''Ginger e Fred'', ao lado de Giulietta Masina e, em 1987, em ''Entrevista/Intervista'', com Anita Ekberg. Aliás, os anos 80, foram muito frutíferas para Mastroianni, ele fez entre outros ''O Terraço/La terrazza'' (1980), de Ettore Scola; ''A Pele/La pelle'' (1981), com Claudia Cardinale e Burt Lancaster, sob a direção de Liliana Cavani; ''Olhos Negros/Oci ciornie'', de Nikita Mikhalkov, com amiga Silvana Mangano (em sua bela despedida das telas), que lhe valeu o segundo prêmio em Cannes e a terceira indicação ao Oscar de melhor ator; e em 1988, foi protagonista, junto a Massimo Troisi, em ''Splendor'' e ''Che ora è''?, ambos dirigidos por Ettore Scola. Por este último filme os dois protagonistas receberam a Coppa Volpi no Festival de Veneza.

Nos anos 90, Marcello Mastroianni, filmou sobretudo no exterior, com grandes diretores do cinema internacional, com algumas exceções como ''Estamos Todos Bem/Stanno Tutti Bene'', de Giuseppe Tornatore. Mas os bons filmes foram fora da sua bela Itália como ''O Passo Suspenso da Cegonha/To Meteoro Vima Tou Pelargou'' (1991), de Theodoros Angelopoulos, com Jeanne Moreau; ''Prêt-à-Porter'' (1994), de Robert Altman, último filme que fez com sua eterna parceira Sophia Loren, ambos ganham o National Board of Review, USA, por conjunto de interpretações; ''Três Vidas e Uma Só Morte/Trois Vies & Une Seule Mort'' (1995), de Raoul Ruiz, com a filha Chiara Mastroianni; ''Páginas da Revolução/Sostiene Pereira'' (1995), de Roberto Faenza; ''Além das Nuvens/Al di là delle nuvole'' (1995), de Michelangelo Antonioni e Wim Wenders, com Fanny Ardant e Jeanne Moreau...

Em 1996, descobriu o câncer de pâncreas, mas mesmo assim continuou trabalhando no qual seria seu último filme, ''Viagem ao Princípio do Mundo'', de Manoel de Oliveira, e nos intervalos deste filme gravou uma longa conversa sobre sua vida (Mi ricordo, sì… mi ricordo, direção de Annamaria Tatò, a sua última companheira) que é considerada por muitos o seu testamento espiritual.

O ator morreu aos 72 anos, em seu apartamento em Paris. Catherine Deneuve estava ao seu lado, junto com sua filha Chiara. Ele tinha feito quase 150 filmes em 49 anos de carreira.

Foi enterrado no cemitério Verano, em Roma.

''CANNES''
Mastroianni e Jack Lemmon são os únicos atores a bisar duas vezes o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. Mastroianni ganhou em 1970, por Dramma della gelosia (tutti i particolari in cronaca) e, em 1987, por ''Olhos Negros''.

''FEDERICO FELLINI''
Mastroianni foi uma espécie de Alter ego do mestre, em verdadeiros clássicos do cinema, o primeiro ''A Doce Vida'', foi durante muito tempo o filme estrangeiro de maior sucesso nos E.U.A.; o segundo ''8½'', está sempre na lista dos dez maiores filmes de todos os tempos.

''SOPHIA LOREN''
Sem dúvida nenhuma a mais famosa dupla de atores fora de Hollywood, os dois ainda desconhecidos fizeram pontas num filme desconhecido do grande público ''O Coração no Mar/Cuori sul mare'' (1950); depois participaram já famosos de um filme de episódios, onde eles não contracenam, que foi um sucesso ''Nossos Tempos'' (1954); os outros filmes da dupla foram ''Bela e Canalha'' (1954); ''A Bela Moleira'' (1955); ''A Sorte de Ser Mulher'' (1956); ''Ontem, Hoje e Amanhã'' (1963); ''Matrimônio à Italiana'' (1964); ''Fantasmas à Italiana'' (1967); ''Os Girassóis da Rússia'' (1970); ''A Mulher do Padre'' (1970); ''A Garota do Gangster'' (1975); ''Um Dia Muito Especial'' (1977); ''Amor e Ciúme (1978); ''Prêt-à-Porter'' (1994).

''OUTRAS CURIOSIDADES''
No Brasil, filmou com Bruno Barreto e Sonia Braga, e foi o Nacib de Gabriela, versão fracassada para o cinema, baseado em Jorge Amado. Embora, como já se disse, não ligasse a mínima para a imagem de galã, Marcello Mastroianni contracenou com as mais belas mulheres - Sophia, claro, Brigitte Bardot, Ursula Andress, Anita Ekberg, Gina Lollobrigida, Claudia Cardinale, Melina Mercouri, Simone Signoret, Emmanuelle Riva, Monica Vitti, Anouk Aimée, Rita Hayworth, Silvana Mangano, Nastassja Kinski, todas mitos sexuais. Sua biografia oficial registra um só casamento, com Flora Clarabella, que durou de 1950 até a morte, mas é que nunca se divorciaram. A ligação mais famosa foi com Catherine Deneuve, com quem teve a filha Chiara. Mastroianni foi bom de comédia, de drama. Tinha carisma. E sabia expressar a impalpável angústia do homem contemporâneo. Há quem discuta se ele foi um bom Mersault, ao expressar o mal-estar existencial do personagem de Albert Camus para Visconti (em O Estrangeiro). Mas a cena final, de Jeanne Moreau e dele, em A Noite, a leitura daquela carta, é um grande, inesquecível momento de cinema. Feito de silêncios, subentendidos, que só a arte de grandes atores expressa.

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